Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Ezequiel no Velho Testamento.
A consulta feita por homens ímpios
(1) Os anciãos exilados se apresentam diante de Ezequiel (vv. 1-3)
a. Qual foi o propósito desses anciãos ao se sentarem diante de Ezequiel? (v. 3)
b. Esses anciãos agora viviam como exilados:
- O que eles deveriam ter aprendido do seu destino?
- Ao não deixar que esses anciãos O consultassem, o Senhor lhes fez as seguintes acusações:
1) Eles tinham erguido ídolos em seus corações. O que significa isso?
2) Eles tinham colocado tropeços ímpios diante do seu rosto. O que significa isso?
(2) Jeová promete uma resposta individual a tal pessoa ímpia:
a. Como Ele responderia a tal pessoa? (v. 8)
b. Qual era o Seu propósito? (v. 5)
c. Portanto, qual era a mensagem de Deus para a casa de Israel? (v. 6)
(3) O profeta que atende ao pedido dos ímpios (vv. 9-11)
a. Por que o profeta não foi autorizado a proferir uma profecia em resposta à consulta dos ímpios? (v. 9)
b. Se tivesse atendido ao seu pedido, qual provavelmente teria sido o tema de sua profecia? Por quê?
c. Como Deus lidaria com esse tipo de profeta? Por quê? (vv. 9-10)
d. Qual é o verdadeiro desejo de Deus ao castigar tanto o ímpio quanto o profeta? (v. 11)
(4) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"E, se o profeta for enganado e levado a proferir uma profecia, eu, o Senhor, terei enganado aquele profeta, e estenderei o meu braço contra ele e o destruirei, tirando-o do meio de Israel, o meu povo." (NVI-PT) (Ezequiel 14:9)
Embora
Ezequiel não tenha esclarecido por que os anciãos exilados o procuraram para consultar o Senhor, "eles evidentemente chegaram com a
intenção de obter por meio dele alguma palavra de Deus sobre o futuro
de Jerusalém ou o destino do reino de Judá” (K&D, 102). No entanto,
sua intenção sem dúvida não era obedecer (14:3), uma vez que o Senhor aponta
o seguinte:
- Eles tinham erguido ídolos em seus corações; isso significa que eles ainda não tinham aprendido nada do seu exílio, nem tinham se arrependido de sua adoração a ídolos (14:6).
- Por isso eles continuavam a tropeçar em sua maldade.
No entanto, Deus também advertiu Ezequiel (e qualquer outro profeta) que nem mesmo devia atender seu pedido, pelas seguintes razões:
- Se ele atendesse ao seu pedido, estaria tentado agradá-los com profecias que destoariam do que Deus já tinha pronunciado, a saber, mensagens de juízo, e não de esperança.
- Se apesar dessa advertência algum profeta recebesse uma visão sobre a qual pudesse profetizar, Deus o estaria seduzindo, como o que aconteceu no incidente de 1 Reis 22:20 e ss., onde Deus enviou um espírito mentiroso para enganar os falsos profetas.
De fato, enquanto procuramos convencer os céticos e aqueles que estão determinados a se oporem aos padrões imutáveis da Palavra de Deus, devemos ter cuidado para não inventar novas idéias que sejam inconsistentes com o que Deus já pronunciou na Bíblia, para não ficarmos culpados do mesmo pecado contra o qual o Senhor advertiu Ezequiel e os outros profetas de sua época.
14:12-20—O juízo contra uma nação infiel
(1) Contra que tipo de nação esta profecia é dirigida? (v. 13a)
(2) Deus imagina uma situação hipotética na qual três de Seus homens justos moram nessa nação:
a. Noé: Como Noé expressou sua justiça? (Gênesis 6:9 e ss., Heb. 11:7; 2 Pe. 2:5)
b. Daniel: Como Daniel expressou sua justiça? (Dan. 1:8; 6:10)
c. Jó: Como Jó expressou sua justiça? (Jó 1:20-22)
(3) Por que o Senhor diz que mesmo que esses três homens (conhecidos por sua justiça) estivessem naquela nação, "eles só poderiam livrar a si mesmos"? (14:14)
(4) O primeiro exemplo do castigo que Deus enviaria a uma nação tão infiel (vv. 13-14; vide a Nota abaixo)
a. Qual seria o castigo?
b. Quão grave seria?
(5) O segundo exemplo (vv. 15-16)
a. Qual seria o castigo?
b. Quão grave seria?
(6) O terceiro exemplo (vv. 17-18)
a. Qual seria o castigo?
b. Quão grave seria?
(7) O quarto exemplo (vv. 19-20)
a. Qual é o castigo?
b. Quão grave seria?
(8) Qual é a mensagem central desses quatro exemplos?
(9) Em que país(es) atual (atuais) este aviso o faz pensar?
14:21-23—O juízo de Jerusalém
(10) Em comparação com a nação (hipotética) mencionada acima, por que o Senhor diz: "Quanto pior será quando eu enviar contra Jerusalém?". (v. 21)
(11) Uma vez que o juízo seria "muito pior", que diferença haveria no resultado final do juízo? (v. 22)
(12) Qual seria o propósito de Deus ao permitir que houvesse sobreviventes que eventualmente viriam até eles (quer dizer, aqueles que já estavam no exílio)? (v. 22)
(13) A profecia termina com estas palavras: "pois saberão que não agi sem motivo em tudo quanto fiz ali"?
a. Como essas palavras teriam consolado Ezequiel e os outros exilados?
b. E você? Como essas palavras podem consolá-lo em sua situação atual?
(14) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Os quatro tipos de desastres que aconteceriam a essa nação infiel ao Senhor são, em essência, um resumo dos crescentes castigos prometidos contra Israel em Levítico 26:18 e ss.
“‘Vocês se sentirão consolados quando virem a conduta e as ações deles, pois saberão que não agi sem motivo em tudo quanto fiz ali'. Palavra do Soberano, o Senhor.” (NVI-PT) (Ezequiel 14:23)
Embora não tenhamos ideia de quando o Senhor deu a Ezequiel a mensagem sobre os quatro tipos de desastres que aconteceriam a essa nação infiel hipotética, “parece ter sido entregue em resposta aos princípios da retribuição divina adotados por Ezequiel. O caráter abrangente do juízo contra Israel que Ezequiel estava profetizando parece ter colocado em dúvida a justiça de Deus” (NICOT, 442).
Portanto, o Senhor usa como exemplos três homens ilustres na Bíblia, conhecidos por sua justiça—Noé e Jó da antiguidade, e Daniel, um contemporâneo—para ressaltar a maldade de Jerusalém e destacar a perfeita justiça do castigo implacável de Deus, que , aliás, tem os seguintes dois motivos teológicos:
- A justiça (e, portanto, a salvação) não pode ser transmitida de uma pessoa para outra. Todos nós somos individualmente responsáveis pelas nossas vidas diante de Deus.
- Apesar do merecido juízo pronunciado por Deus contra Jerusalém, Deus, por Sua pura graça e misericórdia, preservará um remanescente cujo comportamento transformado (algo que, como já demonstrado em 11:19, é o resultado de um novo espírito dado por Deus) mostrará que Deus nunca agiu sem motivo (14:23).
Recentemente, fiquei profundamente comovido com essa mensagem ao passar por certas dificuldades inexplicáveis relacionadas com uma série de eventos em minha vida. Por um lado, cada dia eu trazia meus problemas diante do Senhor e recebia paz, sabendo que Deus tinha total controle sobre esses problemas; por outro lado, o caráter inusitado dessas dificuldades me deixava louco, até que um dia me deparei com estas palavras em Ezequiel: “pois saberão que não agi sem motivo em tudo quanto fiz ali'” (14:23). Com certeza, meus problemas não eram nada em comparação com as dificuldades enfrentadas pelo público de Ezequiel; Mesmo assim, agora que essa série de eventos difíceis ficou no passado, posso declarar com convicção que Deus sabe exatamente o que Ele está fazendo em nossas vidas, e tudo o que acontece em nossas vidas acontece por uma razão, a saber, para cumprir Sua vontade boa, agradável e perfeita (Rm 12:2). Tudo o que acontece é para o bem maior daqueles que O amam (Rm. 8:28).
15:1-5—A metáfora da videira inútil
(1) Com frequência, o Senhor usa a imagem de uma vinha ou videira para descrever quão precioso Israel é para Ele (Is 5:1; Jer. 2:21; Sal. 80:8, etc.). À luz disso, o que a audiência de Ezequiel teria pensado ao ouvi-lo usar as imagens da videira?
(2) Porém, esta imagem não enfatiza a videira em si, mas sua madeira. À luz disso, qual seria a resposta à pergunta do Senhor no v. 2?
(3) O Senhor dá seguimento à Sua pergunta inicial com a seguinte pergunta: "Alguma vez a madeira dela é usada para fazer algo útil?".
a. Em que circunstâncias a “madeira” ou caule da videira seria retirado da planta? (vide João 15:1 e ss.)
b. Uma vez removida, a madeira é útil para fazer cavilhas? Por quê?
c. Uma vez que não serve para nenhuma outra finalidade, ela poderia ser usada, na melhor das hipóteses, como combustível. E depois de ser usada como combustível, com ambas as pontas já queimadas e a porção central carbonizada, para que serviria?
15:6-8—A metáfora é aplicada a Jerusalém
(4) Que eventos já tinham ocorrido em Jerusalém nessa época em que Ezequiel e seu povo viviam no exílio?
(5) Embora ainda houvesse pessoas que que tinham ficado com seu rei em Jerusalém, como a metáfora no v. 4 correspondia à sua situação atual?
(6) O que aconteceria com essa videira carbonizada? (v. 7)
(7) Qual seria o resultado final para Jerusalém? Por quê? (v. 8)
(8) Auto-reflexão:
a. Quem era você antes de conhecer o Senhor?
b. Quem é você hoje? Por quê?
c. Como essas imagens lhe servem como uma advertência (mas ao mesmo tempo como um encorajamento)?
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Em que a madeira da videira é melhor do que o galho de qualquer árvore da floresta?" (NVI-PT) ( Ezequiel 15:2)
“Embora o objetivo deste oráculo seja reforçar a mensagem do trecho em 14:12-23, é importante reconhecer duas implicações específicas desta metáfora:
"Primeiro, uma afirmação da eleição divina não pode ser substituída pela fidelidade à aliança. Este oráculo questiona a falsa afirmação de segurança de Israel com base em seu status como videira real, o povo privilegiado de Deus. No entanto, eles precisavam responder ao chamado que esse importante papel implica com obediência voluntária ao divino Rei que os chamou para Si. A graça faz grandes exigências às pessoas que a recebem, e a menos que elas correspondam às afirmações por meio de uma adesão à Sua vontade, algum dia talvez percebam que Deus, longe de ser seu protetor e ajudante, tem se tornado o seu adversário.
"Segundo, o juízo contra aqueles cuja fidelidade não corresponde às suas afirmações é severo. Numa clara alusão a este texto, Jesus adverte Seus discípulos sobre o destino dos ramos inúteis: "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta... Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados" (Jo 15:1-2a, 6, NVI-PT). O chamado para exercer o papel da videira é um chamado para dar fruto de obediência ao Senhor da aliança (cf. Jo 15:8-17)."
(NICOT, Ezequiel, 459)
A alegoria da infiel Jerusalém: Deve-se notar que o castigo de Jerusalém representa o castigo de toda a casa de Israel.
(1) O que a alegoria que segue procura trazer à tona? (v. 2)
(2) Sua origem espiritual (v. 3): Sua origem é comparada à dos cananeus, que na antiguidade eram conhecidos por sua impiedade.
a. Por que Deus os comparou com os amorreus? (vide Gênesis 15:16)
b. Por que Deus os comparou com os hititas? (vide Gênesis 27:46)
c. O que significa esta alegoria que teria sido tão ofensiva aos israelitas?
(3) Uma criança abandonada (vv. 4-5)
a. O que o nascimento de um filho normalmente representa para uma família?
b. Qual seria o resultado para um bebê recém-nascido se o seguinte acontecesse?
- o cordão umbilical não fosse cortado
- seu corpo não fosse lavado com água
- não fosse esfregado com sal
- não fosse enrolado em panos
c. Qual é a condição espiritual de Israel retratada neste trecho? (v. 5)
(4) Resgatada e adotada (vv. 6-7)
a. Quem veio resgatá-la? (v. 6)
b. No que Israel se tornou?
(5) A aliança do casamento (v. 8)
a. Que relacionamento especial Deus estabeleceu com Israel?
b. Qual foi o resultado dessa aliança de casamento? (v. 8b)
(6) O casamento (vv. 9-14). Como os versículos a seguir aplicam essa metáfora a Israel?
a. v. 9
b. v. 10
c. vv. 11-13a
d. v. 13b
e. Qual foi o status alcançado por Israel nos vv. 13c-14?
(7) Sua infidelidade (vv. 15-19)
a. Como Israel devia responder depois de receber tanto amor e misericórdia do Senhor? (vide Êxodo 19:5-6)
b. Por que Israel tinha se tornado infiel para com o Senhor? (v. 15)
c. Quão impensáveis foram suas ações? (vv. 15b-16)?
d. Você concorda com a observação de Deus no v. 16? Por que ou por que não?
e. Em essência, quais são as acusações de Deus nos vv. 17-19?
(8) Responda às seguintes perguntas sobre esta alegoria:
a. Que palavra você usaria para descrever como Deus se sentia?
b. Que palavra você usaria para descrever a infidelidade de Israel?
c. Que impacto essa alegoria teve em você pessoalmente?
(9) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Coisas assim jamais deveriam acontecer." (NVI-PT) (Ezequiel 16:16)
Ao ler esta alegoria sobre a infidelidade de Israel, é impossível não sentir a profunda dor e tristeza do marido que tinha derramado seu amor sobre esta noiva de origem extremamente humilde. Mas é ainda mais alarmante perceber que esse marido não é outro senão o Deus Todo-Poderoso; é ainda mais surpreendente perceber que esta amorosa libertação de Israel, e a posterior aliança, tenha sido realizada através da morte do Filho de Deus na cruz, para que Israel pudesse realmente ser dEle (16:8).
Embora à luz disso a traição de Israel pareça impensável e imperdoável, ela é simplesmente um retrato de toda a humanidade, incluindo você e eu.
Se Cristo não tivesse vindo para morrer por nós, teríamos morrido como um bebê jogado fora e abandonado num campo aberto (16:5).
Se Cristo não tivesse vindo para morrer por nós, estaríamos nus e sem roupa, vivendo na vergonha pública dos nossos pecados e impiedade.
Se Cristo não tivesse vindo para morrer por nós, seríamos escravos de Satanás, vivendo uma vida de autodestruição, auto-engano e grande miséria.
O apóstolo Paulo, em resposta a tão admirável amor e graça, escolheu viver assim: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.” (NVI-PT) (Gálatas 2:20)
A abominação de Israel é desmascarada
(1) O sacrifício de seus filhos (vv. 20-22)
a. A quem pertenciam seus filhos? (v. 20)
b. A que práticas detestáveis ela tinha submetido seus filhos? (vide 2 Reis 16:3; 17:17; 21:6, etc.)
c. O que ela tinha esquecido ao praticar tudo isso? (v. 22)
(2) Idolatria flagrante (vv. 23-25)
a. Como sua idolatria é retratada nesta acusação?
b. À luz de sua identidade diante do Senhor, quão triste é sua condição? (v. 25)
(3) Prostituição com os inimigos vizinhos (vv. 26-29)
a. Por que a prostituição caracterizava seu relacionamento com o Egito? (vide um exemplo em Isa. 30:2 e ss.)
b. Como Deus já a tinha castigado por suas ações? (vv. 27-28; vide 2 Crônicas 28:18)
c. Como ela tinha se voltado para os assírios? (v. 28; vide 2 Reis.16:7; Isa.57:8)
d. Que rei específico começou a cortejar os babilônios? (v. 29; vide 2 Reis 20:12-19)
(4) Uma prostituta barata (vv. 30-34)
a. Como o Senhor resume seus atos de infidelidade? (vv. 30-31)
b. Quão vil era sua infidelidade quando ela é comparada com outras prostitutas? (vv. 32-34)
(5) O juízo de Deus com ira e ciúme (vv. 35-42)
a. Quem seriam os instrumentos do castigo de Deus? (vv. 37)
b. O que o castigo de Deus implicaria? (vv. 38-41)
c. Que razões são dadas para esses castigos tão implacáveis? (vv. 35-36)
d. Quando a ira de Deus diminuiria? (vv. 41-42)
(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Então a minha ira contra você diminuirá e a minha indignação cheia de ciúme se desviará de você; ficarei tranqüilo e já não estarei irado." (NVI-PT) (Ezequiel 16:42)
A ira de Deus contra as práticas detestáveis de Israel é expressa através da analogia de um marido que foi profundamente ferido por sua esposa adúltera. Quando lemos a dolorosa queixa do Senhor, é impossível não ter a sensação de que não se trata de uma simples analogia, mas de uma expressão real de dor e tristeza, infligidas no contexto de um relacionamento íntimo de amor. Neste trecho, depois de pronunciar o juízo, Deus declarou que, como resultado, Sua raiva diminuiria e Sua ira ciumenta se desviaria dEle. Eu me perguntei sinceramente se Deus realmente é um Deus tão vingativo que só ficaria satisfeito depois de ferir Israel. Uma das opiniões que me foi bastante útil com relação a isso é mencionada por Calvino:
“Ontem paramos na passagem onde Deus pronuncia que Sua rivalidade partiria dos judeus . Alguns interpretam essa palavra como ciúme, mas esse sentido não me agrada, pois sabemos que até agora Deus tem falado no papel de marido. Mas quando um marido se vinga da ferida que sofreu, ela arde de ciúmes. Portanto, sua ira não conhece fronteiras; mas quando ele começa a desprezar sua esposa por ela estar contaminada, considerando-a indigna de sua atenção, sua raiva e indignação diminuem. É por isso que alguns pensam que este seja o significado da afirmação "Meu ciúme se desviará de você": Você não será mais considerada minha esposa; eu a desprezarei como se fosse completamente estranha e desconhecida...”
(Comentários de Calvino, XII, 147)
Em outras palavras, aquilo que satisfaz e apazigua a Deus não é a vingança, mas a dissolução do relacionamento, que põe fim à Sua dor e tristeza; esse é o juízo final da infiel Israel.
“Grande, Deus Todo-Poderoso, uma vez que nos sustentaste até aqui, e uma vez que merecemos ser completamente destruídos cem vezes—peço que nos concedas arrependimento desse juízo horrível cujo exemplo nos deste no seu antigo povo; e que nos dediquemos a Ti na verdadeira castidade da fé, para que possamos experimentar o caminho de Tua bondade até gozarmos da herança eterna que Teu Filho unigênito nos comprou por Seu sangue. Amém." (Idem)
A ira de Deus não para com seu pronunciamento de juízo contra Judá pela sua infidelidade, mas continua na comparação que Ele faz entre ela e Samaria (o reino do norte de Israel que já tinha destruído) e Sodoma (vide a Nota abaixo):
(1) Que pecado específico o Senhor salienta mais uma vez antes de fazer essa comparação? (v. 43a) Por quê?
(2) Você não acha que não lembrar quem era antes, e quão grande graça e misericórdia recebeu do Senhor, são faltas comuns em você também? Como você pode evitar cometer esse pecado?
(3) Que provérbio o Senhor invoca na sua posterior repreensão de Judá? (v. 44)
(4) Como já mencionamos, no mundo antigo os amorreus e os hititas personificavam a maldade e a impiedade. À luz disso, o que Deus estava sugerindo ao dizer que Samaria e Sodoma são suas filhas? (vv. 45-46)
(5) Quão perversa era Samaria, o reino setentrional de Israel? (leia os comentários bíblicos sobre sua destruição em 2 Reis 17:7-18)
(6) Como Deus agora compara Judá com essa nação? (v. 47)
(7) Que veredicto Deus já tinha pronunciado sobre Judá pela boca de Jeremias? (Jeremias 3:6-11)
(8) A perversidade de Sodoma
a. De acordo com os relatos em Gênesis 18:20-21 e 19:4 e ss., quão perversa era Sodoma?
b. Que outros detalhes sobre seu pecado são fornecidos aqui por Ezequiel? (vv. 49-50)
c. De acordo com o livro de Judas, qual foi o seu pecado? (Judas 7)
d. Que juízo receberam da mão de Deus? (v. 50; Gênesis 19:23-26)
(9) Quão perverso era Judá em comparação com eles? Por quê? (vv. 48, 51-52)
(10) Como o Senhor comparou os judeus dessa época com Sodoma? (Mateus 10:15; 11:23-24)
(11) Como você compararia o mundo atual com Sodoma?
(12) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
"A terra de Canaã (pai amorreu e mãe hitita, cf. acima) tinha dado à luz três filhas muito corruptas e suas netas correspondentes (nesta figura, as "netas" provavelmente se referem às cidades e arredores que imitavam cada uma dessas grandes cidades)."
(Alexander, 55)
"'Juro pela minha vida', palavra do Soberano, o Senhor, 'sua irmã Sodoma e as filhas dela jamais fizeram o que você e as suas filhas têm feito'." (NVI-PT) (Ezequiel 16:48)
Ao ler os relatos em Gênesis, entendemos quão perversa eram as cidades de Sodoma e Gomorra. Considere o seguinte:
- O próprio Senhor diz o seguinte sobre as cidades: “As acusações contra Sodoma e Gomorra são tantas e o seu pecado é tão grave” (Gn 18:20). Por isso, Sua única opção foi fazer algo bastante inusitado, até mesmo na antiguidade, a saber, trazer juízo inmediato sobre as cidades, fazendo "chover do céu fogo e enxofre" para destrui-las totalmente (Gênesis 19:24).
- O relato em Gênesis também enfatiza o flagrante estupro homossexual que os homens das cidades queriam cometer contra os anjos do Senhor.
- O livro de Judas dá o seguinte resumo de seus pecados: "De modo semelhante a estes, Sodoma e Gomorra e as cidades em redor se entregaram à imoralidade e a relações sexuais antinaturais” (NVI-PT) (Judas 7).
No entanto, a perversão sexual, por mais perversa que seja, não foi o único pecado de Sodoma; Ezequiel acrescenta que eram “arrogantes, tinham fartura de comida e viviam despreocupadas; não ajudavam os pobres e os necessitados. Eram altivas e cometeram práticas repugnantes diante de mim (isto é, Jeová)” (16:49-50).
Por pior que tenha sido Sodoma, Ezequiel repreendeu o povo de Judá, dizendo que eles eram ainda piores; O Senhor também repreendeu o povo de Cafarnaum na época de Jesus, dizendo que “se os milagres que em você foram realizados tivessem sido realizados em Sodoma, ela teria permanecido até hoje.” (Mateus 11:23).
O motivo de tais repreensões é óbvia: Sodoma não tinha a Lei de Moisés e dos profetas, como Judá; e no caso dos judeus do tempo de Jesus, Sodoma não tinha visto os milagres que Jesus realizava!
Como no caso de Judá e dos judeus da época de Jesus, o mundo de hoje também não tem desculpa; além de ter o mesmo que os judeus da antiguidade tinham, nós também temos a morte e ressurreição de Jesus Cristo e todo o evangelho do Novo Testamento, que nos conduz ao único "caminho, a verdade e a vida" de salvação, que é Jesus Cristo .
Esta comparação entre Judá e Samaria e Sodoma agora nos surpreende com uma conclusão inesperada:
(1) Apesar da dor e tristeza com as quais Judá tinha ferido o Senhor, neste trecho Ele promete restauração:
a. Quem seria restaurado? (v. 53)
b. Que motivo ele dá para esta restauração? (v. 54)
c. Como isso funcionaria?
(2) De acordo com a promessa de restauração, elas "voltarão para o que elas eram antes":
a. Mas Sodoma e Samaria não tinham sido totalmente destruídas? Era possível elas serem restauradas fisicamente?
b. O que isso significa então? (vide a Nota abaixo)
(3) Que vergonha essa situação traria sobre Judá? (vv. 57-58)
(4) A aliança de Deus com elas (vv. 59-63)
a. O que Judá tinha feito com sua aliança com o Senhor? (v. 59)
b. O que Deus faria com essa aliança que elas tinham quebrado? (v. 60)
c. Por que elas ficariam com vergonha?
- Por causa de todos os castigos?
- Por causa da aliança eterna de Deus?
- Por quê? (v. 63)
d. Que meios Deus usaria para estabelecer Sua aliança eterna? (v. 63)
e. Como essa expiação seria realizada? (vide Hebreus 2:17)
(5) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
O significado dessa restauração é visto na
“restauração da boa fortuna original de Jó, incluindo a de seu prestígio entre a comunidade, sua riqueza e sua família... Talvez Ezequiel tenha usado o nome Sodoma para se referir à região ao sul (e ao leste) de Judá, que inclui o Mar Morto e seus arredores. Numa visão posterior (47:3-12) sobre a nova ordem, o profeta prevê que até mesmo o Mar Morto será restaurado e ficará cheio de vida novamente. No entanto, também é possível que Sodoma seja uma designação metonímica que se refere à fração cananéia dentro da população israelita; nesse caso, a restauração aqui retratada refletiria a composição tríplice da população de Israel: o reino do norte, cuja capital era Samaria, o reino de Judá, cuja sede do poder era Jerusalém, e o remanescente cananeu, representado por Sodoma."
(NICOT, 513-4)
"Então, quando eu fizer propiciação em seu favor por tudo o que você tem feito, você se lembrará e se envergonhará e jamais voltará a abrir a boca por causa da sua humilhação." (NVI-PT) (Ezequiel 16:63)
Temos que admitir que a grande maioria das mensagens dadas por Deus através de Ezequiel nestes primeiros 16 capítulos que lemos até agora têm sido repreensões e advertências sobre o juízo vindouro, e os delírios do Senhor no papel de um marido no capítulo atual eliminam qualquer dúvida sobre o destino de Jerusalém. É por isso que a última parte do capítulo é uma completa surpresa, devido à mensagem de que Jerusalém acabaria se envergonhando de tudo o que tinha feito, não por causa dos juízos severos, mas por causa da promessa de restauração de Deus, não só de Jerusalém, mas também de Sodoma e Samaria (16:53).
Daniel Block tem razão ao dar o seguinte título a este trecho: "As notícias excelentíssimas: O triunfo da graça." Seus comentários sobre a eleição inicial de Israel são igualmente válidos para descrever a restauração final de Israel:
“Eles oferecem um dos retratos mais vívidos da graça de Deus em toda a Bíblia. Vários aspectos da graça divina são destacados:
(1) A fonte e a motivação do amor divino se encontram inteiramente no próprio Deus — não há nada na pessoa humana que exija ou garanta essa graça. O favor divino é incondicional, sem ser afetado por nenhuma qualidade ou utilidade extraordinária que o objeto possa possuir (cf. Deut. 7:7-9; Rom. 5:6-11).
(2) O alcance do amor divino é ilimitado. Deus não só resgata os indefesos da morte; Ele também esbanja Seus dons sobre eles com uma generosidade desenfreada (Efésios 1:1-6).
(3) A seriedade do amor divino é expressa no relacionamento de aliança que Ele estabelece com aqueles que Ele procura alcançar. Os desamparados encontram perfeita segurança na fidelidade de Deus à Sua aliança.
(4) O poder do amor divino é visto na sua capacidade de transformar uma pessoa miserável e imunda no mais belo troféu da graça, uma testemunha gloriosa aos olhos do mundo inteiro. Sem o amor de Deus, ninguém é nada; mas aquele que é o objeto desse amor é exaltado à realeza para exibir o esplendor divino."
(NICOT, Ezequiel, 521)