Esta semana encerraremos nosso estudo do livro de Jeremias no Velho Testamento.
49:1-6—Mensagem para Amom
(1) Leia a Nota 1 abaixo sobre a reconquista do território de Gade pelos amonitas: A maneira como o Senhor fala sobre a perda do território de Gade é bastante incomum (v. 1):
a. Por que Ele faria a pergunta: "Por acaso Israel não tem filhos? Será que não tem herdeiros?”
b. Por que ele usaria o nome Moloque (o deus dos amonitas) para se referir aos amonitas?
(2) Com base na descrição da futura destruição de Amom, quais povos expulsariam ou aterrorizariam os amonitas? (vv. 2, 5)
(3) Como o Senhor descreve a destruição da nação (representada por sua capital, Rabá, a mesma capital do país moderno da Jordânia) e de seu povo? (vv. 2, 3, 5)
(4) O que aconteceria com sua adoração a Moloque? (v. 3)
(5) Quais foram os pecados de Amom? (v. 4) Por que o Senhor se referiu aos amonitas com a expressão “filha infiel”? (vide Gênesis 19:38).
(6) Qual seria o destino futuro dos amonitas? (v. 6) Por quê? (vide 48:47; os territórios de Moabe e Amom hoje fazem parte do país da Jordânia)
49:7-22—A mensagem para Edom (vide a Nota 2 abaixo)
(7) Por que o Senhor menciona a sabedoria dos edomitas, um atributo pelo qual eles (provavelmente) eram conhecidos? (v. 7)
(8) Por quais características geográficas a terra de Edom era conhecida? (vv. 8, 16)
(9) Sua sabedoria e fortalezas impressionantes (junto com seus aliados) eram capazes de impedir sua destruição?
(10) Quão completa seria sua destruição? (vv. 9-11, 12b, 18)
(11) Quais são as razões dadas para o seu castigo? (vv. 16, 12) A que se refere a seguinte frase no v. 12a: “aqueles para quem o cálice não estava reservado”?
(12) Quem estava orquestrando esse desastre? (especialmente nos vv. 14, 19-20)
(13) Quão diferente é a conclusão deste oráculo daquela do oraculo contra Moabe? (leia o artigo meditativo de hoje)
(14) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota 1:
Gade recebeu o território da Transjordânia que antes tinha pertencido aos amonitas, e só foi depois da deportação de parte de Israel por Tiglate-Pileser III da Assíria no ano 733 a.C. (2 Reis 15:29) e do posterior colapso da nação de Israel que os amonitas conseguiram retomar o território de Gade. O relacionamento entre Amom e Israel ao longo da história era hostil (Juízes 11:4-33; 1 Sam. 11:1-11; 2 Sam. 10; 1 Reis 4:13-19; 2 Reis 24:2). Observe especialmente a repreensão dirigida contra Amom por Amós (Amós 1:13-15). Amom finalmente foi vítima dos árabes e deixou de existir como nação independente antes de meados do século VI a.C. (vide NICOT, 716).
Nota 2:
Edom foi outros um dos adversários constantes de Israel (vide Nm 20:14-21; Juízes 11:17; 2Sm 8:13-14; 1 Reis 11:14-22; 2 Reis 8:20-22 ; 14:22; 16:5-6; 2 Crônicas 25:14); no entanto, Israel tinha sido proibido de maltratar os edomitas, pois eram seus irmãos (Dt 2:4; 23:7-8; Gênesis 36:1 e ss.). "Como fica claro em Malaquias 1:3, a ameaçada devastação da terra de Edom foi causada pelos caldeus, embora a aniquilação do povo tenha sido iniciada pelos macabeus e completada pelos romanos na época da guerra judaica" (K&D, 412-3). Observe também que o significado literal de Temã é "sul", enquanto Dedã provavelmente se refere aos dedanitas, que possivelmente se estabeleceram em Edom, fazendo da cidade de Bozra sua capital.
“ 'Como foi com a destruição de Sodoma e Gomorra, e das ci dades vizinhas', diz o Senhor, 'ninguém mais habitará ali, nenhum homem residirá nela'.” (NVI-PT) (Jer. 49:18)
Como consideramos acima, muitos dos vizinhos de Israel (como Moabe) que eram seus inimigos tradicionais, receberam uma promessa de restauração no fim dos tempos (48:47). Mas é surpreendente ver que Edom (isto é, Esaú), o irmão de Israel (Génesis 36:1), que uma vez tinha recebido o favor de Deus (quando Deus proibiu Israel de maltratá-los devido aos seus laços familiares), não recebeu promessa alguma de uma restauração futura. Gostaria de compartilhar a seguinte observação de Calvino a esse respeito:
“No entanto, é importante notar que os idumeus (isto é, os edomitas) não recebem aqui nenhuma esperança em relação a qualquer remanescente. Às nações que o Profeta falou primeiro ele deu um pouco de consolação; mas aqui ele não mitiga a vingança de Deus: ele condena os idumeus à ruína final, sem lhes dar esperança alguma; e ele o faz por esta razão: Deus os tinha tolerado por muito tempo, mas eles tinham abusado de Sua tolerância da maneira mais perversa. Ele tinha preservado os filhos de Israel desde sua subida do Egito; e quando os edomitas lhes negaram uma passagem, os filhos de Israel percorreram um longo caminho, com grande inconveniência, a fim de não tocar em suas terras. Foi um favor singular mostrado a eles. E se eles tivessem tido a menor gota de humanidade, teriam reconhecido tamanha bondade; mas fizeram o contrário. Eles sempre trataram seus próprios irmãos com crueldade e nunca pararam, não obstante as muitas advertências. Portanto, não é de surpreender que Deus os tenha entregue à ruína e anunciado predições cheias de desespero. Devemos contemplar isso com cuidado, para que aprendamos a não menosprezar a paciência de Deus quando Ele nos tolera, mas a nos arrepender no tempo apropriado, para que Ele não se levante em juízo e nos destrua totalmente."
(Calvino, 96)
49:23-27—A mensagem para Damasco, Síria (vide a Nota 1 abaixo)
(1) Como as más notícias de Damasco afetaram o resto da nação? (v. 23)
(2) Que castigo recairia sobre Damasco? (vv. 26-27)
(3) Como o Senhor descreve o horror de sua destruição? (v. 24)
(4) Por que o Senhor a chama de “a cidade da alegria”? (v. 25)
(5) Que pecados Damasco tinha cometido? (vide Amós 1:3-5)
49:28-33—A mensagem para Quedar e Hazor (vide a Nota 2 abaixo)
(6) Que tipo de pessoas eram essas tribos nômades? (v. 31)
(7) Nenhuma razão é dada para o castigo de Deus; no entanto, leia Salmo 120:5-6 para ver o que o salmista pensava deles.
(8) Que mensagem o Senhor procurava transmitir a este povo, dada a improbabilidade de que esses moradores do deserto a ouvissem naquele momento?
49:34-39—A mensagem para Elão (vide a Nota 3 abaixo)
(9) A história mundial nos diz que Nabucodonosor enfrentou Elão no ano 596/4 a.C. Qual pode ter sido a importância de especificar o ano em que esta profecia foi dada (que corresponde ao ano 597 a.C.)?
(10) Por que Elão tinha ficado famoso? (v. 35)
(11) Isso foi suficiente para evitar sua destruição? Por que ou por que não?
(12) Como a profecia descreve o destruidor de Elão? (v. 36)
(13) Quão severa seria o castigo? (vv. 36-37)
(14) Nenhuma razão é dada para a intensa ira de Deus; no entanto, você consegue pensar em possíveis maneiras em que o povo da Pérsia pode ter despertado Sua ira?
(15) Havia alguma esperança futura para eles? (vv. 38-39)
(16) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota 1:
Damasco era a capital, enquanto Hamate e Arpade eram duas cidades menores no centro e no norte da Síria, respectivamente. Ao longo da história, a Síria normalmente estava em guerra com Israel, o Reino do Norte (1 Reis 20; 22; 2 Reis 5; 9:14-15; 10:32-33; 12:17-18; 14:23-29; 16 :5-9, etc.). Nos dias de Nabucodonosor, essas tropas sírias foram enviadas com outras para castigar Judá (2 Reis 24:2). Seus pecados mais específicos contra Israel já tinham sido mencionados por Amós (Amós 1:3-5). "No entanto, a declaração desta profecia é tão geral que não é necessário limitar seu cumprimento à conquista de Nabucodonosor [da Síria]" (K&D, 415).
Nota 2:
Acredita-se que Quedar e Hazor sejam uma referência aos beduínos árabes; o primeiro provavelmente se refere a descendentes de Ismael que moravam em tendas, e o último com certeza não se refere à cidade bíblica localiada no norte da Galiléia, mas a árabes mais sedentários que moravam em aldeias. Nabucodonosor atacou esses nômades no ano 599/8 a.C. (vide NICOT, 726).
Nota 3:
Elão estava localizada a leste da Babilônia, no sudoeste do país moderno do Irã. Na antiguidade, era uma nação importante na política da Baixa Mesopotâmia. Assurbanipal destruiu Susã, sua capital, e Nabucodonosor derrotou Elão no ano 596/4 a.C., o qual finalmente foi absorvido pelo Império Persa depois de 539 a.C. (vide NICOT, 728-9). K&D opinão que "Elão não é mencionado devido a alguma ligação histórica com Israel, mas como representante do mundo pagão que existia além de sua região... a fim de que, por meio do juízo, seja levado ao conhecimento do verdadeiro Deus e participe de Sua salvação" (K&D, 420).
"Como está abandonada a cidade famosa, a cidade da alegria!" (NVI-PT) (Jeremias 49:25)
Devido à falta de dados históricos, é difícil verificar o cumprimento histórico da profecia de Jeremias, embora o mais provável seja que Nabucodonosor também tenha lidado duramente com Damasco depois de derrotar o Faraó (que já tinha conquistado a Síria até o rio Eufrates) em Carquemis. Keil e Delitzsch comentam o seguinte: “No entanto, a declaração desta profecia é tão geral que não é necessário limitar seu cumprimento à conquista de Nabucodonosor” (K&D, 415). Esse comentário acabou sendo muito profético, especialmente à luz da situação atual na Síria, que está sendo sitiada pelos rebeldes e pelo Estado Islâmico. Metade de sua população já foi deslocada, centenas de milhares dos quais já arriscaram suas vidas para fugir para a Europa, enquanto milhões hoje vivem em abrigos localizados ao longo de suas fronteiras com a Turquia, o Iraque, a Jordânia etc.
Segue um trecho de um relatório que foi dado por um correspondente da CBC em 25 de outubro de 2015:
“Uma das linhas de frente do país fica a apenas 40 quilômetros da pacífica Baía de Lattakia, nos limites da província de Idlib, onde o exército sírio está perdendo terreno diante dos avanços do Estado Islâmico. O sol está alto no céu acima de nós enquanto dirigimos para a frente leste, onde a beleza do mar dá lugar a cidades destruídas e carros queimados. Cada quilômetro deste território é um campo de batalha; cada aldeia tem mudado de mãos várias vezes entre os combatentes rebeldes e o exército do governo.
“A maioria dos moradores já fugiu de suas casas. Suas casas abandonadas e jardins cobertos de vegetação são posições militares. Paramos num lugar ao sul de Jisr al-Shughour. É o último posto militar do exército sírio. Atrás dessa linha de frente, junto com homens de farda que ainda lutam para vencer esta guerra, nas colinas circundantes, há dois tanques de guerra enferrujados e uma camionete. A apenas 300 metros de distância, invisíveis ao a olho nu, estão os combatentes do Estado Islâmico. Os campos de trigo escondem os corpos de soldados, tanto de sírios quanto de rebeldes. Moscas brancas enxameiam ao nosso redor, banqueteando-se com os corpos em decomposição que jazem sem serem sepultados. Morteiros incendiaram o mato na encosta. Há tiroteios e ataques suicidas constantes ... Embora o governo de Bashar al-Assad não o admita oficialmente, seus oficiais de exército falam de 56.000 mortes de militares desde o início da guerra civil, há quatro anos.”
Sugiro que você releia Jeremias 49:23-27 à luz do relato acima.
Os capítulos 50-51 são dois longos capítulos sobre a Babilônia; é útil ler sobre o momento em que esta longa mensagem poética foi dada (51:59-64) antes de dividi-la em porções menores. Também é importante notar que, embora a mensagem se trate da destruição de Israel que ocorreria nas mãos do exército unido dos medos, que estavam em ascensão (51:11), a linguagem também aponta para um tempo futuro no qual Israel será restaurado (50:4-5, 20).
(1) Como Jeremias deveria entregar esta mensagem? Por quê? (51:59-64)
(2) A predição da destruição da Babilônia (vv. 1-3)
a. Nesta salva de abertura, por que Deus diz a Jeremias para "não esconder nada"?
b. De onde viria o destruidor da Babilônia?
c. Quão completa seria a destruição da Babilônia?
d. Nesta declaração de abertura, por que o Senhor se concentrou no deus da Babilônia? (Nota: Bel e Marduque não são divindades diferentes dos babilônios; são simplesmente dois nomes diferentes para a principal divindade que eles adoravam.)
(3) Para o bem de Israel? (vv. 4-7)
a. Que impacto a destruição de Babilônia teria sobre o povo de Deus? (vv. 4-5) Por quê?
b. Quão gráficas são as imagens pastorais que Deus usou para descrever a situação de Seu povo naqueles dias?
c. Qual foi o motivo de sua destruição, segundo as palavras de seus inimigos? (v. 7)
(4) A destruição da Babilônia é detalhada (vv. 8-16)
a. Que tipo de inimigos a Babilônia enfrentaria? (vv. 9-10)
b. Que razões são dadas para o seu castigo? (vv. 11, 15b)
c. Que tipo de castigo cairia sobre a Babilônia? (vv. 12-16)
d. O que Nabucodonosor teria pensado sobre esta mensagem se de alguma forma ele a tivesse ouvido (no auge de seu poder)?
(5) Uma mensagem de esperança para Israel (vv. 17-20)
a. Quem o Senhor usa para castigar o Seu povo? (v. 17)
b. Por que, então, esses "servos" do Senhor seriam castigados? (v. 18; vide 40:10)
c. Como Israel será restaurado? (vv. 19-20)
d. Você acha que isso foi cumprido plenamente quando o povo de Deus voltou à sua terra depois da destruição da Babilônia nas mãos do Império Medo-Persa? (Esdras 1) Por que ou por que não?
(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Israel é um rebanho disperso, afugentado por leões. O primeiro a devorá-lo foi o rei da Assíria; e o último a esmagar os seus ossos foi Nabucodonosor, rei da Babilônia." (NVI-PT) (Jeremias 50:17)
É incrível ler esta profecia contra a Babilônia que foi dada no auge do poder militar de Nabucodonosor (o quarto ano de Zedequias corresponde ao ano 594/3 a.C.). É de se perguntar por que ele ouviria este tipo de mensagem, e por que os exilados acreditariam nela. No entanto, para mostrar que não se tratava de palavras vazias, o Senhor chamou a atenção dos ouvintes para o que acabara de acontecer com os assírios. Em sua essência, o que Ele pede é que aprendamos com a história. Gostaria de compartilhar as reflexões de Calvino a esse respeito:
“Devemos levar em conta a época - porque o significado desta passagem depende da história. Os assírios eram mais fortes do que os caldeus quando perseguiram o reino de Israel: pois sabemos que no tempo de Ezequias, o rei da Babilônia lhe enviou mensageiros para buscar seu favor e atraí-lo para formar uma confederação. Embora a monarquia assíria fosse formidável nessa época, e os assírios fossem muito hostis, tanto aos israelitas quanto aos judeus, o que se seguiu? Nínive foi derrubada e Babilônia tomou o seu lugar; foi assim que aqueles que governaram foram forçados a suportar o jugo, e foi assim que a Babilônia levou cativos os assírios. Deus agora menciona esse juízo, algo que todos sabiam. Embora os próprios assírios com certeza não tenham acreditado que o Deus de Israel era o vingador de Seu povo, essa era a pura verdade. Por isso Deus declara aqui que Ele já tinha dado provas claras de Sua preocupação com o bem-estar de Seu povo: Ele declara que, assim como havia castigado a Assíria no passado, Ele também se vingaria dos babilônios. Assim, Ele usa esse exemplo para confirmar algo que talvez tenha parecido inacreditável. Quem teria pensado que essa monarquia cairia tão repentinamente? No entanto, o que de fato aconteceu foi além do que qualquer pessoa teria imaginado. Aqui, Deus repetiu o que tinha acontecido para que os fiéis se sentissem seguros de que o mesmo juízo que os assírios tinham experimentado aguardava também os babilônios. Esse é o sentido claro do Profeta."
(Calvino, 152)
50:21-32—O castigo dos babilônios rebeldes —Essas duas famosas cidades da Babilônia provavelmente foram escolhidas devido aos seus significados: "Merataim" significa "rebelar-se" e "Pecode" significa "castigar".
(1)
Ao anunciar Seu castigo aos babilônios, o Senhor os acusou de se opôr a Ele e
profaná-Lo (vv. 24, 29); Como os babilônios tinham feito isso? (v. 28)
(2) À luz do fato de isso ser uma maneira de “se vingar de seu templo” que tinha sido destruído pelos babilônios (v. 28), o que parece ser o significado de abrir os celeiros e matar todos os seus novilhos? (vv. 26-27)
(3) Além disso (v. 26), que ordem o Senhor lhes deu ao comandar esse exército de longe? (vv. 21, 29)
(4) Por que o Senhor compara o grande poder de Babilônia com a destruição total que ela enfrentaria? (vv. 22-24 e 30-32)
(5) Essa destruição seria gradual? (v. 24)
50:33-34—A redenção de Seu povo
(6) É óbvio que o povo de Deus estava sendo castigado pelo seu pecado. Portanto, o que significa o fato de Ele se referir a Si mesmo como seu "Redentor" e o "Senhor dos Exércitos"?
(7) Qual é o propósito de Sua obra redentora? (v. 34)
50:35-46—A destruição e agonia da Babilônia
(8) Nesta interpretação poética da destruição da Babilônia (vv. 35-37), contra quem e contra o que é a espada do Senhor?
(9) Que razão Ele dá? (v. 38)
(10) Quão completa e duradoura seria essa destruição? (vv. 39-40)
(11) Os vv. 41-43 contêm essencialmente a mesma profecia contra Judá que já foi dada em 6:22-24 (com umas pequenas alterações); no entanto, agora é aplicada à Babilônia. O que essa repetição pode significar?
(12) Os vv. 44-46 também contém essencialmente uma repetição da profecia contra Edom em 49:19-21. À luz das substituições e mudanças que são feitas, qual poderia ser a mensagem por trás dessa profecia?
(13) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Escutem os fugitivos e refugiados vindos da Babilônia, declarando em Sião como o Senhor, o nosso Deus, se vingou, como se vingou de seu templo." (NVI-PT) (Jeremias 50:28 )
É interessante notar que na invasão e destruição de Judá e Jerusalém, parece que Nabucodonosor e seu comandante Nebuzaradã entendiam e reconheciam diante de Jeremias que: “Foi o Senhor, o seu Deus, que determinou esta desgraça para este lugar. Agora o Senhor a cumpriu e fez o que tinha prometido. Tudo isso aconteceu porque vocês pecaram contra o Senhor e não lhe obedeceram” (Jr. 40:2-3). Como eu já disse, não é inverossímil atribuir esse reconhecimento ao algum conhecimento prévio das profecias de Jeremias e à influência de Daniel e seus três amigos que já tinham ascendido ao poder dentro da corte da Babilônia
No entanto, esse mesmo reconhecimento não dissuadiu Nabucodonosor de destruir o templo do Senhor e levar os vasos do templo para o templo de seu próprio deus (Dan.1:2; 5:2). O castigo anunciado pelo Senhor, por meio de Jeremias, trata especificamente desse pecado, destacando (1) sua rebelião (conforme indicada pelo nome "Merataim") (50:21), (2) sua arrogância (50:31), (3) sua oposição ao Senhor (50:24) e (4) sua profanação do Senhor, o Santo de Israel (50:29). Portanto, sua destruição completa e iminente é a "vingança do Seu templo" (50:28).
Este é um aviso muito importante para aqueles que, embora talvez reconheçam a providência de Deus, e até afirmem que a Bíblia é Sua Palavra, ainda não se submeteram a Ele como seu Senhor e Salvador pessoal. O destino deles será o mesmo dos babilônios.
Essa repetição da mesma mensagem de destruição serve para reforçar a certeza do destino da Babilônia:
51:1-14—Um chamado para a batalha
(1) Quem seria incitado e chamado por Deus para cumprir seu mandato de destruir a Babilônia? (vv. 1-2; 11)
(2) Que encargo eles receberiam, e quão completa seria a destruição? (vv. 3-4, 11-12; 13-14)
(3) Babilônia ainda podia ser curada? Por que ou por que não? (vv. 8-9)
(4) Que razões são dadas para este castigo? (vv. 5, 11)
51:15-19—Deus contra os ídolos
(5) De que maneiras Deus tem revelado Sua pessoa e Seu poder incomparável? (vv. 15-16)
(6) Comparado a Ele, o que são ídolos? (vv. 17-18)
(7) Como Deus é diferente dos ídolos? (v. 19)
(8) Por que esta mensagem foi incluída no meio da profecia contra Babilônia?
51:20-26—Babilônia—a taça de ouro e o martelo de guerra de Deus
(9) O v. 50:7 se refere à Babilônia como a taça de ouro de Deus: como Deus a usou como tal?
(10) Esses versículos comparam a Babilônia com o martelo de guerra de Deus: como Deus a usou como tal? (vv. 20-22)
(11) Quais são as diferenças e semelhanças entre essas duas figuras?
(12) Por que o Senhor também chama Babilônia de “montanha destruidora”?
(13) Qual seria o destino dessa montanha? (vv. 25-26)
51:27-33—A retomada do chamado para a batalha
(14) Quem seria convocado para a batalha? (vv. 27-28; observe que Ararate, Mini e Asquenaz se referem aos armênios, que mais tarde foram conquistados pelos medos, e posteriormente pelos persas, que os recrutaram para o seu exército)
(15) Como é descrita a invasão do exército medo-persa (que realmente ocorreu no ano 538 a.C.)? (vv. 29-33)
(16) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Aquele que é a Porção de Jacó não é como esses, pois ele é quem forma todas as coisas, e Israel é a tribo de sua propriedade; Senhor dos Exércitos é o seu nome." (NVI-PT) (Jeremias 51:19)
Em meio a essa longa profecia contra a Babilônia, de repente nos deparamos com uma passagem sobre o poder incomparável do Senhor e a remoção dos ídolos (51:15-19). Uma vez que a mensagem devia ser levada aos exilados para ser lida na Babilônia (51:59 e ss.), parece que os ouvintes, tanto os judeus exilados quanto babilônios, precisavam lembrar quem era o autor deste oráculo—não era outro senão o próprio Deus Criador, Aquele que formou os céus e a terra.
Os babilônios foram informados da futilidade de sua confiança em si mesmos e em seus ídolos; continuar confiando nessas coisas os tornaria “estúpidos e ignorantes” (51:17).
Os judeus exilados foram encorajados a não perder a esperança, apesar da difícil situação em que se encontravam; também não deviam formar sua opinião da Babilônia com base no seu esplendor que deslumbrava os olhos do mundo. Deus lhes pediu que erguessem os olhos acima do mundo e contemplassem o incompreensível poder de Deus. Mas acima de tudo, eles deviam lembrar que Deus não é somente "o Criador de todas as coisas", mas também a "porção de Jacó" (51:19) que não os tinha abandonado completamente, apesar de eles serem culpados (51:5). Claro, a mesma mensagem já tinha sido dada em 10:6-16; no entanto era importante repeti-la naquele momento específico, a fim de que o povo tivesse certeza de que, assim como a profecia de seu exílio na Babilônia já tinha sido cumprida, o a profecia da destruição da Babilônia e sua futura restauração também se cumpriria.
51:34-35—O clamor de vingança de Jerusalém
(1) Você acha que Jerusalém (como representante do povo de Deus) podia exigir vingança do Senhor? Por que ou por que não?
(2) Que resposta você esperaria do Senhor?
51:36-53—A resposta de Deus ao Seu povo
(3) Em essência, qual foi a resposta do Senhor? (vv. 36-40)
(4) À luz dessas palavras de castigo (vv. 36-44), o que você esperaria ver hoje se visitasse a Babilônia? (vide o artigo meditativo de hoje)
(5) Que conselho foi dado aos exilados que moravam na Babilônia? (vv. 45-47)
(6) Por que a destruição da Babilônia faria com que até mesmo os céus e a terra, com tudo quanto neles há, jubilassem? (vv. 48-53; você também pode ler Apocalipse 18)
51:54-58—As palavras finais sobre a Babilônia
(7) Uma vez que uma potência mundial tão impressionante foi extinta em apenas 70 anos (25:12), e uma cidade tão incrível foi reduzida à completa desolação, que lições importantes podemos aprender de Babilônia?
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"A Babilônia se tornará um amontoado de ruínas, uma habitação de chacais, objeto de pavor e de zombaria, um lugar onde ninguém vive." (NVI-PT) (Jeremias 51:37)
O cumprimento da profecia contra a Babilônia é uma das mais surpreendentes confirmações da verdade da Palavra de Deus. Deixe-me compartilhar com você o processo em que isso foi feito, conforme descrito por Keil e Delitzsch :
“O cumprimento do aspecto histórico desta profecia começou com a captura de Babilônia pelas forças unidas dos medos e persas sob a liderança de Ciro, e com a dissolução do império caldeu provocada por esse evento. Esse foi também o meio pelo qual o povo de Israel foi libertado do cativeiro babilônico, pois Ciro lhes deu permissão para retornar à sua terra natal e reconstruir o templo do Senhor em Jerusalém; 2 Crônicas 36:24 e ss., Esd. 1:1 e ss. No entanto, a Babilônia não foi destruída quando foi tomada nessa ocasião, e de acordo com Heródoto iii.159, inclusive a muralha da cidade permaneceu ilesa, embora de acordo com o relato de um Berosus em Josefo, contra Ap. i. 19, diz-se que Ciro deu ordens para derrubar a parede externa. Ciro nomeou Babilônia a terceira cidade do reino, depois de Susã e Ecbátana, e também a residência de inverno dos reis persas (de acordo com Xenofonte, Cyrop. viii. 6.22)... Alexandre, o Grande, pretendia não só reconstruir o santuário de Belus, mas também fazer da cidade a capital de seu império; no entanto, ele foi impedido de realizar esse plano por sua morte prematura. O declínio propriamente dito da Babilônia começou quando Seleuco Nicator construiu Selêucia no Tigre... E Estrabão (nascido no ano 60 a.C.) diz que em sua época a cidade já estava totalmente desolada... Esse declínio foi acelerado sob o domínio dos partos, de modo que em pouco tempo apenas um pequeno recinto dentro dos muros era habitado, enquanto o resto era usado para pastagem (Diodorus Siculus, ii. 9; Curtius, v. 4, 27). De acordo com as declarações de Jerônimo e Teodoreto, um número considerável de judeus ainda morava na Babilônia séculos depois; mas Jerônimo (ad Jer. 51) foi informado por um monge persa que essas ruínas ficavam no meio de um distrito de caça dos reis persas. Os relatos de escritores posteriores, especialmente aqueles de viajantes modernos, foram compilados por Ritter, Erdkunde, xi. S. 865 e ss.; e as últimas investigações entre as ruínas são descritas em sua Expedition scient. en Mesopotamie, i. pág. 135-254 (Paris, 863). João o Evangelista usou as figuras desta profecia em sua descrição apocalíptica da grande cidade da Babilônia (Apoc. 16 e ss.), cuja queda não começaria até que o reino de Deus fosse completado em glória através da volta do nosso Senhor."
(K&D, 455-6)
Sabemos que Saddam Hussein queria reconstruir as ruínas da Babilônia, mas ele não existe mais, e a Babilônia continua sendo apenas ruínas!
O registro dos oráculos que Jeremias recebeu do Senhor termina no capítulo 51, enquanto o capítulo 52 serve como um apêndice que não só conclui o livro de Jeremias, mas também complementa as informações históricas do livro de 2 Reis.
52:1-27—A queda de Jerusalém e a deportação
(1) Exceto pelos seguintes detalhes adicionados, esta seção específica é quase uma repetição exata do relato encontrado em 2 Reis 25:1-21: ( i ) Zedequias morreu na prisão na Babilônia (52:11); (ii) entre os exilados também havia alguns dos mais pobres do povo e artesãos (52:15); (iii) foi incluído um relato mais detalhado dos vasos que foram retirados do templo e uma descrição da decoração das colunas (52:19, 23); (iv) sete (em vez de cinco) conselheiros reais teriam sido levados.
a. Dadas as profecias detalhadas que Jeremias tinha dado a Zedequias, nas quais ele o tinha exortado a se render (38:17-23), qual pode ter sido a importância de repetir este relato da queda de Jerusalém e o destino de Zedequias para encerrar este livro de profecias?
b. Na sua opinião, que outras funções essa repetição tem?
52:28-30—O número total dos deportados
(2) Os números dados para cada deportação são realmente muito baixos, especialmente quando comparados com as informações fornecidas em 2 Reis (por exemplo, 2 Reis 24:14, 16). Embora seja possível que Jeremias tenha contado apenas um tipo específico de pessoas, não sabemos se ele fez isso. De qualquer forma, qual pode ter sido o propósito de deixar um registro de exilados cujo número era tão pequeno (um total de 4.600), quando Esdras relata que no final dos 70 anos de exílio prometidos um total de 42.360 pessoas voltaram a Jerusalém, sem contar servos e servas (Esdras 2:64)?
52:31-34—A libertação de Joaquim
(3) Qual pode ter sido o propósito de encerrar o Livro de Jeremias com a libertação de Joaquim?
(4) Ao concluir este estudo do Livro de Jeremias, você pode fazer reservar um tempo para reflexão e fazer uma lista de três lições importantes deste Livro que impactaram você?
"O rei da Babilônia deu a Joaquim uma pensão diária até o dia de sua morte." (NVI-PT) (Jeremias 52:34)
Ao longo de 51 longos capítulos, as palavras de Jeremias estão repletas de palavras horríveis de destruição e morte, mas também são intercaladas com palavras de esperança, não só para o povo de Deus, mas também para alguns de seus inimigos.
Enquanto algumas das mensagens de esperança apontam para um retorno do exílio babilônico após os setenta anos designados (29:10), a última mensagem de esperança aponta para um tempo futuro em que a restauração não será somente física (em termos de terra e prosperidade), mas também incluirá o arrependimento e reconciliação total com o Deus de Israel, por meio do qual a culpa do povo será totalmente perdoada e eles O adorarão de todo coração (24:7; 31:33; 32:39). É óbvio que isso se refere à obra redentora de nosso Senhor Jesus Cristo, que receberá sua plena consumação em Sua segunda vinda.
Este tema duplo do Livro de Jeremias parece ser reforçado no último capítulo, uma vez que conclui com um relato dos eventos históricos da queda de Jerusalém (já registrados em 2 Reis 25:1-21) e um relato adicional dos últimos anos de Joaquim (52:31-34). Pode-se perguntar por que o Livro de Jeremias termina assim, e por que foi necessária uma repetição tão longa.
Grande parte da repetição de 2 Reis 25 trata do destino de Zedequias; ela é apropriada porque serve para confirmar o cumprimento da advertência dada por Jeremias ao rei quando lhe pediu que se rendesse a Nabucodonosor (38:17-23). Uma vez que Zedequias não lhe deu ouvidos, ele sofreu o destino de morte e destruição, exatamente como previsto por Jeremias.
Por outro lado, Joaquim teve um final bem diferente. Embora ele tenha sido um rei igualmente perverso, que fez o mal aos olhos do Senhor (2 Reis 24:9), ele se submeteu a Nabucodonosor (2 Reis 24:12), um símbolo de sua submissão à vontade do Senhor; mais tarde, após 37 anos de prisão na Babilônia (no ano 561 a.C.), ele não só foi libertado, mas foi tratado como realeza pelo filho de Nabucodonosor, Evil-Merodaque, até o dia de sua morte (52:34).
Enquanto a execução de Zedequias nos ensina muito sobre o destino daqueles que não se submetem à vontade de Deus, o destino de Joaquim não só nos ensina sobre a bênção daqueles que se submetem à vontade de Deus, mas também serve como "o primeiro dos sinais do cumprimento da promessa de Jeremias (ou melhor, a promessa de Deus) de um dia de restauração" (NICOT, 748).