(1) Pode-se presumir que Dario (o Medo) foi informado mais tarde sobre as palavras escritas na parede, e também sobre quem era Daniel e o que ele havia feito. Nessa altura, Daniel já teria uns oitenta anos, ou, quando menos, faltava pouco para ele fazer oitenta anos. Mas apesar de sua idade avançada, Daniel ocupou uma posição muito importante, não só devido ao seu passado extraordinário, mas também porque continuava a se destacar por suas "qualidades excepcionais". Com base na descrição dada nos vv. 1-5, responda às seguintes perguntas:
a. Você consegue fazer uma lista de suas "qualidades excepcionais"?
b. Qual dessas qualidades você mais admira?
c. Por quê?
(2) Havia 120 sátrapas e 3 administradores. Por que esses líderes buscavam fazer a vida difícil para Daniel?
(3) Em que sentido 1 Pedro 4:4 descreve a situação na qual Daniel se encontrava?
(4) Você já teve uma experiência parecida com essa de Daniel?
(5) Que outra explicação sobre a razão de sua antipatia por Daniel é dada no versículo 13?
(6) Qual foi a cilada que esses líderes elaboraram para pegar Daniel? Por que o rei levaria à sério uma sugestão tão absurda que duraria apenas 30 dias?
(7) Embora eu acredite que Daniel tenha orado ou conversado com Deus de forma contínua, o fato de ele se ajoelhar e orar (ou seja, reservar um horário específico para orar) significa que ele tinha formado o hábito de orar três vezes por dia:
a. Por que ele teria reservado tempo três vezes por dia para orar, embora tivesse uma agenda lotada por ser um importante funcionário da corte real? Você acha que ele o considerava um simples ritual? Por que ou por que não?
b. Como você compararia sua própria vida de oração com a dele?
c. Como você deve emular isso?
(8) Tendo em vista a armadilha (e o fato de que Daniel certamente estava ciente dela), responda às seguintes perguntas:
a. Quais eram as opções que Daniel tinha?
b. Qual dessas opções ele escolheu?
c. Por quê?
(9) Enquanto Daniel estava sendo lançado na cova dos leões, o rei lhe disse: “Que o seu Deus, a quem você serve continuamente, o livre!” (NVI-PT).
a. O rei estava sendo sincero? Por que ou por que não? (vide vv. 14, 18, 19, 20)
b. Qual pode ter sido o impacto da vida de Daniel sobre o rei?
c. Qual é o impacto de sua vida sobre as pessoas ao seu redor?
(10) De acordo com a explicação dada por Daniel, como e por que Deus o resgatou?
(11) Qual foi o destino daqueles que o haviam acusado?
(12) Com base no decreto que foi emitido pelo rei posteriormente, o que você pode deduzir sobre o que ele tinha aprendido sobre o Deus de Daniel?
(13) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Daniel se destacou tanto entre os supervisores e os sátrapas por suas grandes qualidades, que o rei planejava colocá-lo à frente do governo de todo o império” (NVI-PT). ( Dn. 6:3)
Não há dúvida de que Daniel foi um homem extraordinário. Nós o conhecemos como profeta, e por isso às vezes esquecemos que ele foi político de tempo integral durante a maior parte de sua vida adulta.
Também é impressionante notar que, ao longo da sua carreira política, ele sobreviveu às sucessivas vicissitudes, não só de governantes, mas também de impérios inteiros. Aliás, ele não só sobreviveu; ele se destacou ao longo de sua carreira. A Bíblia atribui seu sucesso às suas "qualidades excepcionais". Eu acredito que a vida de Daniel é um motivo de grande encorajamento para todos aqueles cristãos que buscam ser testemunhas do evangelho no mundo do trabalho.
1. Uma inteligência notável:
O fato de Daniel ter sido escolhido para ser educado na língua e na literatura dos babilônios quando ele ainda era jovem é uma prova de sua inteligência e potencial (1:4).
2.Diligência:
Embora a inteligência seja um dom de Deus, Daniel não se apoiava somente em sua inteligência; também se mostrava ser diligente, não só no aprendizado, mas no desempenho de seus deveres. Ele era tão diligente que seus inimigos não acharam negligência nenhuma em sua “administração governamental”. (6:4)
3. Uma vida sem concessões:
Mesmo quando era jovem, Daniel já havia aprendido a viver sua vida sem ceder à pressão do seu entorno. Seu objetivo não era buscar a fama, a fortuna e o sucesso mundano. Ele entendia que o verdadeiro sucesso não depende das conquistas na vida, mas daquilo em que a pessoa se torna ao longo desse processo. Ele mostrava determinação para viver uma vida de pureza diante de Deus, sem ser contaminado de forma alguma. (1:8)
4. Um homem de oração:
O último segredo do sucesso de Daniel no mundo do trabalho se encontra no relacionamento que ele tinha com Deus. No incidente da “cova dos leões”, o qual é narrado no capítulo seis, Daniel nos mostra o estilo de vida que ele tinha desenvolvido, a saber, o hábito de chegar a Deus em oração três vezes ao dia. Lembre-se de que Daniel, como um dos funcionários mais importantes do império medo-persa, teria sido um homem muito ocupado. Não teria sido fácil para ele reservar um tempo três vezes ao dia para se ajoelhar e orar; ele tinha que fazer isso de forma intencional e fazer dele uma prioridade. Os próximos capítulos também nos ensinarão que sua vida foi caracterizada pelos hábitos de jejuar, orar e ler.
Todos nós queremos fazer a diferença para o Senhor com as nossas vidas, e os exemplos de Daniel nos mostram o caminho que devemos seguir.
Uma vez que a função destes estudos é devocional, não entraremos muito em todos os debates sobre as identidades das potências mundiais representadas pelos animais; no entanto, é óbvio que este sonho é um retrato dos reinos humanos, os quais são contrastados com o Reino dos Céus que finalmente virá e destruirá todas as potências humanas; este sonho também parece ser uma versão mais desenvolvida do sonho da estátua que Daniel interpreta no capítulo 2. (vide a Nota 1 abaixo e a tabela que apresenta o conteúdo principal dos dois sonhos em duas colunas paralelas)
Os versos 7:2-14 contêm a visão.
Os versos 7:15-27 contêm sua interpretação.
(1) Começaremos nosso estudo com um resumo da interpretação da visão que foi dada por "um dos que ali estavam" (provavelmente uma referência aos anjos) (v.16):
a. De acordo com o versículo 17, o que estes quatro animais representam?
b. Como a expressão "os quatro ventos do céu agitando o grande mar" (NVI-PT) no versículo 2 nos ajuda a entender esta passagem?
c. De acordo com o versículo 18, qual é o resultado final da visão? Mais especificamente, quem receberá este reino eterno em vez dos reis humanos que governam? O que significa "receber"?
*********************************
Consideremos os quatro animais, isto é, os reinos que se erguerão para governar até chegar o fim do domínio humano nesta terra (vide Nota 2).
(2) A maioria dos comentaristas acredita que o primeiro animal se refere, de fato, a Nabucodonosor:
a. Como Deus arrancou as asas de Nabucodonosor no capítulo 4?
b. Quão apropriada é a explicação de que ele recebeu um "coração de homem" depois de ser humilhado por Deus?
(3) Em que sentido esta visão, na qual o segundo animal é descrito como um urso, faz eco da descrição no sonho relatado no capítulo dois? (A propósito, o fato de o animal ser erguido por um dos seus lados, o qual obviamente fica mais alto do que o outro, parece se encaixar perfeitamente com a realidade deste reino que estava dividido entre os medos e os persas, dos quais a Pérsia era a potência dominante.)
(4) Que características são atribuídas nesta passagem ao terceiro animal, e o que significa a expressão "recebeu autoridade para governar" (v.6b)? (Observe que as quatro cabeças parecem coincidir com o quádruplo império grego que existiu após a morte de Alexandre, o Grande, o qual foi profetizado em 8:8, 22.)
(5) No entanto, Daniel estava mais interessado em aprender mais sobre o quarto animal:
a. De acordo com os versículos 7, 19 e 23, quão diferente é este animal dos outros quanto ao seu poder e à sua crueldade?
b. O que os 10 chifres representam? (v. 24)
c. Parece que o chifre pequeno que arranca os outros três chifres não fazia parte dos dez chifres originais. Este chifre pequeno, que é mais imponente que os outros, tem olhos como os olhos de um homem e uma boca que fala com muita arrogância:
- O que poderia significar a frase "olhos como os olhos de um homem" (em contraposição com o coração de homem que foi dado ao primeiro animal)?
- De acordo com o versículo 25, quão orgulhoso será este chifre pequeno? O que significa isto?
- O que este chifre pequeno fará aos "santos"? Os santos sofrerão em suas mãos? Se a resposta for sim, por quanto tempo sofrerão? (versículos 21, 25)
- Qual será o fim deste chifre pequeno? (v. 11)
- O que acontecerá após o fim deste chifre pequeno?
- Com base nos eventos descritos nesta visão, você acha que esta profecia sobre o chifre pequeno que governará o quarto reino e logo será lançado no fogo (vv. 10 e 11) já foi cumprida? Por que ou por que não?
(6) Nesta visão, encontramos uma das descrições mais claras em todo o Antigo Testamento da consumação do reino celestial:
a. Por que são colocados tronos?
b. Como Deus, o Ancião de Dias, é descrito nesta passagem?
c. Quais podem ser os livros que são abertos diante dEle? (vide Apocalipse 20:11-14)
d. Quem é este Filho do Homem mencionado no v. 13?
e. Como Ele chegará? (vide Marcos 13:26, Mateus 24:30; 26:64, Atos 1:11 , Apocalipse 1:7)
f. Como será adorado? (vide Apocalipse 7:9-12)
g. Como Seu reino é descrito?
h. O que acontecerá com você e eu, os santos?
(7) Apesar de (ou talvez, por causa de) ter escutado a interpretação do anjo, Daniel ficou muito perturbado, tão perturbado que seu rosto empalideceu. Por quê?
(8) Você também fica perturbado ao ler esta profecia? Por que ou por que não?
(9) Qual você acha que é a razão pela qual Deus escolheu revelar esta visão a Daniel?
(10) Qual você acha que é a razão pela qual Deus escolheu revelar esta visão a nós?
(11) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota 1:
Talvéz seja útil visualizar ambos sonhos (o do capítulos 2 e o do capítulo 7) em colunas paralelas, como na tabela abaixo:
Capítulo 2: | Capítulo 7: |
A Cabeça de Ouro (Daniel explica que ela representa a Babilônia) |
Uma criatura parecida com um leão, que tinha asas de águia; suas asas são
arrancadas, mas ela é erguida do chão e firmada sobre dois pés como um homem; recebe
um coração de homem |
Peito e braços de prata - provavelmente representa o império medo-persa | Uma criatura parecida com um urso - é erguida por um dos seus lados (ou seja, tem dois lados, mas não são iguais) |
O ventre e quadris de bronze - provavelmente representam a Grécia | Uma criatura parecida com um leopardo que tem quatro asas como as de uma ave |
As Pernas de Ferro - provavelmente representam a Roma, com seus impérios oriental e ocidental | Uma criatura que é diferente de todas as outras: ela esmaga, devora e pisoteia suas vítimas |
Os pés e os dedos dos pés em parte de ferro e em parte de barro: esta é a parte mais obscura da visão; talvez represente os vários governantes e dinastias que governaram o Império Romano; também pode representar várias potências mundiais. | A mesma criatura, com dez chifres; um pequeno chifre surge entre eles e arranca 3 dos chifres já existentes; este pequeno chifre tem olhos como os olhos de um homem e uma boca que fala com muita arrogância |
Uma pedra cortada sem auxílio de mãos humanas, a qual estabelece o reino que nunca terá fim. | O Filho do Homem recebe autoridade e domínio eterno |
Nota 2:
As palavras "se levantarão" no versículo 17 parecem excluir a possibilidade de que Babilônia seja o reino que é representado pelo primeiro animal. No entanto, considero útil a seguinte explicação que tem sido proposta por certos estudiosos:
“Antes, seu propósito ao usar o tempo futuro (se levantarão) é … declarar que a visão representa o desenvolvimento do poder mundial como um todo, uma vez que se desenvolveria em quatro fases sucessivas; em decorrência disso, o anjo interpreta a visão ao profeta de forma tão sumária que, começando com a primeira dessas fases, salienta que o primeiro reino mundial surgiria junto com os outros, embora já tivesse surgido, e somente as últimos etapas deste reino ainda estavam no futuro" (citado de várias fontes por K&D, 648-9).
“Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para sempre; sim, para todo o sempre” (NVI-PT). (Dn. 7:18)
É certo que a Bíblia ensina a humildade, e que Cristo veio com mansidão e humildade. É por isso que constantemente somos advertidos a não julgar os nossos irmãos e irmãs. No entanto, quando se trata do reino final de Cristo, as Escrituras nos dizem que nós reinaremos com Cristo (2 Timóteo 2:12).
Os mártires não serão os únicos que reinarão com Ele (embora sem dúvida reinarão - Apocalipse 20:4), mas também todos os "felizes e santos ... que participam da primeira ressurreição... serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante mil anos” (NVI-PT). (Apocalipse 20:6)
A visão em Daniel 7 confirma esta verdade, uma vez que Daniel vê os tronos (plural) que são colocados e o Filho do Homem, vindo com as nuvens, com autoridade soberana, glória e poder, e cujo domínio é descrito como um domínio eterno (Dn. 7:13-14).
Em seguida, esta mesma visão diz repetidamente que este reino eterno será recebido pelos santos do Altíssimo (Dn. 7:18, 22, 25 e 27). No entanto, a ênfase desta visão está no fato de que o reino que será recebido pelos santos é um reino eterno: "Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para sempre; sim, para todo o sempre" (Dn. 7:18).
É verdade que somos totalmente indignos de recebê-lo. No entanto, uma vez que somos santos que temos sido santificado pelo sangue de nosso Salvador e Senhor, efetivamente reinaremos com Cristo. E o apóstolo Paulo também nos diz que, como resultado, julgaremos com Cristo o mundo (incrédulo) e até mesmo os anjos (caídos) (1 Coríntios 6:2-3).
A implicação dessas verdades, tal como é explicada em 1 Coríntios, é que não devemos iniciar ações judiciais contra os nossos irmãos e irmãs nos tribunais seculares; em vez disso, devemos resolver as nossas disputas dentro da igreja. Ainda outra implicação desta esperança gloriosa que temos é que não devemos ter uma mentalidade derrotista ao enfrentar a oposição, zombaria e até mesmo o martírio neste mundo, porque sabemos que em Cristo teremos a última palavra e seremos os últimos a rir!
Deixe-me enfatizar uma vez mais que este é um estudo devocional; portanto, não prestaremos muita atenção aos debates sobre a identidade de cada um dos animais que aparecem nesta visão. No entanto, é evidente que o anjo já deixou claro o significado de grande parte da visão e explicou que ela abrange o período que começa com o império medo-persa e continua até “muitos dias ainda distantes” (v.26). Veja a tabela abaixo.
8:1-14: A visão
8:15-26: A Interpretação
(1) Analisaremos esta visão, considerando primeiro o que o anjo, Gabriel, diz sobre os eventos abrangidos pela visão.
A visão se refere a:
a. "Os tempos do fim" (8:17)
b. "O que acontecerá depois, no tempo da ira" (8:19a)
c. "O tempo (determinado) do fim" (8:19b)
O que você entende pela frase "tempo do fim" depois de ter lido as duas visões nos capítulos 2 e 7?
O que você entende pela a frase "tempo da ira"? (A ira de Deus contra as nações é um tema que aparece com frequência ao longo do Velho Testamento. É mencionada tantas vezes que a seguinte lista é apenas uma amostra representativa: Salmos 110:4-7; Isaías 63:3, 6; Sof. 1:15, 18. No entanto, a melhor interpretação é encontrada em Apocalipse — vide 6:17; 11:18; 14:10, 19; 15:1, 7; 16:1, 19 e 19:15.)
(2) Qual pode ter sido a razão pela qual Daniel foi levado à futura capital da Pérsia, Susa, para receber esta visão específica?
(3) Pensemos sobre o primeiro animal, um carneiro com dois chifres. O anjo explica que este animal representa a Média e a Pérsia (8:20):
a. Porém, em que ano Daniel teve esta visão?
b. Você entende por que tantos estudiosos liberais (e em nossos dias, alguns estudiosos evangélicos também) têm alegado que este livro foi escrito no século II a.C., e que provavelmente foi escrito por alguém que estava fingindo ser Daniel?
(4) Quão forte era o primeiro animal, o carneiro? Como seria destruído pelo segundo animal, um bode com apenas um chifre?
(5) Como é possível explicar como o carneiro foi destruído com tanta facilidade, uma vez que tinha uma força enorme?
(6)
Todos os estudiosos consideram que o chifre enorme do bode
(o qual o anjo identifica como Grécia) representa Alexandre, o Grande, o qual
“num período de quatro anos, entre 334 e 331 a.C., .… derrubou o
império persa e estabeleceu seu próprio império que se estendeu da
Europa à Índia” (Goldingay, Daniel , 209).
Apesar de
suas conquistas, ele morreu subitamente de uma doença no ano 323 a.C.,
quando ele tinha 32 anos. Como a vida de Alexandre se encaixa com os
detalhes da visão em 8:5-8?
(7) Após a morte de Alexandre quando ele ainda era tão jovem, não houve nenhum sucessor lógico, e como resultado de uma série de lutas pelo poder entre seus generais, o império foi dividido de forma definitiva entre quatro deles: Lisímaco (Trácia e Bitínia); Cassandro (Macedônia e Grécia); Seleuco (Síria, Babilônia e os países orientais, até a Índia) e Ptolomeu (Egito, Palestina e Arábia Petreia) — esses reinos são amplamente comprovados pela história mundial. Como esta etapa da história se encaixa na visão de 8:8 e 22?
(8) O foco principal desta visão parece estar ligado à ascensão e queda do chifre pequeno mencionado mais tarde. Vide o gráfico na Nota 2 (e a reflexão meditativa de hoje).
a. Por que Daniel ficou chocado quando viu a visão?
b. À luz da visão do chifre pequeno, qual é a impressão que nos deixa esta visão sobre o "tempo do fim"?
c. Se você já leu as passagens das Escrituras citadas acima que mencionam a ira de Deus, como você se prepará para enfrentar o tempo do fim?
(9) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota 1:
Talvez seja útil visualizar ambas visões (que se encontram nos Capítulos 7 e 8) em colunas paralelas, como na tabela abaixo:
Capítulo 7: Os Quatro Animais | Capítulo 8: O Carneiro e o Bode |
Uma criatura parecida com um leão, que tinha asas de águia; suas asas são arrancadas, mas ela é erguida do chão e firmada sobre dois pés como um homem; recebe um coração de homem — o Império Babilônico | |
Uma criatura parecida com um urso — é erguida por um dos seus lados | Um carneiro com dois chifres — avança para o oeste, para o norte e para o sul — Média e Pérsia |
Uma criatura parecida com um leopardo que tem quatro asas como as de uma ave — Grécia | Um bode com um chifre enorme; vem do oeste — Alexandre, o Grande, mas é substituído por quatro chifres enormes |
Uma criatura que é diferente de todas as outras: ela esmaga, devora e pisoteia suas vítimas | |
A mesma criatura, com dez chifres; um pequeno chifre surge entre eles e
arranca 3 dos chifres já existentes; este pequeno chifre tem olhos como
os olhos de
um homem e uma boca que fala com muita arrogância | De um deles saiu um pequeno chifre que cresceu em poder na direção do sul, do leste e da a Terra Magnífica — desafia o exército das estrelas, se coloca no lugar do Príncipe do Exército — suprime o seu sacrifício diário — os santos são entregues a ele por 2.300 (dias?) |
O Filho do Homem recebe autoridade e domínio eterno | O chifre pequeno é destruído mas não pelo poder dos homens |
Nota 2:
Parece que o foco desta visão é o chifre pequeno. Portanto, a tabela a seguir coloca os elementos da visão com suas respectivas interpretações dadas pelo anjo em colunas paralelas:
A visão | A explicação (parcial) do anjo | |
Quando acontece | Cresceu dos quatro chifres da cabra; começa pequeno, mas cresce até ficar forte | Quando a rebelião dos ímpios tiver chegado ao máximo |
Quem ele é | Vem de um dos quatro chifres | Um rei de duro semblante, mestre em astúcias |
Como ele chega ao poder | Não pelo seu próprio poder | |
Seu poder | Na direção do sul, do leste, e da Terra Magnífica (isto é, Jerusalém) Alcançou o exército dos céus Atirou na terra e pisoteou parte do exército das estrelas | Devastações terríveis, será bem-sucedido em tudo o que fizer Destrói homens poderosos e o "povo santo" |
Suas obras com relação a Deus e Seu povo | Cresceu tanto que chega a desafiar o Príncipe do Exército Suprimiu o sacrifício diário Destruiu o santuário (o templo) O exército dos santos e o sacrifício diário são dados a ele Lançou a verdade por terra | Insurge-se contra o Príncipe dos príncipes Considera-se superior Destrói muitos que vivem confiados Fará prosperar o engano |
Seu destino | Será destruído, mas não pelo poder dos homens | |
Duração |
Do seu surgimento ou da interrupção do sacrifício diário (não é claro)
até a reconsagração do santuário = 2.300 tardes e manhãs | Refere-se ao "futuro distante" |
“De um deles saiu um pequeno chifre, que logo cresceu em poder na direção do sul, do leste e da Terra Magnífica. ... Tanto cresceu que chegou a desafiar o príncipe do
exército; suprimiu o sacrifício diário oferecido ao príncipe, e o local
do santuário foi destruído” (NVI-PT). (Dn. 8:9, 11)
A maioria dos estudiosos consideram que este pequeno
chifre representa Antíoco Epifânio (Antíoco IV), com base nos seguintes
detalhes:
a. Ele surgiu do império selêucida, sendo filho do rei Antíoco III, mas não era um herdeiro legítimo (portanto, era pequeno e insignificante);
b. Ele tomou o trono enganando o rei Eumenes II de Pérgamo para que este o ajudasse;
c. No ano 167 a. C., ele voltou de sua campanha no Egito e atacou os judeus rebeldes em Jerusalém, matando muitos deles: “um massacre de jovens e velhos ... mulheres e crianças ... virgens e bebês. Num espaço de três dias, 80.000 pessoas morreram ... ” (II Macabeus 5:1-14)
d. Aliando-se aos judeus helenizados, ele proibiu os ritos e as tradições religiosas dos judeus, entre os quais estavam o sábado, a circuncisão e os sacrifícios ao Senhor;
e. Profanou o santuário, instituindo o culto a Zeus, o deus grego; alguns dizem que ele até ofereceu porcos no altar;
f. Morreu de uma doença no ano 164 a.C.
Embora esta visão de fato aponte para Antíoco IV, ele é
apenas "um tipo da duração da opressão do último inimigo da igreja do
Senhor no fim dos dias" (K&D, 696), pelas seguintes razões:
- Em realidade, Antíoco nunca foi muito poderoso;
- É certo que ele profanou o templo e fez cessar os sacrifícios diários, mas nunca se proclamou Deus. Em vez disso, ele mandou que os judeus adorassem Zeus, o deus grego ;
- Além disso, independentemente de como se interprete as 2.300 tardes e manhãs (muitos tentam dividir esse número pela metade para obter 1150 dias) ou calcule o período mencionado pelo anjo (do surgimento de Antíoco ou da supressão dos sacrifícios até sua restauração pelos macabeus), é impossível fazer com que esse período concorde com 1150 ou 2.300 dias;
- Além disso, sua morte não levou ao "fim" ou ao "tempo da ira", um tema que é retomado e desenvolvido no livro de Apocalipse no final do primeiro século d.C.;
- Finalmente, ao mencionar especificamente à parte da visão que menciona as "tardes e manhãs" na conclusão de sua interpretação, o anjo diz que se refere "ao futuro distante".
Receio que o esforço de alguns para afirmar que o livro de Daniel foi escrito no segundo século a.C., assim como para manipular os eventos históricos com relação a Antíoco IV para eles se encaixarem em todas as profecias sobre o chifre pequeno, se baseia numa falta de fé na profecia preditiva — isto é, uma rejeição da noção de que a Palavra de Deus pode prever os eventos futuros com precisão, até o mais mínimo detalhe.
Uma vez que Daniel enfatiza que o rei Dario mencionado aqui era medo, ele provavelmente se refere aqui a Dario, o medo, que assumiu o comando do reino da Babilônia, como lemos em 5:31. O aspecto mais importante que se deve ter em mente é que Daniel foi impulsionado a orar antes da publicação do edito de Ciro (o rei persa) no ano 538 a.C. o qual permitiu o retorno dos judeus a Jerusalém.
(1) Por que a leitura do livro de Jeremias levou Daniel a orar? (Leia Jeremias 25:11 e 29:10 e pense sobre o ambiente político durante o primeiro ano de Dario, o medo.)
(2) Você já se sentiu impulsionado a orar enquanto lia a Palavra de Deus?
(3) Lemos que Daniel, ao ser impulsionado a orar, fez mais do que só orar. O que mais ele fez e por quê?
(4) Vv. 4-6: Confissão
a. Embora sua oração comece com uma confissão, é prefaciada por adoração. Por quê? Como ele descreve Deus?
b. Quais são os pecados específicos que ele confessou em nome de seu povo?
(5) Vv. 7-11a: As dificuldades atuais do povo
a. Ao chamar a atenção de Deus para seu infortúnio atual, qual é a palavra que Daniel repete para enfatizar sua difícil situação?
b. Ele culpou a Deus pela vergonha de sua nação?
c. De acordo com o versículo 9, qual era o fundamento de sua esperança?
(6) Vv. 11b-14: O juízo já escrito na lei
a. Por que eles não tinham nenhuma desculpa?
b. Quão sério foi o julgamento de Deus? Foi realmente tão grave assim?
c. Daniel disse que Deus não hesitou em executar Seu juízo. Isso era verdade? Por que Daniel diria algo assim?
(7) Vv. 15-16: A base da petição (I)
a. Daniel chamou a atenção de Deus para qual (quais) detalhe(s) a fim de implorar que Ele se afastasse de Sua ira?
b. Por que ele pediria a Deus que fizesse isso de acordo com “todos” os Seus feitos justos?
(8) Vv. 17-19: A base da petição (II)
a. Daniel chamou a atenção de Deus para qual (quais) detalhe(s) a fim de implorar que Ele ouvisse sua oração?
b. Por que Daniel se atreveu a orar com tanta urgência?
c. Você já orou como Daniel?
d. Você acha que Deus teria ficado comovido com a oração de Daniel? Por que ou por que não?
(9) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“No primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, compreendi pelas Escrituras, conforme a palavra do Senhor dada ao profeta Jeremias, que a desolação de Jerusalém iria durar setenta anos. Por isso me voltei para o Senhor Deus com orações e súplicas...” (NVI-PT). (Dn. 9:2-3)
Embora ninguém realmente saiba quem foi Dario, o medo, mencionado nesta passagem, pode-se deduzir que ele antecedeu Ciro, uma vez que foi ele quem assumiu o reinado de Belsazar, e Daniel especificou que seu reinado foi antes do de Ciro (6:28). Em outras palavras, uma vez que foi durante o primeiro ano de Dario que Daniel leu o livro de Jeremias e entendeu a promessa de que o povo de Deus voltaria do exílio depois de 70 anos, Ciro ainda não havia emitido seu edito para o retorno do povo de Deus para Jerusalém a fim de reconstruir o templo (Esdras 1:1-3).
Por si só, a queda da Babilônia foi um evento de grande impacto na história da época. Daniel, por meio das várias visões que Deus lhe deu, entendeu que a mão de Deus estava por trás dessa mudança tão significativa de poder dos babilônios para os medos e persas. Mas ele também entendeu que não se tratava somente de uma mudança no poder mundial, mas também da próxima etapa no calendário de Deus para Seu povo.
De certa forma, ele reconheceu a mesma verdade que o apóstolo Paulo esclareceria alguns séculos mais tarde, a saber, que "Deus age
em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito" (NVI-PT). (Rom. 8:28)
Por isso, depois de ler as seguintes promessas de Deus no livro de Jeremias:
“Toda esta terra se tornará uma ruína desolada, e essas nações estarão sujeitas ao rei da Babilônia durante setenta anos” (NVI-PT). (Jer. 25:11)
"Quando se completarem os setenta anos da Babilônia, eu cumprirei a minha promessa em favor de vocês, de trazê-los de volta para este lugar" (NVI-PT). (Jer. 29:10)
Daniel se sentiu impulsionado a orar, já que a Babilônia não existia mais. Já tinha chegado a hora de Deus cumprir Sua promessa. Já era hora de Deus agir!
Isso me lembra de Simeão e Ana, duas pessoas que, assim como Daniel, ansiavam pelo cumprimento da promessa de Deus. Sua oração e espera valeram a pena, uma vez que tiveram o privilégio de ver "a consolação de Israel" (Lc. 2:25) com os próprios olhos. Simeão (e provavelmente Ana também) teve o privilégio de carregar o Salvador em seus braços (Lucas 2:28).
Já passaram mais de dois milênios e meio desde a época de Daniel, e mais de 2 mil anos desde o nascimento de Cristo. Hoje, ao lermos as profecias de Daniel e observarmos as constantes vicissitudes de poder entre as potências mundiais, devemos lembrar que tudo o que está acontecendo aponta para a consumação final de nossa redenção . Que possamos sempre, assim como Daniel, como Simeão e como Ana, sentirmos impulsados a orar: "Vem, Senhor Jesus" (Apocalipse 22:20).
(1) Por que Daniel mencionaria a hora do “sacrifício da tarde” em sua oração, apesar de que ele provavelmente estava na Babilônia?
(2) O que é representado pelo “voo rápido” de Gabriel?
(3) Por que Daniel era "muito amado"?
(4) Você já experimentou uma resposta rápida de Deus à sua oração? Quando aconteceu isso?
(5) Em vez de falar sobre os setenta anos que foram prometidos no livro de Jeremias, Gabriel apresentou a ele um novo calendário profético, a saber, os "setenta setes":
a. Para quem esse calendário foi decretado?
b. O calendário estabelece vários propósitos, entre os quais estão os seguintes:
- A fim de acabar com (ou selar) a transgressão
- Dar fim ao pecado
- Expiar as culpas
- Trazer justiça eterna
- Cumprir (a mesma palavra usada anteriormente com a palavra "transgressão") a visão e a profecia
- Ungir o Santíssimo (ou o Santo dos Santos)
À luz de tudo isso, para que evento esta linha do tempo aponta?
(6)
Embora a tendência de muitos comentaristas modernos seja evitar identificar esta
profecia como uma referência à volta de Cristo (como se temessem ser rotulados de
fundamentalistas), os propósitos estabelecidos pelo anjo apontam
claramente para o fim dos tempos. No entanto, também não é sábio tentar
manipular de forma algum os tempos profetizados a fim de ajustá-los
aos nossos próprios preconceitos com relação ao fim dos tempos.
Com base nos vv. 25-27:
a. Faça uma lista dos eventos que, de acordo com a informação que temos em nossa época, sabemos perfeitamente já ocorreram (isso inclui pelo menos a ordem de restaurar e reconstruir Jerusalém — provavelmente uma referência ao decreto de Ciro de 538 a.C.—e a vinda do Ungido, ou seja, o Messias, e Sua morte.)
b. Faça uma lista das predições que ainda não aconteceram (observe que a expressão "setenta setes" pode se referir a semanas, anos ou a alguma outra unidade de tempo).
c. Quais são os eventos que sinalizam "o fim"? (Nota: Jesus faz uma alusão clara às palavras de Daniel quando menciona a "abominação de desolação" (ARC) em Mateus 24:15. Portanto, é útil ler Mateus 24:1-31, uma vez que Jesus fornece mais detalhes sobre o fim.)
(7) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Setenta semanas estão decretadas para o seu povo e sua santa cidade a fim de acabar com a transgressão, dar fim ao pecado, expiar as culpas, trazer justiça eterna, cumprir a visão e a profecia, e ungir o santíssimo” (ARC). (Dn. 9:24)
Independentemente de se o leitor acreditar ou não na possibilidade da profecia preditiva, não há dúvida de que a visão que Gabriel revela a Daniel durante seu tempo de oração se refere ao tempo do fim, quando Deus estabelecerá Seu reino por meio do Messias. Qualquer um dos propósitos fornecidos pelo anjo o deixa perfeitamente claro, seja o de acabar com a transgressão, dar fim ao pecado, expiar as culpas ou trazer justiça eterna; tudo isso aponta para a obra consumada de Cristo na cruz.
No entanto, a consumação de Sua obra de redenção ainda aguarda Sua segunda vinda, o evento no qual todas as visões e profecias encontrarão seu cumprimento (o significado do infinitivo selar).
E a unção do Santíssimo aponta para Sua entronização ao receber "o domínio, e a honra, e o reino", visualizado em Daniel 7:14.
Não consigo entender o que o aparecimento e a morte de Antíoco IV tem a ver com a derrota final de todas as potências mundiais e com a entrega deste reino celestial e eterno a Cristo e os santos.
Quanto ao significado dos “setenta setes”, estou de acordo com os muitos intérpretes conservadores que consideram que se referem a “años”; no entanto, não quero interpretá-los de maneira “forçada” a fim de que se ajustem a algum período conhecido da historia.
Porém, é certo que se considerarmos que o ano da emissão do decreto para restaurar e reconstruir Jerusalém (9:25) é uma referência ao ano do retorno de Neemias à cidade para iniciar a obra de reconstrução (o qual ocorreu no ano 445 a.C.), e que a morte do Ungido se refere à morte de Jesus (o qual ocorreu aproximadamente nos anos 31/33 d.C. **), levando em consideração a diferença entre o ano lunar (no qual os setenta setes parecem estar baseados) e o ano solar (o qual forma a base das datas da história mundial), encontraremos que o resultado coincide com os 483 anos indicados pela soma dos sete "setes" e os sessenta e dois "setes"*.
Em qualquer caso, esta profecia sem dúvida está baseada num calendário específico e se refere a um período que não foi totalmente cumprido pela ascensão e morte de Antíoco IV.
*[69 x 7 x 360] dá um resultado muito semelhante a [(445 + 31) x 365]
** Geralmente, acredita-se que o nascimento de Cristo realmente ocorreu no ano 1 ou 2 a.C.
Os últimos três capítulos tratam da visão que Daniel recebeu sobre a aflição que seu povo sofreria às mãos dos governantes do mundo até a consumação do Reino de Deus.
(1) O momento em que Daniel recebeu esta visão é importante.
a. Você consegue lembrar o que aconteceu no primeiro ano do reinado de Ciro (Esdras 1)?
b. O que aconteceu com o projeto de reconstrução do templo no terceiro ano do reinado de Ciro?
c. Uma vez que Daniel era uma figura importante, tanto para o império quanto entre o seu próprio povo, ele estaria ciente da suspensão das obras?
(2) Qual pode ter sido o motivo de sua tristeza, especialmente seu jejum que durou três semanas? (É certo que o primeiro mês de Nissan coincide com a celebração da Páscoa.)
(3) A julgar pela gloriosa descrição do homem que lhe apareceu, e pelo fato de que o companheiro de Daniel teve que fugir enquanto o próprio Daniel foi deixado prostrado no chão, quem teria sido esse “homem”? (vide Apocalipse 1:13-15 e a reação de João)
(4) De acordo com o versículo 14, qual é o tema desta visão?
(5) Por que ela foi dada especificamente a Daniel?
(6) De acordo com o versículo 13, o que realmente estava acontecendo enquanto Daniel jejuava e orava?
(7) Esta visão nos dá um vislumbre da guerra espiritual que se trava por trás das potências deste mundo contra Deus, Seu plano e Seu povo:
a. Com base em sua leitura de Esdras e Neemias, você consegue lembrar quais forças tentaram impedir a reconstrução do templo e da cidade de Jerusalém?
b. Como Deus usou os diferentes reis persas para ajudar o povo? (Esdras 1:1-4; 6:3-12; 7: 11-26; Neemias 2:9)
c. O que você pode aprender sobre a guerra espiritual que ocorre por trás das guerras que são travadas entre as potências mundiais na terra?
(8) O "Livro da Verdade" parece ser um livro sobre a história mundial. Quais são as implicações para a história humana do fato de este livro já ter sido escrito por Deus?
(9) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia” (ARC). (Dn. 10:13)
A visão final do livro de Daniel foi dada a ele em resposta à sua oração. Esta é a explicação que lhe foi dada:
“Não tenha medo, Daniel. Desde o primeiro dia em que você decidiu buscar entendimento e humilhar-se diante do seu Deus, suas palavras foram ouvidas, e eu vim em resposta a elas” (NVI-PT) (Dn. 10:12).
Deve encorajar-nos muito saber que nossas orações não são simples palavras que desaparecem no ar; elas são ouvidas no céu.
No entanto, este texto revela outra dimensão sobre a oração; durante as três semanas em que Daniel estava lamentando, orando e jejuando, uma guerra espiritual estava sendo travada na esfera celestial. Sabemos disso porque aquele que falou com Daniel (provavelmente nosso Senhor Jesus, a julgar pela descrição de Sua aparência nos versos 4-6 e pela reação dos companheiros de Daniel no versículo 7) revelou que, "Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu durante vinte e um dias" (NVI-PT) (10:13).
Isso nos lembra das palavras do apóstolo Paulo:
“Porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (ARC). (Efésios 6:12)
É por isso que Paulo encerra com as seguintes palavras sua exortação a tomar toda a armadura de Deus:
"orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos" (ARC). (Efésios 6:18)
Embora muitos aspectos da oração permaneçam um mistério para nós, devemos entender que nossas orações realmente são ouvidas no céu, e que por meio de nossas orações, nós participamos de uma guerra espiritual travada contra " principados ... potestades ... príncipes ... hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais".
A visão continua com uma breve menção dos impérios persas e dos impérios divididos que surgiram depois de Alexandre o Grande; tudo isso serve de transição para a apresentação do personagem principal, o "rei do norte" que profanou o templo de Deus e suprimiu a adoração de Javé. No entanto, ao contrário dos estudiosos modernos, Lutero, Calvino e Jerônimo não só entendiam que esse rei foi um tipo do Anticristo, mas também consideravam que a parte final da visão (ou seja, 11:36-45) contém profecias que mencionam diretamente o Anticristo, profecias que ainda não foram cumpridas. Embora esta visão seja muito longa, o trecho que conclui com o v. 37 foi cumprido com tanta precisão que muitos estudiosos rejeitam a possibilidade de ele ter sido escrito como profecia, antes considerando que se trata de uma obra de história que foi escrita após os eventos nela descritos. No entanto, nós acreditamos que as Escrituras são a Palavra de Deus revelada, e não há nenhuma razão para duvidar que Deus pode revelar, e tem revelado, os eventos históricos do futuro, conforme aparecem em seu "Livro da Verdade" (10:21). Eu sugiro que você leia cuidadosamente sobre cada etapa da história mundial, tal como foi predita neste trecho, e reflita sobre a surpreendente precisão desta visão:
(1) Vv. 2-4: A ascensão e queda dos reis da Pérsia e de Alexandre, o Grande
a. Por que o anjo enfatizaria que o que ele está dizendo é a verdade (v. 2)? Como isso pode ser considerado uma resposta àqueles que consideram que o livro de Daniel é um relato histórico que foi escrito depois dos acontecimentos?
b. Os quatro reis da Pérsia que sucederam a Ciro são os seguintes:
- Cambises (530-522)
- Dario I (522-485)
- Xerxes (486-465) e
- Artaxerxes (465-424);
- sendo Xerxes o rei que invadiu a Grécia.
c. O poderoso rei que sucede a esses é Alexandre, o Grande , após cuja morte o império foi dividido em quatro partes . Os dois reis mais relevantes para esta visão são o rei do sul (Ptolomeu do Egito) e o rei do norte (Seleuco da Síria).
(2) Vv. 5-6: A ascensão do Rei do Sul (Ptolomeu do Egito)
a. Ptolomeu permitiu que o refugiado Seleuco I fosse um de seus generais; mais tarde ele o ajudou a recuperar seu império, o qual se converteu no "maior dos impérios pós-alexandrinos".
b. Ptolomeu II (cerca de 100 anos depois) desposou sua filha Berenice com Antíoco II, mas ela foi assassinada pela ex-esposa de Antíoco.
c. Observe quão precisas são essas profecias!
(3) Vv. 7-10: Ptolomeu III e Seleuco II
a. O irmão de Berenice, Ptolomeu III, ascendeu ao poder e vingou a morte de sua irmã, assumindo o controle de uma grande parte da Síria.
b. No norte, Seleuco II sucedeu a Antíoco II, e mais tarde foi sucedido por Seleuco III e Antíoco III (223-187). Este último recuperou grande parte do território que seus antecessores haviam perdido.
(4) Vv. 11-13: Ptolomeu IV
a. Ptolomeu IV, com seu enorme exército de 70.000 soldados infantaria, 5.000 cavaleiros e 73 elefantes, enfrentou Antíoco numa guerra em que matou mais de 14.000 homens de Antíoco III (Políbio, Histórias, 5,79)
b. Uma vez mais, esta profecia é surpreendentemente detalhada e precisa.
(5) Vv. 14-19 : Distúrbios no Reino do Sul
a. Entre a comunidade judaica, houve nesta época uma luta pelo poder entre judeus que eram a favor do Egito (helenistas) e judeus que eram contra o Egito (conservadores).
b. Antíoco III recuperou o seu poder ao longo dos próximos 14 anos, enquanto Ptolomeu III morreu e foi sucedido por Ptolomeu IV e Ptolomeu V.
c. Antíoco III desposou sua filha, Cleópatra, com Ptolomeu V, esperando assim consolidar o poder desta potência, mas tudo foi em vão, já que Cleópatra permaneceu leal ao marido e o encorajou a se aliar a Roma. (Nota: Esta foi Cleópatra I, não a famosa Cleópatra IV dos anos 69-30 a.C.)
d. Antíoco III tentou invadir os territórios romanos, mas não conseguiu, tornando-se vassalo de Roma. Ele foi assassinado em 187 a. C.
e. Observamos uma vez mais que estas profecias são surpreendentemente detalhadas e precisas.
(6) Vv. 20-24: A ascensão do infame Antíoco IV
a. Seleuco IV sucedeu a Antíoco III, mas morreu em 175 a.C. e foi sucedido por Antíoco IV, seu irmão mais novo.
b. Com o pretexto de proteger o jovem filho de Seleuco IV, Antíoco assumiu o trono, com a ajuda do rei de Pérgamo.
c. Ele se comportou enganosamente para com o "povo do pacto": embora contasse com o apoio somente de um pequeno grupo de judeus helenísticos, ele essencialmente abandonou a Lei de Moisés, que havia sido a lei local praticada na Judéia desde a época de Artaxerxes (e que tinha sido confirmado pelo próprio Antíoco III), transformando Jerusalém numa cidade-estado helenística.
(7) Vv. 25-27: Suas relações com o Egito
a. O exército egípcio que tentava reconquistar a Palestina foi derrotado por Antíoco IV no ano 170 a.C. Em seguida, Antíoco entrou no Egito e capturou Ptolomeu VI.
b. Ptolomeu VII foi coroado rei no lugar do rei cativo Ptolomeu VI, e isso levou à formação de uma aliança entre Antíoco IV e seu prisioneiro cujo objetivo era ajudar este último a recuperar seu trono.
(8) Vv. 28-35: A profanação da Cidade Santa
a. No entanto, os dois reis ptolomaicos fizeram as pazes, e a tentativa de Antíoco IV de invadir o Egito foi interceptada por uma delegação romana que ordenou que ele deixasse o território egípcio. Este foi um ponto de inflexão na história que marcou o início da dominância romana no Império Helenístico.
b. Os Judeus conservadores ouviram um boato de que Antíoco tinha morrido, e começaram uma rebelião que logo foi brutalmente reprimido. Foi então que o sacrifício diário e todas as práticas da lei mosaica foram suprimidas, e o interior do templo foi profanado pela adoração de Zeus, o deus grego.
(9) Vv. 36-45: As profecias sobre o Anticristo
a. Os estudiosos modernos tentam fazer estas profecias se encaixarem também na história de Antíoco IV, mas na verdade ele nunca se exaltou acima de todos os deuses; aliás, ele era adorador de Zeus, o qual não era um deus a qual seus pais não conheceram.
b. "Mas em relação a esta expedição, observa-se não somente que há um silêncio entre os historiadores, mas também que a própria hipótese de que ela pudesse ter ocorrido ocasiona uma contradição irreconciliável com os fatos históricos sobre a última iniciativa de Antíoco" (K&D, 806)
c. À luz disso, considere cuidadosamente como será este Anticristo vindouro:
- Sua arrogância (vv. 36-39)
- Seu poder militar (vv. 40-43)
- Seu fim.
(10) Qual é a principal mensagem para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?
“E, agora, te declararei a verdade...” (ARC). (Dn. 11:2)
Quanto mais leio os detalhes das profecias de Daniel 11, comparando-as com a história mundial, mais entendo por que tantos estudiosos se recusam a acreditar que são profecias preditivas, e por que tantos estudiosos evangélicos hesitam em afirmar que são profecias genuínas que foram escritas séculos antes dos eventos que descrevem. A razão disso é que elas contêm tantos detalhes que foram compridos com precisão:
- Você não acha surpreendente que foi predito o fato de que Ptolomeu II desposaria sua filha Berenice com Antíoco II, junto com o detalhe de que esta tentativa de formar uma aliança fracassaria? (Dn. 11:6);
- Também foi predito outro casamento que foi arranjado para fins políticos, desta vez por Antíoco III, que desposou sua filha, Cleópatra I, com Ptolomeu V; e uma vez mais é predito o fracasso desse plano (Dn. 11:17);
- Em seguida, no v. 11:13, a visão predisse que um grande exército seria formado pelo rei do Norte. De fato, Antíoco III reuniu um exército de 62.000 soldados, 6.000 cavaleiros e 102 elefantes, uma força que seria igualada pelo enorme exército de Ptolomeu (vide pergunta (4) acima, na seção de Reflexão sobre as Escrituras);
- Os detalhes sobre a ascensão de Antíoco IV, a qual foi obtida por engano, sua opressão do povo da aliança e a supressão do sacrifício do templo são igualmente precisos e impressionantes.
Tenho certeza de que o anjo do Senhor sabia que seria muito difícil para os estudiosos incrédulos aceitarem o conteúdo desta visão, mas não tenho certeza se as posições igualmente céticas de muitos evangélicos modernos são necessariamente uma surpresa para ele. Talvez não. Talvez tenha sido por isso que ele disse as seguintes palavras antes de prosseguir com a revelação dessa visão: "E, agora, te declararei a verdade..." (Dn. 11:2).
Se não acreditarmos que estas palavras são proféticas, faladas antes da ocorrência de qualquer um dos eventos históricos que descrevem, estaremos chamando o anjo de mentiroso. Mas a pergunta mais importante e esta: Como podemos dizer que as Escrituras são a Palavra revelada de Deus?
Acredito que, em vez de pensar com ceticismo sobre o cumprimento dessas profecias, nossa resposta deveria ser ajoelhar-nos e adorar.
Este trecho nos leva à conclusão desta visão que abrange os capítulos 10-12 de Daniel, a qual foi dada em resposta às suas 3 semanas de jejum e oração, provavelmente passadas em intercessão por seu povo:
(1) Muitos comentários críticos consideram que os primeiros dois versículos foram cumpridos na época dos Macabeus e da severa opressão síria (ca. 167 a.C.). No entanto, como você refutaria essa afirmação à luz das palavras claríssimas desses dois versos?
(2) Como Apocalipse 20:11-15 nos ajuda a interpretar esses dois versículos? (vide também as próprias palavras de Jesus em Mateus 24:21)
(3) Quem são os sábios mencionados no v. 3? (vide Mateus 25:1-13) Quem mais é descrito com a frase "reluzirão como o fulgor do céu"? (vide também Mateus 13:43)
(4) O versículo 4 se presta a várias interpretações, mas deve-se preferir a de Keil e Delitzsch, uma vez que a expressão "fechar (as palavras) e selar (o livro)" (ARC) significa "guardar firmemente" para que não sejam mal-interpretados. No entanto, à luz do anúncio angelical no v. 9, talvez seja melhor interpretá-la como um mandamento para Daniel não buscar mais entendimento ("Siga o teu caminho, Daniel") e deixar os eventos proféticos se desenvolverem por si mesmos quando chegar a hora estabelecida. Mas a verdade é que ao longo dos séculos muitos têm indagado e estudado sobre as profecias do fim dos tempos. Martyn Lloyd-Jones fez o comentário sarcástico de que se alguém deseja atrair uma multidão e aumentar a frequência à igreja, ele só precisa pregar sobre o fim dos tempos. Por que? Isso é algo bom ou ruim?
(5) Apesar de que o significado da expressão "um tempo, tempos e metade tempo" e dos 1290 e 1335 dias mencionados posteriormente se prestam a várias interpretações, consideremos pelo menos as seguintes perguntas:
a. Por que um dos mensageiros perguntou: "Que tempo haverá até ao fim das maravilhas?" (v.6)
b. Por que a resposta incluiria um número muito específico de dias?
(6) Com base na resposta dada nos vv. 9-10, qual foi a essência da pergunta de Daniel?
(7) Como Apocalipse 22:10-11 nos ajuda a entender esta resposta que foi dada a Daniel?
(8) Qual é a última palavra do livro de Daniel? Qual é a última mensagem? Quão importante é essa mensagem (especialmente para você)?
“Quanto a você, siga o seu caminho até o fim. Você descansará e, então, no final dos dias, você se levantará para receber a herança que lhe cabe” (NVI-PT). (Dn. 12:13)
O livro de Daniel é considerado um dos livros mais estudados da Bíblia. No entanto, receio que a motivação de muitos que o têm estudado é sua obsessão com as questões dos Últimos Tempos, ou seja, o que estão buscando principalmente é satisfazer a sua curiosidade. Até certo ponto, estes temas provavelmente fascinavam Daniel também. No entanto, seu interesse principal estava obviamente no destino de seu povo e da cidade de Deus. Em qualquer caso, em vez de fornecer mais detalhes sobre a visão, o anjo lhe disse que devia seguir o seu caminho e descansar - ou seja, ele não devia ficar ansioso ao pensar sobre o tempo do fim, o qual está firmemente na mão de Deus. Em vez disso, ele devia descansar na segurança de que receberá a herança que lhe cabe.
Deixe-me explicar mais sobre o conceito da herança, a qual é, por definição, um dom, algo que você possui atualmente e que provavelmente lhe foi deixado pelos seus pais.
No Velho Testamento, a palavra herança geralmente se refere à Terra Prometida, a terra que o povo de Deus herdaria do Senhor. Isso significa que a terra não pertencia a eles, mas ela lhes seria dada por Deus.
Mas em última instância, a Terra Prometida é um sinal que aponta para uma herança maior que Deus quer que Seu povo possua. Isso é revelado no fato de os levitas não receberem nenhuma das parcelas de terra na Terra Prometida:
“Disse também o Senhor a Arão: 'Na sua terra possessão nenhuma terás, e no meio deles nenhuma parte terás; eu sou a tua parte e a tua herança no meio dos filhos de Israel' ” (NVI-PT). (Num. 18:20)
Este encargo que foi dado a Arão é estendido em 18:24 para incluir todos os levitas.
Hebreus 11 nos esclarece que os homens e mulheres de fé do Velho Testamento entendiam esta verdade; portanto, todos eles viveram como estrangeiros e peregrinos na terra, sem se apegarem aos seus sonhos e posses terrestres, ansiando pela cidade celestial onde estava sua verdadeira herança.
Precisamos admitir que raramente pensamos em nossa herança celestial; em vez disso, colocamos as nossas esperanças nas promessas espirituais para esta vida e oramos mais pelas coisas desta vida (embora sejam coisas espirituais desta vida). É por isso que uma das orações mais grandiosas de Paulo pela igreja foi a seguinte:
“tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos” (ARC). (Efésios 1:18)
O que é essa herança gloriosa? Francis Foulkes, ao resumir várias passagens do Novo Testamento, diz o seguinte:
"isto é, sua qualidade essencial de ser a vida em Deus para sempre." (TNTC, Efésios, 70)
Devo confessar que eu também preciso que os olhos do meu entendimento sejam iluminados, para que eu saiba quais sejam as riquezas da glória da minha própria herança .
Mas como isso é possível?
Albert Edward Day sugere que isso pode ser realizado por meio de uma "comunhão íntima com Ele", a qual nos permitirá ter uma "comunhão consciente com Sua grandeza, amor e santidade". Mas ele também acrescenta que "às vezes pode ser realizado por certos eventos". O que ele realmente quis dizer com a palavra "eventos" é " crises". Contudo, aqueles que anseiam por conhecer as riquezas de Sua herança gloriosa fariam esta oração parecida com uma que orou Moisés: "Senhor, mesmo que seja por gancho, mostra-me a tua glória."
(A propósito, a palavra "gancho" se refere ao um cajado de um pastor).