Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Ezequiel 1:1–14

Nesta semana, iniciaremos o estudo do livro de Ezequiel no Velho Testamento.

Ezequiel

O nome Ezequiel significa "Deus fortalece", um nome que por si só transmitia uma mensagem que os exilados na Babilônia (seu público alvo na época) precisavam muito ouvir. Ezequiel esteve entre as multidões que no ano 597 a.C. foram levadas embora na segunda deportação, que aconteceu durante o reinado de Joaquim. Ezequiel era casado, vinha de uma família sacerdotal, e foi autorizado a morar em sua própria casa na Babilônia, gozando de relativa liberdade de movimento.

Muitas das visões e eventos no livro de Ezequiel foram datadas com precisão (veja o gráfico abaixo, que mostra que seu ministério durou aproximadamente de 25 anos).

Parece que seu público alvo era o povo judeu que tinha sido exilado e morava com ele e na Babilônia; Deus o usou para dissuadi-los da falsa esperança de que em breve retornariam a Jerusalém e de que o templo em Jerusalém seria preservado. Ao transmitir esta mensagem através de 4 visões principais, 12 atos simbólicos dramatizados e 5 parábolas, o Senhor pronunciou Seu juízo contra Seu povo (caps. 4-24) e contra as nações (caps. 25-32, especialmente contra Tiro e Egito), transmitiu a mensagem de uma esperada restauração (caps. 33-39), e profecias de uma adoração renovada num novo templo (espiritual) (caps. 40-48).

É muito importante para o leitor de Ezequiel lembrar-se de duas datas:

- O ano 597 a.C. (o ano no qual Ezequiel foi levado para o exílio); Ezequiel usa essa data como ponto de referência para calcular muitas das outras datas que ele menciona.

- A queda de Jerusalém no ano 586 a.C. (no dia 14 de agosto)

Datas-chave no Livro de Ezequiel (a informação da coluna Calendário mundial são citadas da Archaeological Study Bible)

Capítulo Ref.

Anos depois o exílio

Mês

Dia

Calendário mundial

Notas

1:2

quinto ano

quarto mês

quinto dia

593 a.C., 31 de julho

seu chamado (caps. 1-3)

8:1

sexto ano

sexto mês

quinto dia

592 a.C., 17 de setembro

juízo contra Judá e Jerusalém (caps. 4-24)

20:1

sétimo ano

quinto mês

décimo dia

591 a.C., 14 de agosto


24:1

nono ano

décimo mês

décimo dia

588 a.C. 15, de janeiro


26:1

décimo primeiro ano

?

primeiro dia

586/7 a.C.

principalmente o juízo contra Tiro e Egito (caps. 25-32)

29:1

décimo ano

décimo mês

décimo segundo dia

587 a.C., 7 de janeiro


29:17

vigésimo sétimo ano

primeiro mês

primeiro dia

571 a.C., 26 de abril


30:20

décimo primeiro ano


primeiro mês

sétimo dia

587 a.C., 29 de abril


31:1

décimo primeiro ano

terceiro mês

primeiro dia

587 a.C., 21 de julho


32:1

décimo segundo ano

décimo segundo mês

primeiro dia

585 a.C., 3 de março

5 meses após a queda de Jerusalém

32:17

décimo segundo ano

(primeiro mês/LXX)

décimo quinto dia

586 a.C., 27 de abril


33:21

décimo segundo ano

décimo mês

quinto dia

585 a.C., 8 de janeiro

promessa de restauração (caps. 33-39)

40:1

vigésimo quinto ano

décimo mês

-

573 a.C., 28 de abril

novo templo, novo culto (caps. 40-48)

1:1-3—O contexto do chamado de Ezequiel

(1) O versículo 1:1 marca o início do chamado de Ezequiel como profeta e o trigésimo ano, provavelmente uma referência à sua idade. Responda às seguintes perguntas à luz disso:

a. O que teria significado sua idade à luz do fato de ele ser um sacerdote? (vide Números 4:23, 30, 39, 43)

b. Em que contexto ele recebeu sua primeira visão?

c. Quão significativo foi esse contexto com relação ao seu chamado?

(2) O v. 1:2 preserva a data precisa de seu chamado (as datas exatas são dadas para maioria das visões e eventos registrados neste livro).

a. O que significa o fato de Ezequiel ter incluído a data exata?

b. Uma vez que Ezequiel era um sacerdote (piedoso), o que ele teria estado pensando ou até mesmo orando naqueles dias, depois de tudo o que tinha experimentado e testemunhado?

(3) O v. 1:3 salienta que esta visão foi dada na terra da Babilônia:

a. Joaquim já tinha sido levado cativo, mas a cidade de Jerusalém ainda não havia caído. Quão importante teria sido o fato de Deus ter decidido revelar Sua glória na Babilônia, a terra de seus captores?

b. O que quer dizer que "a mão do Senhor esteve sobre ele"?

1:4-14—A primeira visão

(4) O entorno no qual foi dada a visão (v. 4)—Esta visão começou com uma tempestade de vento muito surpreendente que vinha do norte.

a. O que mais veio com a tempestade de vento?

b. Tente formar uma imagem mental (ou melhor ainda, fazer um desenho) do que Ezequiel descreve no v. 4.

(5) Os quatro seres viventes (vv. 5-14)

a. Qual é a sua impressão geral dos quatro seres viventes?

b. Quem são esses quatro seres viventes? (Leia a própria explicação de Ezequiel em 10:2; vide também Sal. 18:10 e 1 Crônicas 28:18.)

c. O que poderiam representar os quatro rostos? (vide a Nota abaixo)

d. A afirmação de que "Para onde quer que fosse o Espírito eles iam" aparece duas vezes (vv. 12, 20). O que poderia significar essa afirmação?

e. Embora saibamos muito pouco sobre esses querubins, o que essa aparência incrível significa para as seguintes pessoas?

i. Ezequiel, à luz da época em que ele viveu e da missão que estava prestes a receber?

ii. Você

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

O significado dos quatro rostos dos querubins tem sido objeto de especulações extravagantes ao longo da história. “Os querubins normalmente acompanhavam a manifestação da glória de Deus. Parece arriscado e especulativo afirmar mais do que isso, uma vez que o intérprete divino não o faz." (Ralph Alexander, 14)

Reflexão meditativa
A incrível glória e poder de Deus

Era o quinto dia do quarto mês do trigésimo ano, e eu estava entre os exilados, junto ao rio Quebar. Abriram-se os céus, e eu tive visões de Deus.” (NVI-PT) (Ezequiel 1:1)

Embora muito do conteúdo desta primeira visão revelada a Ezequiel seja de difícil interpretação, especialmente a descrição dos quatro seres viventes, ele sem dúvida revela a majestosa glória e poder do Senhor. Se até mesmo Seus servos, os querubins, têm uma aparência e poder tão impressionantes, quem poderia frustrar o plano do Senhor? No entanto, o contexto específico dessa visão impressionante a torna ainda mais significativa, pelas seguintes razões:

- A visão foi dada num momento em que Judá, para todos os efeitos, já estava sob o controle da Babilônia; além disso, Jeremias já tinha profetizado a queda de Jerusalém e a destruição do templo. Portanto, o propósito desta visão foi acabar com qualquer noção de que o Senhor tivesse perdido o controle e fosse inferior aos deuses da Babilônia.

- Pelo contrário, o fato de a glória do Senhor ter aparecido na Babilônia foi uma demonstração poderosa de que o Senhor não é somente o Deus de Israel, mas também o Senhor de todas as nações.

- Para Ezequiel poder proclamar o juízo de Deus contra o Seu povo e contra as nações como Seu profeta, e também profetizar a futura renovação radical dos corações do povo, para que O adorasse no templo celestial, não bastaria ser o Seu porta-voz. Ele mesmo precisava experimentar Sua glória e poder em primeira mão.

Com certeza, o Livro de Ezequiel não só foi importante para as pessoas de sua época; continua sendo importante para nós hoje, das seguintes maneiras:

- Independentemente de quão fraca seja a igreja, Deus mantém o controle absoluto sobre a história humana; nenhuma pessoa ou potência na terra ou no céu pode frustrar o Seu plano.

- Aqueles de nós que servem ao Senhor como Seus porta-vozes nesta hora avançada devem se concentrar em Seu poder e Sua glória se quiserem ser usados por Ele de forma eficaz.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Ezequiel 1:15–28

(1) Os quatro seres viventes (parte dois...vv. 15-21)

a. Como Ezequiel descreve as rodas que estavam ao lado de cada ser vivente? (vv. 15-18)

b. Que impressão criavam essas rodas? (v. 18)

c. Que aspecto dos movimentos das rodas é enfatizado? (vv. 19-21)

d. Qual poderia ser o significado dessa ênfase? (vide a Nota abaixo)

(2) A glória do Senhor (vv. 22-28)

a. De onde o Senhor apareceu? (v. 22)

b. Como os quatro seres viventes reagiram diante da aparição de Deus? (v. 24)

c. Compare este trecho com Apocalipse 4:6-8. Que informações adicionais sobre a reação dos quatro seres viventes diante do aparecimento de Deus são incluídas no livro de Apocalipse?

d. Tente formar uma imagem mental (ou melhor ainda, desenhar uma imagem física) da aparência de Deus descrita nos vv. 25-28.

e. Compare esta descrição com a de Apocalipse 4:2-6, tomando nota das semelhanças.

f. Qual foi a reação de Ezequiel diante do glorioso aspecto de Deus? (v. 28)

g. Qual foi a reação dos 24 anciãos de Apocalipse diante do aspecto de Deus? (Apocalipse 4:9-11)

(3) Reflita sobre as seguintes perguntas:

a. Como você reagirá ao aspecto de Deus quando O vir no céu?

b. Qual das seguintes palavras melhor descreveria sua reação? Por quê?

i. temor

ii. adoração humilde

iii. gratidão

iv. gozo

(4) Por que Deus escolheu aparecer a Ezequiel no momento de seu chamado?

(5) O que isso significa para você hoje?

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

“(A) harmonia que havia entre as rodas e as criaturas... é atribuída ao espírito (ruah) da vida...O vínculo preciso entre esta ruah, a tempestuosa ruah que trouxe a aparição ao profeta (v. 4), a ruah que mais tarde entraria nele, dando-lhe energia (2:2; 3:24) e a ruah que mais tarde o tomaria e levaria embora (3:12, 14)... no entanto, neste parágrafo a palavra ruah é melhor entendida como uma referência ao poder vivificador e energizante de Deus."
(NICOT, Ezequiel, 101)

Reflexão meditativa
A vã curiosidade

"Essa era a aparência da figura da glória do Senhor. Quando a vi, prostrei-me, rosto em terra, e ouvi a voz de alguém falando." (NVI-PT) (Ezequiel 1:28b)

As incríveis aparições descritas por Ezequiel, tanto dos quatro seres viventes quanto (especialmente) do próprio Deus, o fizeram cair com o rosto no chão e adorar ao Senhor. Isso é exatamente o que o apóstolo João fez quando nosso Senhor Jesus lhe apareceu na ilha de Patmos (Ap 1:17). No entanto, nossas mentes humanas finitas não são capazes de compreender completamente o significado desse tipo de visões celestiais, e nosso vocabulário humano limitado é incapaz de descrever de forma adequada a realidade da glória desses seres celestiais, muito menos o próprio Senhor. É lamentável que muitos professores da Bíblia bem intencionados tenham recorrido a todo tipo de interpretações fantasiosas dessas aparições celestiais (e no caso desta primeira visão, dos quatro seres viventes). Gostaria de citar uma parte do comentário de João Calvino a esse respeito como advertência para nós hoje:

"Ora, se alguém perguntar se esta visão é clara, confesso que é obscura, e que mal posso compreendê-la...

- Alguns entendem que os quatro animais representam as quatro estações do ano, e pensam que esta passagem celebra o poder de Deus através do governo que Ele exerce sobre o mundo inteiro. Mas isso é exagerado.

- Alguns pensam que aqui estão representadas as quatro virtudes, uma vez que (de acordo com eles) a justiça é vista na imagem do homem, a prudência na águia, a força no leão, a paciência no boi. Embora seja uma conjectura engenhosa, carece de fundamento.

- Alguns tomam o ponto de vista oposto, pensando que a intenção deste trecho é representar quatro paixões, a saber, medo e esperança, tristeza e alegria.

- Alguns pensam que o texto procura retratar três faculdades da mente ... Mas tais conjecturas também são pueris.

- No passado, a opinião predominante era que esta figura representava os quatro evangelistas... Mas nesta ficção não há solidez, porque tudo isso desaparece ao ser examinado de forma adequada."
(Comentários de Calvino, XI, 62-63)

Embora Calvino tenha ousado propor sua própria interpretação, ele concluiu seu comentário sobre a visão como um todo com a seguinte oração apropriada:

“Ó grandioso Deus Todo-Poderoso, visto que por Tua bondade ilimitada, Tu nos tiveste por dignos de tanta honra que desceste à terra na pessoa de Teu Filho unigênito, e apareces a nós diariamente com familiaridade em Teu evangelho, no qual contemplamos a Tua imagem viva:- Rogo para que não abusemos de tão grande privilégio, usando-o para alimentar a nossa vã curiosidade, mas que sejamos verdadeiramente transformados em Tua glória, e assim avancemos cada vez mais na renovação da nossa mente e conduta, a fim de que no final sejamos reunidos na glória eterna que o Teu Filho unigênito, nosso Senhor, obteve para nós. Amém." (ibid, 107)

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Ezequiel 2:1–3:3

O chamado:

(1) Por que o profeta, que havia caído com o rosto no chão, precisou ser colocado em pé pelo Espírito? (2:2)

(2) A quem o profeta estava sendo enviado? (2:3)

(3) Como o Senhor descreve as pessoas a quem o profeta estava sendo enviado? (2:3-4)

(4) Ezequiel com certeza conhecia muito bem o seu povo. Para que serviu essa afirmação de Jeová?

(5) Qual foi o propósito do Senhor ao enviar Ezequiel a essas pessoas que talvez nem o escutassem? (2:5)

(6) O que o Senhor predisse a respeito do que Ezequiel encontraria em sua missão? (2:6)

(7) O Senhor disse repetidamente a Ezequiel que não temesse:

a. Como era possível ele não temer?

b. O que ele devia fazer em vez de temer? (2:7-8)

c. Por que Jeová pediu a Ezequiel que não fosse rebelde como o povo? Isso significa que o profeta era capaz de ser rebelde como eles?

(8) Como o profeta recebeu a mensagem do Senhor? (3:1-2)

(9) O que significou sua forma de receber a mensagem de Deus?

(10) Que tipo de mensagem recebeu? (2:10)

(11) Como foi o sabor do rolo na boca do profeta? (3:3)

(12) O que isso significa?

(13) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Mais doce que o mel

" ... Em ambos os lados do rolo estavam escritas palavras de lamento, pranto e ais. ... Então eu o comi, e em minha boca era doce como mel." (NVI-PT) (Ezequiel 2:10; 3:3)

Tanto Ezequiel quanto o apóstolo João foram instruídos a comer um rolo como parte de sua missão de pregar a palavra do Senhor; ambos comeram o rolo e disseram que o sabor era doce como mel (Ezequiel 3:3; Apocalipse 10:10), embora João também tenha mencionado que se tornou amargo em seu estômago. Porém, ambos os relatos transmitem verdades importantes sobre a palavra de Deus, pelas seguintes razões:

- Independentemente de qual seja a mensagem de Deus (embora em ambos os casos mencionados acima, as mensagens sem dúvida estiveram cheias de profecias de juízo), ela sempre é doce quando é saboreada, como o salmista também constatou: “são mais doces do que o mel, do que as gotas do favo” (Sl. 19:10). Jó também dá testemunho disso, apesar de seus imensos sofrimentos e de sua longa luta devido ao aparente silêncio de Deus. Embora as palavras de Deus a Jó tenham sido duras, uma vez que Deus abriu Sua boca (Jó 38-41), Sua palavra foi suficiente para ele. Além de se sentir justificado, ele também deve ter se sentido como se tivesse mel na boca. Com efeito, embora nós sem dúvida não tenhamos experimentado as mesmas coisas que Ezequiel e João, cada vez que ouvimos Deus falar à nossa alma, sabemos que é uma experiência extremamente maravilhosa.

- Essas histórias lembram a todos nós que somos servos do Senhor, e que como Seus servos não somos livres para dizer o que queremos, mas somente o que Ele coloca em nossa bocano nosso caso, isso significa o que Deus nos revelou em Sua Sagradas Escrituras. Isso também me lembra das palavras do reverendo Stephen Chan sobre a importância (para todos os servos de Deus) de ter um claro sentido de ter sido "chamado":  "Se Deus não o chamou e enviou, que mensagem você pode levar às pessoas?" .

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Ezequiel 3:4–15

(1) O que o Senhor enfatiza sobre o tipo de pessoas a quem Ezequiel não estava sendo enviado? (vv. 4-5)

a. Que tipo de desafio esse tipo de pessoas teria apresentado a Ezequiel?

b. O que isso nos ensina sobre a difículdade da tarefa do missionário?

c. Compare essas pessoas com a casa de Israel:

i. Eles são necessariamente difíceis de alcançar?

ii. Por que ou por que não? (vv. 6-7)

d. O que podemos aprender sobre a chave para levar a cabo um evangelismo "bem-sucedido"?

(2) "Não tenha medo deles" (vv. 8-9)

a. Qual é a razão dada pelo Senhor a Ezequiel para não temer?

b. Que significa isso?

(3) Qual devia ser a atitude de Ezequiel para com a palavra de Deus? (v. 10)

(4) Quem é o público alvo de sua mensagem? (v. 11)

a. Uma vez que o povo já estava no exílio, o que eles deveriam ter aprendido sobre o destino de sua nação?

b. Não é lógico pensar que eles teriam sido receptivos à palavra que Deus lhes estava dando através de Ezequiel? Por que ou por que não?

(5) Responda às seguintes perguntas sobre o momento em que o Espírito levantou Ezequiel (para levá-lo de voltaao seu povo após a visão):

a. O que Ezequiel escutou? (v. 12)

b. Quem teriam sido aqueles que disseram essas palavras?

c. O que as palavras significam?

(6) Qual foi a reação de Ezequiel depois de ter sido levado emobra pelo Espírito (e provavelmente depois de ter interiorizado o pergaminho que comeu)? (versículo 14)

(7) Por que ele reagiu assim?

(8) Seu ministério começou imediatamente após seu retorno aos exilados?

(9) Por que ou por que não?

(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Identifique-se com a paixão de Deus

...com o meu espírito cheio de amargura e de ira, e com a forte mão do Senhor sobre mim." (NVI-PT) (Ezequiel 3:14)

Acabamos de refletir sobre a doçura de comer a palavra de Deus; essa foi a experiência de Ezequiel e do apóstolo João. No entanto, ambos também experimentaram o "travo" da palavra de Deus. No caso de João, ela rapidamente tornou suas entranhas amargas (Ap 10:10); No caso de Ezequiel, parece que esse processo demorou um pouco mais, mas com o tempo ele também sentiu “amargura” e “ira” em seu espírito (Ezequiel 3:14).

Ambas as histórias pintam um quadro vívido de como esses mensageiros de Deus aprenderam a se identificar com a paixão daquele que os tinha enviado. A missão de João era profetizar de novo acerca de muitos povos, nações, línguas e reis” (Ap 10:11), e a maioria de suas mensagens são mensagens de juízo, e juízo severo, contra um mundo que tinha se rebelado contra o Senhor. A amargura não se refere somente ao que João sentiu em seu estômago, mas ao que Deus mesmo sente — ao derramar o Seu juízo, Seu coração sente dor e não prazer. Essa era a paixão de Deus com a qual seu mensageiro, João, precisava se identificar.

A mesma coisa aconteceu no caso de Ezequiel. A mensagem foi de “lamento, pranto e ais” (Ezequiel 2:10), uma vez que o juízo foi pronunciado principalmente contra a casa de Israel “endurecida e obstinada” (Ezequiel 3:7). Portanto, não há dúvida de que comer a palavra de Deus é uma coisa doce—que experiência feliz! No entanto, o servo precisa se identificar com as emoções de seu Senhor; por isso, quando Ezequiel sentiu “a forte mão do Senhor sobre mim” (3:14), ele também sentiu a amargura e a ira do Senhor.

Este é um lembrete importante para todos os servos do Senhor Jesus de que, além de sermos enviados para dar testemunho dEle, também precisamos nos identificar com as emoções do nosso Senhor. Mesmo enquanto proclamamos palavras de juízo sobre o mundo incrédulo (como aquelas profetizadas por Ezequiel e João), precisamos sentir com Deus a mesma paixão de amor daquele que "é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (NVI-PT) (2 Pe 3:9).

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Ezequiel 3:16–21

Depois da visão fulminante do Senhor, Ele deu a Ezequiel sete dias para se recuperar; só então falou com Ezequiel sobre a importância de seu ministério como profeta:

(1) O Senhor diz que tinha escolhido Ezequiel para ser um sentinela para a casa de Israel (v. 17):

a. Qual era o dever do sentinela nos tempos do VT? (vide 2 Sam. 18:24-27; 2 Reis 9:17-20)

b. O que significava para Ezequiel ser um sentinela da casa de Israel?

(2) A advertência aos ímpios (vv. 18-19)

a. Que tipo de advertência é dada aos ímpios?

b. Qual foi o propósito do profeta ao dar essa advertência?

c. O que aconteceria se o profeta não abrisse a boca para advertir os ímpios?

d. Quais razões poderiam ter convencido o profeta a não falar como o Senhor instruiu?

e. O que aconteceria se o ímpio não desse ouvidos, a pesar de o profeta ter obedecido ao mandamento do Senhor?

(3) A advertência aos justos (vv. 20-21)

a. Por que os justos se desviariam da justiça para fazer o mal? (vide o artigo meditativo de hoje)

b. O que quer dizer que o Senhor poderia colocar “uma pedra de tropeço diante dele" se o profeta não o advertisse?

c. O que aconteceria com quaisquer obras de justiça que a pessoa tivesse feito durante a sua vida?

d. O que aconteceria com o profeta por não ter advertido a pessoa?

e. O que aconteceria se o profeta advertisse a pessoa e ela o ouvisse?

(4) Em ambos os casos, o que significam as seguintes expressões?

a. Ele "morrerá por sua iniqüidade” (vv. 18, 20) Isso se refere somente à morte física?

b. “Será responsável pela morte dele” (vv. 18, 20)

c. “Você estará livre dessa culpa” (vv. 19, 21) (veja o castigo daqueles falsos profetas que não avisaram o povo em 13:9)

(5) Em sua opinião, por que o Senhor escolheu dar uma mensagem ao profeta primeiro, antes de ele transmitir a mensagem de Deus aos outros?

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
O justo que se desvia para fazer o mal

Da mesma forma, quando um justo se desviar de sua justiça e fizer o mal ...” (NVI-PT) (Ezequiel 3:20)

“Alguns têm buscado nesta passagem um argumento contra a segurança eterna do crente. De acordo com eles, o homem 'justo' pode se desviar de sua justiça e morrer eternamente. No entanto, o leitor precisa entender o contexto dos escritos de Ezequiel e como o Velho Testamento usa o termo 'justo'. Israel devia praticar a justiça expressa nos princípios da aliança mosaica (cf. Dt 16:20; 1 Sm 24:17; 1 Reis 8:32; Oséias 14:9; Sl 119:7, 106, 121 , 144, 160, 172; Isaías 58:2). Cumprir com todas as estipulações da Lei era ser justo e assim poder viver na terra prometida (vide Deuteronômio 6:25; 16:20). Por meio de seus mandamentos, a aliança mosaica apontava para o Messias e estabelecia um modo de vida para aqueles que cressem no Messias. No entanto, o simples ato de seguir esses mandamentos não dava vida eterna a ninguém. A justiça eterna e a salvação vêm somente pela fé – essa mensagem que é proclamada através de todas as Escrituras. Neste trecho de Ezequiel, o 'justo' se refere àquele que acreditava no Messias e que se comportava corretamente (em conformidade com as estipulações da aliança mosaica), mas depois se afastava delas. Ezequiel devia anunciar o juízo de Deus sobre a nação de Israel por não ter cumprido com a aliança mosaica e, por conseguinte, por ter se comportado de maneira [sic*] justa".
(Ralph Alexander, Ezequiel, 17)
[* injusta]

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Ezequiel 3:22–4:8

3:22-27—Segunda visão de Ezequiel—O primeiro ato simbólico

(1) Desta vez, que visão ele recebeu? (3:22-23)

(2) Por que o Senhor decidiu repetir a mesma visão de Sua glória a Ezequiel?

(3) Ezequiel se prepara para ser o sentinela de Deus.

a. Qual é a primeira coisa que o Senhor lhe mandou fazer? (3:25-26)

b. Por quê?

(4) Quando a boca de Ezequiel seria aberta? (3:27)

(5) Qual era a atidude do Senhor com relação ao público de Ezequiel? (3:27)

4:1-8—O segundo ato simbólico

(6) A primeira parte do ato (4:1-3)

a. O que ele devia desenhar no tijolo de barro?

b. Como ele devia fazer um cerco simbólico contra ela?

c. Onde ele devia colocar a panela de ferro? O que ela simbolizava?

d. O que significa este ato simbólico?

(7) A segunda parte do ato (4:4-8)

a. O que simbolizava o ato de estar deitado sobre o lado esquerdo?

b. Quanto tempo ele tinha que ficar deitado assim?

c. Por quê?

d. O que simbolizava o ato de estar deitado sobre o lado direito?

e. Quanto tempo ele tinha que ficar assim?

f. Por quê?

(8) O que ele devia fazer no final? (v. 7)

(9) O que isso simbolizava?

(10) Qual era, então, a mensagem global para os exilados?

(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

O ato de suportar o pecado da casa de Israel por 390 dias provavelmente é uma referência ao tempo decorrido entre o estabelecimento dos altares em Dã e Betel por Roboão (1 Reis 12; aproximadamente 975 a.C.) e a destruição de Jerusalém (586 a.C.), um período total de aproximadamente 390 anos. No entanto, para o pecado de Judá, ao contarmos os 40 anos anteriores ao ano 586 a.C., descobriremos que a data inicial ocorre durante o reinado de Josías. Uma vez que Josias foi um rei piedoso que levou a cabo uma grande reforma espiritual, o tempo do pecado da casa de Judá provavelmente não inclui o reinado de Josias, mas remonta à época de seu pai, Manassés.

Reflexão meditativa
O ministério encarnado

"Deite-se então sobre o seu lado esquerdo e sobre você ponha a iniqüidade da nação de Israel. Você terá que carregar a iniqüidade dela durante o número de dias em que estiver deitado sobre o lado esquerdo." (NVI-PT) (Ezequiel 4:4)

Um dos aspectos mais notáveis do Livro de Ezequiel são os 12 atos simbólicos dramátizados que o Senhor exige que Ezequiel realize como parte de Sua mensagem ao povo. Esses atos simbólicos com certeza transmitiram a mensagem de Deus ao povo de forma visual e poderosa, deixando uma memória quase indelével na mente dos ouvintes. Porém, eles têm outro aspecto importante que não devemos ignorar.

Tomemos, por exemplo, o segundo ato simbólico que o Senhor exigiu de Ezequiel: estar deitado sobre um lado por 390 dias e sobre o outro por 40 dias para carregar "a iniqüidade da nação de Israel [e de Judá]", respectivamente (4:4-8). É fácil imaginar o quão desconfortável deve ter sido para Ezequiel estar amarrado com uma corda enquanto deitava (provavelmente somente às noites) na cama sobre um lado por 390 dias; se você já foi confinados ao repouso num leito de hospital, pode descrever o imenso desconforto e dor que teria provocado deitar sobre o mesmo lado sem poder virar para o outro lado e sem receber massagens nas costas, especialmente durante um período de mais de um ano e um mês!

Foi através dessa experiência dolorosa que Ezequiel experimentou a dor e o peso de carregar os pecados das pessoas que ele estava chamando ao arrependimento. Sabemos que Aquele que viria mais tarde para se tornar um de nós, experimentando os nossos sofrimentos e levando os nossos pecados até a cruz, seria o nosso Senhor Jesus Cristo. Ezequiel simplesmente estava "seguindo os passos" do nosso Senhor. Este é um lembrete para todos nós de que nunca ministramos ao povo de Deus como se fôssemos um terceiro independente que simplesmente os bombardeia com duras críticas. Enquanto procuramos ministrar a eles, devemos sentir sua dor e entender sua situação.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Ezequiel 4:9–17

A terceira parte do segundo ato simbólico

(1) Quanto Ezequiel foi autorizado a comer durante esses 390 dias?

(2) Quanta água ele podia beber de cada vez?

(3) O que estava sendo representado por esse ato de comer somente aproximadamente 230 gramas de comida por dia e beber somente 600 ml de água de cada vez?

(4) Que tipo de combustível Ezequiel foi instruído a usar para assar seu pão?

(5) O que esta imagem visava representar?

(6) Como o profeta respondeu a esta ordem do Senhor? (v. 14)

(7) A Lei de Moisés contém muitas regras sobre alimentos e práticas limpas e impuras; no entanto, parece não haver nenhuma regra sobre assar pão com excremento humano (ao contrário do que muitos comentaristas dizem ao citarem o Pentateuco).

a. Por que Ezequiel se opôs a algo que o Senhor exigiu explicitamente que ele fizesse?

b. Você teria feito o mesmo? Por que ou por que não?

c. Qual foi a resposta de Deus ao seu pedido? Por quê?

(8) Qual foi a mensagem de Deus para o povo através desse ato simbólico de Ezequiel? (vv. 16-17)

(9) Na sua opinião, qual das seguintes situações desagradáveis teria sido mais preocupante para o povo?

a. ter que comer comida impura durante o cativeiro

b. definhar ao comer e beber alimentos e bebidas racionados

Por quê?

(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Não
trate a palavra de Deus com leviandade

Ficarão chocados com a aparência uns aos outros, e definharão por causa de sua iniqüidade.” (NVI-PT) (Ezequiel 4:17)

O juízo pronunciado pelo Senhor por meio de Ezequiel em 4:16-17 não é novidade; Moisés já o tinha previsto aproximadamente 1.000 anos antes.

Mas, se vocês não me ouvirem e não colocarem em prática todos esses mandamentos, e desprezarem os meus decretos, rejeitarem as minhas ordenanças, deixarem de colocar em prática todos os meus mandamentos e forem infiéis à minha aliança, então assim os tratarei ... eu lhes mandarei uma praga, e vocês serão entregues em mãos inimigas. Quando eu lhes cortar o suprimento de pão, dez mulheres assarão o pão num único forno e repartirão o pão a peso. Vocês comerão, mas não ficarão satisfeitos.” (NVI-PT) (Levítico 26:14-16, 25-26)

Agora, com o cerco iminente de Jerusalém, e sua segunda deportação, o povo de fato já tinha sido entregado "em mãos inimigas". No entanto, o que o Senhor profetiza por meio de Ezequiel é uma grande praga, uma grande fome em que o povo “comerá com ansiedade comida racionada”. De fato, assim como Moisés já tinha profetizado, as mulheres ainda poderiam assar pão, mas devido às pequenas quantidades que seriam racionadas entre elas, teriam que vigiar as outras mulheres para que sua pequena porção não fosse roubada, uma vez que o pão seria assado em um só forno. Esta é a “ansiedade” a que Ezequiel se refere; no entanto, não acaba aí, uma vez que eventualmente não haveria mais rações e elas “definharão”—uma descrição extremamente horripilante de uma morte lenta e dolorosa.

É uma tragédia de nossos dias que quando advertimos o mundo com honestidade sobre o juízo iminente que Deus fará na volta de nosso Senhor Jesus e o horrível "dano" da segunda morte (Apocalipse 2:11), sejamos rotulados como como pregadores de “fogo” e "enxofre”; até mesmo alguns cristãos nos consideram mensageiros de “miséria e desolação”. Infelizmente, foi assim que os ouvintes de Ezequiel o receberam; mas apesar dessa recepção, sua mensagem se cumpriu exatamente como Deus tinha predito. Embora a casa de Israel tenha tido poucas desculpas para o seu destino,o mundo de hoje não terá desculpa nenhuma, pois, nas palavras do apóstolo Paulo, “estas coisas lhes aconteceram [à casa de Israel] para um exemplo , e foram escritos como ensinamento para nós, para quem já é chegado o fim dos tempos”. (NVI-PT) (1 Coríntios 10:11)