Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Ezequiel no Velho Testamento.
A terceira visão (continuação): Esta visão já expôs os pecados de idolatria que estavam sendo praticados, até mesmo dentro do templo do Senhor, e revelou que Deus tinha ordenado aos anjos que executassem o juízo; no trecho de hoje, a glória do Senhor se afasta do templo:
(1) A dispersão das brasas sobre Jerusalém (vv. 1-8)
a. Onde esteve focada a atenção de Ezequiel antes da ordem de executar o juízo contra a cidade de Jerusalém? (v. 1; ver 1:26 e ss.)
b. O que foi levado a cabo no capítulo anterior (especialmente nos vv. 5-6) pelo anjo com o estojo de escrevente, junto com os outros anjos?
c. O que o Senhor ordenou que o homem vestido de linho (o mesmo que tinha o estojo de escrevente) fizesse em seguida? (v. 2)
d. O que simboliza o ato de espalhar brasas sobre a cidade? (veja o cumprimento disso em 2 Reis 25:9; 2 Crônicas 36:19)
e. Conforme a visão de Isaías (Isaías 6:6-7), qual era o propósito de aplicar carvão naqueles que eram obedientes ao Senhor?
f. Qual o efeito da presença do Senhor no templo? (vv. 3-5)
(2) Um olhar mais de perto aos querubins (vv. 9-22)
a. Tente fazer uma lista das características das rodas que o texto destaca. Quais são os elementos enfatizados? (versículos 9-12)
b. Como elas eram chamadas? (v. 13) Este nome tem algum significado específico?
c. Quais foram os quatro rostos dos querubins que Ezequiel distinguiu ao observá-los mais de perto? (v. 14; compare 1:10)
d. Como sabemos que esses querubins eram os mesmos seres vivos que tinham aparecido no capítulo um? (vv. 15, 20-22)
e. Para onde foi a glória de Jeová depois da partida do homem (o anjo) vestido de linho? (vv. 18-19)? O que isso poderia significar?
(3) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Quando o Senhor ordenou ao homem vestido de linho: 'Apanhe fogo do meio das rodas, do meio dos querubins', o homem foi e colocou-se ao lado de uma roda." (NVI -PT) (Ezequiel 10:6) )
No meio de toda essa descrição gloriosa, embora misteriosa, da presença de Jeová ao lado dos Querubins, é fácil perder de vista a mensagem principal desta visão de Ezequiel.
O evento central da visão continua sendo o juízo da cidade de Jerusalém por parte do "Deus de Israel" (10:20), na forma de brasas espalhadas sobre a cidade pelo anjo, entregues a ele por um de os querubins. Todos os demais detalhes da visão servem para salientar esse juízo, conforme segue:
- O Deus Todo-Poderoso (10:5) que preside os céus e a terra (como descrito por meio do aparecimento de Seu trono no v. 1) é Aquele que escolhera morar no templo de Israel, cuja presença necessariamente o enchia com Sua glória (10:4).
- No entanto, uma vez que os pecados de Seu povo tinham profanado o Seu templo, Ele decidiu pronunciar Seu justo julgamento contra o lugar de Sua morada, o templo de Jerusalém.
- O juízo ocorreu por meio do fogo tirado de um dos querubins (10:7). Isso contrasta fortemente com o fogo do altar usado para queimar os sacrifícios a fim de reconciliar o povo com o Senhor. O fogo espalhado sobre a cidade simboliza não só seu juízo, mas o fato de ela ter sido abandonado por Deus.
- Embora a descrição mais detalhada dos querubins continua a resistir à nossa plena compreensão, os detalhes adicionais parecem contrastar a obediência imediata e absoluta dos anjos de Deus com a desobediência do Seu povo.
- A menção dos olhos também parece ser um contraste entre os pecados ocultos daqueles que estavam no templo (descritos no capítulo anterior - cap. 8) e o castigo merecido que fora executado pelos anjos de Deus, que também eram testemunhas do pecados do povo.
- Finalmente, esta visão descreve o afastamento gradual da glória de Deus do templo que Ele tinha escolhido para levar o Seu nome; o processo em si nos dá ao mesmo tempo uma sensação da relutância com o qual Deus se afastou do povo, e uma sensação da finalidade do Seu juízo.
A mesma visão continua; desta vez, o Espírito ergue o profeta e o leva para a porta do templo do Senhor:
(1) Os líderes que pregavam falsa esperança (vv. 1-4)
a. Quem eram as pessoas que estavam na entrada? (v. 1)
b. De acordo com 8:16, que pecado essas pessoas tinham cometido?
c. Quais dos outros pecados dessas pessoas são mencionados aqui? (v. 2)
d. Qual é a falsa esperança que eles estavam dando ao povo, apesar dos pecados da cidade e do juízo que Deus já tinha pronunciado por meio de vários profetas (o mais notável dos quais foi Jeremias, que morava com eles em Jerusalém)? (v. 3)
- Eles pensavam que sua cidade cairia para os babilônios?
- Que metáfora usavam para descrever a prosperidade da cidade?
- Uma vez que se trata de uma metáfora otimista, seu significado não é que o inimigo iria cozinhá-los e comê-los. O que significa então?
(2) A refutação de Deus (vv. 5-15)
a. Que acusações adicionais Jeová apresenta ao povo? (vv. 5-6, 12)
b. No que o Senhor transformou sua metáfora de prosperidade? (v. 7)
c. O que significou Sua ênfase na execução do juízo "nas fronteiras de Israel"? (vv. 10, 11)
d. O que significou a morte do filho de Benaia (na visão) para Ezequiel? (versículo 13)
e. Por que o profeta (aparentemente) ficou tão surpreso e perturbado? Isso não fazia parte do cumprimento de sua profecia? (versículo 13)
f. Qual foi a resposta de Deus, e o que ela significa? (versículo 15)
(3) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Eles dizem: 'Não está chegando o tempo de construir casas? Esta cidade é uma panela, e nós somos a carne dentro dela’.” (NVI-PT) (Ezequiel 11:3)
Seria natural pensar que depois da deportação do ano 597 a.C., aqueles que ficaram na cidade de Jerusalém entendiam que estavam experimentando o juízo de Deus. Aliás, à luz de sua dominação por um inimigo tão poderoso, Nabucodonosor, seria natural pensar que mesmo que decidissem não se arrepender, ao menos teriam entendido que havia pouquíssima esperança para a sobrevivência da nação e, por conseguinte, de si mesmos.
No entanto, a julgar pelas acusações que o Senhor toma contra o povo nesta visão no capítulo 11, fica evidente que aqueles que tinham ficado na cidade enxergavam na partida dos governantes anteriores uma oportunidade para eles mesmos se erguerem como os novos governantes, e no confisco de propriedades abandonadas devido ao exílio uma oportunidade de enriquecer (11:15).
Foram esses pensamentos que levaram esses líderes recém-empossados a dizerem ao povo de Jerusalém: “Não está chegando o tempo de construir casas? Esta cidade é uma panela, e nós somos a carne dentro dela” (11:3).
Por se tratar de uma metáfora otimista, seu significado não é que o povo era como carne numa panela, prestes a ser devorada, mas que o povo era como carne desejável da mais alta qualidade, e a cidade era próspera, cobiçada por muitas nações. O sentimento subjacente era um de desafio à mensagem que o Senhor já lhes tinha transmitindo por meio de vários profetas, incluindo Jeremias. Portanto, impulsionado por seu otimismo, o povo continuou a matar os inocentes (11:6) e a se conformar com os costumes das nações ao seu redor (11:12).
O resultado foi previsível, uma vez que o Senhor, por meio de Ezequiel, os advertiu de que morreriam. Isso de fato aconteceu com um de seus líderes, Pelatias, filho de Benaia (11:13), enquanto o profeta ainda estava profetizando. É interessante ler que Ezequiel aparentemente entrou num estado de choque total ao testemunhar a morte de Pelatias. Entendo que proclamar a mensagem de Deus é uma coisa, mas ver ela se cumprir diante dos próprios olhos é outra, sempre chocante. Por outro lado, se nem o próprio mensageiro espera que a mensagem que Deus lhe deu seja cumprida, como ele pode esperar que seus ouvintes a acreditem?
Palavras de esperança e consolo para exilados como Ezequiel
(1) Lembre-se da resposta que o Senhor deu ao clamor de Ezequiel sobre o severo juízo que cairia sobre o remanescente em Jerusalém. O que pensava o remanescente sobre pessoas como Ezequiel, que estavam no exílio? (11:14-15)
(2) O fato de eles estarem no exílio significava que o Senhor os havia abandonado completamente? (v. 16: Observe especialmente como o termo santuário é usado à luz de Deus ter abandonado o templo de Jerusalém nesta mesma visão.)
(3) Será que esses exilados que juntamente com as dez tribos de Israel tinham sido espalhados “entre as nações” teriam a oportunidade de voltar à sua terra natal e possuí-la novamente? Por quê? (v. 17)
(4) Em sua opinião, que tipo de milagre seria necessário para que isso acontecesse?
(5) Que importantes mudanças de comportamento aconteceriam neles ao voltarem à sua terra? (vv. 18, 20)
(6) Que tipo de milagre seria necessário para que isso se tornasse realidade? (v. 19)
(7) Que mudança fundamental ocorreria em seu relacionamento com Deus?
(8) Você acha que esta profecia já se cumpriu plenamente em nossos dias? Por que ou por que não? (vide o artigo meditativo de hoje)
(9) Onde parou a glória do Senhor que se afastava do templo? (v. 23)
(10) Há algum significado especial nisso? (vide a Nota abaixo)
(11) O que essa visão teria significado para Ezequiel?
(12) O que essa visão teria significado para os exilados?
(13) Qual é a mensagem para a igreja hoje?
(14) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
“A montanha que fica a leste da cidade é o Monte das Oliveiras, de onde é possível ter uma vista da cidade inteira. De acordo com Zc. 14:4, o Senhor também aparecerá no Monte das Oliveiras sobre Jerusalém no juízo fina para lutar contra Seu inimigo e preparar o caminho para aqueles que serão salvos escaparem. Este é o mesmo Monte das Oliveiras onde o Filho de Deus anunciou a segunda destruição à cidade degenerada (Lucas 19:21; Mat. 24:3), e de onde Ele ascendeu ao céu de forma visível após a Sua ressurreição (Lucas 24:50; cf. Atos 1:12) ... 'assim Cristo subiu deste monte ao seu reino, para executar juízo contra os judeus'."
(K&D, Ezequiel, 89)
“Darei a eles um coração não dividido e porei um novo espírito dentro deles; retirarei deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne.” (NVI-PT) (Ezequiel 11:19)
Em resposta ao lamento de Ezequiel pela destruição total do remanescente em Jerusalém, o Senhor promete uma restauração de Israel tão radical que alguns, pelos motivos citados abaixo, chamam essa promessa do Senhor, "O evangelho segundo Ezequiel" (NICOT, Ezequiel, 341).
- Ao contrário dos moradores de Jerusalém (aqueles que seriam julgados por terem corações de pedra), os exilados são chamados de “toda a casa de Israel” (11:14), expressão que aponta para uma futura restauração.
- Mesmo antes de lhes prometer um retorno à terra de Israel, Deus deixou claro que Ele nunca os havia deixado—apesar da destruição iminente do templo na Cidade Santa de Jerusalém, Sua presença continuaria com os exilados em suas terras estrangeiras (11:16).
- Ao voltar à terra, o povo não adoraria mais os outros deuses e ídolos, mas seguiria os decretos de Deus; no entanto, essa mudança tão radical em seu comportamento só pode acontecer por meio do ato de Deus de criar neles um coração não dividido de carne, criando neles um novo espírito. Isso aponta claramente para seu renascimento em Cristo, seu Messias, através do Espírito Santo que moraria neles (11:18-20).
- Assim, eles serão verdadeiramente o povo de Deus, e Ele será o seu Deus (11:20).
Keil tem razão quando diz o seguinte:
“Embora Israel tenha abandonado completamente a prática da idolatria flagrante no cativeiro, ele não obteve naquele momento o novo coração predito nos vv. 19 e 20. Isso só começaria com a pregação do arrependimento do Batista e com a chegada de Cristo; e se cumpriu naqueles filhos de Israel que com fé aceitaram a Jesus, permitindo que Ele os fizesse filhos de Deus. No entanto, nem mesmo a vinda de Cristo cumpriu essa profecia totalmente em Israel, mas somente uma parte dela, uma vez que a maior parte de Israel ainda tem em sua dureza aquela coração de pedra que precisa ser extraída de sua carne antes de ele poder alcançar a salvação."
(K&D, Ezequiel, 88)
Portanto, o cumprimento final desta promessa ainda está no futuro, de acordo com o apóstolo Paulo, “até que chegue a plenitude dos gentios. E assim todo o Israel será salvo” (Romanos 11:25-26).
O terceiro ato simbólico—fazer um buraco na parede
(1) A quem este oráculo se refere? (versículo 10)
(2) Quão rebelde era “toda a casa de Israel”? (v. 2)
(3) Nesse caso, por que Deus precisava lhes anunciar Seu juízo de forma tão gráfica e visual?
(4) O ato simbólico que Ezequiel devia realizar (vv. 3-7)
a. Use sua imaginação e pense sobre o que Ezequiel teria incluído em sua bagagem para que o povo soubesse que ele estava representando uma pessoa que estava sendo exilada (todos eles já tinham passado por essa experiência ao serem deportados).
b. O que Ezequiel devia fazer à noite enquanto o povo estivesse observando?
c. Você consegue imaginar o quão difícil teria sido fazer isso?
(5) A mensagem (vv. 8-14)
a. Como as pessoas (no exílio) responderam a esse ato simbólico de Ezequiel? (v. 8)
b. Qual era a mensagem para o príncipe e seu povo em Jerusalém? (v. 11)
c. De que maneira cada detalhe desta profecia foi cumprido literalmente? (vv. 13-14; Jeremias 39:4-7)
(6) “Então saberão que eu sou o Senhor”. Esse tema é repetido muitas vezes nas profecias de Ezequiel. Com base na história, geralmente acredita-se que o povo de Israel abandonou sua prática de adorar ídolos durante o cativeiro, uma vez que os relatos dos evangelhos não contêm nenhuma repreensão de Jesus com relação à adoração de ídolos. Isso significa que o povo já a reconhecia o Senhor?
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Estenderei a minha rede para ele, e ele será apanhado em meu laço; eu o trarei para a Babilônia, terra dos caldeus, mas ele não a verá, e ali morrerá." (NVI-PT) (Ezequiel 12:13)
Tenho que discordar com a afirmação de Daniel Block de que "os oráculos de Ezequiel não costumam ser tão específicos" (NICOT, 377), uma vez que suas profecias sobre o destino de Tiro (cap. 26) e a restauração de Israel, descrita em termos de ossos secos que ganham vida (cap. 37), são tão específicos que deixam pouco espaço para interpretações errôneas. No entanto, a profecia sobre o destino do "príncipe de Israel" (12:10), que não é outro senão o rei Zedequias, contém detalhes que foram cumpridos mais tarde de forma tão minuciosa que muitos eruditos incrédulos pensam que é impossível que Ezequiel não tenha escrito esta "profecia" após os eventos que descreve.
Ezequiel profetiza o seguinte:
- O príncipe fugiria para salvar sua vida por um buraco cavado na parede, pelo qual ele poderia passar com o rosto coberto (v. 12).
- Ele seria pego na armadilha de Deus e levado para a Babilônia, mas não a veria (v. 13).
- Seus servos (quer dizer, aqueles que o apoiavam) e tropas seriam perseguidos com a espada (v. 14).
2 Reis 25 confirma o cumprimento histórico desta profecia:
- Zedequias, rei de Judá, juntamente com todos os soldados, fugiu da cidade de noite pelo portão entre os dois muros (v. 4).
-Mas o exército babilônico os perseguiu, alcançando Zedequias nas planícies de Jericó. Eles o levaram a Nabucodonosor, rei da Babilônia, que matou seus filhos diante de seus olhos, e logo arrancou seus olhos e o levou acorrentado para a Babilônia, um lugar que ele não podia ver porque seus olhos tinham sido arrancados (vv. 5-7).
- Nabucodonosor também matou todos os nobres de Judá (v. 7).
A verdade é esta: à luz de tanta precisão, é impossível não concordar com o apóstolo Pedro que “jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo” (2 Pe. 1:21).
12:17-20—Uma mensagem de ansiedade
(1) O que o Senhor ordena que Ezequiel faça? (v. 17)
(2) Você já ficou tão ansioso que não conseguia comer normalmente?
(3) Que tipo de calamidade este ato representa?
(4) Qual era o motivo desse juízo? (versículo 19)
(5) Embora a idolatria já seja muito ruim para o povo de Deus, até onde a cidade tinha se degradado, uma vez que era marcada pela “violência”?
(6) Como você descreveria a cidade/país onde você mora? Ela também é marcada pela violência? Até onde ela tem se degradado, no que tange à sua condição espiritual?
12:21-28—Desprezo pelas visões
(7) Que provérbio sobre as visões proféticas estava sendo difundido em Israel? (versículo 21)
(8) Que tipo de mentalidade com relação às palavras dos profetas é evidente neste provérbio?
(9) Por que esse provérbio irritava tanto a Deus?
(10) Em que Deus transformaria esse provérbio? Como Ele faria isso? (vv. 23-25)
(11) Que outra mentalidade comum entre o povo com relação à profecia também irritava o Senhor? (v. 27)
(12) Os cristãos hoje mostram essa mesma atitude geral com relação às profecias bíblicas?
(13) Esse provérbio também descreve a sua mentalidade?
(14) Qual é a resposta de Deus a essa mentalidade? (v. 28)
(15) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"A visão que ele vê é para daqui a muitos anos, e ele profetiza sobre o futuro distante." (NVI-PT) (Ezequiel 12:27)
Observo que a mentalidade do povo da época de Ezequiel com relação às profecias parece muito contemporânea.
Em primeiro lugar, existem pessoas que não acreditam em nenhuma palavra profética; Eles dizem: “Os dias passam e todas as visões dão em nada” (v. 22). Em outras palavras, eles não acreditam que as palavras proféticas sejam de Deus, mas que são simples invenções de homens. É claro que isso não é certo. Muitas profecias bíblicas já foram cumpridas com precisão, especialmente aquelas relacionadas à primeira vinda de Cristo. James Kennedy contou 333 profecias sobre Cristo no Velho Testamento. Em suas palavras, "As possibilidades de todas elas serem cumpridos na pessoa de Cristo são alucinantes!" (Evangelism Explosion, 152)
Nos dias de hoje, o mundo pensa que somos loucos por acreditarmos firmemente que o resto das profecias sobre a segunda vinda de Cristo se cumprirão! Mas a resposta de Deus a esses céticos é a mesma: "Estão chegando os dias em que toda visão se cumprirá" (12:23).
Em segundo lugar, também há um problema com a mentalidade da maioria dos crentes, pois eles acreditam que as profecias sobre os últimos dias são “para daqui a muitos anos ... sobre o futuro distante” (12:27). Quem os culparia? Até mesmo os cristãos dos dias de Pedro diziam: "O que houve com a promessa da sua vinda? Desde que os antepassados morreram, tudo continua como desde o princípio da criação" (2 Pedro 3:4).
É verdade que, na superfície, o mundo não mudou. Apesar de ele ser tão perverso, as pessoas continuam “comendo bebendo, casando-se e dando-se em casamento” (Mt 24:38), como se o mundo nunca fosse acabar. Mas isso foi exatamente o que aconteceu nos dias de Noé, quando de repente o povo foi arrastado pelo juízo do dilúvio. E nosso Senhor nos lembra que “assim acontecerá na vinda do Filho do homem” (Mateus 24:39).
Com isso em mente, ouçamos novamente a palavra do Senhor: “Assim diz o Soberano, o Senhor: 'Nenhuma de minhas palavras sofrerá mais demora; tudo o que eu disser se cumprirá. Palavra do Soberano, o Senhor' ” (Ezequiel 12:28).
13:1-7—Profetas tolos
(1) Contra quem o Senhor pede que Ezequiel profetize? (vv. 1-2; leia Jeremias 29:31 para ver um exemplo típico disso)
(2) Por que eles são chamados de "falsos" profetas? (vv. 3, 6-7)
(3) Nesse caso, por que eles esperavam que suas palavras se cumprissem? (v. 6)
(4) Se tivessem sido profetas verdadeiros, qual teria sido sua responsabilidade? (v. 5)
(5) Por que eles são chamados de "chacais no meio de ruínas"? (v. 4)
(6) "Ai dos profetas tolos" (v. 3): A palavra aqui traduzida como "tolos" também pode ser traduzida como "perversos". Na sua opinião, qual das duas traduções melhor descreve esses falsos profetas? Por quê?
13:8-16—O juízo dos falsos profetas
(7) Seu destino inclui (v. 9) os seguintes prejuízos:
a. Eles não pertencerão ao conselho de meu povo: O que isso significa? (vide Sal. 1:5)
b. Não estarão inscritos nos registros da nação de Israel O que isso significa? (vide Esdras 2:62; Neemias 7:64)
c. Não entrarão na terra de Israel: O que isso significa? (Leia o juízo do falso profeta em Jeremias 29:32 e a reflexão meditativa de hoje.)
(8) O juízo que cairia sobre eles (vv. 10-16)
a. Que mentira específica eles contavam? (v. 10)
b. Que imagens o Senhor usa para descrever sua mensagem enganosa? (v. 10)
c. Qual seria o resultado de sua profecia e juízo? (vv. 11, 13-15)
d. O que quer dizer que o povo perguntaria: "Onde está a caiação que vocês fizeram?" (v. 12).
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Eles não pertencerão ao conselho de meu povo, não estarão inscritos nos registros da nação de Israel e não entrarão na terra de Israel.” (NVI-PT) (Ezequiel 13:9)
“O castigo que cairá sobre os falsos profetas é… descrito mais especificamente de forma climáctica, onde a severidade aumenta à medida que ela é anunciada. (1) Esses profetas não participariam mais no conselho do povo de Deus; ou seja, perderiam sua posição de influência entre o povo... o âmbito dos conselheiros, não o âmbito da sociedade. (2) Seus nomes não seriam escritos no livro da casa de Israel. O livro da casa de Israel era o registro no qual estavam registrados os cidadãos do reino de Deus. Qualquer pessoa cujo nome não estivesse inscrito nesse livro, ou cujo nome tivesse sido apagado, era excluída da cidadania de Israel e perdia todos os privilégios que a cidadania lhe proporcionava. A imagem do livro da vida é semelhante a esta (cf. Êxodo 32:32). Uma vez que esta passagem não se refere a Israel com respeito à sua existência externa como nação, mas como povo de Deus, ser excluído de Israel também significava ser excluído da comunhão com Deus. Uma vez que o que é mencionado aqui não é que seus nomes seriam apagados do livro, mas que nem sequer seriam incluídos, é explicado pela menção que estas palavras fazem da fundação do novo reino de Deus. A antiga teocracia já tinha sido abolida, apesar de Jerusalém ainda não ter sido destruída... os falsos profetas não seriam cidadãos do novo reino. (3) Eles não seriam autorizados a entrar na terra de Israel, ou seja, além de serem obrigados a permanecer no exílio, também perderiam toda e qualquer parte dos privilégios e bênçãos do reino de Deus (este é o mesmo veredicto que Jeremias pronunciou sobre Shamaías, o Neelamita em Jeremias 29:29-32/itálico, NICOT, 405 )."
(K&D, 96-97)
Profecias contra os falsos profetas (continuação)
(1) Quem são os falsos profetas destacados nesta mensagem? (v. 17)
(2) Quais são as ferramentas que eles usavam para enlaçar o povo? (v. 18)
(3) Do que essas ferramentas o lembram?
(4) O que eles queriam conseguir com suas mentiras ? (v. 19)
(5) Seus pecados (vv. 19-22)
a. Como eles tinham profanado ao Senhor? (v. 19)
b. Além de profanar ao Senhor, qual foi outro resultado de suas mentiras? (v. 19) Por quê?
c. Por que o Senhor diz que eles tinham caçado "o povo como se fossem passarinhos"? (v. 20)
d. Como eles tinham entristecido o coração dos justos? (v. 22)
e. Como eles tinham encorajado os ímpios a não se desviarem de seus maus caminhos?
(6) Seu juízo (vv. 20-23):
a. O Senhor prometeu que Ele arrancaria de seus braços aqueles que eles tinham enlaçado e os libertaria (v. 20), rasgaria seus véus e livraria Seu povo (v. 21); eles não teriam mais visões falsas nem praticariam adivinhação (v. 23). Portanto, qual seria o seu castigo?
b. Qual é o castigo sugerido pelo versículo 18?
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Vocês me profanaram no meio de meu povo em troca de uns punhados de cevada e de migalhas de pão. Ao mentirem ao meu povo, que ouve mentiras, vocês mataram aqueles que não deviam ter morrido e pouparam aqueles que não deviam viver.” (NVI-PT) (Ezequiel 13:19)
Embora Ezequiel tenha profetizado contra os adivinhos de sua época, as "implicações teológicas" compartilhadas por Daniel Block são, na minha opinião, bastante perspicazes:
“Primeiro, o povo de Deus é mais vulnerável às influências do ocultismo em tempos de crise. A menos que uma pessoa esteja vigilante em sua caminhada com Deus, as experiências difíceis podem levá-la a duvidar da presença e do poder de Deus e deixá-lo exposto aos poderes sinistros das trevas. O mundo espiritual demoníaco opera em oposição direta ao reino de Deus...
“Segundo, o encanto da magia é uma armadilha que o príncipe das trevas usa para seduzir vítimas inocentes. Desde as épocas mais remotas da história, a noção do mundo espiritual tem encantado os humanos. A magia e a feitiçaria continuam a desempenhar um papel importante em muitos cantos do mundo, até mesmo no mundo ocidental fundamentalmente materialista que durante tanto tempo tem negado a existência do sobrenatural. A influência do ocultismo nas sociedades 'iluminadas', especialmente entre aqueles que se sentem desiludidas com a visão de mundo predominante e sua influência na resposta às questões fundamentais da vida, mostra o poder sedutor do reino das trevas. A magia oferece poder. Promete controle sobre o próprio destino e sobre os inimigos. Mas a mensagem de Ezequiel é que a magia engana; é uma armadilha que enlaça em vez de liberar. O profeta exilado também anuncia que há libertação dos poderes sinistros das trevas, mas somente no Senhor.
“Terceiro, o povo de Deus deve resistir à tentação de explorar os laços espirituais para obter alguma vantagem pessoal. Esse tipo de exploração se torna evidente quando uma pessoa recorre a feitiços, encantamentos e feitiçaria, todos condenados por Deus (Dt 18:10-14). É mais sutil em outros empreendimentos humanos que buscam aproveitar o poder divino para fins egoístas. Uma abordagem da fé que trata Deus principalmente como a chave para a saúde, felicidade e o sucesso pode ser tão ocultista quanto o ocultismo declarado, profanando o Seu nome. De acordo com o paradigma estabelecido pelo nosso Senhor (Mateus 6:9-13), o antídoto para essa forma de idolatria é uma paixão pela honra do nome do Senhor…”
(NICOT, Ezequiel, 418-9)