Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Jeremias 26:1–24

Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Jeremias no Velho Testamento.

Não sabemos exatamente por que o editor do Livro de Jeremias decidiu não fazer uma coletânea estritamente cronológica dos oráculos que Jeremias recebeu do Senhor; pois bem, após o relato da mensagem de repreensão que Jeremias entregou a Jeoiaquim e seu povo no quarto ano de seu reinado há um relato sobre o ministério de Jeremias e como sua mensagem foi recebida imediatamente após a morte de Josias o início de uma nova etapa da história de Judá.

(1) Quando este oráculo foi dado a Jeremias? (v. 1)

(2) Que tipo de transição Judá estava experimentando? (vide 2 Reis 23:31-37)

(3) Onde Jeremias deveria pregar esta mensagem? (v. 2)

(4) Por que o Senhor precisou dar a seguinte advertência a Jeremias: “não omita uma só palavra”? (v. 2) Havia alguma razão para Jeremias fazer isso?

(5) Qual foi o propósito específico deste oráculo que foi dado num momento específico de transição? (v. 3)

(6) Em seguida, ele dá uma advertência ao povo usando Siló como exemplo (vv. 4-7):

a. Quão importante tinha sido Siló? (vide 1 Sam. 1-4, especialmente 3:21)

b. Sua destruição subsequente pelos filisteus em 1 Samuel 4 provavelmente o tornou insignificante como um lugar espiritual. Como isso explica por que o Senhor tinha indicado o local exato onde Jeremias deveria anunciar este oráculo? (v. 2)

(7) Qual foi a reação imediata dos sacerdotes e de quase todo o público ao ouvir a pregação de Jeremias? (vv. 7-9)

(8) O que isso lhe ensina sobre a reforma espiritual que tinha ocorrido durante a vida de Josias, que tinha morrido há menos de um ano?

(9) Como Jeremias se defendeu? (v. 12)

(10) Como ele lhes suplicou? (v. 13)

(11) Que advertência ele lhes deu? (v. 15)

(12) A julgar pela descrição no v. 16, quem realmente eram os que queriam Jeremias morto? Por quê?

(13) Como a reação dos oficiais foi diferente daquela dos sacerdotes e profetas? (v. 16)

(14) O que eles tinham aprendido do exemplo de Ezequias? (vv. 17-19)

(15) Quem resgatou Jeremias nesta ocasião? (v. 24; vide 2 Reis 22:3-14)

(16) A vida de Jeremias foi preservada, mas a de Urias não foi (vv. 20-23):

a. Por quê?

b. Que tipo de condição espiritual esses dois incidentes descrevem?

(17) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O horrível pecado da inveja

Então os líderes e todo o povo disseram aos sacerdotes e aos profetas: 'Este homem não deve ser condenado à morte! Ele nos falou em nome do Senhor, do nosso Deus'.” (NVI-PT) (Jr. 26:16)

Os 25 capítulos anteriores já nos apresentaram muitas profecias ameaçadoras sobre o juízo iminente que cairia sobre Jerusalém e o templo por causa do pecado do povo. Embora esses capítulos sugiram que Jeremias não foi o sacerdote e profeta mais popular entre seus contemporâneos, a maioria das mensagens provavelmente foi dada na época de Josias, o rei piedoso que encabeçou uma das reformas religiosas mais abrangentes de Judá (2 Reis 22-23). Não obstante a impopularidade das mensagens de Jeremias, a influência de Josias teria impedido o surgimento de qualquer oposição aberta.

Mas assim que Josias faleceu e foi sucedido por Jeoiaquim, um rei totalmente ímpio, os oponentes de Jeremias se manifestaram publicamente. Embora a Bíblia diga: “os sacerdotes, os profetas e todo o povo o prenderam e disseram: 'Você certamente morrerá!'” (26:8), ficou evidente que a oposição tinha sido incitada principalmente pelos sacerdotes, uma vez que os oficiais que intervieram se dirigiram somente aos sacerdotes (26:16).

Por que, então, de todo o povo, foram os sacerdotes os que se opuseram a Jeremias? Eram eles que liam e ensinavam a lei no templo. Até mesmo alguns dos oficiais que tinham sido alvo das repreensões de Jeremias responderam de maneira positiva às palavras do Senhor e respeitaram sua mensagem por ter sido proclamada em nome do Senhor (26:16). Os sacerdotes não deveriam ter sido os primeiros a endossar sua mensagem?

Afinal, Jeremias também era um deles. No entanto, sua piedade, em vez de ser um exemplo para seus colegas, serviu mais como uma acusação. O fato de o Senhor o ter usado como profeta em vez de um deles só serviu para alimentar sua inveja. Sua inveja os levou a tentar usar a violência contra Jeremias; como já sabemos, essa mesma inveja foi o que levou o sumo sacerdote e seus colegas (quer dizer, os outros sacerdotes) a perseguirem os apóstolos (Atos 5:17).

Este é um aviso muito severo para todos nós que servimos ao Senhor em Sua casa, uma vez que nós somos tão vulneráveis quanto eles ao pecado da inveja. Devemos cravar imediatamente na cruz qualquer manifestação de ciúme enquanto servimos ao Senhor em Sua casa.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Jeremias 27:1–15

Os capítulos 27-29 contêm detalhes sobre o confronto direto que houve entre Jeremias e os falsos profetas, começando no capítulo 27, o qual sugere que o exílio do ano 597 a.C. (após o qual Zedequias foi colocado no trono) já tinha acontecido:

27:1-3—O contexto histórico

(1) Que eventos históricos importantes precederam o reinado de Zedequias?

(2) Se você fosse Zedequias, como você teria encarado o seu "reinado" sobre Judá à luz da conjuntura histórica e das muitas profecias que Jeremias já tinha dado?

(3) Por que Deus enviou uma mensagem a esses estados vizinhos de Judá? (vide a Nota abaixo) O que seus mensageiros provavelmente estavam fazendo em Jerusalém? (v. 3)

27:4-11—A mensagem para nações vizinhas

(4) Como o Senhor se apresentou? (v. 5)

(5) O que os reis dessas nações vizinhas de Israel teriam pensado dessa apresentação (lembre-se de que Judá acabava de ser subjugado por Nabucodonosor)?

(6) Como Jeová explicou a ascensão e queda da Babilônia? (vv. 6-7)

(7) O que aconteceria com as nações que se recusassem a se submeter ao governo da Babilônia, tal como Deus havia ordenado? (v. 8)

(8) O que aconteceria com aqueles que se submetessem à Babilônia? (v. 11)

(9) Por que seus adivinhos, etc. anunciariam um resultado diferente? (vv. 9-10)

(10) Reflita sobre suas respostas a cada uma das perguntas acima, e veja o que você aprendeu sobre
o seguinte:

a. Deus

b. Seu caminho

c. Sua soberania

d. Como você pode aplicar o que você aprendeu aos eventos atuais no mundo?

27:12-15—A mesma mensagem para o rei Zedequias

(11) Uma vez que as profecias anteriores dadas por meio de Jeremias já tinham sido cumpridas, como o rei deveria ter respondido a esta última mensagem?

(12) O que pode tê-lo impedido de se submeter à mensagem?

(13) Ele teria permitido a entrega da mensagem aos mensageiros? Por que ou por que não?

(14) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

“O contexto histórico dos anos 596/5-594/3 a.C. tem sido muito iluminado pelas Crônicas Babilônicas (achados arqueológicos). No ano 596/5 a.C., Nabucodonosor foi atacado por um inimigo cujo nome não é mencionado, possivelmente Elam. Em 595/4 ele teve que lidar com uma revolta dentro de suas próprias fronteiras. Em 594/3 liderou uma campanha militar na Síria. Foi uma época difícil para Nabucodonosor, na qual os pequenos estados no ocidente enxergavam uma oportunidade de se rebelar, livrando-se do jugo babilônico."
(NICOT, 532)

Reflexão meditativa
O Senhor de tudo

"Eu fiz a terra, os seres humanos e os animais que nela estão, com o meu grande poder e com meu braço estendido, e eu a dou a quem eu quiser." (NVI-PT) (Jeremias 27:5)

Acho muito surpreendente o Senhor ter decidido enviar uma mensagem de advertência às outras nações sobre a necessidade de elas se submeterem a Nabucodonosor. Por que Ele se importaria com isso? Nabucodonosor não foi Sua ferramenta para julgar somente Seu próprio povo, Israel? Aliás, por que essas outras nações prestariam mais atenção à advertência de Jeremias do que o conselho de seus próprios adivinhos e feiticeiros?

É irrelevante perguntar se havia alguma chance de esses mensageiros (que provavelmente tinham se reunido em Jerusalém para discutir a formação de uma aliança cujo objetivo era se rebelar contra Nabucodonosor) levarem a mensagem a seus respectivos reis. O que é mais importante é reconhecer que Deus queria que as nações soubessem o seguinte:

- Ele é o Criador da terra, incluindo todos os seus povos e animais (v. 5).

- Ele tem o controle total sobre a história humana, e isso incluía a ascensão e queda da Babilônia (27:7).

- Ele se preocupa com todos os povos que criou (não só Israel) e está sempre pensa no seu bem-estar (27:11).

Esta é a mesma mensagem que o mundo precisa ouvir hoje; Apesar de todos os ataques feitos pelos ateus contra o nosso Criador (e especialmente contra Seu Cristo), Ele continua sendo o Senhor de toda a criação e ainda tem o controle total sobre a história humana. Ele está conduzindo tudo, inclusive os eventos e as forças que buscam expulsá-Lo e Sua Lei das vidas humanas, para o cumprimento de Seu plano para o mundo. E embora o juízo seja o que espera este mundo iníquo, Ele se preocupa com o bem-estar de todos os povos que criou; por isso lhes proporcionou um escape no sacrifício expiatório de Seu Filho, Jesus Cristose tão somente o mundo se submetesse a Ele!

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Jeremias 27:16–22

Em seguida, a mesma mensagem foi entregue aos sacerdotes e ao povo:

(1) O que os sacerdotes, contemporâneos de Jeremias, pensavam sobre ele, e como o tinham tratado antes da queda de Jerusalém no ano 597 a.C.? (26:7-9)

(2) Eles deviam prestar atenção às suas palavras agora? Por que ou por que não?

(3) Uma vez que Jerusalém tinha caído, e os utensílios da casa do Senhor tinham sido levados para a Babilônia, (vide 2 Reis 24:13; Dan. 1:1-2), por que os falsos profetas mentiriam, dizendo que logo voltariam da Babilônia? (v. 16) Quais podem ter sido seus motivos?

(4) Que impacto essas mentiras teriam tido sobre o rei, os sacerdotes e o povo, e quais teriam sido suas consequências? (v. 17)

(5) Qual foi a exortação de Jeremias a esses profetas? (v. 18) Por quê?

(6) Que objetos o Rei Nabucodonosor tinha deixado no templo do Senhor, sem removê-los em seu cerco inicial? (v. 19) Por que ele não os tinha levado com os outros objetos?

(7) Eles ficariam no templo por muito tempo? Por que ou por que não? (vv. 21-22)

(8) O que acabaria acontecendo com eles? (v. 22)

(9) Qual é, então, a mensagem por trás de tudo isso?

(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
As mensagens da prosperidade da antiguidade

"Então eu disse aos sacerdotes e a todo este povo: Assim diz o Senhor: 'Não ouçam os seus profetas que dizem que em breve os utensílios do templo do Senhor serão trazidos de volta da Babilônia. Eles estão profetizando mentiras'." (NVI-PT) (Jer. 27:16)

Depois dos ataques iniciais de Nabucodonosor, apenas os utensílios e outros objetos de valor que eram pequenos e portáteis foram levados do templo, enquanto os objetos e móveis mais pesados (como as colunas e tanques) foram deixados para trás. Isso parece ter gerado um sentido de otimismo entre os que tinham ficado para trás em Jerusalém, e alguns profetas viram nisso uma oportunidade para refutar as muitas profecias que Jeremias tinha proclamado sobre a destruição total de Jerusalém e do templo. Esses profetas profetizaram que os utensílios que tinham sido levados por Nabucodonosor em breve seriam devolvidos ao templo.

Mesmo naquela etapa tardia, se os profetas e o povo tivessem reconhecido a mão de Deus por trás desse castigo de Nabucodonosor e tivessem se arrependido, ainda haveria esperança; por isso Jeremias disse o seguinte sobre os falsos profetas: “Se eles são profetas e têm a palavra do Senhor, que implorem ao Senhor dos Exércitos, pedindo que os utensílios que restam no templo do Senhor, no palácio do rei de Judá e em Jerusalém não sejam levados para a Babilônia” (27:18). Para os profetas poderem fazer esse tipo de pedido, era necessário eles confessarem seu pecado e expressarem seu arrependimento em vez de se sentirem otimistas.

Hoje, muitos pregadores da prosperidade estão seguindo os passos desses falsos profetas da antiguidade, ensinando aos seus ouvintes que eles só precisam reivindicar a promessa de Deus para obter tudo o que quiserem. Eles se esquecem de que o que eles precisam fazer não é “reivindicar”, mas “suplicar”, e isso implica forçosamente a confissão dos pecados e a expressão do arrependimento. Além disso, o resultado depende totalmente da misericórdia do Senhor!

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Jeremias 28:1–17

O texto diz que este relato do falso profeta Hananias foi dado no mesmo ano em que aconteceram os eventos do capítulo 27, embora especifique que ambas mensagens foram dadas no quarto ano (no "início") do reinado de Zedequias (vide a Nota abaixo). Não temos ideia de quem era esse Hananias, exceto que ele se chamava de profeta:

28:1-4—Sua profecia

(1) Em nome de quem ele profetizou? (v. 2)

(2) Sobre o que ele profetizou?

(3) Ele mencionou detalhes específicos em sua profecia?

(4) O que aconteceria se os eventos não ocorressem no final dos dois anos?

(5) As coisas aconteceram como ele tinha dito?

(6) O que teria levado este profeta a fazer previsões tão ousadas?

(7) O que teria levado o povo e os seus sacerdotes acreditaram em suas profecias?

28:5-9A resposta de Jeremias

(8) Por que Jeremias disse “amém” às suas profecias? (v. 6)

(9) Você consegue pensar em pelo menos um profeta que antes de Jeremias falou sobre desastres iminentes? (vide 26:18)

(10) Portanto, como uma pessoa pode saber se realmente foi enviado pelo Senhor? (v. 9)

(11) Qual foi, então, a essência da refutação de Jeremias a Hananias?

28:10-17—O triste fim do falso profeta

(12) É óbvio que o jugo que Jeremias ainda estava usando o mesmo jugo que tinha usado para profetizar aos mensageiros das nações vizinhas (vide o capítulo 27).

a. O que Hananias fez com o jugo que estava no pescoço de Jeremias?

b. Ele sabia o que estava fazendo?

(13) Por que Jeremias não deteve Hananias, nem reagiu imediatamente?

(14) Em seguida, que mensagem Deus deu a Hananias? (vv. 13-14)

(15) A mentira de Hananias teve algum impacto na nação? (v. 16; 2 Reis 25:1)

(16) Qual foi o castigo de Deus sobre este falso profeta? (vv. 16-17)

(17) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

K&D acreditam que o uso da expressão "princípio" ou "início" do reinado de Zedequias (que durou 11 anos) não está em desacordo com a afirmação de que esse relato ocorreu no quarto ano de seu reinado, uma vez que a palavra "início" é  um termo relativo (vide K&D, 246).

Reflexão meditativa
Preg
ar no nome do Senhor

Assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: ‘Quebrarei o jugo do rei da Babilônia. Em dois anos'...” (NVI-PT) (Jer. 28:2-3)

É impossível não se perguntar como Hananias se atreveu a se opor a Jeremias, profetizando em nome do Senhor e até mesmo mencionando um prazo específico de dois anos, após o qual tanto os utensílios quanto o rei Joaquim (que tinham sido levados por Nabucodonozor) retornariam a Jerusalém. A previsão precisa de dois anos foi especialmente ousada, uma vez a verdade ou falsidade de qualquer elemento de sua profecia seria posta à prova em muito pouco tempo.

Consegui pensar em duas possíveis razões para suas previsões ousadas:

- Primeiro, é óbvio que nada do que ele disse realmente provinha de Deus, mas talvez de um espírito mentiroso (1 Reis 22:23). No entanto, se esse tivesse sido o caso, a Bíblia o teria mencionado.

- A outra possibilidade (a mais provável) é que Hananias não levava a sério o fato de os oráculos de Jeremias realmente provirem do Senhor. Ele provavelmente pensava que Jeremias era outro profeta como ele, que estudava a palavra do Senhor, que normalmente tinha certa noção de Seus caminhos, e que suas predições realmente não provinham de uma visão revelada diretamente pelo Senhor, mas de uma opinião abalizada. Assim, alguns podiam se tornar realidade e outros não!

Pode-se presumir que Hananias ficou farto do espetáculo dramático de Jeremias de usar um jugo em seu próprio pescoço, e se sentiu compelido a expor o que ele considerava ser a falsidade de Jeremias, quebrando o jugo com as próprias mãos. Mas nem isso foi suficiente; ele confirmou seu suposto oráculo do Senhor com a ousada proclamação de que o rei exilado e os artigos do templo retornariam depois de dois anos.

Percebo o mesmo tipo de ceticismo com relação às alegações feitas por muitos cristãos de terem recebido visões especiais ou tido encontros espirituais. Com certeza há muitos que, devido ao engano ou à ignorância, afirmam ter ouvido algo diretamente de Deus ou visto algum tipo de visão de Deus. No entanto, isso não quer dizer necessariamente que todas essas afirmações sejam falsas. Embora hoje Deus fale principalmente por meio de Suas palavras na Bíblia, ainda há casos raros em que Ele nos fala diretamente por meio de visões, sonhos ou outras formas de epifania. Claro, qualquer experiência desse tipo deve ser consistente com os ensinamentos e princípios da Bíblia; caso contrário, é falso. Mas nos outros casos, são necessários um ensino sólido e uma vida pura para autenticar a verdade da afirmação.

Fazer afirmações falsas como Hananias traz consequências importantes, uma vez que isso pode induzir os outros ao erro (28:15) e resultar no castigo de Deus (28:17); por outro lado, aqueles que, como Jeremias, pregam honestamente e vivem fielmente merecem a nossa atenção e respeito.

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Jeremias 29:1–14

Esta mensagem foi entregue aos exilados, também durante o reinado de Zedequias (leia novamente o contexto dessa época em 2 Reis 24:10-16):

(1) Nesta carta, Jeremias usa o título “o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israelpara se referir ao Senhor. Qual pode ter sido a importância de usar esse título naquele momento específico?

(2) Quem realmente tinha sido responsável pelo exílio do povo? (v. 4)

(3) Reflita sobre as seguintes perguntas à luz do fato de eles serem exilados e cativos numa terra estrangeira:

a. Como eles teriam se sentido? Não deveriam ter sentido amargura contra seus vencedores?

b. Quais podem ter sido seus desejos? Não teria sido correto eles quererem voltar para sua terra natal?

(4) O que o Senhor pediu que fizessem em vez disso? (vv. 5-6) Por que deveriam fazer isso?

(5) Em vez de desejar o mal de seus inimigos, eles deviam buscar a paz da cidade:

a. De que maneiras concretas eles deviam buscar a paz da cidade?

b. Enquanto faziam isso, eles também foram convidados a orar pela cidade. Por quê?

c. Qual poderia ser a aplicação para nós hoje?

(6) Ao dar instruções ao povo para não dar atenção aos adivinhos que havia no meio deles, o que o Senhor quis dizer quando mencionou “os sonhos que vocês os encorajam a terem”. (NVI-PT) (v. 8)

(7) Uma vez que Deus já tinha prometido ao povo que retornaria depois de setenta anos (vide também 25:11-12), por que eles deveriam buscar a paz da cidade de Babilônia? (v. 10)

(8) O Senhor enfatiza que tudo o que acontecer seria parte dos “planos que tenho para vocês” (v. 11). O que significa isso?

(9) Qual era o plano de Deus para o povo, mesmo no exílio? (v. 11)

a. Esta promessa tem alguma aplicação para nós hoje como filhos de Deus?

b. Por que ou por que não?

(10) Qual é o desejo supremo de Deus para o Seu plano? (vv. 12-13)

(11) A promessa do versículo 14 já foi cumprida plenamente? Por que ou por que não?

(12) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Bus
car a paz e a prosperidade da cidade

"Busquem a prosperidade da cidade para a qual eu os deportei e orem ao Senhor em favor dela, porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela." (NVI-PT) (Jeremias 29:7)

Esta carta, enviada por Jeremias aos anciãos dos exilados, é muito atípica. Os destinatários eram cativos que moravam no exílio. Sua pátria tinha sido saqueada e completamente destruída. A reação mais natural teria sido nutrir amargura e ódio contra seus conquistadores, e se alguma vez orassem pelos babilônios, com certeza teriam orado para que algum mal lhes acontecesse e não o bem. Teria sido impossível para eles não querer derrubar os conquistadores e retornar à sua pátria. No entanto, o Senhor (através de Jeremias) basicamente os exortou a aceitar seu destino, não com uma aceitação passiva, mas de maneira ativa! Pode-se perguntar por que e como essas pessoas cogitariam a possibilidade de fazer o que alguns teriam considerado traição!

Mas apesar disso, o conteúdo das cartas é muito poderoso e convincente:

- Elas mostram claramente que o Deus de Israel não é outro senão o “Senhor dos Exércitos”—isto é, o que tinha levado o povo ao exilio não foi um acidente, nem o poder de Babilônia. Nas palavras do Senhor: "[Os] deportei de Jerusalém para a Babilônia" (29:4).

- Embora Deus tivesse prometido levá-los de volta para Jerusalém, para isso acontecer ainda faltavam mais 70 anos (29:10), ou seja, duas gerações; além disso, não aconteceria devido à sua rebelião, mas porque, nas palavras de Deus, “eu cumprirei a minha promessa em favor de vocês” (29:10). Isso significava que o povo não podia nem devia fazer nada.

- Em vez de tentar fazer alguma coisa, e para o seu próprio bem, eles deviam buscar a paz e a prosperidade da cidade, "porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela" (29:7).

Acredito que há também uma mensagem importante para nós nós hoje, já que muitos de nós somos imigrantes num país ou numa cidade que está longe da nossa pátria ou cidade natal. Embora na superfície possa parecer que o que nos levou a esse novo lugar foi a nossa própria decisão ou circunstâncias além do nosso controle, a verdade é que não foi um acidente. É parte do plano de Deus para nós. E mesmo que desejemos retornar aos campos do interior do nosso país, o desejo que Deus tem para nós enquanto estivermos morando na nossa cidade atual é que busquemos sua paz e a prosperidade. E não só isso: também devemos “orar” pela cidade e seus habitantes, e sabemos que isso significa orar não só pela sua prosperidade material, mas também pelo seu bem-estar espiritual!

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Jeremias 29:15–32

A carta aos exilados continua:

29:15-19—A falsa esperança alimentada pelos profetas

(1) O que esta carta sugere sobre o que os exilados pensavam sobre o fato de que ainda havia um rei (Zedequias) em Judá, e que o povo inteiro não tinha sido levado cativo? (v. 15)

(2) À luz disso, como eles teriam recebido a mensagem positiva dos profetas que havia no meio deles? (v. 16)

(3) A palavra de Deus destruiu sua falsa esperança (vv. 17-19).

a. Deus os perseguiria com a fome e com a peste, não só com a espada (v. 17): Que diferença há entre este e aqueles?

b. Ele os compara com figos ruins (você já manuseou um figo ruim?)

  1. O que o Senhor usou no v. 18 para descrever sua rejeição total por todas as nações da terra?
  2. Quão apropriada tem sido esta descrição da nação ao longo da história?

(4) Que razão foi dada para sua difícil situação? (v. 19)

29:20-23A repreensão dos falsos profetas

(5) Embora não saibamos mais nada sobre esses dois profetas, onde eles estavam na época?

(6) Além de terem profetizado falsamente em nome de Deus, que outras coisas hediondas eles tinham feito? (v. 23)

(7) Qual seria o seu destino? (v. 22)

29:24-32A repreensão de Semaías, outro falso profeta

(8) Embora não saibamos mais nada sobre Semaías, é óbvio que ele era um profeta influente cujas palavras tinham persuadido o povo a confiar em suas mentiras (v. 31).

a. Para quem ele havia tinha enviado sua mensagem? (v. 25)

b. Que desafio ele tinha feito a Sofonias? (Sofonias provavelmente era o oficial encarregado da administração do templo)

c. Por que ele tinha ficado especialmente irritado com Jeremias? (v. 28)

(9) Qual seria o destino de Semaías? (v. 32)

(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O anti-semitismo

"Eu os perseguirei com a guerra, a fome e a peste; farei deles objeto de terror para todos os reinos da terra, maldição e exemplo, zombaria e afronta entre todas as nações para onde eu os dispersei.” (NVI-PT) (Jeremias 29:18)

Não há dúvida de que a descrição gráfica dada neste versículo do destino de Israel, o povo de Deus, se foi demonstrando ao longo da história e continua até hoje; também é verdade que isso não é por acaso; Deus predisse repetidamente que isso seria o resultado de seus pecados contra Ele (29:19). No entanto, não deve servir de base para sentimento ou atitude antissemita alguma.

- Por um lado, esse juízo é de Deus, e não cabe a nós exercer o que pertence somente a Ele.

- Nós não somos melhores que Israel; é somente pela graça de Deus que nos foi concedida a salvação.

- O apóstolo Paulo deixa claro que Deus não rejeitou totalmente o Seu povo, Israel, ao qual ele também pertencia (Romanos 11:1); além disso, ele disse que um dia chegará “a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo...” (Rm 11:25-26).

É verdade que a esmagadora maioria dos judeus ainda rejeita Jesus Cristo como seu Messias, e que (se minha compreensão das palavras de nosso Senhor é correta) a severa tribulação predita em Mateus 24:15 e ss. ainda aguarda os judeus, pouco antes da segunda vinda do nosso Senhor; no entanto, isso significa que é ainda mais essencial orar pela pronta conversão de tantos quanto possível, a fim de que sejam salvos dessa tribulação "como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá" (NVI-PT) (Mateus 24:21).

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Jeremias 30:1–22

Os capítulos 30-33 são uma coletânea de mensagens que tem sido chamada "O Livro da Consolação". Embora Jeremias já tivesse falado sobre a esperança futura, este é o trecho que fornece os detalhes sobre essa esperança de restauração futura. Tem havido muito debate sobre o momento e contexto exatos em que esta mensagem de esperança foi entregue (os capítulos 30 e 31 aparecem na forma de um poema, e os capítulos 32-33 em prosa):

30:1-3Cabeçalho

(1) Quão importante era para Jeremias colocar por escrito essas mensagens verbais inspiradas pelo Senhor? Pense especialmente no seguinte:

a. A maioria das pessoas estava rejeitando as palavras de Deus.

b. O povo eventualmente retornaria à Terra Prometida de Deus.

(2) A julgar pelo proclamação feita neste trecho introdutório ou prólogo, o que você espera ler no poema e na prosa que se segue?

30:4-11—Não se desespere

(3) Gritos de medo e terror (vv. 4-7)—O que cairia sobre o povo?

a. O que é usado para representar horror, o medo e o terror? (v. 6)

b. O que isso aponta?

c. Haverá algum escape? (v. 7)

(4) Davi, seu rei (vv. 8-9)—De onde virá a salvação?

a. Que evento futuro quebrará o seu jugo e correntes? (v. 9)

b. Quem é esse rei? (vide Oséias 3:5; Ezequiel 34:23-24; 37:24-25; Isaías 9:6-7)

(5) Uma disciplina apropriada (vv. 10-11)—No entanto, algo precisava acontecer primeiro:

a. Que palavra o Senhor usou para se dirigir a Jacó?

b. O que aconteceria com as nações entre as quais eles seriam espalhados? (v. 11)

c. Por mais horrível que fosse a sua situação, o que eles deviam pensar sobre ela? (v. 11)

30:12-17—A cura de uma ferida incurável

A dura realidade é representada de maneira grafica:

(6) Quão profunda era a ferida do povo infligida pelo Senhor? (v. 12)

(7) Por que não havia remédio? (vv. 13-14)

(8) Quem a tinha infligido? Por quê? (vv. 14-15)

Mas não era a última palavra:

(9) Como sua sorte seria invertida, tanto a do povo quanto a de seus inimigos? (v. 16)

(10) Uma vez que sua ferimento era grave, e sua ferida incurável (v. 12) como sua saúde podia ser restaurada e suas feridas curadas? (v. 17)

30:18-22—A restauração de Jacó (vide a Nota abaixo)

(11) O que aconteceria com os seus lugares, isto é, suas tendas e residências, sua cidade e seu palácio? (v. 18)

(12) O que marcaria suas vidas? (v. 19)

(13) O que aconteceria com o seu tamanho populacional? (v. 19)

(14) O que aconteceria com a sua vergonha? (v. 19)

(15) O que aconteceria com a sua família e comunidade? (v. 20)

(16) O que aconteceria com os seus opressores? (v. 20)

(17) O que significaria para o povo ter um líder que era um deles? (v. 21)

(18) O que o líder teria em comum com o povo? (vv. 21-22)

(19) Esta mensagem teria dado esperança aos ouvintes de Jeremias? Por que ou por que não?

(20) Você foi encorajado ao ler sobre esta esperança messiânica? (NICOT, 562)

(21) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

Embora os v. 30:23-24 evoquem os vv. 23:19-20, aqui eles incorporados como introdução ao próximo capítulo.

Reflexão meditativa
A esperança messiânica

" 'Escreva num livro todas as palavras que eu lhe falei. Certamente vêm os dias', diz o Senhor, 'em que mudarei a sorte do meu povo, Israel e Judá, e os farei retornar à terra que dei aos seus antepassados, e eles a possuirão', declara o Senhor." (NVI-PT) (Jeremias 30:2b-3)

Embora não saibamos exatamente quando Jeová declarou estas palavras por meio de Jeremias sobre a futura restauração de Jacó, elas formam um trecho (capítulos 30-33) que contém muitos detalhes sobre a gloriosa esperança de Israel. É lógico supor que esta mensagem foi anunciada quando pelo menos alguns do povo já tinham sido levados para o exílio; isso quer dizer que foi dada durante o reinado de Zedequias. No entanto, é óbvio que essa gloriosa esperança abrange um período que vai além de seu retorno da Babilônia após os setenta anos profetizados, os quais foram cumpridos no tempo de Ciro (vide Esdras 1), uma vez que apenas pouco mais de 40.000 pessoas voltaram do exílio naquele tempo. Além disso, de acordo com os relatos posteriores, tanto os de Esdras quanto os de Neemias, o povo não se voltou ao Senhor de todo o coração, e muitas das promessas desses quatro capítulos de esperança ainda não foram cumpridas. Eruditos como J.A. Thompson comentam com razão que estes capítulos apontam para uma esperança messiânica que só será cumprida quando Israel for governado por “Davi, seu rei” (30:9)o Messias/Salvador, o Senhor Jesus Cristo.

Embora seja verdade que em nossa era já foram cumpridas muitas das esperanças messiânicas, uma vez que nós, como crentes gentios, assumimos o papel de “Israel espiritual”, tendo a concordar com aqueles comentaristas que enxergam um duplo cumprimento nestas profecias. Eles se tornarão realidade de maneira literal  na volta de Cristo. Naquele tempo, Deus lhe dará as nações como herança (vide, por exemplo, Salmo 2:8), e Ele reinará sobre Israel de modo que sejam o povo de Deus; Ele será o seu Deus (30:22), exatamente como Deus desejou e prometeu desde o princípio (Levítico 26:12).

Portanto, seria muito significativo se você puder ler a mensagem de hoje novamente, colocando-se no lugar do povo de Israel e lendo-a como se você estivesse vivendo no período de tribulação que acontecerá antes da volta de Cristo, o Messias (Mateus 24:15-31).