Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Jeremias no Velho Testamento.
É evidente que Deus, como parte de Seu esforço para persuadir Seu povo a se arrepender de seus pecados, estava disposto a usar todos os meios possíveis para convencê-los ou compungi-los. Nesse contexto, esta passagem é um relato de Seu uso do exemplo dos recabitas (que moravam entre o povo) para envergonhá-los e levá-los ao arrependimento. (Vide a Nota abaixo sobre os recabites.)
(1) Você acha que o Senhor já tinha certeza de que os recabitas não violariam o mandamento de seu antepassado quando pediu a Jeremias que convidasse toda a família para beber vinho? Por que ou por que não? (v. 2)
(2) Houve uma razão específica para que Jeremias incluísse tantos detalhes na sua descrição de onde estava localizada a câmara onde os recebeu? (v. 4)
(3) A resposta dos recabitas (vv. 5-11)
a. Deus lhes deu a ordem de não beber vinho? (v. 6)
b. Que outra proibição (além da proibição de beber vinho) Jonadabe lhes deu? (v. 7)
c. Qual pode ter sido a razão desses mandamentos que os obrigavam a viver como nômades?
d. Há quanto tempo eles tinham guardado esses mandamentos (Jonadabe viveu na época de Jeú, ou seja, por volta do ano 886 a.C.)? (vide 2 Reis 10:23)
e. Que eventos os tinham obrigado a se mudar para dentro dos muros de Jerusalém? (v. 11)
f. Você acha que o convite de Jeremias em nome do Senhor para beber vinho foi uma forte tentação ou razão para eles violarem o mandamento de seu antepassado? Por que ou por que não?
g. Por que eles eram tão apegados ao mandamento de seus antepassados?
(4) A comparação feita entre os recabitas e o povo de Deus (vv. 12-16)
a. Em cada caso, quem tinha dado o mandamento?
b. Quão diferentes eram os mandamentos? Qual era o mais fácil de obedecer? Por quê?
c. Em cada caso, que promessa foi dada? (vv. 7 e 15)
d. Que diferença havia entre a atitude com a qual cada grupo aceitou os mandamentos?
e. Como esse contraste revela a forma específica da maldade do povo de Deus?
(5) Que castigo o Senhor afirmou novamente que cairia sobre Judá? Eles mereciam isso? (v. 17)
(6) Que bênção o Senhor concedeu aos recabitas? Eles mereciam isso? (vv. 18-19)
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
“De acordo com esta passagem, os recabitas eram um ramo da família dos queneus, isto é, descendentes do sogro de Moisés, um queneu (Juízes 1:16) que tinha ido a Canaã com os israelitas e morado entre eles. Alguns de seus descendentes moravam no deserto na fronteira sul da tribo de Judá (1 Sam. 15:6; 27:10; 30:29), enquanto outros moravam em Cades, na tribo de Naftali (Juízes 4:11, 17; 5:24). Seu antepassado, o progenitor da tribo, foi Recaba, pai de Jonadabe, com quem Jeú fez uma aliança de amizade (2 Reis 10:15, 23)."
(K&D, 313)
“Mas eles disseram: 'Não beberemos vinho, porque Jonadabe, filho de Recabe, nosso pai, nos mandou, dizendo: 'Nunca bebereis vinho, nem vós nem vossos filhos'”. (ARC) (Jer. 35:6)
Sabemos que Deus foi extremamente paciente, tanto com Israel quanto com Judá, e apesar da desobediência de Seu povo, Ele enviou profetas “repetidas vezes” (35:14) para estimulá-los a se arrependerem, e é óbvio que ele continuou a adiar o castigo que deveria ter caído sobre eles. Aqui (no capítulo 35), o Senhor até usa os recabitas que moravam entre eles como um exemplo de obediência com o qual deveriam aprender:
- Enquanto os recabitas estavam dispostos a obedecer ao mandamento de seu antepassado, Jonadabe, um simples homem, o povo de Deus se recusava a obedecer ao mandamento do próprio Deus;
- Os recabitas tinham permanecido fiéis à ordem que Jonadabe, um contemporâneo de Jeú (ou seja, uma pessoa que tinha vivido por volta de 886 a.C.), lhes dera. Isso significa que na época de Jeoiaquim eles tinham permanecido fiéis a esse mandamento por cerca de 300 anos.
- Os mandamentos que os recabitas tinham recebido, além de a proibição de beber vinho, também incluíam a proibição de construir casas e de praticar a agricultura — embora a primeira proibição talvez tivesse implicações espirituais, a segunda era simplesmente uma questão cultural. Isso quer dizer que os recabitas continuavam a obedecer a esses mandamentos embora não houvesse uma razão forte o suficiente para fazê-lo. Em contrapartida, todos os mandamentos de Deus eram essenciais para conservar a pureza de Seu povo, para que eles continuassem a ser Seu povo. Sua obediência a esses mandamentos era uma questão de vida ou morte; mas apesar disso, na época de Jeremias eles já tinham rejeitado Seus mandamentos de forma consistente por quase mil anos.
Portanto, enquanto a maldição que Deus confirmou mais uma vez para o Seu povo era plenamente justificada, a bênção que Ele concedeu aos recabitas também era algo que eles mereciam plenamente. Da mesma forma, enquanto os pecados de Israel e de Judá nos servem de advertência, também devemos aprender com a obediência dos recabitas; além disso, devemos lembrar que Aquele que requer a nossa obediência é o próprio Deus, e que nossa obediência sempre traz Suas grandiosas bênçãos.
Este capítulo ajuda a esclarecer como começou o processo usado para compilar os ditos de Jeremias, dando-lhes uma forma literária fixa (vide o artigo meditativo de hoje). No quarto ano de Jeoiaquim, Nabucodonosor derrotou o exército egípcio no rio Eufrates e marchou contra Jerusalém. Daniel 1:1 menciona que a cidade de Jerusalém foi tomada pela primeira vez, e um dia de jejum provavelmente foi instituído para comemorar aquele dia e “evocar no povo um fervor religioso a favor da resistência” (K&D, 317).
36:1-7— A instrução para fazer um registro escrito de todos os oráculos
(1) Em que momento Jeremias foi solicitado a escrever "todas as palavras” que Deus lhe tinha falado? Quantos anos de profecias esse período abrangeu? (vide Jeremias 25:1-3)
(2) Qual foi o propósito de escrever todas as palavras inspiradas? (v. 3)
(3) Não temos idéia de por que Jeremias estava "preso"; talvez tenha sido devido à sua "proibição" de entrar no recinto do templo após os eventos de 19:1–20:6, ou após o sermão do templo (7:1-15) ...” (NICOT, 623). Ele pediu para Baruch ler todas as palavras no seu lugar:
a. Onde ele devia ler as palavras? (v. 5)
b. Quando? (v. 6)
c. Para quem? (v. 7)
d. Por quê? (v. 7)
36:8-19—A leitura pública do rolo
(4) Quando o rolo foi terminado e lido? (v. 9)
(5) Por que o dia de jejum foi escolhido para sua leitura? (v. 9)
(6) É claro que o dia de jejum se tratava de um dia de luto, provavelmente devido à primeira derrota de Jerusalém nas mãos dos babilônios.
a. Que impacto essas mensagens tiveram sobre aqueles que tinham ido ao templo para o dia de jejum?
b. Por que os funcionários do templo que ouviram as mensagens mais tarde se entreolharam com medo? (v. 16)
c. Por que eles pensaram que o rei também precisava ouvir as mensagens? (v. 16)
d. Por que pediram a Baruque e Jeremias que se escondessem primeiro? (v. 19)
36:20-26—A leitura do rolo diante do rei
(7) O rei sequer dedicou o tempo necessário para ouvir toda a mensagem do rolo? Por quê? (v. 23)
(8) O que ele fez com o rolo? O que sua ação representou? (v. 23)
(9) Quão diferente foi a reação do rei (e seus acompanhantes) daquela dos oficiais? (v. 24) Por quê?
(10) Você ficou surpreso ao ler que o rei queria prender Baruque e Jeremias? Por quê?
36:27-32—O rolo é reescrito
(11) Embora o rolo original tivesse sido queimado, o que o fato de ele ter sido escrito novamente com muitas palavras adicionais (v. 32) nos ensina sobre a indestrutibilidade das palavras de Deus?
(12) Que sentença específica foi proferida contra o rei? (vv. 30-31)
(13) Qual a mensagem deste relato para àqueles que estão empenhados em destruir a Bíblia?
(14) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Então Jeremias pegou outro rolo e o deu a Baruque, filho de Nerias, o escriba, e escreveu nele, por ordem de Jeremias, todas as palavras do livro que Jeoaquim, rei de Judá, queimara no fogo, e eles acrescentaram a ele. palavras." (NVI-PT) (Jeremias 36:32)
Muitos estudiosos questionam a credibilidade do Livro de Jeremias, principalmente devido à falta de clareza e consistência cronológica na edição definitiva do livro que aparece em nosso cânon. Alguns duvidam que muitos dos oráculos registrados realmente sejam de Jeremias. Muitos até dizem que o livro adquiriu sua forma final muito mais tarde. No entanto, o capítulo 36 nos dá uma noção de como foi parte do processo pelo qual este livro chegou até nós em sua forma atual. A este respeito, Scofield dá a seguinte resposta aos céticos:
“Este versículo (36:32) explica a organização das seções da profecia de Jeremias. À medida que o exílio se aproximava, Deus mandou que Jeremias escrevesse as mensagens que Ele já tinha dado oralmente (30:2) e acrescentasse novas promessas divinas sobre o retorno do exílio e outras bênçãos num futuro mais distante (30:3, 10-11). Jeoiaquim destruiu o rolo de Jeremias (36:23). Deus mandou que Jeremias ditasse um novo rolo. Jeremias fez isso, reproduzindo o conteúdo do rolo anterior, que ele provavelmente teria organizado de acordo com a sequência cronológica na qual Deus o tinha dado originalmente. Mas nos trechos apropriadas ele teria incluído outras discussões inspiradas sobre os mesmos tópicos (36:32). Mais tarde, Jeremias teria incluído mensagens recebidas mais tarde, mas que tinham alguma ligação lógica com aquelas que tinham sido dadas anteriormente, inserindo-as nas partes apropriadas do rolo já escrito (por exemplo, caps. 21; 24; 27-29; 32-34). Outras mensagens dadas após a redação do novo rolo teriam sido adicionadas na mesma seqüência em que foram recebidas e seguidas por certas seções especiais (cap. 45-52). Portanto, o livro foi organizado, em parte, com base no momento em que suas mensagens foram transmitidas, e em parte de maneira temática."
É interessante notar que este capítulo contém o primeiro relato de uma queima das Sagradas Escrituras na história, a qual foi seguida por muitas outras queimas da Bíblia ao longo dos séculos, que continuam até hoje. A ordem do Senhor de escrever novamente “todas as palavras” é um símbolo poderoso da indestrutibilidade da Palavra de Deus. No entanto, enquanto os antigos inimigos de Deus procuravam exterminar Sua Palavra queimando-a, os inimigos modernos de Deus procuram aniquilá-la por meios intelectuais.
37:1-10—A falsa esperança gerada pela retirada dos babilônios
(1) Leia rapidamente 2 Reis 24 para ter uma compreensão básica dos eventos que finalmente levaram à instalação de Zedequias por Nabucodonosor como rei de Judá:
a. Por que Zedequias e seus assistentes continuaram a ignorar as palavras de Deus, apesar do cumprimento inegável das profecias anteriors de Jeremias?
b. Quais podem ter sido suas razões?
(2) Com base na informação contida nos vv. 5-9, qual você acha que foi a razão pela qual Zedequias pediu a Jeremias: “Ore ao Senhor, ao nosso Deus, em nosso favor”? (v. 3)
(3) Qual foi a resposta de Deus ao rei? (vv. 8-10)
(4) Como o rei deveria ter reagido?
37:11-21—A prisão de Jeremias—não temos idéia do que significa a frase "tomar posse da propriedade", nem está ligada à compra posterior de Jeremias da terra de seu tio após sua prisão (relatado no cap. 32):
(5) Qual foi o motivo da sua prisão? (v. 13)
(6) Você acha que o capitão simplesmente usou isso como pretexto para prendê-lo? (v. 15)
(7) Como eram as condições naquela prisão? (vide o v. 20)
(8) Por que o rei mandou chamá-lo novamente? (v. 17) O rei sabia que Jeremias tinha sido preso injustamente?
(9) Qual foi a resposta do Senhor? (v. 17)
(10) Como Jeremias o lembrou da certeza da palavra de Deus? (v. 19)
(11) De acordo com Jeremias, quem foi que o tinha colocado na prisão? (v. 18)
(12) Por que Zedequias concordou em transferi-lo para a prisão do palácio? (v. 21)
(13) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Então o rei mandou buscá-lo, e Jeremias foi trazido ao palácio. E, secretamente, o rei lhe perguntou: 'Há alguma palavra da parte do Senhor?'." (NVI-PT) (Jeremias 37:17)
Apesar de Zedequias ter sido um rei que fez o mal aos olhos do Senhor (2 Reis 24:19), ele se mostrou disposto a se arrepender.
Já lemos no capítulo 34 que ele tomou a iniciativa de propor uma aliança que o povo deveria fazer para proclamar a liberdade para todos os seus escravos hebreus de acordo com as provisões da Lei de Moisés (Dt. 15:12), quando parecia que seus antepassados não tinham feito isso (34:14). Embora mais tarde o povo tenha voltado atrás, provocando a ira do Senhor, a decisão inicial do rei foi um indício de sua disposição genuína de se arrepender; ele simplesmente não teve suficiente firmeza para cumprir sua promessa.
Mesmo neste capítulo, lemos que ele se aproximou de Jeremias duas vezes, também por iniciativa própria. A primeira foi quando os babilônios se retiraram temporariamente de Jerusalém para enfrentar o exército egípcio que estava se aproximando. Essa consulta foi, sem dúvida, motivada pela falsa esperança gerada pelos falsos profetas que havia entre o povo. No entanto, o fato de ele ter consultado o Senhor mostra que ele realmente não confiava nos falsos profetas.
Mais tarde (depois de Jeremias ter ficado no calabouço "por muito tempo" (v. 16), e, portanto, provavelmente depois da retomada do cerco de Jerusalém por Nabucodonosor), Zedequias lhe pediu mais uma vez que lhe compartilhase a palavra do Senhor, embora tenha feito isso “secretamente” (v. 17). No entanto, a reafirmação do castigo de Deus não levou Zedequias ao arrependimento, um fato que fica evidente em sua decisão de não libertar Jeremias, mas transferi-lo para o seu palácio para preservar sua vida.
A razão para suas ações, seja a quebra de seu pacto com o Senhor quanto à libertação dos escravos hebreus ou a decisão de deixar Jeremias na prisão, é bastante óbvia. O rei não queria irritar os nobres e líderes dos quais ele achava que a estabilidade de seu reinado ainda dependia. Em outras palavras, ele não estava disposto a confiar totalmente em Deus, mesmo que de alguma forma ele entendesse muito bem que seu destino estava nas mãos de Deus. Que rei deplorável!
Mas a realidade é esta: ainda existem muitos "Zedequias" em nossos dias, até mesmo na igreja de Jesus Cristo.
O medo que o rei Zedequias tinha dos da nobreza quase custou a vida de Jeremias:
38:1-6—A tentativa dos oficiais de matar Jeremias
(1) Se Jeremias não tivesse sido um profeta verdadeiro e suas profecias não tivessem vindo de Deus, o que sua mensagem poderia ter sido considerado naquele contexto? (vv. 2-3)
(2) À luz diso, a opinião desses oficiais ou nobres era necessariamente incorreta? (v. 4) Por que ou por que não?
(3) Em essência, qual foi a resposta do rei? (v. 5) Ele poderia tê-lo salvado?
38:7-13—A intervenção de oficiais piedosos para salvar Jeremias
(4) Quem era Ebede-Meleque? (Nota: a palavra original "cuxita" significa "etíope".)
(5) Por que ele foi o único que se atreveu a se arriscar para salvar Jeremias?
(6) O que isso nos diz sobre o rei Zedequias, que embora tenha mudado de ideia, ainda decidiu colocar Jeremias de volta na prisão no pátio da guarda?
38:14-28—A consulta que Zedequias fez ao Senhor
(7) Por que Jeremias enfatizou que era inútil o rei consultá-lo? (v. 15)
(8) Que promessa o rei lhe fez? Por que ele fez um juramento "em segredo"? (v. 16)
(9) A resposta de Jeremias foi basicamente a mesma que tinha dado antes, com algumas exceções (vv. 17-23)
a. Que detalhes ele deu sobre o destino do rei e sua família?
b. Quais seriam as implicações mais amplas (que afetariam outros além de si mesmo) de suas ações?
(10) Por que o rei o advertiu para não mencionar essa conversa aos oficiais?
(11) Jeremias teve razão em obedecê-lo? Por que ou por que não?
(12) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Mas se você não quiser render-se, foi isto que o Senhor me revelou:...Todas as suas mulheres e os seus filhos serão levados aos babilônios. Você mesmo não escapará das mãos deles, mas será capturado pelo rei da Babilônia; e esta cidade será incendiada.” (NVI-PT) (Jer. 38:21, 23)
Tanto Jeremias quanto o rei Zedequias estavam numa situação difícil.
Não foi fácil para Jeremias pregar uma mensagem na qual ele aconselhava a rendição, uma vez que naturalmente ela seria considerada antipatriótica. Todas as culturas ao longo da história têm valorizado muito mais a liberdade do que a vida. Sua mensagem, além de ter sido vista como covarde, também teria desmoralizado o povo, especialmente os soldados encarregados de proteger a cidade. Mas apesar disso, Jeremias não teve escolha, uma vez que a mensagem vinah do “Senhor dos Exércitos, Deus de Israel” (38:17).
A luta interna do Rei Zedequias fica evidente nas repetidas consultas que ele fez ao Senhor por meio de Jeremias. Embora cada vez a resposta que recebia era essencialmente a mesma, ele não parou de procurar o conselho do profeta; neste capítulo, lemos que muitas vezes ele o consultava em segredo por medo dos oficiais ou nobres da cidade. Embora de certa forma suas ações fossem uma evidência de seu desejo genuíno de cumprir as palavras de Deus, no final ele não as cumpriu, provavelmente devido à pressão de seus oficiais e (em parte) porque ele tinha sido enganado pelos falsos profetas (38:22). No entanto, o Senhor lhe deixou claro que as consequências de sua decisão afetariam não só ele e sua família, mas toda a cidade e o povo (38:23).
Isso geralmente acontece com a nossa decisão de obedecer à vontade de Deus. Embora gostemos de pensar que se trata de uma questão puramente pessoal, a realidade é que, muitas vezes, nossas decisões como filhos de Deus têm consequências que vão além de nós mesmos, afetando a nossa família, a família da igreja e o reino de Deus.
39:1-10—A queda de Jerusalém
(1) Com base nas informações contidas nos vv. 1-2, quanto tempo foi necessário para Nabucodonosor finalmente derrotar a oposição em Jerusalém?
(2) À luz do que consideramos no capítulo anterior, o que teria passado pela cabeça do rei e de seus oficiais durante esse prolongado período de sítio?
(3) Qual foi o destino do rei Zedequias e seus filhos? (vv. 5-7)
(4) Você acha que o rei Zedequias se arrependeu depois de seus olhos serem arrancados? Por que ou por que não? (v. 7)
(5) O destino de Jerusalém e seu povo é descrito nos vv. 8-10. Por favor, leia-o com atenção e reflita sobre o seguinte:
a. O que a cidade de Jerusalém já tinha sido em tempos passados, especialmente na época de Davi?
b. Quão satisfeito o Senhor tinha ficado com a cidade, especialmente na época da dedicação do templo? (2 Crônicas 7:1-3)
c. Como o remanescente se sentiu quando foi informado sobre a queda de Jerusalém? (vide Ezequiel 33:21 e ss.)
d. O que Senhor sentiu diante da destruição de Sua Cidade Santa?
39:11-18—O destino de Jeremias
(6) Como Jeremias foi tratado por Nabucodonosor? (vv. 11-14)
(7) Por quê? (vide 40:2-4) Você acha que teve alguma coisa a ver com o seguinte?
a. O fato de Jeremias ser um profeta do Senhor e de Nabucodonosor estar ciente das profecias que ele tinha anunciado.
b. A influência de Daniel, cuja influência na Babilônia já tinha crescido? (vide Daniel 2:1 e ss.)
(8) Como Ebede-Meleque foi recompensado por suas ações em salvar a vida de Jeremias? (vv. 15-18)
(9) Que razão Deus deu para sua ação? (v. 18)
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“ 'Mas eu o resgatarei naquele dia', declara o Senhor; 'você não será entregue nas mãos daqueles a quem teme. Eu certamente o resgatarei; você não morrerá à espada, mas escapará com vida, porque você confia em mim', declara o Senhor.” (NVI-PT) (Jeremias 39:17-18)
Já refletimos sobre o deplorável rei Zedequias, que embora entendesse claramente não só que Jeremias era o profeta do Senhor, mas também que seus oráculos do Senhor sobre o desastre vindouro certamente seriam cumpridos, decidiu não prestar atenção, em parte devido ao seu temor dos nobres da cidade, que ficaram tão enfurecidos com a mensagem de rendição anunciada por Jeremias que tentaram matá-lo.
É óbvio que havia alguns oficiais e pessoas que reverenciavam Jeremias como profeta do Senhor. Portanto, esses nobres decidiram deixá-lo numa cisterna para morrer de fome em vez de executá-lo (38:6).
O rei Zedequias poderia ter impedido esses nobres e resgatado Jeremias, mas ficou com medo de uma rebelião. Por isso ele disse: “O rei não pode opor-se a vocês” (38:5). E embora houvesse funcionários que apoiavam Jeremias, somente um deles ousou se aproximar do rei para salvá-lo e que tinha suficiente ousadia para chamar de "mal" a ação dos outros funcionários e afirmar que Jeremias era um profeta (38:9).
É importante notar que esse oficial da corte real nem mesmo era judeu; ele era cuxita, isto é, etíope. O Senhor ficou tão satisfeito com sua ação que prometeu resgatá-lo das mãos dos babilônios no dia da queda de Jerusalém, dizendo que o faria "porque você confia em mim" (39:18). Em outras palavras, Ebede-Meleque não só agiu motivado por um sentido de justiça, por sua confança no Senhor (ao contrário da maioria dos judeus da época) e sua fé nos oráculos que Ele tinha dado a Jeremias. Devido à sua fé no Senhor, ele teve coragem suficiente para arriscar a própria vida para salvar o servo do Senhor quando ninguém mais se atreveu a fazê-lo.
Este incidente tem implicações proféticas, uma vez que quando Jerusalém foi destruído (devido aos pecados do povo de Deus) a única pessoa que recebeu uma promessa de libertação foi um gentio, que a recebeu devido à sua fé. De fato, a salvação sempre foi baseada na fé (Rm 4:16).
40:1-6—A libertação de Jeremias—Parece que houve um descuido por parte dos soldados, os quais capturaram Jeremias por engano apesar da ordem de Nabucodonosor. (39:11-14)
(1) Em sua opinião, qual pode ter sido o motivo da confusão ou erro que levou à prisão de Jeremias? (v. 1)
(2) Que razão foi dada pelo comandante para libertar Jeremias? (vv. 2-4)
(3) Você acha que suas palavras foram sinceras? Por que ou por que não?
(4) Que opções ele deu a Jeremias? (v. 4)
(5) O que Jeremias escolheu? (vv. 5-6) Por quê? (leia as palavras iniciais deste capítulo)
40:7-16—O governador Gedalias
(6) Para entender por que Gedalias foi escolhido como governador, talvez seja necessário reconhecer sua genealogia (vide a Nota abaixo).
a. Que informações foram registradas sobre seu pai Aicam ? (40:9; 26:24; também 2 Reis 22:12-14)
b. Que informações foram registradas sobre Safã, pai de Aicam? (2 Reis 22:3-13)
(7) O que o v. 12 diz sobre a bondade do Senhor para com o remanescente e a esperança que ele lhes ofereceu após Seu castigo sobre a terra?
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
“É possível (Gedalias) tenha adquirido muita experiência administrativa no gabinete de Zedequias. Uma impressão de selo do início do século VI a.C., encontrada em Laquis, leva o nome 'pertencente a Gedalias, sobre a casa'. Esta última expressão era usada para se referir ao primeiro-ministro do rei."
(NICOT, 653)
"O Senhor dirigiu a palavra a Jeremias ... Jeremias foi a Gedalias, filho de Aicam, em Mispá, e permaneceu com ele entre o povo que foi deixado na terra de Judá." (NVI-PT) (Jer. 40:1, 6 )
Muitos ficam surpresos ao lerem que este capítulo começa com a frase “Palavra que veio a Jeremias, da parte do Senhor”, apesar de ele não registrar nenhuma palavra do Senhor. Na verdade, não era necessário registrá-la; a palavra foi dada pessoalmente a Jeremias para que ele agisse, e ele o fez.
Após essa longa e difícil etapa de ministério de Jeremias, todas as profecias sobre a destruição de Jerusalém e do templo pelas mãos dos babilônios, devido aos pecados do povo, finalmente tinham sido cumpridas. Isso deveria marcar o fim de seu ministério.
Sabemos, com base em Jeremias 25:3, que Jeremias começou seu ministério no décimo terceiro ano de Josias (cerca de 628 a.C.), e que a queda de Jerusalém aconteceu no ano 586/7 a.C. Isso significa que Jeremias já tinha cumprido seu dever fielmente durante uns 40 anos, durante os quais tinha sido ridicularizado, espancado e preso. Durante todo esse tempo, ele perseverou, sem omitir “uma só palavra” (26:2) do que Senhor lhe tinha mandado pregar.
Agora, depois do infeliz cumprimento das profecias de castigo, não teria sido um bom momento para ele se aposentar, ou para ele se juntar a Ezequiel ou Daniel para ministrar aos exilados na Babilônia? Por que ele decidiu ficar com Gedalias para ministrar ao remanescente (cuja maioria era composta de pobres) extremamente pequeno? Mas foi isso o que ele fez, uma vez que o Senhor dirigiu Sua palavra a ele e lhe deu essa instrução (40:1).
Esta é a marca de um servo fiel do Senhor: fazer somente o que o Senhor mandar. É verdade que a tarefa mais importante parecia concluída; Jeremias tinha ministrado ao grupo mais importante de pessoas. No entanto, Deus lhe disse para ficar com o remanescente e continuar ministrando-lhes num contexto onde não havia mais reis nem príncipes, onde não havia mais Jerusalém nem templo do Senhor; e acabou sendo forçado a ir com eles para o Egito, onde provavelmente morreu. (43:6-7)
41:1-9—O assassinato de Gedalias
(1) Por que Gedalias não acreditou no relato de Joanã? (40:13-14) Quais podem ter sido seus motivos?
(2) Quem era Ismael? (v. 1) Qual pode ter sido seu motivo para assassinar o governador (40:14; seu plano tinha sido fugir após o assassinato sem permanecer em Mispá)?
(3) Quantos homens ele levou consigo para Mispá? (v. 1)
(4) Ele também matou 70 dos 80 homens que vinham do norte (vv. 4-9)
a. De onde esses homens tinham vindo? (v. 5)
b. Que tipos de oferendas eles traziam? (v. 5)
c. Como eles tinham chegado, e como isso mostrava o propósito de sua visita? (v. 5)
d. Como Ismael os enganou para que confiassem nele? (v. 6)
e. O que essa história sobre a morte desses homens nos mostra sobre Ismael?
41:10-18—As consequências do assassinato
(5) O que pode ter levado o rei dos amonitas a usar Ismael para matar o governador junto com os soldados babilônicos e levar cativas as filhas do rei? (v. 10)
(6) Depois de resgatar os cativos, por que Joanã e seus homens decidiram fugir para o Egito? (v. 18)
(7) Uma vez que Jeremias estava entre eles, o que ele deveria ter feito?
(8) Embora se possa presumir que essa tragédia foi de menor impacto na nação, os judeus do posterior período pós-exílico (vide Zacarias 7:3; 8:19) a comemoravam com um jejum “no terceiro dia do sétimo mês” (K&D, 340; NICOT, 657). Por que eles faziam isso?
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Oitenta homens que haviam rapado a barba, rasgado suas roupas e feito cortes no corpo, vieram de Siquém, de Siló e de Samaria, trazendo ofertas de cereal e incenso para oferecer no templo do Senhor." (NVI-PT) (Jeremias 41:5)
Não há dúvida de que o assassinato de Gedalias e seus homens por Ismael foi um ato hediondo. No entanto, o que o tornou ainda mais hediondo foi o assassinato dos homens que tinham chegado para lamentar a destruição de Jerusalém e do templo. Talvez tenha sido este último ato, e não tanto o primeiro, o que comoveu tanto os corações dos judeus pós-exílicos que reservaram um dia de jejum para comemorá-lo.
Embora tenha sido uma tragédia, esse evento serve para nos mostrar que Deus sempre tem reservado um remanescente que ainda permanece fiel a Ele, mesmo nos piores momentos (espirituais). J.A. Thompson diz o seguinte sobre esses 80 homens:
“Os peregrinos dos antigos centros de culto no norte de Israel (Siquém, Siló e Samaria) chegavam a Mizpá a caminho de Jerusalém para adorar, como é evidente pelas ofertas de grãos (minha) e incenso (lebona) o que eles levavam. Era o sétimo mês, a época da grande festa do outono e do culto do ano novo... O fato de esses peregrinos terem vindo do norte sugere que pelo menos alguns no norte de Israel tinham aceitado e permanecido fiéis à reforma de Josias do ano 622 a.C. e seguiam as disposições do livro de Deuteronômio que exigiam a centralização do culto no santuário central, que naquela época já tinha sido estabelecido em Jerusalém (cf. Dt 12:5-6, etc.; 2 Rs. 23). Seu costume já estava firmemente estabelecido antes da queda de Jerusalém. Os peregrinos usavam sinais de luto e arrependimento: barbas rapadas, roupas rasgadas e corpos retalhados (cf. 16:6; 48:37), sem dúvida porque o templo tinha sido destruído. O luto pelo templo foi um tema importante durante todo o período de exílio (Lamentações; Salmos 74 e 79; Isaías 63:7–64:12). Pelo menos durante um tempo, uma forma da adoração do culto foi praticada em Jerusalém depois do ano 587 a.C."
(NICOT, 659-660)