Esta semana, continuaremos o nosso estudo do livro de Ezequiel no Velho Testamento.
Ao longo dos primeiros 23 capítulos de Ezequiel, que abrangem os primeiros 5 anos de seu ministério após seu chamado, Ezequiel recebeu visões e mensagens cujo foco principal foi advertir Jerusalém de seu juízo vindouro. Agora chegamos ao capítulo 24, que marca o cumprimento de uma das advertências mais importantes de sua mensagem – a destruição de Jerusalém.
(1) Em que dia exato Ezequiel recebeu esta mensagem? (v. 1; compare também 1:1)
(2) Qual é o significado histórico desse dia exato? (v. 2; vide 2 Reis 25:1)
(3) Era impossível que a notícia do cerco de Jerusalém chegasse imediatamente aos exilados na Babilônia. Com isso em mente, reflita sobre as seguintes perguntas:
a. O que essa mensagem de Ezequiel teria significado para os judeus no exílio?
b. Como eles deviam reagir diante desta notícia?
(4) A parábola da destruição? (vv. 3-5)
a. O que o pote representa?
b. O que representam a carne de melhor qualidade e o melhor dos ossos?
c. De que trata esta parábola?
(5) Sua interpretação (vv. 6-8)
a. Enquanto a panela (ou seja, a cidade de Jerusalém) fosse queimada, o que aconteceria com seu povo? (v. 6)
b. O que simboliza o ato de esvaziá-la pedaço por pedaço, “sem sorteá-la”? (v. 6b)
c. Que tipo de maldade é descrita no versículo 7? (vide a Nota abaixo)
d. Qual seria o castigo merecido? (v. 8)
(6) Uma elaboração da parábola da panela (vv. 9-13)
a. Que expressão é usada para se referir à cidade de Jerusalém? (v. 9)
b. Até que ponto a panela e seu conteúdo seriam queimados? (v. 10)
c. O que Ezequiel faria com a panela vazia quando até os ossos estivessem carbonizados? (v. 11)
d. O que significa isso? (vv. 11b-12)
e. Que explicação é dada? (vv. 13)
(7) O tempo já acabou (v. 14)
a. O que torna esta mensagem diferente de todas as mensagens anteriores?
b. Qual é a sua mensagem também para nós e para o mundo de hoje?
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
Levítico 17:13 especifica que até mesmo o sangue dos animais devia ser coberto e exposto como um sinal de respeito pela vida criada por Deus. Foi por isso que deixar o sangue humano descoberto era pecar “de maneira insolente e sem vergonha” (K&D, 197), uma demonstração de total desrespeito pelas vidas humanas criadas por Deus.
"Filho do homem, registre esta data, a data de hoje, porque o rei da Babilônia sitiou Jerusalém exatamente neste dia." (NVI-PT) (Ezequiel 24:2)
A partir do quinto ano de seu exílio, Ezequiel devia ser o portador aos exilados das más novas sobre o juízo de Jerusalém aos exilados na Babilônia. (1:2) No entanto, durante aproximadamente quatro anos, o povo pensou que suas advertências proféticas eram nada mais do que histórias ou parábolas (20:49). Deve ter sido uma experiência bastante frustrante para o profeta, mas no final suas profecias foram cumpridas aos olhos do povo, e o profeta deve ter sido sentido muita satisfação. Mas o que o Senhor mais queria era que o povo soubesse que Ele mesmo tinha falado, não só o profeta, e que Ele mesmo estava prestes a cumprir as profecias. Portanto, embora o cerco de Jerusalém duraria aproximadamente 18 meses (2 Reis 25:1-2), Deus lhes anunciou por meio de Ezequiel a notícia do cerco no mesmo dia em que começou.
Assim, no nono ano, no décimo mês do dia de seu exílio (que corresponde ao dia 15 de janeiro de 588 a.C.), o Senhor anunciou por meio de Ezequiel que Nabucodonosor já tinha sitiado Jerusalém e pediu a Ezequiel que escrevesse “o nome deste dia” (24:2). Devemos estar cientes de que naquela época as notícias não eram difundidas com a mesma rapidez de hoje, e não havia reportagens de televisão "ao vivo". Portanto, essas palavras de Jeová teriam sido as últimas notícias da frente de batalha, não só para os exilados, mas também para toda a nação de Babilônia.
Com certeza, a Palavra do Senhor, além de ser mais rápida do que qualquer agência de notícias deste mundo, também é a mais precisa e confiável. Esse sem dúvida foi o caso no dia 15 de janeiro de 588 a.C.; e com certeza continua sendo o caso hoje, e sempre será!
Depois de lhe dar a mensagem sobre o cerco de Jerusalém, Jeová pediu a Ezequiel que anunciasse sua mensagem máxima: a morte e destruição de Jerusalém, ilustrada pela morte da esposa do profeta:
(1) O que a esposa de Ezequiel representava para ele? (v. 16)
(2) O que o Senhor faria com sua esposa?
(3) É compreensível que Deus use recursos visuais para ensinar o povo e fazer com que Seu mensageiro experimente a mensagem de forma pessoal; no entanto, realmente era necessário privar-lhe de sua esposa? Será que dessa vez o Senhor não foi longe demais? Isso realmente ajudaria as pessoas a entenderem seus pecados e se arrependerem? O que você acha?
(4) Além de perder sua esposa, o que Ezequiel devia fazer para suprimir sua dor? (vv. 16-17)
(5) Quão difícil teria sido para ele não poder expressar sua dor?
(6) Como Ezequiel reagiu à ordem de Deus? Ele teve alguma objeção? Ele perguntou "por quê"? Porque não?
(7) Como o povo reagiu ao ver o que tinha acontecido com a esposa de Ezequiel e observar seu comportamento? (vv. 19)
(8) Como eles perceberam que tinha algo a ver com eles?
(9) Qual foi a resposta de Deus com relação à morte da esposa de Ezequiel? (v. 21)
(10) O que o povo devia fazer diante da destruição de Jerusalém e da morte de seus filhos e filhas? Por quê? (v. 22)
(11) Como essa notícia de morte e destruição seria confirmada? (v. 26; 33:21-22)
(12) Por que a confirmação da destruição de Jerusalém sinalizaria a abertura da boca de Ezequiel? (3:26-27; vide a Nota abaixo)
(13) De que forma(s) Ezequiel serve de sinal para o povo? (Leia o artigo meditativo de hoje.)
(14) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
“Ezequiel permaneceu mudo por sete anos e meio, até a queda de Jerusalém (cf. 33:22). No entanto, entre os capítulos 3 e 33, Ezequiel proferiu muitas mensagens... (durante esse tempo) ele nunca ministrou nas ruas e nas assembléias do povo como outros profetas faziam... Ele ministrou numa estranha imobilidade... ele só falava quando o Senhor abria sua boca para proclamar... Em outras palavras, esses versículos declaram que Ezequiel passaria os seguintes sete anos e meio, até a queda de Jerusalém (cf. 33:22), retirado da comunidade do exílio e silenciado por Deus, exceto para anunciar as advertências sobre o juízo de Deus, que Deus permitiria que ele recitasse para aqueles que viessem a ele."
(Alexander, 18)
“… e à tarde minha mulher morreu. No dia seguinte fiz o que me havia sido ordenado.” (NVI-PT) (Ezequiel 24:18)
“…a proclamação da mensagem de Deus é mais poderosa quando é encarnada na vida do mensageiro. Poucas pessoas serão obrigadas a fazer sacrifícios tão grandes quanto aqueles feitos por este notável profeta. No entanto, as implicações deste oráculo para aqueles que são chamados a serem agentes de Deus são espantosas. Com frequência, o custo de levar no próprio corpo a mensagem que proclamam é alto. Em outra época, Deus testou Abraão, exigindo a morte de seu filho Isaque, mas essa história teve um final feliz (Gn 22). Nem sempre será assim. Para Ezequiel, o chamado para servir a Deus lhe custou a sua esposa, o deleite de seus olhos. Embora o texto nada diga sobre a luta que essa absurda exigência de Javé teria provocado na alma do profeta; para ele, essa provação de sua fé não foi mais fácil do que a ordem de sacrificar Isaque tinha sido para o patriarca. Ezequiel poderia ter se rebelado contra essa interferência em seus assuntos pessoais, mas ele não vacilou. Com sua reação diante da morte de sua esposa, Ezequiel foi um sinal para seu povo; mas suas respostas diante da mão de Deus fazem dele um modelo para todos aqueles que seguem os seus passos profissionais.
"Mas as amargas experiências da vida nem sempre são sinais da indignação de Deus para com o indivíduo. Encontrando um cego, os discípulos de Jesus lhe perguntaram: 'quem pecou: este homem ou seus pais?'. Sua resposta foi: 'Nem ele nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele' (Jo. 9:1-4). Embora não tenha aliviado a dor pessoal de Ezequiel enquanto andava pelo vale das trevas, saber que Deus não estava com raiva dele lhe teria dado um pouco de consolação. O profeta também pode ter encontrado esperança no fato de que, com o tempo, seu papel como servo sofredor resultaria num conhecimento renovado de Javé por parte de Seu povo."
(NICOT, Ezequiel, 797-8)
25:1-7—O oráculo contra os amonitas
Começando no capítulo 25, Ezequiel começou a receber uma série de oráculos do Senhor, nos quais Deus lhe daria instruções para "dirigir o rosto" contra as nações do mundo, a maioria das quais eram inimigos tradicionais de Israel. O primeiro oráculo é proclamado contra os amonitas (vide a Nota 1 abaixo):
(1) Sobre o que os amonitas diriam "Ah! Ah!"? (v. 3)
(2) Por que eles seriam julgados por terem feito isso? (v. 6)
(3) Quem seria usado para puni-los? (v. 4)
(4) O que essa nação se tornaria, especialmente sua capital, Rabá? (vv. 4-5)
(5) Qual seria o seu destino final? (v. 7)
25:8-11—O oráculo contra Moabe (vide a Nota 2 abaixo)
(6) O que os moabitas fizeram depois da queda de Judá? (v. 8)
(7) Por que eles seriam julgados por terem feito isso?
(8) Qual seria sua punição? (vv. 9-10)
(9) No caso de Amon e Moabe, qual foi o desejo principal de Deus ao castigá-los? (vv. 7, 11)
(10) Como seria cumprido? (vide Jeremias 48:47; 49:6)
(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota 1:
Gade tinha recebido o território da Transjordânia que antes havia pertencido aos amonitas; foi somente após a deportação de parte do povo de Israel por Tiglate-Pileser III da Assíria no ano 733 a.C. (2 Reis 15:29) , e o posterior colapso do estado de Israel que os amonitas conseguiram retomar o território de Gade. A relação de Amom com Israel ao longo da história foi hostil (Juízes 11:4-33; 1 Sam. 11:1-11; 2 Sam. 10; 1 Reis 4:13-19; 2 Reis 24:2). Observe especialmente as palavras de Amós contra Amon (Amós 1:13-15). Amon finalmente cairia nas mãos dos árabes na primeira metade do século VI a.C., deixando de existir como nação independente.
(vide NICOT, Jeremias, 716)
Nota 2:
Moabe era um inimigo tradicional de Israel, e a hostilidade entre as duas nações remonta aos dias do Êxodo. Moabe aparentemente deixou de existir como nação independente em 582 a.C., quando Nabucodonosor, sem dúvida em resposta a alguma rebelião, marchou contra Moabe e Amon (vide NICOT, Jeremias, 701). Vale a pena notar que Rute, a esposa de Boaz, antepassado de Davi e de nosso Senhor Jesus Cristo (em Sua genealogia terrena) era uma moabita (Mateus 1:5; Rute 1).
"Vejam, a nação de Judá tornou-se como todas as outras nações." (NVI-PT) ( Ezequiel 25:8)
É interessante notar que a acusação feito pelo Senhor por meio de Ezequiel contra esses moabitas que testemunharam a queda de Judá (e de Jerusalém) é que disseram: “Vejam, a nação de Judá tornou-se como todas as outras nações” (25:8). Mas o que significa esta afirmação por parte dos moabitas?
Precisamos entender que o Senhor tinha mostrado claramente não só o Seu poder, mas também Sua eleição da nação de Israel por meio dos milagres que Ele realizou ao tirar o Seu povo do Egito (Js 2:8-11). Em especial, os moabitas tinham sido testemunhas do grande poder do Senhor e tinham ficado com com muito medo (Nm 22:1-4). Portanto, ao dizerem que Judá tinha se tornado como todas as outras nações do mundo devido à sua queda, os moabitas estavam insultando diretamente o Deus de Israel, sugerindo que Ele também era como os deuses das outras nações—que Ele não merecia mais ser temido ou reverenciado como o Deus Todo-Poderoso.
Esse insulto ofensivo dos moabitas contra Deus, além de seus muitos pecados, que incluíam a sedução imoral dos homens de Israel (Nm 25), foi o que provocou o castigo de Jeová. Também no caso do "Israel espiritual", o Senhor considera qualquer insulto que recebemos por causa de Seu nome como um insulto dirigido a Ele. Saulo, antes de se tornar Paulo, o experimentou pessoalmente ao perseguir a igreja de Jesus Cristo (Atos 9:4).
No entanto, mesmo para essas nações, o propósito final de Deus ao castigá-los é foi que eles soubessem “que eu sou o Senhor" (25:7, 11); além disso, Ele prometeu restaurar tanto os amonitas como os índios últimos dias (Jr. 48:47; 49:6).
25:12-14—O oráculo contra Edom (vide a Nota 1 abaixo)
(1) De que se trata a culpa de Edom? (v. 12)
(2) Como os edomitas tinham se vingado da casa de Judá? (vide Amós 1:11; Ezequiel 36:1-5, especialmente o v. 5)
(3) Qual seria sua punição? (v. 13, vide também a Nota 1 abaixo)
(4) No entanto, o v. 14 fala sobre uma vingança futura nas mãos do povo de Deus. O que significa isso? (vide Isaías 11:14; Amós 9:11-12)
25:15-17―O Oráculo contra a Filístia (vide a Nota 2 abaixo)
(5) De que eram culpados os filisteus? (v. 15; cf. Sof. 2:10)
(6) Que aspectos de seus pecados o Senhor enfatiza aqui? (v. 15)
(7) Qual seria o seu castigo? (vv. 16-17; vide a Nota 2 abaixo)
(8) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota 1:
Apesar de Edom
também ter sido um adversário tradicional de Israel (vide Números 20:14-21;
Juízes 11:17; 2 Sam.8:13-14; 1 Reis 11:14-22; 2 Reis 8:20-22; 14: 22;
16:5-6; 2 Crônicas 25:14), Israel foi proibido de maltratá-los, pois
eram seus irmãos (Dt. 2:4; 23:7-8: Gênesis 36:1 e ss.).
“Como fica claro em Mal. 1:3, a devastação com que a terra de Edom fora ameaçada foi causada pelos caldeus; no entanto, a aniquilação do povo foi iniciada pelos Macabeus e completada pelos romanos na época da guerra judaica."
(K&D, Jeremias, 412-3)
Observe também que o significado literal da palavra Temã é "sul", e que Dedan provavelmente se refere aos Dedanitas, que talvez tivessem se estabelecido em Edom.
Nota 2:
Os filisteus foram um dos povos do mar que tinham chegado à Palestina entre os séculos 12 e 11 a.C., provenientes de Creta, sua terra natal (Amós 9:7). Durante muito tempo, os filisteus foram inimigos de Israel, desde os primeiros anos de sua colonização da Terra Prometida. Alguns dos conflitos mais conhecidos entre os dois povos incluem os eventos relacionados com Sansão na época dos Juízes (Juízes 13-16) e a batalha entre Davi e Golias (1 Sam. 17). As cinco principais cidades, mencionadas com frequência na Bíblia, são Gaza, Asdode, Ascalom, Gate e Ecrom (vide, por exemplo, Js. 13:3). Essa profecia foi cumprida entre os anos 604/3 a.C., quando Nabucodonosor invadiu Ascalom após sitiá-la.
“Eu me vingarei de Edom pelas mãos de Israel, o meu povo, e este lidará com Edom de acordo com a minha ira e a minha indignação; Edom conhecerá a minha vingança. Palavra do Soberano, o Senhor.” (NVI-PT) (Ezequiel 25:14)
Edom e as outras nações se vingaram de Judá na queda de Jerusalém. Eram totalmente ignorantes do fato de que se tratava do castigo de Deus pelos pecados de Judá, e que eles também eram tão pecadores quanto Judá. A culpa de Edom foi agravada pelo fato de os edomitas serem parentes do povo de Judá, uma vez que Esaú era irmão gêmeo de Jacó. (Amós 1:11)
Assim, Ezequiel e outros profetas profetizaram que Edom e outras nações serão punidas, usando palavras de devastação e destruição para descrever o que sofreriam nas mãos de Nabucodonosor. No entanto, Ezequiel disse que Edom também sofreria vingança nas mãos de Judá (25:14). “Judá certamente não executou nenhum ato de juízo contra Edom imediatamente após sua queda, uma vez que estava destruída e exilada na Babilônia; E não há nenhum registro de que isso tenha acontecido. Isso se refere, sem dúvida, aos últimos dias, nas quais Israel possuirá Edom na época do reinado do Messias, de acordo com Isaías 11:14 e Amós 9:12” (Alexander, 83). Com respeito a isso, Amós 9:11-12 diz o seguinte:
“Naquele dia, tornarei a levantar a tenda de Davi, que caiu, e taparei as suas aberturas, e tornarei a levantar as suas ruínas, e a edificarei como nos dias da antiguidade; para que possuam o restante de Edom e todas as nações que são chamadas pelo meu nome."
Em outras palavras, após a segunda vinda de Cristo, que além de ser o prometido Rei de Israel, também é o Rei dos reis e Senhor dos senhores, Seu Reino possuirá o remanescente de Edom e todas as nações que levam Seu nome. Assim, apesar do ambiente cheio de hostilidade que persiste até hoje no Oriente Médio, e da hostilidade das nações árabes dirigida contra Israel e os cristãos, um dia, pelo menos um remanescente da nação árabe (simbolizada nesta profecia por Edom) também reconhecerá Cristo como seu Senhor e Salvador.
Conforme observado acima, a partir do capítulo 25, as profecias de Ezequiel são dirigidas contra várias nações; no entanto, a maioria do conteúdo profético diz respeito a duas nações, a saber, Tiro e Egito—as únicas que continuavam resistindo ao domínio da Babilônia. Os capítulos 26-28 são dedicados às profecias e mensagens contra Tiro e Sidom (vide a Nota abaixo).
26:1-17—A profecia propriamente dita
(1) Em que data este oráculo sobre a destruição de Tiro foi dado a Ezequiel? (v. 1)
(2) Em que data Jerusalém foi conquistada por Nabucodonosor? (2 Reis 25:3)
(3) Do que Tiro é culpado? (v. 2)
(4) Por que se alegraram ao escutar sobre a desgraça de Jerusalém? (v. 2)
(5) Que lição podemos aprender com isso? (Leia Isa. 23:9 para saber porque Deus decidiu derrubar uma nação como Tiro.)
(6) Uma vez que esta profecia só se cumpriria aproximadamente 250 anos depois de ser dada, é importante prestar atenção aos detalhes contidos nela. Os vv. 3-6 são uma descrição mais geral da punição de Tiro :
a. Quem seria usado para punir Tiro ? (v. 3)
b. O que aconteceria com suas muralhas e torres? (v. 4a)
c. O que (finalmente) aconteceria com o entulho (rochas e madeira)? (v. 4b)
d. O que aconteceria com sua prosperidade? (v. 5)
e. O que aconteceria com seus bens? (v. 5b)
f. O que aconteceria com seu povo? (v. 6)
(7) Detalhes específicos sobre sua destruição (vv. 7-14)
a. Quem seriam os invasores? (v. 7)
b. O que aconteceria com seus habitantes, e como a cidade seria destruída? (vv. 8-11)
c. O que aconteceria com seus posses e bens? (v. 12)
d. O que aconteceria com o entulho? (v. 12b)
e. O que aconteceria com sua fortuna e prosperidade? Como? (vv. 13-14)
f. Quão definitiva seria sua destruição? (v. 14b)
(8) Reflita sobre as seguintes perguntas com base nas informações breves fornecidas abaixo (recolhidas principalmente de registros históricos seculares):
a. Qual é a parte mais incrível dessa profecia?
b. Como isso ajuda a confirmar sua fé na credibilidade da Bíblia como a Palavra de Deus?
26:15-18— O pavor das nações
(9) Por que a destruição de Tiro seria tão chocante para as nações costeiras?
(10) Como este lamento mostra o tipo de cidade que era Tiro?
26:19-21—Seu desterro para o submundo
(11) Além de sua extinção da superfície da terra, por que seu julgamento é descrito com uma linguagem semelhante àquela usada para descrever o juízo do povo dos dias de Noé? (vide 2 Pedro 2:5)
(12) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
A história de Tiro remonta ao início do terceiro milênio a.C., embora já houvesse contatos significativos entre esta cidade e Israel sob a Monarquia Unida. A história secular menciona com frequência a outra cidade que fazia parte de seu reino, Sidom, que (de acordo com Homero) é um sinônimo da palavra "fenício". No entanto, parece que no âmbito político a sede do poder tinha sido transferida para a cidade de Tiro. Por isso, a designação “príncipe de Tiro” é usada com frequência para refletir essa realidade. Assim, os nomes Tiro e Sidom se referem ao mesmo estado e território, e Tiro era considerada a rainha dos mercadores do mar, uma cidade muito próspera e rica cuja porção continental era protegida por uma fortaleza quase inexpugnável, finalmente conquistada por Nabucodonosor depois de 13 anos (de 586 a 583 a.C.) (Ant. 10:11.1). Depois dessa derrota, o rei de Tiro e seus nobres fugiram para a ilha, aproximadamente uma milha a oeste do continente. Uma vez que tinham conservado muitos de seus tesouros, cobiçados mais tarde por Alexandre, o Grande, ele finalmente arrastou para o mar todas as rochas e madeira que tinham ficado da destruição da cidade pelos babilônios para construir um caminho pelo qual conseguiu conquistar (no ano 332 a.C.) a cidade que tinha sobrevivido na ilha durante aproximadamente 240 anos. Leia também a reflexão meditativa de hoje.
“Farei de você uma rocha nua, e você se tornará um local propício para estender redes de pesca. Você jamais será reconstruída." (NVI-PT) (Ezequiel 26:14)
A profecia de Ezequiel 26 sobre a queda de Tiro é considerada (e com razão) a profecia da Bíblia com possivelemente o cumprimento mais espetacular.
A data na qual esta profecia foi revelada a Ezequiel é declarada claramente: no undécimo ano, no primeiro dia do mês” (26:1). Embora desta vez o mês não seja mencionado, o ano, como nos outros oráculos revelados a Ezequiel, se calcula com base no ano após seu exílio (1:2); portanto, é seguro dizer que esta profecia foi dada no ano 587 a.C., o ano da queda de Jerusalém diante de Nabucodonosor.
De acordo com o historiador Josefo, o cerco de Tiro por Nabucodonosor começou após a queda de Jerusalém, no mesmo ano. Isso tem levado alguns céticos pensarem que Ezequiel teria composto sua profecia após o início do cerco. No entanto, esse cerco durou 13 anos, e seriam necessários 250 anos para que cada detalhe da profecia se cumprisse.
Embora Nabucodonosor tenha conseguido conquistar a cidade depois de 13 anos, destruindo suas muralhas, derrubando suas torres e transformando-a em escombros, o rei e seus nobres conseguiram escapar para a parte da cidade localizada numa ilha uma milha a oeste da cidade antiga, e pode-se presumir que eles levaram consigo muitos de seus tesouros. Mas as "pedras ... madeiras e ... entulhos" permaneceram na cidade velha, sem serem lançadas "na água [no mar]" (26:12). Aliás, a cidade continuou a prosperar por mais 200 anos, até a época de Alexandre, o Grande. Na época de Ezequiel teria parecido que alguns detalhes de sua profecia não foram cumpridas; no entanto, sabemos que a Palavra do Senhor nunca volta vazia.
Em fevereiro do ano 332 a.C., o rei de Tiro,
que já tinha se submetido a Alexandre, o Grande, irritou-o ao não permitir que ele oferecesse sacrifícios ao seu próprio deus no
território da cidade insular.
“Do ponto de vista estratégico, ele (o ataque a Tiro) não foi necessário. Tiro, assim como Celaena, poderia ter sido vigilado por uma guarnição no continente, e a inimizade de seus vizinhos poderia ter sido usado para controlá-la. Eventualmente, ela teria que fazer as pazes com o invasor. Mas tratava-se de um desafio direto à soberania de Alexandre, e ele não estava disposto a deixar impune sua contumácia."
( The Conquest and Empire — The Reign of Alexander the Great, Cambridge University Press, p. 65)
Uma vez que, na época, Tiro tinha uma defesa formidável, "Alexandre começou a construir um grande molhe para sitiá-la, demolindo o Velho Tiro para sua construção" (idem; grifo nosso); foi assim que se cumpriu literalmente a profecia de Ezequiel de que "lançarão ao mar as suas pedras, o seu madeiramento e todo o entulho" (26:12). Depois de uma batalha acirrada, em Julho de 322 a.C. e "ocorreu uma terrível chacina na qual a população militar de Tiro foi massacrada de forma sistemática" (idem, p.66).
Um viajante francês do século 19 comentou que viu "um varal de redes" secando na margem da antiga cidade de Tiro, exatamente como foi profetizado (26:5, 14).
Na década de 1980, vi um repórter americano na televisão transmitindo de uma região devastada pela guerra na Palestina. Naquela época, Israel, com o objetivo de criar uma zona de segurança e evitar ser bombardeado pela OLP, invadiu o território palestino. Atrás do repórter havia uma cidade que basicamente tinha sido demolida por bombas jogadas de ambos os lados, e ele fez o seguinte comentário aos telespectadores: “o que você pode ver atrás de mim é a antiga cidade de Tiro”. Quando ouvi isso, senti calafrios, porque imediatamente me lembrei destas palavras de Ezequiel: "Você jamais será reconstruída, pois eu, o Senhor, falei. Palavra do Soberano, o Senhor." (26:14)
O segundo oráculo de Ezequiel contra Tiro toma a forma de um lamento que deixa ver a magnífica glória e orgulho desta cidade.
27:1-11—A glória de Tiro—manifestada em seus navios (sem dúvida, os aficionados aos navios poderão apreciar esta mensagem mais profundamente)
(1) Quão estratégica era a localização da cidade? (v. 2; vide a Nota abaixo)
(2) O que Tiro pensava sobre si mesma, e como tinha surgido sua beleza? (v. 4)
(3) Esta porção menciona quatro tipos de madeira (vv. 5-6: observe que Senir é o nome usado no VT para se referir ao Monte Hermom)
a. Quais são os quatro tipos de madeira?
b. Que uso é dado a cada tipo?
c. O que Ezequiel procura retratar aqui?
(4) Velas e toldos (v. 7)
a. Que tipo de materiais eram usados para fazer as velas e toldos?
b. O que revela o fato de eles usarem linho egípcio conhecido mundialmente e púrpura da Lacônia, muito buscada, mesmo para fazer velas e toldos?
(5) Tripulantes e soldados (vv. 8-11)
a. Os navios eram tripulados pelos famosos marinheiros fenícios, incluindo os de Tiro (v. 8)
b. Os barcos eram mantidos pelos habilidosos artesãos de Gebal (Byblos), famosos por terem sido usados também por Salomão (v. 9; vide 1 Reis 5:18).
c. Seus mercenários vinham de todos os lugares — da África no sul e de seus vizinhos no norte (vv. 10-11).
d. Em que sentido todos eles tinham levado "sua beleza à perfeição"? (v. 11)
27:12-24—Seu comércio internacional—Descreve o tipo de comércio que Tiro tinha com as nações mencionadas nos vv. (6)-(17):
(6) Os habitantes da cidade de Társis (provavelmente na Espanha) no extremo oeste (v. 12). Por quê?
(7) Os gregos (v. 13)
(8) Os povos do extremo norte, os homens de Bete-Togarma (Ezequiel 38:6; os armênios) (v. 14)
(9) Os homens de Rodes (uma região ao norte de Tiro) (v. 15)
(10) Arã (provavelmente uma referência à periferia dos territórios sírios, e não aos edomitas) (v. 16)
(11) Judá e Israel (v. 17)
(12) Damasco (v. 18)
(13) Os danitas (provavelmente uma tribo árabe) e os gregos (v. 19)
(14) Dedã (um oásis na Arábia central) (v. 20)
(15) Os príncipes árabes (v. 21)
(16) Os mercadores de Sabá e outros povos do sudoeste da Arábia (v. 22)
(17) Harã e outros povos da Mesopotâmia (vv. 23-24)
(18) Como Ezequiel descreve a cidade de Tiro ?
(19) Você consegue pensar em uma cidade moderna que talvez se compare a Tiro ?
(20) Como você descreveria os habitantes desta cidade tão bem sucedida?
(21) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
“O Tiro Insular possuía dois portos, um ao norte chamado o sidônio, porque estava do lado de Sídon, e outro do lado oposto ou sudeste, que se chamava o porto egípcio devido à direção em que apontava. O sidônio, o mais famoso dos dois, tinha um porto interno situado dentro da muralha da cidade, e um externo, formado por uma fileira de rochedos que ficava a uma distância de aproximadamente trezentos passos a noroeste da ilha e corria paralela à costa do continente, formando uma angra na qual os navios podiam ancorar.”
(K&D, 219)
“Você diz, ó Tiro: ‘Minha beleza é perfeita’. Seu domínio abrangia o coração dos mares; seus construtores levaram a sua beleza à perfeição.” (NVI-PT) (Ezequiel 27:3-4)
Pode-se presumir que a cidade de Tiro não dispunha de muitos recursos naturais; mas apesar disso, devido aos seus excelentes portos, ela se tornou um centro de comércio internacional e transbordo chegando a ser talvez o porto mais movimentado do mundo antigo. Tudo isso fez de Tiro uma cidade extremamente cobiçada, uma cidade conhecida pela sua extravagância, entretenimento e orgulho.
É incrível que Ezequiel tenha tomado tempo para destacar o sucesso da cidade, evidente nos seguintes detalhes:
- A construção dos barcos mais luxuosos, feitos e decorados com madeira de pinho, cedro, carvalho e cipreste (27:5-6)
- O fato de até suas velas seram feitas de linho egípcio mundialmente famoso, e seus toldos de púrpura lacônica (27:7)
- O fato de eles terem os melhores marinheiros do mundo provenientes de várias cidades fenícias (27:8-9)
- O fato de eles contratarem os melhores soldados que se podia contratar com dinheiro, até mesmo da Pérsia, que tinham armas impressionantes (27:10-11)
- O fato de eles negociarem até mesmo com lugares no leste tão distantes como Társis (provavelmente na Espanha) no comércio de metais (27:12).
- O fato de eles também negociarem com outras nações com o s seguientes bens (27:13-23):
- escravos (um símbolo de riqueza no mundo antigo)
- cavalos
- marfim
- pedras preciosas e moda
- trigo e outros alimentos
- vinho fino e lã
- cobertores de sela
- ovelhas
- especiarias de todos os tipos
E a lista continua. Isso me faz pensar imediatamente em lugares como Hong Kong e Cingapura, onde o dinheiro, o entretenimento, o bom vinho e a gastronomia, a libertinagem e o orgulho caracterizam o estilo de vida dessas cidades, onde as pessoas vivem como se o amanhã nunca chegasse. Essas foram as características de Tiro que provocaram o castigo de Deus devido a seu orgulho e indiferença à situação de Jerusalém, algo que eles deveriam ter interpretado como um sinal de advertência sobre seus próprios pecados.
A descrição luxuosa do glamour da prosperidade de Tiro termina com um aviso de sua destruição iminente:
27:25-31—O naufrágio iminente
(1) Você acha que Tiro, com toda a sua prosperidade incomparável e suas fortalezas inexpugnáveis, pensava no dia de sua destruição?
(2) O mundo daquela época teria pensado que Tiro desapareceria de repente da face da terra? (v. 25)
(3) O que quebraria o navio em pedaços? (v. 26)
(4) A que se refere o "vento oriental"? (v. 26)
(5) Quem e o que seria derrubado junto com ela? (v. 27)
(6) Que impacto o seu naufrágio teria sobre aqueles que se beneficiavam da prosperidade de Tiro? Por quê? (vv. 28-31)
27:32-36—O lamento dos marinheiros
(7) Como eles comparam o naufrágio de Tiro com sua antiga glória? (v. 32)
(8) Como são suas lembranças da antiga glória de Tiro? (v. 33)
(9) Como descrevem o desaparecimento de Tiro? (v. 34)
(10) Como Ezequiel descreve a reação de cada um dos seguintes segmentos da sociedade à sua destruição?
a. Seus vizinhos costeiros, especialmente seus reis. Por quê? (v. 35)
b. Os comerciantes que costumavam fazer negócios com eles. Por quê? (v. 36)
(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Todos os que moram nas regiões litorâneas estão chocados com o que aconteceu com você; seus reis arrepiam-se horrorizados e os seus rostos estão desfigurados de medo.” (NVI-PT) (Ezequiel 27:35)
Ontem estudamos a "lista do orgulho" de Tiro, e tenho certeza de que todos nós ficamos muito impressionados com o fato de uma cidade tão pequena como Tiro ter se tornado um modelo de sucesso para o mundo inteiro, e não só para o mundo de sua época, mas também para todas as épocas. Não é à toa que ela se orgulhava de seu sucesso e realizações. Por isso, a profecia de Ezequiel sobre sua destruição iminente teria sido uma surpresa, tanto para ela quanto para o resto do mundo. Era inconcebível não só a totalidade da destruição, algo que parecia quase impossível devido às suas fortalezas inexpugnáveis e suas intrépidas tropas mercenárias, mas também a mudança total de sua fortuna:
- Ela se tornaria um lugar para secar redes de pesca (26:14). Você consegue imaginar a possibilidade de todos os arranha-céus de Hong Kong, Cingapura ou até mesmo Nova York desaparecerem completamente, sendo substituídos por pescadores que secam suas redes ao ar livre nas rochas à beira-mar?
- Suas canções barulhentas e música de harpa não seriam mais ouvidas (26:13). Você consegue imaginar a possibilidade de todas as salas de concerto, casas de ópera, discotecas e karaokê ficarem mudas, sem clientes e sem artistas?
No entanto, sabemos que, ao contrário das profecias contra Judá, que levaram muitos anos para se tornarem realidade, a invasão de Tiro pela Babilônia ocorreu um ano após esta profecia, e embora Tiro tenha lutado durante 13 anos, acabou sendo reduzido a escombros. E 250 anos mais tarde, até mesmo sua fortaleza na ilha caiu para Alexandre, o Grande, e Tiro e toda a sua glória passaram à história.
Esta é uma lição para todas as cidades orgulhosas do mundo que pouco se importam com Deus e as almas das pessoas.