Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Ezequiel 46:1–15

Esta semana terminaremos o nosso estudo do livro de Ezequiel no Velho Testamento e começaremos o estudo do livro de Ageu.

Este trecho é uma continuação das instruções sobre adoração no Templo do Milênio:

46:1-8—Sábados e luas novas

(1) O portão deverá permanecer fechada durante os seis dias úteis (vv. 1-2):

a. Isso se refere ao Portão Oriental interno ou externo? (vide 44:1)

b. Que dia deverá ser aberto? (v. 1)

c. Quem deverá presidir estas festividades?

d. Quem deverá apresentar as ofertas?

(2) Os sacrifícios (v. 4-8)—O povo deverá adorar na entrada daquele mesmo portão (ou seja, no pátio externo):

a. Que animais deverão ser oferecidos como sacrifício no sábado? (v. 4)

b. Que ofertas de cereais deverão acompanhar esses sacrifícios? (v. 5: um efa equivale a aproximadamente 22 litros e um him equivale a aproximadamente 4 litros)

c. O que a Lei de Moisés estabeleceu a esse respeito? (Números 28:9)

d. Quais animais deverão ser oferecidos para a lua nova? (v. 6)

e. Que ofertas de cereais deverão acompanhar esses sacrifícios? (v. 7)

f. O que a Lei de Moisés estabeleceu a esse respeito? (Números 28:11-14)

g. Qual entrada e saída (do pátio interno) deverá ser utilizado pelo príncipe? (v. 8)

h. Qual poderia ser o significado espiritual desses regulamentos sobre os sábados e as luas novas?

(3) Regulamentos sobre o uso dos portões externos do pátio (vv. 9-10)

a. Qual é a regra imposta à cidade para o uso dos portões externos? (v. 9)

b. Por que essa regra será necessária durante o Milênio?

c. Quais portões deverão ser usados pelo príncipe? (v. 10; vide a Nota abaixo)

d. Qual poderia ser o propósito desta regra?

46:11-12—Outras festas e festividades designadas

(4) Quais são as únicas festas e festividades designadas mencionadas no Milênio? (45:18-25)

(5) Que instruções são repetidas aqui no v. 11?

(6) Trata-se de festas e festividades a serem celebradas além dos sábados e luas novas. Reflita sobre as seguintes perguntas:

a. Qual portão (interno) deverá ser usado pelo príncipe? (v. 12)

b. O que deverá acontecer após a saída do príncipe?

c. Qual poderia ser o significado espiritual desta regra?

46:13-15As ofertas diárias

(7) Que animal deverá ser sacrificado para a oferta diária? (v. 13)

(8) Em que consiste a oferta de cereais que o acompanha? (v. 14)

(9) Por que o Senhor diz especificamente que "a apresentação dessa oferta de cereal será feita em obediência a um decreto perpétuo"?

(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

“A diferença entre os príncipes e o povo, com respeito às suas visitas ao templo no sábado e nas luas novas, consistia principalmente no seguinte: o príncipe podia entrar pelo portão oriental externo e avançar até os postes do portão central (interno), onde ele adorava no limiar do portão, enquanto o povo somente era autorizado a entrar no pátio externo pelos portões externos ao norte e ao sul, e só podia avançar até a área em frente ao portão central (interno) ... a entrada e saída do príncipe no meio do povo (v. 10) só acontecia durante as grandes festas anuais." (K&D, 430-1)

Reflexão meditativa
O argumento
a favor do milênio

“A apresentação dessa oferta de cereal será feita em obediência a um decreto perpétuo.” (NVI-PT) (Ezequiel 46:14)

Observamos no capítulo anterior que esta passagem estabelece somente dois festas anuais a serem celebradas durante este período do "Milênio"; além disso, no que diz respeito aos sacrifícios mensais (lua nova), semanais (sábado) e diários, o Senhor estabelece um conjunto de estipulações totalmente diferente daquelas da lei mosaica.

Além de o número de animais e quantidades de grãos a serem oferecidos para todos os sacrifícios serem muito diferentes (compare Nm 28:9, 11-14 e 3-4 com Ezequiel 46:4-5, 6-7 e 13-14), a libação da lua nova e os sacrifícios diários nem são mencionados. Este último agora só deverá ser feito de manhã, e não à tarde.

Este desafio ousado às leis mosaicas para os cultos é um claro sinal da chegada de uma nova era, não só com relação à história de Israel, mas também no que diz respeito à relação entre o povo e seu Deus. No entanto, Daniel Block observa com perspicácia o seguinte quanto a esta nova relação durante esta nova era (milenial),

“Por um lado, é uma reafirmação de que Javé não se tornará comum ou familiar, nem mesmo com Seu povo. Entronizado em Sua glória, Ele reside em Seu templo, onde somente aqueles que Ele autoriza podem entrar. Nem o povo nem o príncipe podem vê-lo diretamente; não podem nem mesmo entrar no pátio interno. Os graus de santidade inerentes aos espaços sagrados são refletidos nas paredes concêntricas de acessibilidade. Mas permanece um fato glorioso: em sua graça, Javé não apenas convidou os mortais a adorá-Lo; Ele lhes revelou as atividades que garantem sua aceitação por Ele e nomeou funcionários que Ele receberá em seu nome. Já acabou a alienação do passado distante. A visão de Ezequiel de rituais diários, semanais e mensais proclama a graça contínua de uma divindade que está em paz com Seu povo."
(NICOT, Ezequiel, 677)

Se a observação de Block estiver correta (e eu acredito que esteja), então a visão de Ezequiel, em termos da chegada da Nova Jerusalém, continua sendo um evento do "ainda não", reforçando a crença num "Milênio" antes da chegada dos Novos Céus e da Nova Terra.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Ezequiel 46:16–24

46:16-18—O príncipe e Sua herança

(1) O que acontecerá com a doação de terras que o príncipe fará a seus filhos de sua própria herança? (v. 16; vide o elemento P no diagrama no estudo de Ezequiel 45:1-12, Ano 5, Semana 41, Dia 286)

(2) O que acontecerá com as terras que ele doará aos seus servos de sua própria herança? (v. 17)

(3) Que proibição é imposta ao príncipe no v. 18?

(4) Como essa disposição (que está em sintonia com as disposições do Ano do Jubileu em Levítico 25) serve para evitar a pobreza perpétua?

(5) Qual é a mensagem para os exilados, a audiência imediata de Ezequiel?

46:19-24—O lugar no templo onde serão preparados os sacrifícios — o passeio pelo templo e retomado (parece que o objetivo é juntar as pontas soltas)

(6) Onde estão localizadas as câmaras sagradas que são mostradas a Ezequiel? (v. 19; vide o ponto F no diagrama do Recinto do Templo em Ezequiel 40:1-27, Ano 5 Semana 40 Dia 278)

(7) Por que é fornecido esse tipo de espaço onde os sacerdotes poderão cozinhar e assar (os alimentos para consumo próprio)? (v. 20; vide a Nota abaixo)

(8) Que câmaras adicionais são mostradas a Ezequiel? (vv. 21-23; vide o elemento K no diagrama)

(9) Para que servem? (v. 24)

(10) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

A consagração do povo é evitada para o bem do próprio povo, para que as pessoas não sejam consagradas por engano, tornando-se réus de morte por não guardarem as leis dos que são consagrados. Também aponta para a ênfase de Deus na distinção entre o consagrado e o comum, o qual destaca o fato de a santidade plena já ter voltado ao templo.

Reflexão meditativa
Uma mensagem para aqueles
que têm privilégios

O príncipe não tomará coisa alguma da herança do povo, expulsando os herdeiros de sua propriedade. Dará a seus filhos a herança daquilo que é sua própria propriedade, para que ninguém do meu povo seja separado de sua propriedade.” (NVI-PT) (Ezequiel 46:18)

Deixe-me citar a perspectiva de Block sobre o príncipe milenial abaixo:

Independentemente de se Ezequiel entendia ou não esse nasi (o príncipe) como uma figura messiânica, o realismo desta descrição é notável. Como protetor do culto, o príncipe goza de uma posição privilegiada, mas permanece à sombra do sacerdócio, excluído do pátio interno e sujeito a restrições claramente definidas. Além disso, assim como os governantes de Israel de épocas passadas, ele está (ou parece estar, grifo meu) exposto à tentação do auto-engrandecimento, sempre em perigo de explorar seu cargo em detrimento dos seus súditos. Ao regular a atividade dos nasi, esta passagem lembra os que ocupam posições de liderança na comunidade de fé de que sua vocação é uma de serviço; não é uma profissão de privilégio. Os líderes responsáveis exercem sua autoridade dentro dos limites estabelecidos por Deus, resistindo à tentação de usar sua posição para o ganho pessoal, e cientes dos direitos dos subordinados. Afinal, o chamado para a liderança é um dom de Deus para ser usado em benefício de todo o Seu povo. Ao mesmo tempo, essa legislação impõe restrições rígidas às outras classes da nobreza... uma vez que elas são os que mais se beneficiariam dos amplos poderes do rei para confiscar e redistribuir as terras. No plano de Ezequiel, Israel é reconstituído como uma nação de cidadãos livres, todos com direitos iguais em relação à propriedade e ocupação da terra."
(NICOT, Ezequiel, 681)

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Ezequiel 47:1–12

No final de sua visita ao novo templo, e depois de receber um novo código de lei sobre a adoração que se deve prestar a Deus naquele templo, Ezequiel agora contempla uma visão ainda mais espetacularum rio que flui do templo, cujas águas dão vida.

47:1-7A visão em si

(1) Independentemente do verdadeiro significado do v. 1 (os estudiosos têm se esforçado muito para decifrar o significado da expressão "lado direito"a NIV a traduz como "do lado sul do templo, ao sul do altar"):

a. Onde o mensageiro angelical levou Ezequiel para assistir a esse espetáculo? (v. 2a)

b. De onde a água começa a fluir do templo? (v. 2b)

(2) O templo é construído sobre uma montanha; portanto, a água flui para baixo (vv. 3-5).

a. Etapa 1: De acordo com as medições, qual é a profundidade da água, e qual é o comprimento do rio? (v. 3)

b. Etapa 2: Qual é o comprimento e a profundidade do rio agora? (v. 4a)

c. Etapa 3: Qual é o comprimento e a profundidade do rio agora? (v. 4b)

d. Etapa 4: Qual é o comprimento e a profundidade do rio agora? (v. 5)

(3) Em seguida, o que o mensageiro pergunta a Ezequiel? Por quê? (v. 6)

(4) O que Ezequiel vê ao ser levado até a margem do rio? (v. 7)

47:8-12—A narração do mensageiro angélico

(5) Onde esse rio chega finalmente? (v. 8; é evidente que o "mar" oriental é o Mar Morto)

(6) A transformação do Mar Morto (vv. 8b-11)

a. O que acontecerá com a água salgada que tem sido uma característica do Mar Morto desde a antiguidade? (v. 8b)

b. O que acontecerá com o Mar Morto, que antes não podia sustentar nenhuma forma de vida? (vv. 9-10)

c. Ainda será possível aproveitar ou extrair sal dela? (v. 11)

(7) As árvores ao longo de suas margens (v. 12)

a. Que tipo de árvores crescerá ao longo de suas margens?

b. Para que servirão os seus frutos?

c. Qual será a função das folhas da árvore?

d. A que o mensageiro atribui esse fenômeno?

(8) Como a realidade espiritual desta visão foi cumprida em Jesus Cristo? (João 7:37-39)

(9) Leia Apocalipse 22:1-2, onde em sua visão da Nova Jerusalém o apóstolo João também vê um rio.

a. Como é chamado esse rio?

b. De onde provém?

c. Que tipo de árvore é encontrada em cada lado do rio?

d. Com quanta frequência as árvores da vida dão o seu fruto?

e. Por definição, qual deve ser a função dos frutos da árvore da vida?

f. Que função têm as folhas da árvore da vida?

(10) Quais são as principais diferenças entre as duas visões?

(11) Qual é, então, a mensagem principal da visão de Ezequiel?

(12) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Rios de água viva

"... porque a água vinda do santuário chega a elas." (NVI-PT) (Ezequiel 47:12)

A visão da água que flui do templo de Ezequiel é espetacular, pois o que parece ser um fio de água que sai do templo logo se torna um rio profundo demais para atravessar. Mas não é só isso: por onde passa o rio, qualquer água salgada se torna doce. Assim, o Mar Morto, uma vez sem vida, é transformada em água vivificante que gera um grande número de peixes e tem árvores ao longo de suas margens que dão frutos e folhas que não murcham nem secam, e folhas que também têm o poder de curar. Não é de se admirar que ao ver este milagre, até mesmo o mensageiro angelical disse com espanto a Ezequiel: "Filho do homem, você vê isto?" (47:6).

Independentemente de se esta visão será cumprida literalmente no Milênio, sua realidade espiritual muito mais importante já foi cumprida em Cristo Jesus. Em certa ocasião, na Festa dos Tabernáculos, Ele proclamou em voz alta as seguintes palavras sobre seu cumprimento:

No último e mais importante dia da festa, Jesus levantou-se e disse em alta voz: 'Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, "do seu interior fluirão rios de água viva".' Ele estava se referindo ao Espírito, que mais tarde receberiam os que nele cressem. Até então o Espírito ainda não tinha sido dado, pois Jesus ainda não fora glorificado." (João 7:37-39)

Mais do que isso, o poder desta Água Viva tem se manifestado na cura literal da terra, como se tem constatado nos últimos anos em lugares como Fiji:

“Milhares de pessoas já foram salvos desde que o falecido presidente da nação, Josefa Iloilo, mandou fazer uma tocha de reavivamento, que desde então tem sido levado para cada aldeia e grupo étnico nas ilhas. Antigos canibais já se arrependeram... pessoas que antes andavam sobre brasas se arrependeram de seus laços com os espíritos das trevas. Os adoradores de ídolos quebraram suas divindades feitas à mão, queimando-as em fogueiras comunitárias. Há milagres na terra por toda a parte: árvores que não param de dar frutos, rios envenenados que instantaneamente se tornam puros, recifes branqueados que são restaurados à vida com cores vibrantes. E muito mais!"
(George Otis. Jr.—
veja o documentário do Grupo Sentinel sobre Fiji).

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Ezequiel 47:13–23

Depois da visão da água viva que flui do santuário, Ezequiel recebe a ordem de dividir a terra para distribui-la entre as 12 tribos de Israel que retornaram:

(1) Considere o contexto em que Ezequiel recebeu esta profecia:

a. O que tinha acontecido com Israel como um todo?

b. Como o povo se sentia sobre sua condição? (vide 37:11)

c. O que a visão da Água Viva teria significado para eles?

d. O que essa divisão da teria significado para eles?

(2) Por que José recebe duas porções? (Gênesis 48:5; 1 Crônicas 5:1 e Josué 16:4)

(3) Reflita sobre a antiga repartição feita por Moisés (Nm 34:13):

a. Qual tinha sido a base daquela divisão?

b. Qual é a base desta divisão? (v. 14a)

c. O que significa isso?

(4) Quão importante é para o Senhor o fato de a terra estar dividida novamente (neste período milenial) entre o povo de Israel? (v. 14b)

(5) Os limites da terra a ser dividida (vv. 15-20; vide o diagrama no final da lição em Ezequiel 45:1-12, Ano 5, Semana 41, Dia 286)

a. A fronteira norte (vv. 15-17; vide a Nota abaixo):

  1. Vale a pena notar que “somente duas vezes na história de Israel as fronteiras políticas da nação se estenderam ao norte até Lebo-Hamate: sob Davi (1 Reis 8:1-12, 65) e sob Jeroboão II (2 Reis 14:25)” ( NICOT, 715-6). Diante disso, o que significa a inclusão de Lebo-Hamate na fronteira norte?

b. A fronteira oriental (v. 18; veja a fronteira oriental melhor definida em Números 34:10-12). Deve-se notar o seguinte:

  1. A fronteira oriental começa, naturalmente, onde termina a fronteira norte—a fronteira entre o monte Haurã e Damasco;
  2. O ponto mais meridional desta fronteira é fixado em Tamar, localizado a cerca de 32km (20 milhas) a sudoeste do Mar Morto;
  3. As regiões da Transjordânia outrora ocupadas pelas duas tribos e meia estão excluídaspresumivelmente porque nunca tinham sido reconhecidas como parte da Terra Prometida. Alguns estudiosos são da opinião de que as terras além da "Terra Santa" são consideradas impuras. O que você acha?

c. A fronteira sul (v. 19)

  1. É basicamente a mesma que a fronteira descrita de forma mais detalhada em Números 34:3-5.

d. A fronteira ocidental (v. 20)

  1. Esta também é basicamente a mesma que é descrita por Moisés em Números 34:6.

(6) A terra para os estrangeiros (vv. 21-23)—em uma ruptura completa com a distribuição de terra de Moisés, os estrangeiros residentes recebem o mesmo direito de propriedade da terra que os israelitas:

a. O que significa essa mudança?

b. Como isso reflete o cumprimento da profecia de Isaías 56:3-8?

c. Como essa realidade espiritual é concretizada no evangelho de Jesus Cristo? (Gálatas 3:26-29)

(7) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

É importante notar que “nenhum dos locais mencionados nesta lista pode ser identificado com certeza” (NICOT, 712); no entanto, acredita-se geralmente que concorda com a fronteira norte descrita por Moisés em Números 34:7-9.

Reflexão meditativa
Os judeus e gentios são um em Cristo

Vocês a distribuirão como herança para vocês mesmos e para os estrangeiros residentes no meio de vocês e que tenham filhos. Vocês os considerarão como israelitas de nascimento;" (NVI-PT) (Ezequiel 47:22)

As instruções de Deus a Ezequiel para a distribuição da terra entre as doze tribos de Israel são bastante surpreendentes devido à maneira como mostram sua igualdade em Cristo. Embora a distribuição da terra pareça favorecer as tribos nascidas das duas esposas de Jacó, cujas terras distribuídas estão mais próximas à terra sagrada, cada tribo parece receber uma porção "igual", independentemente de sua população ou origem. No entanto, o que é ainda mais surpreendente é o fato de que esse princípio de igualdade se aplica até mesmo aos estrangeiros que residem entre as tribos. Eles devem ser tratados como "israelitas de nascimento", que têm o mesmo direito de receber terra como herança.

Em efeito,

“A lei de Moisés já tinha exortado os israelitas repetidamente a tratá-los com carinho, e em Lev. 19:34 são obrigados a tratá-los como nativos a este respeito e amá-los. Mas isso não lhes outorgava o pleno direito de cidadania que incluía o direito de adquirir terras. A terra foi dada exclusivamente aos israelitas como possessão hereditária. Os estrangeiros só podiam ser incorporados à congregação de Israel sob as limitações estabelecidas em Dt. 23:2-9, depois de serem circuncidados. Mas nesta futura distribuição da terra, os (estrangeiros) receberão propriedade hereditária da mesma forma que os israelitas nativos; a esse respeito, não haverá diferença entre os membros do povo de Deus nascidos da semente de Abraão e os nascidos dos pagãos."
(K&D, 444)

Este princípio de igualdade, que se estende aos gentios, é, sem dúvida, um retrato da realidade espiritual alcançada com a morte e ressurreição de Jesus Cristo, como explica o apóstolo Paulo em sua discussão sobre a divisão que antes existia entre os judeus e gentios:

Pois ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade, anulando em seu corpo a Lei dos mandamentos expressa em ordenanças. O objetivo dele era criar em si mesmo, dos dois, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade. Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito."
(Efésios 2:14-18)

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Ezequiel 48:1–20; 23-29

Depois de descrever a divisão da terra de maneira geral, Ezequiel agora recebe informações sobre a localização precisa de cada uma das doze tribos:

(1) As sete tribos ao norte da "Porção Sagrada" (vv. 1-7) e as cinco tribos ao sul dessa porção (vv. 23-29) — Ao refletir sobre as seguintes perguntas, consulte o diagrama da lição sobre Ezequiel 45:1-12, Ano 5, Semana 41, Dia 286, que contém um mapa desta nova divisão da terra:

a.  Quais são as principais diferenças que você notou ao comparar este mapa com o mapa do Israel histórico (como aquele que se encontra nas últimas páginas de sua Bíblia)? Tente identificar pelo menos três, considerando o tamanho de cada porção, a localização de cada tribo e a localização do santuário.

b. Qual poderia ser o significado teológico deste novo mapa?

(2) A "Porção Sagrada" (vv. 8-20)Esta é basicamente uma repetição das instruções dadas em 45:1-6, com a exceção dos seguintes detalhes:

a. O comentário adicional e instrução sobre a porção para os levitas (v. 14)

  1. Qual é a instrução dada aos levitas?
  2. Qual é a razão desta instrução? (note que a palavra que na NVI-PT é traduzida como "a melhor de todo o território" significa "primícias" em hebraico)
  3. Como podemos aplicar esta verdade hoje?

b. A explicação mais detalhada sobre o território destinado ao uso da cidade (vv. 15-20; vide a Nota abaixo)

  1. Qual é o tamanho deste pedaço de terra? (v. 15a)
  2. Onde está localizado o centro da cidade, qual é o seu tamanho e para que serve? (vv. 15b-16)
  3. O que está ao redor do centro da cidade? (v. 17)
  4. Isso significa que são deixados basicamente 10.000 côvados de cada lado, quer dizer, ao leste e ao oeste (vv. 18-20).

1. Para que será utilizada esta porção restante?

2. Por que é separada da “porção  sagrada”?

(3) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

Embora o mensageiro não explique muito claramente como a terra da cidade será usada, parece que o centro da cidade serve como alojamento (temporário) de adoradores que chegam a fim de adorar no templo, enquanto os campos circundantes são destinados (talvez) para o sustento desses adoradores. O que fica claro é que os terrenos maiores a leste e oeste são destinados aos que chegam da cidade para trabalhar na produção agrícola; estes provavelmente são trabalhadores mais permanentes oriundos das várias tribos de Israel que chegam para servir os adoradores .

Reflexão meditativa
O Senhor é
a nossa herança

Eles não a venderão nem trocarão parte alguma dela. Essa área é a melhor de todo o território, e não poderá passar para outras mãos, porque é santa para o Senhor." (NVI-PT) (Ezequiel 48:14)

Embora os levitas comuns nunca tivessem ocupado um papel tão importante quanto o dos sacerdotes, que eram autorizados a entrar na presença do Senhor e ministrar diretamente na atividade mais sagrada dentro do templo, a apresentação de sacrifícios ao Senhor em favor do povo e deles mesmos, o mesmo é dito sobre ambos os grupos: “o Senhor é a sua herança” (Dt 10:9).

Embora na nova ordem no Milênio eles não receberão uma porção (de terra) como as outras tribos de Israel (Dt. 18:1), receberão uma faixa considerável da "porção sagrada" (48:14) que tem as seguintes características:

- Sua porção é chamada os "primeiros frutos".

- Como tal, é santo ao Senhor, e nenhuma parte poderá ser vendida ou trocada.

Embora ninguém deverá se preocupar com o possível abuso de sua porção, nem mesmo se a  divisão da terra for interpretada literalmente, eles estarão sob o reinado de Cristo no Milênio; esta mensagem teve um grande significado para os exilados, e também tem para nós hoje.

Embora os levitas devam depender do Senhor como sua herança, sem possuir nenhuma porção terra, e também obter suas provisões do povo do Senhor, entendemos que eles não tinham estado vivendo assim. É interessante notar num dos relatos iniciais dos Atos dos Apóstolos que, embora o templo e sua estrutura administrativa ainda estivessem intactos, uma pessoa como Barnabé, um levita, podia possuir terras (Atos 4:36).

Portanto, a instrução em Ezequiel 48:14 é, na verdade, uma acusação contra os pecados dos levitas, uma vez que eles não consideravam a si mesmos e seu ministério santos diante do Senhor. E para nós, que por ser sacerdotes do Novo Testamento no templo espiritual do Senhor (1 Pe 2:5) somos mais que levitas, a mensagem é a mesma: devemos considerar a nós mesmos e nosso ministério diante do Senhor como santos, totalmente separados para Ele como uma “porção sagrada” que não deve ser trocada com o mundo.

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Ezequiel 48:21–22; 30–35

Já chegamos ao fim desta visão sobre a divisão da terra e à conclusão do livro de Ezequiel:

48:21-22—A porção para o príncipe

A terra dada ao príncipe, já mencionada brevemente em 45:7, não recebe aqui uma descrição mais detalhada:

(1) Quais são suas duas fronteiras (leste e oeste)? (v. 21; vide o mapa no estudo sobre Ezequiel 45:1-12, Ano 5, Semana 41, Dia 286 e a Nota abaixo)

(2) O que está no centro dela? (v. 21)

(3) Qual poderia ser o significado de sua localização?

48:30-35—Os portões da cidade— é útil ler esta seção junto com Apocalipse 21:12-14

(4) Quais são alguns elementos comuns nestas duas passagens?

(5) Quais são as principais diferenças?

(6) Como você responderia às seguintes perguntas à luz do fato de a cidade mencionada em Apocalipse ser a cidade celestial da Nova Jerusalém?

a. O que significa o fato de ambos os portões levarem os nomes das doze tribos?

b. O que significa o fato de os fundamentos da cidade levarem o nome dos doze apóstolos do cordeiro?

c. Embora a cidade de Ezequiel não seja a mesma que a futura Nova Jerusalém celestial, o que significa essa visão dos portões da cidade?

d. O que significa o fato de esta cidade ser chamada "O Senhor está aquí"?

(7) Faça uma breve pausa para refletir sobre o livro de Ezequiel como um todo:

a. Identifique três aspectos peculiares deste livro.

b. Identifique três das mensagens mais importantes para você, e descreva como você pode aplicá-las em sua vida.

Nota:

Aparentemente, a porção destinada ao príncipe não é uma área muito grande. De acordo com os cálculos de Keil, a largura dessa porção de Canaã é de apenas 18 km (11 milhas), das quais 16 km (10 milhas) são separadas como "porção sagrada", deixando somente 1 km (½ milha) de cada lado para o príncipe, com uma largura de aproximadamente 5 km (3 1/3 milhas), como as outras tribos (vide K&D, 450).

Reflexão meditativa
O
Senhor está aqui

"E daquele momento em diante, o nome da cidade será: O Senhor ESTÁ AQUI." (NVI-PT) (Ezequiel 48:35)

Os sacrifícios apresentados no novo templo (do Milênio) certamente não serão eficazes, mas somente comemorativos (Alexander, 154). No entanto, isso nos deixa com a dúvida de se o templo de Ezequiel, com todos os seus regulamentos, é literal ou simplesmente uma metáfora espiritual.

Uma vez que nenhuma distinção clara é feita entre o período de "mil anos" (de Apocalipse 20:4-6) e a Nova Jerusalém celestial (de Apocalipse 21:10 e ss.) nas profecias do VT (um exemplo disso é Is. 65), minha opinião é que devemos nos humilhar e admitir que há muitos aspectos relacionados com o templo de Ezequiel e com o Milênio que não entendemos.

O apóstolo Paulo nos lembra que “Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá ... Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido." (1 Coríntios 13:9-10, 12)

Temos que admitir que nenhuma distinção clara é feita entre a primeira e a segunda vinda de Cristo nas profecias do Velho Testamento. Antes da encarnação de Cristo, nem o rabino mais brilhante e piedoso teria sido capaz de explicar como seria a primeira vinda de Cristo na pessoa de Jesus Cristo, que Ele teria que passar os primeiros trinta anos de sua vida no anonimato, e só depois ministrar publicamente por apenas três anos, após os quais Ele teria que morrer, ressuscitar e ascender ao céu sem ter estabelecido Seu Reino na terra, e sem estabelecê-lo por pelo menos 2.000 anos. Mas quando Cristo veio em carne, todas aquelas profecias do Velho Testamento sobre Sua primeira vinda de repente fizeram sentido.

Acho que o mesmo acontecerá com o reinado de "mil anos" de Cristo e o templo de Ezequiel, junto com todos os seus regulamentos enigmáticos.

O que sabemos com certeza é que Cristo voltará, e que “agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus” (Apocalipse 21:3). Assim, a essência de Ezequiel 48:35b será realizada plenamente: “O Senhor ESTÁ AQUI.”