Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Jeremias no Velho Testamento.
7:21-29—A rejeição por parte do Senhor: A mensagem contra Jerusalém (provavelmente depois da morte de Josias) continua neste trecho.
(1) O Senhor rejeita os sacrifícios do povo (7:21)
a. Quais instruções explícitas são detalhadas na Lei de Moisés a respeito dos holocaustos (especialmente com respeito a como a carne devia ser manuseada)? (Levítico 1:8-9)
b. Portanto, o que Deus quis dizer quando instruiu o povo a continuar comendo a carne "vocês mesmos"?
(2) Eles andaram para trás e não para frente (7:22-26)
a. O que o Senhor lembra ao povo sobre aquilo que Ele "realmente" exige no tocante ao Seu mandamento? (vv. 22-23)
b. Que razão Ele dá para sua desobediência? (v. 24)
c. Como o povo tinha mostrado que “andaram para trás e não para a frente”? (vv. 25-26)
(3) O Senhor já desistiu deles (9:27-29)
a. Por que seria inútil para Jeremias continuar a repreender e advertir o povo? (v. 28)
b. Essas palavras são uma boa descrição da sociedade onde você mora? Por que ou por que não?
c. Em que sentido as seguintes ações eram sinais de rejeição (ou abandono) por parte do Senhor?
- A ordem de cortar os cabelos consagrados (do profeta ou de Jerusalém) e jogá-los fora (vide Números 6:2-8; Jó 1:20)
- A ordem de se lamentar sobre os montes estéreis
7:30–8:3—Os atos pecaminosos no vale de Ben-Hinom e suas consequências:
(4) Ao justificar Sua rejeição ao povo, o Senhor cita algumas das práticas mais abomináveis da época de Manassés que o povo de Judá tinha restabelecido:
a. Como essas práticas profanavam o templo do Senhor? (v. 30)
b. Além de profanar o templo com essas práticas, o povo de Judá tinha reintroduzido outra prática abominável. Qual foi? (v. 31; vide 2 Reis 23:10)
c. O que a Lei de Moisés diz sobre essa prática, e qual era o castigo estabelecido pela lei para esse tipo de pecado? (Levítico 18:21; 20:2-5)
d. O castigo (7:32–8:3)
- O que aconteceria no vale de Tofete ? (7:32)
- O que aconteceria em todo o território de Judá? (7:33)
- O que aconteceria com os ossos daqueles que já estavam enterrados? O que significa isso? (8:1-2)
- O que aconteceria com os sobreviventes? (8:3)
(5) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Construíram o alto de Tofete no vale de Ben-Hinom, para queimarem em sacrifício os seus filhos e as suas filhas, coisa que nunca ordenei e que jamais me veio à mente.” (NVI-PT) (Jeremias 7:31)
Embora não saibamos qual foi a data exata em que Jeremias recebeu a mensagem do Senhor que começa no capítulo 7, a rapidez e magnitude do ressurgimento da idolatria foram alarmantes, mesmo na hipótese de esta profecia não ter sido dada imediatamente após a morte de Josias, mas já passados vários anos do reinado de Jeoiaquim. O povo não só estava seguindo os passos de Manassés, introduzindo ídolos novamente no templo do Senhor (uma flagrante profanação do santuário, 7:30), mas até tinham ressuscitado o que talvez seja a mais abominável de todas as formas de idolatria — queimar os próprios filhos e filhas como um sacrifícios (7:31). Uma vez que o Senhor precisou destacar que Ele nunca tinha ordenado essa prática, e nem sequer tinha passado pela Sua mente (7:31), parece que "o povo achava que esse tipo de sacrifício humano era aceitável a Javé" (NICOT, Jeremias, 294).
Em outras palavras, parece que o povo, ao invés de sacrificar seus filhos a Molque (algo que era proibido pela Lei de Moisés em Levítico 18:21; 20:2-5), fazia esses sacrifícios em nome do Senhor. Como já sabemos, a os pagãos faziam esse tipo de sacrifício extremo para tentar aplacar a ira de seus deuses; portanto, talvez essa tenha sido a forma que o povo tentou apaziguar o Senhor diante das advertências de destruição profetizadas por sucessivos profetas (o último dos quais foi Jeremias), e diante do cumprimento das profecias que já tinham sido feitas sobre Israel.
No entanto, o que o Senhor exigia do povo não era seus sacrifícios (especialmente os sacrifícios humanos que Ele tinha proibido com palavras muito fortes), mas sua obediência a todos os Seus mandamentos (7:23). Se Josias não tivesse restaurado a adoração correta do Senhor e a leitura da Lei, o povo ainda teria uma desculpa. Mas eles não tinham desculpa nenhuma, e seu total desrespeito aos mandamentos do Senhor, junto com sua imitação das práticas pagãs, os tinham levado de volta para a época dos Juízes: cada um fazia o que bem lhe parecia, apesar das repetidas advertências dos profetas de Deus. Não é de se admirar que o Senhor tenha dito: "Antes, tornaram-se obstinados e foram piores do que os seus antepassados" (7:26).
8:4-12—O povo era tolo e sem vergonha
(1) A maneira como se apegavam à sua apostasia (vv. 4-5)
a. Era uma questão de "não poder" ou de "não querer"?
b. Por quê?
(2) Sua tolice (vv. 6-7)
a. Como Jeová mostrou a eles Sua paciência? (v. 6)
b. Em que sentido eles eram piores que a cegonha, a pomba, a andorinha e o tordo?
- Como essas aves sabem quando é hora de migrar?
- Que capacidade humana é muito superior àquela dessas aves?
(3) Seu auto-engano (vv. 8-9)
a. A Lei de Deus não deveria dar sabedoria? (Salmos 19:7)
b. Nesse caso, por que eles eram tolos e não sábios? (v. 8)
c. De quem era a culpa? Somente dos escribas? (v. 9)
(4) Seu descaramento (vv. 10-12)
a. Que resumo o Senhor faz de seus pecados, com respeito ao seguinte?
- seu alcance (v. 10b)
- a atitude do povo com relação à sua conduta abominável
b. Que castigos os esperavam? (v. 10a e v. 12b)
8:13-17—Uma descrição do horror do juízo
(5) Que sentenças o Senhor pronuncia nos versículos 13 e 17?
(6) O terror descrito pelas palavras dos atribulados:
a. Quem incitaria o povo a fugir para as cidades fortificadas? Para que? (v. 14)
b. Quão desesperada seria sua situação? (v. 15)
c. Dã era a cidade mais setentrional de Israel; portanto, seria a primeira a enfrentar os exércitos invasores do norte: que tipo de quadro é descrito no v. 16?
8:18–9:1—O Profeta Chorão—Jeremias provavelmente enxergava a destruição numa visão enquanto profetizava:
(7) Será que o povo não merecia o castigo de Deus? Por que, então, ele estava chorando? (8:21)
(8) O que ele ouviu em sua visão? (8:18-20)
a. Jeremias seria consolado?
b. Que perguntas ele fez? (8:19)
c. Qual foi a resposta de Deus para Jeremias? (8:19)
(9) Como o versículo 20 revela o sofrimento do povo? Você sabe quanto tempo (de acordo com o relato histórico) o povo teve que suspirar até que recebeu a libertação/salvação?
(10) Como o profeta expressou sua dor ao perceber que a ferida de seu povo não podia mais ser curada (8:22)? (9:1)
(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Não há bálsamo em Gileade? Não há médico? Por que será, então, que não há sinal de cura para a ferida do meu povo?” (NVI-PT) (Jer. 8:22)
Até agora, lemos somente os primeiros oito dos 52 capítulos do Livro de Jeremias. No entanto, já temos uma noção da gravidade dos atos perversos de Judá, os quais se resumem muito bem nesta acusação extremamente emocional do Senhor: “Por que eles me provocaram à ira com os seus ídolos, com os seus inúteis deuses estrangeiros?” (8:19). Ao mesmo tempo, já temos uma noção da teimosia e obstinação do povo (7:26). Portanto, podemos ter certeza de que o povo merecia todo o castigo que o Senhor pronunciou por meio do profeta.
No entanto, ao receber esta profecia, Jeremias (que provavelmente também recebeu uma visão de quão desastroso seria seu futuro) se sentiu abalado e chorou. Além de experimentar o terror da destruição que não podia esquecer, Jeremias disse: “Por causa do quebrantamento da filha do meu povo estou quebrado” (8:21).
Seu exemplo é um lembrete muito importante para aqueles de nós que são líderes ou
pastores na igreja, o Corpo de Cristo. Quando enfrentamos a oposição e
rebelião daqueles a quem servimos em nome de Cristo, é muito
fácil ficarmos amargos, e até mesmo orar para que Deus os julgue. Mas quando fazemos isso, esquecemos de duas coisas:
- Se Deus realmente decidisse julgá-los, quem suportará a ira de Deus?!
- Essas pessoas são “nossas”; quando elas são destroçadas, nós devemos nos sentir destroçados também!
Claro, Jeremias também ficava enfurecido com os pecados do povo—“Mas a ira do Senhor dentro de mim transborda, já não posso retê-la” (6:11); mas mesmo em seus momentos de ira, ele nunca esqueceu que era um simples porta-voz do Senhor; afinal, Israel era o seu povo!
9:2-9—Um povo depravado
(1) Uma vez que Jeremias se identificava tão profundamente com a agonia do povo, por que ele desejava fugir deles? O que isso nos mostra sobre sua dor? (v. 2)
(2) Pecados na prosperidade (v. 3)
a. Qual deve ser a reação do povo de Deus em tempos de prosperidade?
b. O que o povo de Judá tinha feito com sua prosperidade? Por quê?
(3) Uma sociedade cheia de engano (vv. 4-9)
a. Quão desonesta era a sociedade que o povo tinha criado? (vv. 4-5, 8)
b. Como você viveria numa sociedade marcada por mentiras e engano? (v. 6)
c. Que impacto isso teria em sua própria vida?
d. Como é possível que povo de Deus degenere num estado tão lamentável? (v. 6)e. Mereciam ser castigados pelo Senhor? Por que ou por que não? (v. 9)
9:10-16—A ruína de Jerusalém
(4) Devido aos seus pecados:
a. O que aconteceria com as cidades? (vv. 11-12)
b. As terras vizinhas escapariam? (v. 10)
c. Você consegue imaginar como seria se sua cidade experimentasse uma ruína tão completa?
d. Se isso acontecesse em sua cidade, você não faria a mesma pergunta que aparece no v. 12?
e. Que pecados de Judá e Jerusalém o Senhor resume neste trecho? (vv. 13-14)
f. A cidade onde você mora e seus habitantes são melhores do que eles?
g. Quão inusitado seria o seu castigo? (v. 16)
(5) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Cuidado com os seus amigos, não confie em seus parentes. Porque cada parente é um enganador, e cada amigo um caluniador.” (NVI-PT) (Jeremias 9:4)
Quando terminamos a faculdade e fomos imersos no ambiente laboral, fomos imperceptivelmente levados pela cultura desse ambiente, não obstante a nossa determinação de viver uma vida santa e até mesmo de ser testemunhas de Cristo. Ainda me lembro que um dos líderes do nosso grupo de estudantes cristãos na universidade compartilhou que ele começou a repetir palavras obscenas na sua mente, uma vez que todos em seu local de trabalho xingavam muito.
Talvez seja por isso que o Senhor também advertiu Jeremias, dizendo: "A tua habitação está no meio do engano" (9:6). Outro profeta que viveu um pouco antes de Jeremias, Isaías, teve a mesma experiencia de morar no meio de um povo cujos lábios estavam cheios de mentiras e imundícies. Foi necessária a majestosa aparição do Deus Santo para ele poder percebê-lo e exclamar: “ai de mim, que vou perecendo! Porque eu sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios” (Isaías 6:5).
Se profetas como Isaías e Jeremias podiam ser influenciados pela cultura mentirosa e imunda de suas sociedades, quanto mais nós devemos nos proteger contra a sociedade atual.
9:17-22a—Uma lamentação sobre Jerusalém
(1) Por que nas culturas antigas as pessoas chamavam carpideiras para chorar em seu nome? Eles faziam isso para mostrar que eram ricos, ou para expressar sua dor extrema?
(2) Qual é sua função nesta passagem? (v. 18)
(3) Qual é a essência desse lamento? (v. 19)
(4) No entanto, quem realmente choraria? As carpideiras ou as mulheres de Sião? (v. 20)
(5) O que elas lamentariam? (vv. 21-22)
9:23-26—Gloriar-se em conhecer o Senhor
(6) Se achamos que somos sábios mas não conhecemos o Senhor, que tipo de sabedoria temos?
(7) Se formos fortes mas não conhecemos o Senhor, quão inútil é a nossa força?
(8) Se somos muito ricos, mas não conhecemos o Senhor, em que sentido somos, na verdade, pobres?
(9) Qual a importância dos seguintes tipos de conhecimento?
a. saber que Ele é o Senhor (o que isso significa?)
b. entender que o que realmente agrada a Deus é a prática das seguintes coisas:
- beneficência
- justiça
- retidão
c. Como podemos obter esse tipo de conhecimento? (Provérbios 9:10)
(10) Em geral, essas profecias de juízo proferidas pelo Senhor são para toda a casa de Israel (incluindo Judá). Por que um dia as nações também serão castigadas? (vv. 25-26)
(11) O que significa a frase "incircuncisa de coração”?
(12) Por que esta mensagem sobre o conhecimento do Senhor e o castigo de todas as nações vem logo após a lamentação sobre Jerusalém?
(13) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Mas quem se gloriar, glorie-se nisto: em compreender-me e conhecer-me, pois eu sou o Senhor e ajo com lealdade, com justiça e com retidão sobre a terra, pois é dessas coisas que me agrado." (NVI-PT) (Jr. 9:24)
É interessante notar que esta mensagem sobre a verdadeira jactância foi incluída precisamente aqui, nesta série de repreensões e advertências contra Judá (provavelmente após a morte de Josias). J.A. Thompson tem razão quando diz: “É lógico incluir estes versículos aqui, uma vez que eles apontam que em dias a única esperança para os homens naqueles dias tão alarmantes era a fidelidade, justiça e integridade de Javé” (NICOT, 318).
A realidade é esta: a única esperança para toda a humanidade (não se aplica somente a esses dias decisivos de Judá) é conhecer o Senhor e quem Ele é.
Conforme o Novo Testamento se desenrola, começamos a entender que “conhecer o Senhor” é algo que acontece quando estabelecemos um relacionamento pessoal com Ele por meio da fé em Jesus Cristo, que é a vida eterna (João 17:3).
No entanto, para realmente conhecer a Deus, precisamos saber quais são as coisas nas quais Ele se deleita: a prática da beneficência, juízo e justiça na terra (Jr 9:24). Isso significa que se realmente conhecemos a Deus, devemos ter as mesmas práticas em nossas vidas:
- A palavra hebraica que é traduzida "beneficência" (ou lealdade na NVI-PT) é "hesed", um termo usado 245 vezes no Velho Testamento para se referir à bondade infalível de Deus, Seu compromisso com Seu povo da aliança, um conceito que Paulo expressa lindamente no Novo Testamento: "se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo" (2 Tm 2:13).
- A palavra hebraica que aqui é traduzida “justiça” é “mispat”. Esta palavra significa mais do que simplesmente fazer o bem; significa executar a sentença apropriada ao pronunciar o veredicto correto; quando isso não acontece, as pessoas são encorajadas a fazer o mal (Ecl. 8:11).
- A palavra hebraica que aqui é traduzida "retidão" é "sedaqa". Esta palavra se refere aos padrões de Deus em todos os âmbito (social, legal, ética e religiosa) que Seu povo deve praticar em seu relacionamento com a família, clãs e nações, com base em sua relação de aliança com o Senhor.
Esta mensagem é seguida imediatamente pelo pronunciamento de um juízo cuja aplicação abrange mais do que toda a casa de Israel e inclui todas as nações, por causa de seus corações incircuncisos. Em outras palavras, quando não praticamos o tipo de beneficência infalível que Deus pratica, o tipo de justiça que Deus pratica e o tipo de retidão que Deus pratica, não só no âmbito religioso, mas em todos os outros âmbitos, mostramos que os nossos corações ainda são incircuncisos e ainda não conhecemos a Deus de forma verdadeira!
Deus versus os ídolos: Este trecho compara a inutilidade dos ídolos com a grandeza do Senhor.
(1) Em cada par de contrastes, tente reconhecer a diversas ênfases e perceber como os ídolos são comparados ao Senhor. O primeiro par:
a. Vv. 2-5: os ídolos
b. Vv. 6-7: o Senhor
c. Qual é a conclusão?
(2) O segundo par:
a. Vv. 8-9: os ídolos
b. V. 10: o Senhor
c. Qual é a conclusão?
(3) O terceiro par:
a. V.11: os ídolos (este é o único versículo deste trecho poético que está escrito em aramaico: identifique o que isso procura enfatizar)
b. Vv. 12-13: o Senhor
c. Qual é a conclusão?
(4) O quarto par:
a. Vv. 14-15: os ídolos
b. V. 16: o Senhor
c. Qual é a conclusão
(5) Os pagãos sabiam que os ídolos eram feitos por suas próprias mãos. Por que, mesmo assim, eles os adoravam? (v. 3)
(6) Uma vez que Israel também sabia muito bem disso, por que eles imitavam essas práticas inúteis?
(7) O Senhor disse: "Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, nem tampouco têm poder de fazer bem" (v. 5).
a. Uma vez que todos os ídolos são feitos pelo homem, por que as pessoas têm medo deles, especialmente os chamados "vudu"?
b. Devemos temer a possibilidade de que os espíritos malignos, de alguma forma, possam usar os ídolos para difundir o medo? (1 João 4:4)
c. Em essência, os ídolos podem fazer mal? Por que ou por que não?
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Como um espantalho numa plantação de pepinos, os ídolos são incapazes de falar, e têm que ser transportados porque não conseguem andar. Não tenham medo deles, pois não podem fazer nem mal nem bem." (NVI-PT) (Jeremias 10:5)
Suspeito que a maioria das pessoas hoje saiba que os ídolos são feitos pelos homens; mesmo assim, muitos ainda vão aos templos para adorá-los, ou até mesmo adoram em santuários que constroem em suas casas.
É
difícil explicar por que nesta época moderna ainda há tantas pessoas que acreditam em
ídolos. Aliás, isso não se limita aos pagãos; também é observado
entre alguns católicos que adoram a Virgem e outros santos, cujas
estátuas obviamente foram feitas por mãos humanas.
Jeremias explica que a base da adoração pagã era o medo de “sinais dos céus” (10:2), os quais incluíam relâmpagos, trovões, inundações e terremotos. As maravilhas e o poder manifestados na natureza os levavam a se humilhar, acreditando num poder maior que a humanidade. Devido à devastação às vezes causada por esses sinais celestes, as pessoas procuram apaziguar esses poderes que eles supõem serem deuses. No entanto, uma vez que tais pessoas não têm idéia de quem sejam essas divindades, eles imaginam todo tipo de ídolos, dão nomes apropriados a fenômenos celestiais específicos e os adoram como tais.
Algo semelhante acontece com aqueles que adoram a Virgem ou outros santos, uma vez que também usam a imaginação para fazer representações que julgam apropriadas e os adoram como tal.
Em ambos os casos, é óbvio que esses ídolos que criaram usando sua imaginação não têm valor; portanto, seus adoradores são igualmente inúteis (2:5). É por isso que Jeremias nos exorta a não temê-los, "pois não podem fazer mal, nem tampouco têm poder de fazer bem" (10:5).
Claro, Jeremias tem toda a razão; no entanto, esses ídolos podem ser usados por espíritos malignos para enganar as pessoas, como se os objetos em si tivessem algum poder místico. É claro que, em tais circunstâncias, os verdadeiros entes malignos são os espíritos, e, portanto, os ídolos ou objetos nada mais são do que simples objetos sem vida que não devem ser temidos.
Além disso, não devemos tem medo, mesmo se tivermos que enfrentar os próprios espíritos malignos. O apóstolo João nos lembra: “Filhinhos, vocês são de Deus e os venceram, porque aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo” (1 João 4:4).
A destruição futura: A comparação dos ídolos com o Senhor só serviu para condenar a inutilidade do povo de Deus, deixando-os com a certeza de que seriam julgados:
(1) O juízo na forma de exílio (vv. 17-18)
a. O que representava para o povo de Deus ser obrigado a deixar a Terra Prometida?
b. O que significa o uso das palavras "arrojarei"?
(2) Jeremias se identifica com seu povo (vv. 19-22)
a. A que ele se refere quando menciona seu ferimento incurável?
b. Por que ele diz: "Tenho que suportá-la"? Ele tinha outra opção?
c. Que tipo de desolação é descrita nos vv. 20 e 22?
(3) A expressão os pastores se refere aos líderes do povo (v. 21)
a. Com certeza, todo o povo era culpado de seus pecados. Por que, então, o Senhor menciona especificamente os líderes?
b. Quais pecados desses líderes são mencionados no v. 21?
(4) Jeremias se identifica com seu povo em sua oração (vv. 23-25)
a. O v. 23 é uma confissão de pecado, ou são palavras de submissão? Por quê?
b. Por que ele pede ao Senhor que o discipline (quer dizer, que discipline o povo)?
c. O que ele menciona em sua oração com relação às nações sobre as quais ele já tinha profetizado, que seriam usadas como instrumentos de juízo contra o povo de Deus? Por quê?
(5) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Eu sei, Senhor, que não está nas mãos do homem o seu futuro; não compete ao homem dirigir os seus passos.” (NVI-PT) (Jer. 10:23)
Enquanto Jeremias faz um poderoso contraste entre Deus e os ídolos, ele inclui, de maneira muito apropriada, uma linha em aramaico (ou caldeu), que (na minha opinião) é dirigida às nações: “Estes deuses, que não fizeram nem os céus nem a terra, desaparecerão da terra e de debaixo dos céus” (10:11). Isso quer dizer que tanto as nações que trouxeram esses deuses sobre Israel, quanto o próprio Israel, deviam ser sujetados ao juízo de Deus, daí a oração (10:23-25) com a qual Jeremias conclui esta série de mensagens nos capítulos 7-10.
Esta oração, na qual Jeremias se identifica com seu povo, tem dois aspectos:
(1) Jeremias reconheceu que o povo merecia a disciplina de Deus, mas orou por misericórdia, assim como o profeta Habacuque (com respeito a esta mesma destruição que aguardava Judá): “em tua ira, lembra-te da misericórdia” (Hab. 3:2).
(2) Ele também pediu a Deus que julgasse as nações que usaria para julgar Jacó, uma vez que elas também não O reconheciam nem invocavam Seu nome, e devoram Jacó completamente e sem piedade (10:25).
Mas o que é interessante é o fato de essa frase ser precedida das seguintes palavras: "Eu sei, Senhor, que não está nas mãos do homem o seu futuro; não compete ao homem dirigir os seus passos" (10:23). Nessa afirmação, Jeremias reconhece que, em última análise, Deus é quem tem a última palavra sobre a vida dos homens. Durante gerações, Israel pensou que podia se rebelar contra Deus e controlar seu próprio destino. Mas, na realidade, "o homem não é capaz de definir o curso de sua vida, nem o homem que anda pode definir seu ritmo" (K&D, 129). O único plano de ação do homem é implorar a Deus que Ele tenha misericórdia dele. Isso é exatamente o que Jeremias faz nesta oração!
Os capítulos 11-13 são basicamente uma coleção de ditos sobre as obrigações da aliança de Israel:
11:1-8—A aliança que Deus tinha feito com seus antepassados
(1) Que aspecto desta relação de aliança é enfatizado aqui?
(2) Deus tinha cumprido Sua parte da aliança?
(3) Seus antepassados tinham cumprido sua parte da aliança?
(4) Qual foi o resultado (especialmente à luz do que já tinha acontecido com o reino do norte)?
(5) Em Deuteronômio 28, o Senhor resume as bênçãos da obediência e as maldições da desobediência: por que ele escolheu repeti-las ao povo de Judá na época de Jeremias?
11:9-14—A resposta do povo na época de Jeremias
(6) O povo tinha aprendido alguma lição com a destruição de Israel? (v. 10)
(7) Ao chamar a atenção do povo de Judá sobre seu pecado de voltar aos pecados de seus antepassados, por que o Senhor usou a palavra “conspiração” para se referir às suas ações? (v. 9)
(8) Parece que o que o Senhor mais odiava era seu pecado de idolatria (vv. 11-13).
a. O que o povo faria quando chegasse o desastre?
b. Por que não haveria ajuda, nem da parte do Senhor, nem da parte de seus ídolos?
c. Quão difundida era a idolatria do povo?
(9) Por que o Senhor pediu a Jeremias que não intercedesse pelo povo? (v. 14)
11:15-17—O lamento de Deus
(10) Apesar de Deus estar muito zangado com Seu povo, como Ele os chama no v. 15?
a. Quais eram suas obras perversas? Onde as praticam?
b. À luz de quem eles eram para Deus, quão perversas eram suas ações?
(11) Como o Senhor os chama no v. 16?
a. Qual era o desejo de Deus para eles?
b. Por que agora Ele queria queimar o que havia plantado?
(12) Israel e Judá são o povo da aliança de Deus, Seu amado e Sua bela oliveira
a. Quão privilegiados eram Israel e Judá, em comparação com o resto do mundo?
b. O que você teria feito se fosse o Senhor?
c. Você lembra o que o Senhor tinha planejado fazer com eles? (vide Lucas 20:13)
(13) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"O que a minha amada faz no meu templo ...?" (NVI-PT) (Jeremias 11:15)
Ao ler as repreensões e profecias de juízo proclamadas pelo Senhor por meio de Jeremias, e com base nos eventos que se seguiram, sabemos que a destruição de Judá e Jerusalém era inevitável devido à sua teimosia, pois haviam retornado “aos pecados de seus antepassados”, o mais detestável dos quais era a adoração de outros deuses. A ira do Senhor foi totalmente manifestada quando Ele disse a Jeremias que não intercedesse pelo povo (11:14). Isso mostra que Judá e Jerusalém já tinham passado o ponto sem retorno.
Foi nesse momento que o Senhor desnudou Sua alma — Seu intenso amor por esse povo rebelde, o povo que Ele tinha escolhido para ser Seu povo da aliança, o povo Ele havia tirado “do Egito, da fornalha de fundir ferro” para levar a “uma terra onde manam leite e mel" (11:4-5), e os chamou de “minha amada” (11:15).
Ao chamá-los de Sua "amada", Deus revelou claramente o horror de sua traição; no entanto, ao mesmo tempo, isso aponta para o amor eterno que Ele tem por Seu povo. Eles enfrentariam um juízo severo, mas Deus não os destruiria completamente, como já havia prometido (4:27; 5:10, 18). Aliás, sabemos que Ele não desistiria deles e enviaria Seu único Filho, Jesus Cristo, para lhes oferecer uma oportunidade definitiva de arrependimento, dizendo: “Mandarei meu filho amado; quem sabe o respeitarão" (Lucas 20:13).
Não há dúvida de que o amor de Deus é incrível! Nosso Deus é maravilhoso!