Esta semana continuaremos o nosso estudo do livro de Ezequiel no Velho Testamento.
A Alegoria das Duas Águias: Esta mensagem aos exilados toma a forma de uma alegoria de "grupos de dois"—duas águias, duas plantas, dois modos de juízo, dois planos de ação (o terrestre e o divino) e dois destinos contrastantes (a desgraça e a esperança)—todos esses elementos se combinam para fazer desta história uma poderosa e convincente alegoria que teria deixado uma profunda impressão na memória dos ouvintes. Ela foi dada para acabar com qualquer falsa esperança na rebelião que Zedequias tinha iniciado contra a Babilônia com apoio egípcio.
(1) Por que o Senhor pediu muitas vezes a Ezequiel que divulgasse suas mensagens na forma de atos dramátizados ou alegorias, como na leitura de hoje?
(2) A primeira águia (vv. 3-6)
a. Quão especial é esta primeira águia? (v. 3)
b. O que ela arranca e leva embora? (v. 4)
c. Onde ela planta este broto mais alto? (v. 5)
d. Como a águia trata esta videira recém-transplantada? (v. 6)
(3) Sua interpretação (vv. 12-14)
a. Quem é esta primeira águia? (v. 12)
b. Como o versículo 4 seria cumprido? (Seu cumprimento histórico é descrito em 2 Reis 24:10-16.)
c. Como os vv. 13-14 dão mais detalhes sobre os vv. 5-6? (Seu cumprimento histórico é descrito em 2 Reis 24:17.)
(4) A segunda águia (vv. 7-10)
a. Nesta descrição, qual das duas águias é a mais poderosa?
b. O que a videira preservada tenta fazer? Por quê? (vv. 7-8)
c. Que perguntas o Senhor faz? Por quê? (vv. 9-10; leia o comentário introdutório da lição de hoje)
d. Como o Senhor responde às Suas próprias perguntas? (vv. 9-10)
(5) Sua interpretação (vv.15-21)
a. Como os vv. 7-8 seriam cumpridos? (vv. 15-21; seu cumprimento histórico é descrito em 2 Reis 25:1-7)
b. O que aconteceria com o apoio solicitado do Egito? (v. 17; 2 Rs 24:7)
c. Com frequência, a razão para a destruição de Jerusalém e seu rei Zedequias é descrita em termos de uma violação de pacto ou aliança:
- Quais são os pactos e alianças mencionados aqui? (vv. 15, 16, 18, 19, 20)
- Por que o Senhor vincula os dois?
(6) A promessa de uma nova videira (vv. 22-24)
a. No futuro, quem plantará a nova videira?
b. Em que sentido é como a videira anterior? Em que sentido é diferente? (compare o v. 22 com o v. 4; vide Isa. 53:2 sobre a menção do "renovo tenro")
c. Onde será plantado? (v. 23; vide Isa.2:2 e ss., a referência ao Monte Sião)
d. Como este novo Reino é retratado (vv. 23-24), e como Isaías 2:2-4 o interpreta?
(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Como ele desprezou o juramento quando rompeu o tratado feito com aperto de mão e fez todas essas coisas, de modo algum escapará.” (NVI-PT) (Ezequiel 17:18)
É interessante notar que o Senhor usa a alegoria das duas águias não só para destruir qualquer esperança que ainda houvesse entre os exilados de que a aliança de Zedequias com o Egito ajudaria a quebrar seu jugo sob Nabucodonosor e restaurar o reino de Judá, mas também para apontar repetidamente que o motivo do destino de Zedequias está ligado ao não cumprimento de sua aliança com Nabucodonosor.
Algumas pessoas poderiam até simpatizar com Zedequias, pensando que, como rei do povo de Deus, seria para a glória de Deus não se submeter a um rei pagão. Também poderiam argumentar que ele realmente não precisava respeitar o acordo que tinha assinado, uma vez que em essência tratava-se de um acordo desigual.
No entanto, à luz das claras palavras de advertência de Jeremias, é impossível que Zedequias não tenha etendido que, além de a derrota nas mãos de Nabucodonosor ter sido o juízo de Deus por seu pecado, sua submissão ao reinado de Nabucodonosor também era Sua vontade (Jer. 32:26 e ss.; 38:17-23). Por meio desta alegoria, Ezequiel deixa claro que o propósito da ordem era abençoar a ele e ao reino de Judá (17:5-6). Portanto, sua quebra da aliança com Nabucodonosor foi considerada uma violação de sua aliança com o Senhor (17:19-20).
De fato, muitas vezes expressamos nossa fidelidade ao Senhor por meio da nossa fidelidade aos acordos que fazemos com os homens, pois os acordos que fazemos nesta terra como filhos de Deus sempre são feitos na presença de Deus, de forma implícita. Isso não se aplica somente aos nossos votos de casamento, mas também a qualquer contrato comercial ou laboral que assinamos. É por isso que quando violamos algum contrato humano, as seguintes palavras sobre Zedequias também se aplicam a nós: "o tratado feito com aperto de mão e fez todas essas coisas, de modo algum escapará” (NVI-PT) (17:18).
Motivos de reflexão!
Leia a Nota abaixo para ter a base para uma compreensão adequada desta passagem.
18:1-4—O provérbio fatalista
(1) O provérbio sobre herdar os pecados dos pais (vv. 1-2)
a. Que provérbio era citado (com frequência) pelo povo (no exílio)? (v. 2)
b. Esse provérbio está em sintonia com o mandamento da Lei de Moisés? (vide Deuteronômio 24:16)
c. Portanto, o que devemos pensar sobre Êxodo 20:5 e Números 14:18? O que significam?
d. Na sua opinião, por que esses exilados gostavam de citar esse provérbio (à luz de seu contexto)?
(2) Em Sua extensa repreensão ao povo devido ao seu fatalismo e negação da responsabilidade individual, que princípio o Senhor estabelece como o eixo central de Sua resposta? (vv. 3-4)
a. Que princípio rege a forma em que Deus administra a justiça?
b. O que Deus quer dizer quando diz que “todos me pertencem”?
18:5-9—O caso de um homem justo
(3) De acordo com os seguintes versículos, para um homem ser creditado com justiça, em que aspecto de sua
vida a justiça deve ser expressa?
a. v. 6a (cf. Dt 12:2, 13-14; os primeiros quatro dos Dez Mandamentos em Ex. 20:3-11)
b. v. 6b (cf. o sétimo mandamento em Ex. 20:14; cf. Lev. 15:24; 18:19; 20:10, 18; Deut. 22:22)
c. vv. 7-8 (cf. os mandamentos 8-10 em Êxodo 20:15-17; cf. Êxodo 22:26-27; Levítico 19:13; 15:11; 23:19-20 etc.)
d. v. 9 (Levítico 18:1-5; Deuteronômio 26:16-19)
(4) Por que o Senhor precisava monstrar de forma minuciosa que para ser considerada justa uma pessoa precisa expressar sua justiça em basicamente todos os aspectos da vida— dos mandamento 1 a 10 em Êxodo 20?
18:10-13—O caso de um filho rebelde
(5) No caso deste filho rebelde, quais pecados específicos são destacados? (vv. 11-13)
(6) Por que seus pecados são descritos assim?
(7) Na sua opinião, por que um filho ficaria assim?
(8) Qual é o destino do filho? (vv. 13)
(9) Que mensagem este exemplo procura transmitir?
18:14-18—O caso de um filho justo
(10) No caso deste filho justo, quais atos específicos de justiça são destacados? (vv. 15-17)
(11) Por que seus atos de justiça são descritos assim?
(12) Na sua opinião, por que um filho ficaria assim, apesar de ter visto os atos pecaminosos do pai? (vv. 14)
(13) Qual é o destino deste filho? (v. 17b)
(14) Quão importante é o fato de o Senhor ter citado este exemplo?
a. para você
b. para os exilados
(15) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Deve-se notar que a palavra hebraica nepes pode ser traduzida de várias maneiras, entre elas "pessoa viva", "vida", "pessoa" e "alma". “O propósito de Javé neste trecho não é reivindicar principalmente o aspecto imaterial da constituição humana. Esse tipo de dicotomia era estranho aos antigos hebreus” (NICOT, 562). No entanto, Alexander tem razão ao fazer o seguinte comentário:
“Nesta passagem, Javé não se refere à vida e morte espirituais, uma vez que todo o argumento deste livro é feito à luz da aliança mosaica. Várias vezes, esta aliança deixa muito claro que aquele que obedece viverá fisicamente (e desfrutará da Terra Prometida), e aquele que desobedecer à aliança morrerá fisicamente (vide Levítico 26; Deuteronômio 28:58-66; 30:15 -20). A vida e a morte neste capítulo devem ser entendidas à luz desse contexto. No Velho Testamento, a vida eterna era obtida somente pela fé na vinda do Messias (vide Gênesis 15:6)."
(Alexander, 60)
"Os pais comem uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotam." (NVI-PT) (Ezequiel 18:2)
Parece que este provérbio era muito popular entre o povo de Israel, uma vez que tanto Jeremias (em Jeremias 31:30) quanto Ezequiel o citam no período do colapso do reino de Judá e ao longo de seu exílio na Babilônia. O Senhor decidiu que era necessário confrontar a popularidade do provérbio. Por isso Ele esclareceu em termos inequívocos nesta passagem de Ezequiel o que Ele já tinha deixado claro na Lei de Moisés: “O filho não levará a culpa do pai, nem o pai levará a culpa do filho” (Ezequiel 18:20; Deuteronômio 24:16).
A razão disso é bastante óbvia. O povo que estava no exílio tinha decidido culpar os seus antepassados por todas as calamidades atuais —o fato de eles estarem no exílio—em vez de se examinarem a si mesmos. Em outras palavras, eles diziam que as consequências que estavam sofrendo (os dentes embotados) eram resultado das uvas amargas dos pecados de seus pais, e não dos seus próprios pecados, algo que com certeza não era o caso.
Embora seus pais tivessem pecado, sua geração também tinha pecado, e foi exatamente por
isso que o Senhor decidiu incluir listas tão detalhadas, tanto dos atos de justiça de
uma pessoa que se podia considerar justa (18:5-9) quanto dos pecados perversos de um filho rebelde (18:11-13), a fim de que servisse quase como
uma lista de verificação para fazer um auto-exame. Aliás, depois desta refutação, o Senhor prosseguiría no capítulo 20 com um lembrete,
passo a passo, dos pecados dos pais e do próprio povo.
No entanto, este trecho não é simplesmente uma refutação de sua tentativa de negar sua responsabilidade e seu senso de fatalismo; ela também é uma mensagem de encorajamento, uma vez que, independentemente da maldade das gerações imediatamente anteriores à sua época (os quais são comparadas com o "filho violento" em 18:10), eles podiam e deviam ser diferentes apesar de terem visto "todos os pecados que seu pai comete" (18:14). A única coisa que eles precisavam fazer para não morrer pelo pecado de seus pais era se arrepender; se fizessem isso, eles certamente viveriam (18:17).
Portanto, todo esse papo contemporâneo sobre família de origem não deve ser usado como desculpa para continuar repetindo os erros da geração anterior, especialmente à luz das seguintes palavras do apóstolo Paulo: “Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!" (2 Coríntios 5:17).
18:19-20—A objeção do povo
(1) Qual foi a objeção do povo quanto à equitatividade de Deus para com o pai e o filho? (v. 19)
(2) Isso não contradizia diretamente o primeiro provérbio que eles gostavam de citar? (v. 2)
(3) Como o povo talvez tenha tentado justificado essa objeção? (vide Números 14:18)
(4) Qual foi a resposta do Senhor à sua objeção? (v. 20)
(5) O que significa dizer sobre alguém que “lhe foi creditado" justiça? (vide Gênesis 15:6)
18:21-24—Mais dois exemplos
(6) Nunca é tarde demais para os ímpios (vv. 21-23)
a. Você acha que uma pessoa que comete as coisas descritas nos vv. 11-13 ainda pode se arrepender? Por que ou por que não?
b. O que acontecerá se ela se arrepender e fizer o que é justo e certo? (vv. 22)
c. Você já conheceu uma pessoa que mostrou esse tipo de arrependimento? (vide Lucas 23:39-43)
d. Você acha que é justo que Deus perdoe uma pessoa tão má? Por que ou por que não?
e. Qual é a explicação dada pelo próprio Deus? (v. 23)
(7) Nunca confie naqueles que se consideram justos (v. 24)
a. É possível que “o justo” (tal como é descrito nos vv. 5-9) se afaste de sua justiça e cometa iniqüidade, como o filho descrito nos vv. 11-13?
b. Por que ou por que não? (vide a Nota abaixo)
c. E se isso acontecer? (v. 24)
18:25-32—A teimosa objeção do povo
(8) Mesmo com as respostas tanto ao provérbio do povo (no v. 2) quanto à sua objeção (no v. 19), por que eles insistiriam que “O caminho do Senhor não é justo”? (v. 25)
(9) Como Deus respondeu à sua acusação? (vv. 25b, 29)
(10) O que o Ele reitera nos vv. 26-28? Qual é o Seu propósito?
(11) A exortação final de Deus (vv. 30-32)
a. Como o v. 30 resume as mensagens que Deus tinha para eles?
b. Qual era a chave para o seu arrependimento permanente? (v. 31)
c. Qual é a mensagem de Deus para o mundo hoje no v. 32?
(12) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
A palavra "Justiça", como ela é usada nesta passagem, refere-se àquela "justiça" que vem de observar a Lei de Moisés, e que, em última análise, só é "creditado" a uma pessoa por causa da fé, como no caso de Abraão (vide 18:20; Gn 15 :6). Sem fé não pode haver "um coração novo e espírito novo" (18:31), e onde não há fé, tal "justiça" perante a lei é, na melhor das hipóteses, uma justiça própria que não dura.
“'Pois não me agrada a morte de ninguém'. Palavra do Soberano, o Senhor. 'Arrependam-se e vivam!'."(NVI-PT) (Ezequiel 18:32)
Gostaria de compartilhar alguns trechos das reflexões de Daniel Block (em suas
próprias palavras) sobre esta passagem em Ezequiel 18:
“Poucas unidades de Ezequiel são iguais a esse em termos da (sua) clareza e relevância permanente de sua mensagem.
“Em primeiro lugar, Ezequiel repudia qualquer doutrina sistêmica de pecado e retribuição que permitiria que o indivíduo culpasse outro por seu destino… as crianças não podem se esconder atrás de uma teologia de solidariedade corporativa e extensão moral que as absolve da responsabilidade pessoal por seu próprio destino…
“Ezequiel repudia qualquer doutrina que acuse a Deus de ser inescrupuloso e caprichoso. Seu universo moral opera com regras fixas...
“Ezequiel repudia qualquer doutrina que ensine que a predisposição principal de Deus é uma de juízo e morte. Este evangelho se vê mais claramente em Suas promessas de esperança e Suas declarações de que Ele está a favor da vida, e não da morte, mas também está presente em Suas advertências sobre o juízo. Afinal, ao advertir o homem, Deus não só o lembra do perigo de sua conduta, mas também o mostra o caminho pelo qual ele pode escapar. A misericórdia e a graça de Deus o impelem a implorar aos homens e às mulheres que tomem esse caminho, que se arrependam de seus pecados e encontrem a vida nEle...
“Ezequiel repudia qualquer doutrina ministerial que encoraje um profeta a proclamar apenas o que o povo quer ouvir. Pessoas desesperadas precisam de uma mensagem de esperança, e aqueles que estão envoltos em suas próprias misérias precisam de uma visão da misericórdia de Deus. Se as pessoas comuns no reino de Deus devem rejeitar uma doutrina de graça barata, os ministros com certeza devem ser os exemplos. Mas a valorização da graça sempre será diretamente proporcional à consciência de pecado. Um profeta que promove uma sensação de bem-estar entre aqueles que estão sujeitos à lei do pecado e da morte de nada aproveita. Para aqueles que já receberam esta condenação, o único remédio é um chamado direto ao arrependimento...
“Ezequiel repudia qualquer doutrina que afirme que a aliança de Deus com Israel já terminou. Não há dúvida de que, para sua audiência no exílio, os benefícios desse pacto tinham sido suspensos. Mas o que impulsiona o chamado apaixonado de Javé ao arrependimento corporativo e ao reavivamento da nação é Seu compromisso com o Seu povo. Ele lhes deu Sua palavra e anseia pelo dia em que eles responderão."
(NICOT, Ezequiel, 589-590)
Após a repreensão e o apelo geral ao arrependimento do povo de Israel, o Senhor pede a Ezequiel que fale aos príncipes, isto é, aos governantes de Israel, na forma de uma elegia que tem duas partes (vide a Nota abaixo):
19:1-9—Parte 1—A alegoria de um filhote de leão
(1) Como o Senhor descreve a mãe desse leãozinho? (v. 2)
(2) O que este filhote se tornou? (v. 3)
(3) O que aconteceu quando as nações souberam de sua fama? (v. 4)
(4) Portanto, quem é esse filhote que foi capturado e levado para o Egito? (vide 2 Reis 23:34)
(5) O que aconteceu com o segundo filhote, que tomou o lugar do primeiro? (v. 6)
(6) Quão diferente era este filhote do primeiro, em termos de poder e influência? (v. 7)
(7) O que as nações fizeram com este segundo filhote? (vv. 8-9)
(8) Quem, então, é esse segundo filhote? (2 Reis 24:12; 2 Reis 25:7)
(9) É muito óbvio que a leoa é a nação de Israel/Judá, e parece que o primeiro filhote é Joacaz e o segundo Joaquim (alguns acham que o perfil do segundo filhote descreve melhor a vida de Zedequias). Independentemente da identidade do segundo filhote, reflita sobre as seguintes perguntas:
a. Qual é a mensagem central desta alegoria?
b. Por que essa mensagem foi transmitida na forma de uma elegia?
19:10-14—Parte 2—A Alegoria da Videira
(10) De acordo com a descrição do Senhor, que tipo de nação é essa videira "mãe"? (vv. 10-11)
(11) O que quer dizer que seus ramos são "próprios para cetros de um governante" ? (v. 11)
(12) O que aconteceu com esta videira bonita, frutífera e poderosa? (v. 12)
(13) Qual é sua situação atual? (v. 13)
(14) Como isso se encaixa na situação em que Judá se encontrava na época de Ezequiel?
(15) O que quer dizer que “nela não resta nenhum ramo forte que seja próprio para o cetro de um governante”? (versículo 14)
(16) Uma vez que se trata de uma canção que foi escrita para ser cantada, quem devia cantar este lamento? Por quê?
(17) Qual é a mensagem para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
O gênero desta unidade é indicado no mandamento inicial, (o qual é) um termo técnico
"que se refere a um tipo especial de composição musical ... que era composta para ser cantada no funeral de um indivíduo, embora também tenha sido usada para se referir ao lamento pela destruição de uma nação ou povo"
(NICOT, 592)
"Levante um lamento pelos príncipes de Israel... Esse é um lamento e como lamento deverá ser empregado." (NVI-PT) (Ezequiel 19:1, 14)
Embora o conteúdo desta elegia encomendada pelo Senhor com certeza tenha sido inspirado pelo Senhor, não temos ideia de se Ele também compôs uma música para a elegia. De qualquer forma, esta ordem para compor um lamento é incomum, e é impossível não se perguntar por que o Senhor escolheu usar um lamento que parece incluir somente uma alegoria do destino de Israel e Judá, sem nenhum chamado ao arrependimento, como no mensagem do capítulo anterior.
No entanto, foi apropriado que neste momento o Senhor ordenou a Ezequiel que compusesse um lamento para os príncipes (ou seja, os reis) de Israel, e o conteúdo sugere que Ele estava pensando em Jeoacaz e Zedequias (2 Reis 23:31 e ss.; 25:7), pelas seguintes razões:
- O que tinha acontecido com Jeoacaz foi uma tragédia nacional histórica lamentado por todo Israel; portanto, este lamento que mencionava que o rei atual rei, Zedequias, também seria levado para a Babilônia com ganchos, como um filhote de leão, ou como uma videira que seria arrancada e plantada em terra seca, Babilônia (eventos que ainda não tinaham acontecido quando essas palavras foram pronunciadas, e o que só aconteceriam com a posterior destruição de Jerusalém e deportação de Zedequias), também incluía temas que com certeza mereceriam luto nacional. Essa mensagem já tinha sido repetida muitas vezes; no entanto, desta vez foi expressa numa música cuja melodia não só transmitiria um sentimento mais profundo de tristeza, mas também atingiria o coração dos ouvintes. Tenho certeza de que essa foi a razão pela qual o Senhor decidiu usar uma canção para expressar este fim tão devastador para a nação que Ele tinha escolhido e o povo que Ele amava.
- Mas não é só isso. Acredito que o Senhor ordenou a Ezequiel que expressasse a mensagem na forma de um lamento cantado porque ele é, antes de mais nada, o Seu próprio lamento:
- Foi Ele quem escolheu e abençoou a leoa "entre os leõezinhos" (19:2).
- Foi Ele quem protegeu e fortaleceu cada um dos governantes de Israel, fazendo as nações ficarem “aterrorizadas ao som de seus rugidos” (19:7).
- No entanto, Ele também foi quem os prendeu e derrubou, que arrancou seus frutos e os consumiu completamente, sem deixar nenhum ramo forte, próprio para o cetro de um governante, significando o fim de Israel como nação.
Uma vez que o Senhor já deixou claro que "não me agrada a morte de ninguém" (18:32), Ele com certeza não teve prazer na morte da nação que Ele tinha escolhido, o fim do povo que Ele amava, e que ainda ama!
Uma vez que o capítulo 18 nos mostra claramente que o povo no exílio se recusava a aceitar a responsabilidade pela queda de sua nação, e que a refutação do Senhor ao seu ditado popular aparentemente não tinha alcançado o Seu propósito, Ele agora mostra a esse povo que eles são tão rebeldes quanto seus antepassados:
(1) Quando tinha sido a última vez que Deus tinha mostrado uma visão a Ezequiel? (vide 8:1)
(2) Uma vez que o Senhor já lhes dera tantas mensagens por meio de Ezequiel, por que alguns dos anciãos ainda O consultavam por meio de Ezequiel? (v. 1)
(3) O que significava sua ação?
(4) Qual foi a resposta do Senhor para eles? (v. 3)
(5) Ao pedir que Ezequiel os julgasse, o Senhor confrontou esses anciãos com seus pecados e os de seus pais por etapas, começando com a geração no Egito (vv. 4-12).
a. Onde estavam quando Deus os escolheu? (v. 5; vide Êxodo 2:23)
b. De que maneiras Deus revelou Sua mão poderosa e "erguida", e que promessa Ele lhes deu? (v. 5 vide especialmente Êxodo 8-12)
c. Como o Senhor descreveu a Terra Prometida para a qual Ele os conduziria? (v. 6)
d. Em termos espirituais, que tipo de povo tinham sido enquanto estavam no Egito? (v. 7)
e. Sua experiência da graça e do grande poder de Deus os mudou? (v. 8)
f. Então por que Deus cumpriu Sua promessa de tirá-los do Egito? (vv. 9-10)
g. Ao tirá-los do Egito, o que o Senhor fez a respeito do seguinte?
(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“No dia em que escolhi Israel, jurei com mão erguida aos descendentes da família de Jacó e me revelei a eles no Egito.” (NVI-PT) (Ezequiel 20:5)
Embora a história do Êxodo seja bem conhecida, não só entre os cristãos e judeus, mas também entre o mundo em geral, Ezequiel 20 nos dá a seguinte perspectiva mais ampla dessa importante conjuntura na história de Israel:
- O senhor o considerou o momento decisivo no qual Ele oficializou Sua escolha da semente de Jacó (Dt. 7:6-8). Em outras palavras, sem o Êxodo, não só não haveria nação de Israel, mas a promessa de Deus a Abraão de abençoar todas as nações por meio de sua semente não teria sido cumprida.
- A escolha da semente de Jacó representa a promessa que o próprio Deus tinha feito de ser o Senhor seu Deus (20:5)—um relacionamento de aliança que vincula a Deus com Sua promessa ao longo da história do Israel rebelde.
- Esta promessa foi feita sob juramento (20:5), e os juramentos de Deus são irrevogáveis.
- Jeová descreve a terra de Canaã não só como uma terra que “mana leite e mel", mas também como "a glória de todas as terras” (NVI-PT) (20:6). Depois de séculos de maldições por parte do Senhor em resposta aos pecados de Israel, não há comparação entre a Palestina de hoje e a do passado. Deve ter sido muito diferente naquela época para merecer ser chamada a mais bela de todas as terras. Também de forma metaforica, podemos ver quão bem-aventurados são aqueles que amam e obedecem ao Senhor; moramos no lugar mais bonito da terra.
- Durante aqueles quatrocentos anos no Egito (Gênesis 15:13; Atos 7:6), os israelitas tinham degenerado num povo que se profanava com a adoração de ídolos egípcios (20:7), havendo abandonado totalmente o Deus de seus pais. Isso talvez explique por que Moisés teve que fugir do Egito, uma vez que seu próprio povo era tão ignorante de Deus que, mesmo quando Moisés voltou, eles mal sabiam quem era Javé e com muita relutância concordaram em ser liderados por Moisés, apesar dos muitos milagres que ele tinha realizado no nome de Deus.
- Mas apesar de tudo isso, Deus cumpriu Sua promessa por causa do Seu nome e "para que não fosse profanado diante dos olhos das nações" (ARC) (20:9); isso não é um reflexo do ego de Deus (embora Ele tenha todo o direito de proteger Seu nome, uma vez que Ele é o Deus Criador), mas visa o bem das nações, para que elas também O conheçam como o único Deus verdadeiro do universo.
À luz de tanto amor e privilégios que Ele tinha concedido a Israel, não é de surpreender que o Senhor tenha se recusado a tolerar a falsa consulta dos anciãos no exílio que continuavam a trilhar o caminho da rebeldia de seus antepassados. No entanto, as perguntas que Ele faz a nós hoje são essencialmente as mesmas: São menores o amor e os privilégios que Deus nos conferiu, especialmente através do sacrifício de seu Filho na cruz? Estamos trilhando o mesmo caminho de rebelião que os israelitas trilharam?
20:13-17—A geração rebelde que saiu do Egito
(1) “Mas a casa de Israel se rebelou contra mim no deserto” (v. 13)
a. Quais seriam os dois principais atos rebeldes que marcam esta primeira geração no deserto? (vide Êxodo 30 e Números 14)
b. Leia também Êxodo 16:27, onde há um exemplo da violação da lei do sábado.
(2) Como Deus reagiu diante da desobediência do povo? (v. 13b; Êxodo 32:10; Números 14:12)
(3) Por que Deus se arrependeu de Sua ira? (vv. 14, 17; vide Êxodo 32:12; Números 14:12-16)
(4) Embora o Senhor não os tenha destruído, que punição Ele jurou infligir-lhes (ou seja, os daquela geração)? (v. 15; Números 14:26-35)
20:18-26—A geração rebelde que cresceu no deserto
(5) Parece que o Senhor abandonou a primeira geração no deserto. Agora, Ele se volta para os filhos (vv. 18-20) daquela geração. Ao dizer-lhes que não seguissem os estatutos e adorassem os ídolos de seus pais...
a. De que relacionamento Ele os lembra? (v. 19)
b. De que instruções específicas que deviam seguir Ele os lembra? (vv. 19-20)
(6) O que aconteceu com esta segunda geração no deserto? (v. 21)
(7) Você consegue se lembrar de um ou dois atos importantes de rebelião? (vide Números 15:32 sobre a violação do sábado e Números 16-17 sobre os dois atos rebeldes mais notórios de sua época)
(8) Por que Deus se arrependeu de Sua ira mais uma vez? (v. 22; Números 16:22, 46-47)
(9) Embora Jeová não os tenha destruído completamente, que castigos Ele lhes impôs? (vv. 23-26)
(10) Leia atentamente estes castigos mencionados pelo Senhor: Quando e como foram cumpridos?
20:27-29—As gerações rebeldes que moravam na Terra Prometida
(11) As gerações que tomaram posse da Terra Prometida foram diferentes de seus pais? (v. 27)
(12) Que pecados específicos dessas gerações são salientados? (vv. 28-29)
(13) De todas as gerações mencionadas neste capítulo, qual você acha que merecia experimentar a maior parte da ira de Deus? Por quê?
(14) Qual foi a mensagem de Ezequiel para a sua geração?
(15) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Vocês dizem: ‘Queremos ser como as nações, como os povos do mundo, que servem à madeira e à pedra’.” (NVI-PT) (Ezequiel 20:32)
Em Sua repreensão aos anciãos que vieram consultá-Lo por meio de Ezequiel, o Senhor desencadeia uma série de acusações, não só contra eles, mas contra as gerações passadas, começando pela geração que Ele tinha escolhido quando ainda estavam na terra do Egito. Ele conclui Suas acusações mostrando o que parece ter sido Seu problema central desde o início: “Vocês dizem: 'Queremos ser como as nações, como os povos do mundo, que servem à madeira e à pedra'.” (20:32). Aliás, ese é o problema central não só do povo de Israel, mas também de todos aqueles que procuram conhecer o Senhor e depois não O seguem ou adoram.
Tenho certeza de que você já teve a mesma experiência que eu tenho tido ao longo dos anos: ao compartilhar o evangelho de Jesus Cristo com alguns que estavam buscando informação, eles inicialmente mostraram grande interesse pelo evangelho, mas depois decidiram não receber Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador. O problema não foi uma falta de convicção na validez da afirmação de que Jesus Cristo é o Filho de Deus, e que através de Sua morte e ressurreição Ele é o "Único Caminho" para o Deus Pai e, por conseguinte, para a vida. Jo. 14: 6). Seu problema era o desejo de continuar sendo como os povos do mundo, que estão livres para servir aos deuses que quiserem, inclusive a si mesmos. Tais pessoas chegam à conclusão de que o evangelho é restritivo demais. Eles querem poder crer em Jesus Cristo e viver do jeito que quiserem ao mesmo tempo. Eles querem amar o mundo e a Deus ao mesmo tempo.
Mas a mensagem do Senhor para o jovem governante que queria buscar a vida eterna foi muito clara: para herdar a vida eterna, ele precisava eliminar o ídolo que estava em seu coração (no seu caso, suas riquezas) e segui-Lo (Mc 10:21). Além disso, o apóstolo João afirmou o seguinte: “Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 Jo 2:15).
Nós que cremos e seguimos Jesus Cristo também precisamos nos lembrar constantemente que nosso amor pelo Senhor e o amor pelo mundo se excluem mutuamente.
20:30-31—A resposta aos anciãos que vieram consultar a Deus
(1) O Senhor usa aproximadamente 26 versículos para formular Sua resposta aos anciãos que tinham vindo consultá-Lo por meio de Ezequiel (vv. 1-3):
a. Qual foi a Sua resposta às perguntas dos anciãos? (v. 31b)
b. Qual foi o motivo da Sua resposta? (vv. 30-31a)
c. Em essência, essa geração do povo que morava no exílio era diferente de seus pais? Por que ou por que não?
20:32-44—Uma mensagem de um amor inabalável e tenaz
(2) Do que o Senhor os acusou (com respeito ao seu principal desejo como povo ou nação)? (v. 32a)
(3) Qual foi é a resposta de Deus ao seu desejo? (v. 32b) O que significa Sua resposta?
(4) Reflita sobre as seguintes perguntas sobre a promessa de Deus de que o povo nunca poderia adorar outro Deus que não fosse Ele (essa é a essência da Sua resposta acima):
a. Que tipo de governo Deus exerceria sobre eles? (v. 33)
b. De sua dispersão (isto é, exílio) entre muitas nações, para onde Deus os levaria? (v. 35)
c. Esse lugar é chamado "o deserto dos povos" (vv. 35-37, vide a Nota abaixo)
- O que aconteceria lá? (vv. 35b-36)
- Embora seja certo que Deus executaria Seu juízo contra eles, por que Ele o chama uma vara (de pastor)? (v. 37)
d. Os objetivos do julgamento (v. 38)
- O que quer dizer trazê-los para o vínculo de (Sua) aliança?
- O que Ele realizaria com esse processo de purga?
- Uma vez que eles serão levados de volta à aliança que Deus fez com eles, por que não serão levados à sua Terra Prometida física?
(5) A restauração Final (vv. 39-44)
a. Por que o Senhor diz sarcasticamente que a geração de Seu povo da época de Ezequiel podia continuar a servir aos ídolos? (v. 39)
b. Pela soberania de Deus, o que aconteceria no final? (vv. 40-42)
c. Como o apóstolo Paulo ecoa essa observância suprema da aliança por parte de Deus? (Romanos 11:26-28)
d. Responda às seguintes perguntas ao ler sobre o destino final do povo (vv. 42-44):
- Qual devia ser a reação daqueles da geração de Israel da nossa época que têm voltado à sua terra diante destas palavras do Senhor?
- O que aprendemos sobre o Senhor ao longo deste capítulo inteiro?
(6) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Aparentemente, a expressão “o deserto dos povos” não se refere a um lugar específico, mas antes é uma metáfora espiritual que representa o afastamento do povo de Israel do Senhor, e seus sofrimentos nas mãos das nações. Do ponto de vista histórico, esse afastamento continuou mesmo após a época de Ezequiel e, basicamente, persiste até hoje. A grande notícia é que Deus nunca os abandonou ou renegou Sua aliança. Esta mensagem é seguida imediatamente pela profecia sobre sua eventual restauração no Monte Sião, o monte santo de Deus, na vinda de seu Messias, nosso Senhor Jesus Cristo.
"Contarei vocês enquanto estiverem passando debaixo da minha vara, e os trarei para o vínculo da aliança." (NVI-PT) (Ezequiel 20:37)
Ao ler as acusações que Deus desencadeia contra sucessivas gerações do povo de Israel em Ezequiel 20, notei um motivo repetido. Não estou me referindo aos atos de rebelião das sucessivas gerações do povo de Israel, embora isso também seja uma verdade incontestável, uma vez que eles continuaram voltando aos seus ídolos, desobedecendo aos decretos do Senhor e profanando Seus sábados (20:8, 13, 21). Eu me refiro a como Deus, cada vez que jurava que derramaria Sua ira sobre eles, no final cedia; e cada vez foi por amor do Seu nome, para que não fosse profanado aos olhos das nações (vv. 9, 14, 22).
E embora não haja dúvida de que a razão que Ele deu é verdadeira (ou seja, que em última análise Seu desejo é que todas as nações O conheçam e O adorem [Isaías 2:2-4]), há outra razão, muito mais profunda, que fica evidente em meio a todas as palavras de repreensão: “Não obstante, o meu olho lhes perdoou, para não os destruir nem os consumir no deserto” (20:17). Embora Israel merecesse ser castigado, Deus continuava sendo um Deus fiel que não renegaria Sua aliança com Seu povo, não obstante sua contínua rebelião. Isso significa que até mesmo os castigos daqueles que pertencem a Ele (cuja severidade é mais intensa para o povo de Israel) são projetados, não para destruir, mas para trazê-los de volta a Ele. É por isso que lemos: "E vos farei passar debaixo da vara e vos farei entrar no vínculo do concerto" (20:37).
Israel sempre será sua ovelha. Embora o cajado do pastor seja uma vara de castigo, o Grande Pastor os observará quando passarem sob Seu cajado para que não sejam completamente destruídos. Ele estabelece um limite para a duração e severidade desta vara de castigo.
Além disso, o propósito da vara de punição é trazê-los de volta ao vínculo da aliança. Embora alguns pensem que a palavra "vínculo" se refere a uma carga, outros acham que se refere a uma cadeia.
Ao testemunharmos como o Senhor continua fazendo passar Israel sob esta vara hoje, entendemos que seu objetivo final é trazê-los de volta para este vínculo da aliança, para que Lhe sirva “toda a casa de Israel” (20:40).
Que esperança gloriosa para o povo de Israel, a mesma esperança que nós temos em Cristo Jesus (Is 2:2 e ss.)!