Guia devocional da Bíblia

Dia 1

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Oséias 1:1–9

Nesta semana iniciaremos o nosso estudo do Livro de Oséias no Antigo Testamento.

Contexto histórico:

O Livro de Oséias é um dos livros (são 12 ao todo) conhecidos nas Escrituras Hebraicas como os Profetas Menores (aqui, a palavra “ menor se refere à brevidade dos livros). As profecias de Oséias foram dirigidas ao reino do norte, Israel, e as primeiras delas provavelmente foram anunciadas depois da morte de Jeroboão II (2 Reis 14:23 e ss.), que marcou o fim de uma época de prosperidade na história do Reino do Norte, durante a qual Israel praticava a idolatria e há muito tinha abandonado o culto de Javé. A mensagem de Oséias era principalmente uma de juízo: é uma reiteração das maldições preditas na Lei de Moisés; embora também apareçam profecias de esperança, tais bênçãos são escatológicas e virão quando o castigo de Israel tiver sido consumado. O nome Oséias significa "salvação". Uma das características do livro de Oséias é o desconcertante mandamento (repetida duas vezes) que Deus lhe deu de se casar com uma mulher adúltera. Não há proveito algum em especular se Deus o pediu que se casasse com uma mulher que mais tarde seria infiel ou com uma que antes do casamento já era adúltera. Especular sobre isso pode nos distrair da mensagem central, a saber, o amor eterno de Jeová ao reivindicar o Seu povo adúltero, embora não antes de eles terem enfrentado a medida completa das conseqüências de seus pecados.

(1) Oséias falou na qualidade de profeta de Jeová por aproximadamente 60-65 anos: 27-30 anos sob Uzias, 31 anos sob Jotão e Acaz e 1-3 anos sob Ezequias (vide K&D, 11). Uma leitura de 1 Reis 15-17 nos mostra que durante os reinados desses reis de Judá (o reino do sul), houve muitos reis em Israel (o reino do norte), aos quais Oséias teria dirigido suas principais mensagens, e dos quais ele era súdito. Em sua opinião, de todos os reis do reino do norte, por que Oséias mencionou somente Jeroboão, enquanto ele mencionou cada um dos reis de Judá? Você acha que foi por uma das seguintes razões?

a. A rigor, somente os reis de Judá eram legítimos aos olhos do profeta.

b. Enquanto a maioria dos reis de Judá prestaram atenção à sua mensagem, nenhum dos reis de Israel prestou atenção.

(2) Por que Deus disse ao profeta para se casar com uma esposa adúltera?

a. Como o relacionamento de Oséias reflete o relacionamento que há entre Deus e Israel?

b. Por que as mensagens verbais de repreensão contra a rebelião de Israel contra seu Deus não foram suficientes?

c. O que essa experiência tão real do profeta teria significado para sua compreensão do coração de Deus, Seu juízo e Seu pleno perdão?

d. Você acha que a experiência do próprio profeta teve algum impacto sobre o povo e os reis de Israel no que diz respeito à sua mensagem?

(3) O profeta transmitiu três mensagens por meio dos nomes que deu aos três filhos nascidos de Gomer:

a. O nome do primeiro filho é "Jezreel": Parece que esta mensagem não tem nada a ver com o significado da palavra (que significa "Deus semeia"), mas antes com o evento histórico do assassinato sangrento da casa de Acabe por parte de Jeú. (vide 2 Reis 9:21-26; 9:30-10:17)

  1. Por que Deus, por um lado, elogiou Jeú (2 Reis 10:30) por ter exterminado a casa de Acabe (que residia em Jezreel) e, por outro lado, o responsabilizou pelo massacre, de modo que todo o reino de Israel chegaria ao seu fim em Jezreel?
  2. Que tipo de rei era Jeú? (2 Reis 10:29, 31)
  3.   O rei que ele matou era da casa perversa de Acabe; no entanto, você acha que ele o fez por obediência a Deus ou com segundas intenções? Como podemos saber?
  4. Por que Deus enfatiza tanto o pecado desse massacre?

b. O nome da segunda criança, uma menina, é "Lo-Ruama", cujo significado é "não-amada".

  1. Que mensagem Deus procurou transmitir a Israel?
  2. O que significa "não mais mostrarei amor" e "perdoarei" no contexto da aliança de Deus com Israel?
  3. Por que Deus contrasta Judá com Israel?
  4. À luz de tudo isso, qual foi a mensagem para Judá?

c. O nome do próximo filho, "Lo-Amí", significa "não meu povo".

  1. Qual foi a mensagem para Israel?
  2. O que isso quer dizer no contexto do relacionamento entre Deus e Israel?

d. Com base no relato dos vv. 2-9, qual teria sido o tempo mínimo necessário para Oséias entregar essas três mensagens?

e. Portanto, o que Jeová esperava que o povo e o rei de Israel fizessem nesse meio tempo?

f. Você acha que eles prestaram atenção?

(4) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

Embora no final Samaria tenha sido capturada pelos assírios, pondo fim ao Reino do Norte, a Bíblia não menciona onde a batalha principal ou decisiva foi travada. Jerônimo, o famoso pai da igreja (347-420 d.C.), afirmou que a vitória decisiva ocorreu no vale de Jezreel (vide K&D, 30).


Reflexão meditativa
O contexto histórico de Oséias

“Palavra do Senhor que veio a Oséias, filho de Beeri, durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, e de Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel.” (NVI-PT) (Oséias 1:1)

Oséias serviu como profeta de Jeová no Reino do Norte de Israel durante aproximadamente sessenta anos — um período muito longo. Para entender as mensagens que Deus escolheu transmitir a Israel durante esse longo período, é importante conhecer o contexto histórico dessa época.

Oséias começou seu ministério no final do reinado de Jeroboão II (793-753 a.C.), época que marcou o auge da prosperidade de Israel. Jeroboão II foi sucedido por Zacarias, que foi assassinado. Durante os 30 anos restantes até a queda da nação, seis reis governaram Israel. À medida que as condição da nação pioravam, "a autossuficiência dos primeiros dias... dá lugar a um desespero nas relações exteriores... e domésticas..." (Word, Oséias-Jonas, 9).

Os comentários em 2 Reis sobre os diversos reis de Israel sugerem que, na época de Oséias, a adoração a Javé era quase inexistente em Israel. Qualquer conhecimento que o povo tivesse sobre a Torá teria sido (na melhor das hipóteses) superficial. A idolatria, junto com a prática de comer e cometer adultério com as prostitutas nos cultos pagãos teria sido comumOséias dificilmente teria encontrado ouvintes que levassem suas palavras a sério, e muito provavelmente também teria enfrentado ressentimento, ou até mesmo escárnio, da maioria daqueles que ouviam sua mensagem.

Oséias não teria encontrado um público simpático em Israel. O crescente poder militar e econômico do norte nos dias de Jeroboão II (2 Reis 14:25-28), junto com a tendência de fazer mais contatos internacionais do que o reino mais isolado de Judá, sem dúvida promoveu uma atitude religiosa caracterizada por um espírito cosmopolita e latitudinária. A fé dominante era o sincretismo politeísta, não a fé monoteísta Javista.
(Word, Oséias-Jonas, 10)

Esse cenário não muito diferente do mundo de hoje foi o contexto no qual Oséias desatou a repreensão de Jeová.

Dia 2

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Oséias 1:10–2:1

Imediatamente após o pronunciamento inicial de juízo e abandono devido à violação da aliança por parte de Israel, Deus usa a conjunção "Todavia" para revelar Seu compromisso com a aliança como o Deus que é sempre fiel (2 Tim. 2:13):

(1) Que promessa Deus reitera como parte de Sua aliança com Abraão (Gênesis 22:17)?

(2) No entanto, como este texto agora amplia a promessa de incluir outros que não fazem parte da nação de Israel?

(3) Como essa reiteração esclarece a verdadeira intenção de Deus ao prometer a Abraão que ele seria o "pai de muitas nações" (Gênesis 17:4-5; 22:18)?

(4) Como esta promessa está sendo cumprida? (vide Romanos 9:24-26; 1 Pedro 2:10)

(5) Oséias profetiza que "os filhos de Judá e os filhos de Israel juntos se congregarão" (ARC).

a. Você acha que esta profecia aponta para o restabelecimento da nação de Israel no dia 14 de maio de 1948? Por que ou por que não?

b. Leia 1:11 novamente, prestando atenção naquilo que acontecerá quando esta profecia for cumprida (Nota: A expressão "o dia de Jezreel" tem sido um tema muito debatido entre os acadêmicos durante muito tempo. Assim como no v. 4 ela se refere ao batalha decisiva que acabaria com o reino do norte de Israel devido aos seus pecados de massacre, idolatria e adultério, talvez em seu sentido futuro aponta para uma época ou batalha escatológica que trará verdadeiro arrependimento, tanto para Israel quanto para Judá.)

(6) O que a profecia em 2:1 prediz, revertendo a maldição pronunciada por meio dos nomes dos dois filhos de Oséias? Que mensagem Jeová procurou transmitir aos rebeldes ouvintes de Oséias?

(7) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Compartilh
ar a dor de Deus

"Vá, tome uma mulher adúltera e filhos da infidelidade, porque a nação é culpada do mais vergonhoso adultério por afastar-se do Senhor." (NVI-PT) (Oséias 1:2)

Devo admitir que quando alguém menciona o Livro de Oséias, a primeira coisa que vem à mente é o mandamento de Deus para Oséias se casar com uma esposa adúltera. Para mim, a pergunta inevitável é: "Por que Deus exigiu que seu profeta fizesse algo tão horrível?". Em outras palavras, o que me chama a atenção não é a importante mensagem das profecias, nem mesmo a revelação sobre a intensa luta que estava sendo travada dentro do coração de Deus devido à infidelidade de Seu povo. Que pena!

É totalmente inútil debater ou especular se Gomer realmente era uma mulher adúltera antes de seu casamento com Oséias, ou se ela se tornou adúltera depois. Este mandamento de Deus foi importante por pelo menos duas razões:

(1) Revelou a intensa luta que havia no coração de Deus devido à infidelidade de Israel, Seu povo escolhido. É extremamente surpreendente que o Deus Criador, que não tem nenhuma obrigação a ninguém, tenha escolhido não destruir a humanidade que tinha se rebelado contra Ele. Em vez disso, Ele escolheu a raça de Israel por meio de uma aliança que Ele Se impôs a si mesmo com Abraão, o antepassado da nação, para que ele fosse um meio de bênção para todas as nações do mundo. Ele fez tudo isso como parte de Seu esforço para chamá-los ao arrependimento e reivindicá-los como Seu povo. No entanto, à esse paixão, o povo só respondeu com desprezo, indiferença e uma crescente rebelião. E não se tratava de qualquer tipo de paixão, mas da paixão do amor eterno de um marido comprometido. O mandamento que Deus deu a Oséias foi o que Ele usou para desnudar Sua alma diante de Israel num Seu esforço desesperado para levá-los de volta a Ele. Quão maravilhoso é o nosso Deus!

(2) No entanto, Oséias foi o vaso escolhido para transmitir esta mensagem a Israel, e Deus nunca considera o Seu servo como uma simples ferramenta impassível usada para levar a cabo Sua tarefa. Ele quer que Seu servo se identifique com Sua paixão, Seu coração, para que ele possa ser um verdadeiro parceiro em Sua missão. Portanto, a melhor maneira para Oséias entender essa intensa luta de Jeová era casar-se com uma esposa adúltera também. Quantas vezes reclamamos dos nossos sofrimentos e dificuldades, sem saber que se realmente queremos ser usados por Deus precisamos passar por essas provações e tribulações, sem as quais não podemos sentir Sua paixão e sentir o pulsar do Seu coração! Em vez disso, nos tornamos nada mais do que uma simples ferramenta!

Dia 3

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Oséias 2:2–13

É importante lembrar que esta mensagem foi declarada por Jeová (v. 13) a Israel, uma nação cuja infidelidade já tinha sido exposta por meio do exemplo de Gomer, e cujo juízo fora pronunciado em parte em metáforas e em parte com termos concretos. Uma vez que o tema principal desta divisão é de advertência e juízo, refletiremos sobre ela com base nas muitas advertências que começam com verbos futuros:

(1) 2:3-5: A advertência de que Ela despiria a mãe deles ("eu a deixarei nua", NIV-PT): Esta advertência é precedida por uma chamada aos filhos para repreender a mãe.

a. Por que essa metáfora parece fazer uma distinção entre a mãe (Israel) e os filhos (o povo de Israel)?

b. Que tipo de pecado é descrito no v. 2?

c. A advertência no v. 3 sobre deixar a mãe nua é dada na forma de dois pares de frases paralelas: Como o segundo par de frases paralelos explica o primeiro par de metáforas?

d. Como o pecado da mãe afetava os filhos? Como isso descreve Israel e seu povo?

e. Como o v. 5 descreve a infidelidade e vergonha da mãe, e que tipo de pecado de Israel é descrito aqui?

(2) 2:6-7: O advertência de que seu caminho seria bloqueado ("cercarei o teu caminho"):

a. Que tipo de advertência essa metáfora representava para Israel?

b. O que Deus queria conseguir com esse castigo (v. 7)?

(3) 2:8-9: A advertência de que Ele tomaria o que era Seu ("arrancarei"):

a. O que Deus ameaçou tirar de Israel?

b. Que razão é dado no texto (v. 8)? Que tipo de pecado é descrito aqui?

(4) 2:10: A advertência de que ele a exibiria ("agora descobrirei"):

a. Deus não só ameaçou tirar as bênçãos que tinha dado; Ele também ameaçou descobri[r] a sua vileza. Como essa metáfora descrevia Israel?

(5) 2:11: A advertência de que Ele poria fim ("farei cessar") a várias coisas aqui Ele não fala mais em termos metafóricos, mas abertamente sobre o juízo:

a. Por que Deus desejava acabar com suas celebrações?

(6) 2:12: A advertência sobre a devastação ("devastarei"):

a. Quem realmente tinha dado as vinhas e figueiras? Por que Israel diria que as tinha recebido como pagamento de seus "amantes"?

b. Como Deus as devastaria?

(7) 2:13: A razão dos castigos ("Eu a castigarei")

a. Que razões são dadas para esses castigos, ou que tipos de pecado são descritos?

(8) Com base em suas reflexões sobre as perguntas em itálico, faça uma lista de todos os pecados que Israel tinha cometido.

(9) Deus tinha razão ao pronunciar Seus juízos? Por que ou por que não?

(10) E você? Qual desses pecados o impactou mais?

(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Jeová se lamenta

Repreendam sua mãe, repreendam-na, pois ela não é minha mulher, e eu não sou seu marido;" (NVI-PT) (Oséias 2:2)

Já é triste ler 2:2-13 como se fosse um lamento de Oséias, um marido com uma esposa infiel; no entanto, o v. 13 deixa claro que trata-se de um cântico de lamentação que Jeová canta sobre Seu povo, Israel. Ao apresentar o cântico em termos da ruptura na vida real da aliança matrimonial entre Oséias e sua esposa, este texto é uma descrição gráfica dos horríveis pecados de Israel e do coração partido de Jeová. Em vez de focar nos horríveis pecados de Israel, examinaremos o nosso próprio relacionamento como noiva de Cristo, com base nos pecados de Israel sobre os quais Jeová lamentava:

- O pecado da imprudência: O v. 2:2 descreve uma mulher adúltera que não tem vergonha—ela fornica com os olhos e com os seios. A rebelião de Israel era tão profunda que talvez tenha atingido o ponto que Charles Swindoll denomina "a perda do nervo sensível da consciência". O mesmo tem acontecido conosco?

- O pecado da insatisfação: O v. 2:5 descreve uma mulher cujo adultério foi provocado em parte pela atração da satisfação material — comida, água, , linho, azeite e bebida. No fundo, é como um casamento que não se baseia no compromisso e na lealdade, mas na satisfação material e no “bem viver”. Assim era o relacionamento de Israel com Jeová nunca foi baseado em amor e compromisso, mas no que Israel ganharia com ele. O mesmo tem acontecido conosco?

- O pecado da ingratidão: O v. 2:8 descreve uma mulher adúltera e ingrata —  ela não reconhecia quem lhe tinha dado o grão, o vinho novo, o óleo e até mesmo a prata e o ouro. Desconfio que não se tratava de não ter o que queriam, mas do descontentamento. O que eles tinham nunca era suficiente para eles! O mesmo tem acontecido conosco?

- O pecado do auto-engano: O v. 2:11 descreve as práticas religiosas contínuas, entre as quais a observância do sábado, uma prática que nessa etapa da vida nacional de Israel tinha se misturado com a idolatria. No entanto, enquanto mantinham uma semelhança de adoração ao Senhor, o povo se sentia autorizado a se enganar, convencendo-se de que não tinham cometido adultério contra o Senhor. O mesmo tem acontecido conosco?

- O pecado da idolatria: Os vv. 2:12-13 descrevem a raiz dos pecados de Israel — eles tinham abandonado completamente o Senhor ao escolher ídolos como seus deuses, seus novos mestres e seus amantes. Eles não só tinham se esquecido de tudo o que Deus tinha feito por eles, mas também do próprio Deus. Se eu perguntasse: "O mesmo tem acontecido conosco?", a resposta seria óbvia. No entanto, além de a idolatria se manifestar de muitas formas, a substituição do amor e do objeto do amor é um processo gradual que, de acordo com o apóstolo João, tem raízes no amor ao mundo (1 Jo. 2:15). Motivos para reflexão!

Dia 4

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Oséias 2:14–23

De repente, o grito de lamentação e juízo se transforma numa promessa de restauração, num texto cujo comprimento é tão grando quanto ao da lamentação:

(1) A promessa da restauração de Israel, a esposa traiçoeira (2:14-15):

a. De acordo com o v. 14, o que Deus fará para restaurar Israel?

b. No entanto, o processo de restauração precisa passar pelo  "deserto, e até mesmo pelovale de Acor” (vide Js 7:24-26). Por quê?

c. Qual será o resultado? Por que é comparado com o dia em que Israel saiu do Egito?

(2) A restauração do relacionamento da aliança (2:16-17):

a. Que tipo de relacionamento será restaurado?

b. O que caracterizará esse relacionamento íntimo?

c. Embora essa passagem não mencione como é possível essa restauração, o que você acha que acontecerá para torná-la uma realidade? (vide Ezequiel 11:19; 36:26)

(3) A abrangência da aliança restaurada com Deus (2:18)

a. Que aliança Deus faria para o povo a respeito de seu relacionamento com o mundo animal?

b. Que impacto a restauração da paz com Deus terá no mundo humano?

c. Como Isaías 2:4 e 65:25 descrevem as promessas acima?

(4) O preço ou a cerimônia do noivado (2:19-20) — vide a Nota abaixo.

a. Israel, o prometido, possuía alguma dessas qualidades?

b. Como, então, essas qualidades estarão presentes no relacionamento renovado?

c. Além dessas qualidades, o que mais distinguirá esse relacionamento renovado do primeiro?

(5) O Deus que ouve (2:21-23):

a. Que quadro de restauração é descrito nos vv. 21-22?

b. Desta vez, parece que o nome "Jezreel" não é mais uma lembrança do juízo passado, mas do cumprimento do seu significado, a saber, "Deus semeia":

  1. O que é que Deus semeia nos vv. 2-13?
  2. O que é colhido no v. 23?
  3. Esta colheita se refere somente a Israel? Por que ou por que não? (Leia novamente Romanos 9:23-26 e 1 Pedro 2:10)

(6) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota:

"Esses dois versículos (vv. 19-20) formam uma unidade... Quando Javé se dirige diretamente à Sua amada, a metáfora muda para uma de noivado... As palavras de Javé podem significar que Ele se casará com Israel com ou por meio da justiça, retidão etc., no sentido de que essas qualidades se referem ao preço da noiva nesse casamento."
(Word, Oséias-Jonas, 59)

Reflexão meditativa
Se não fosse pela graça de Deus

"Eu me casarei com você para sempre; eu me casarei com você com justiça e retidão, com amor e compaixão." (NVI-PT) (Oséias 2:19)

É muito reconfortante ler no capítulo dois que o pronunciamento do juízo sobre Israel é contrabalançado por uma promessa igualmente longa de restauração. É ainda mais surpreendente que a restauração seja tão abrangente que Israel, a esposa adúltera, dirá novamente a Jeová: “Ishi [meu marido]” (2:16). Ao profetizar essa restauração, Jeová promete que o compromisso será um relacionamento duradouro (2:19), no sentido de que será caracterizado por retidão, justiça, amor e compaixão (2:19). Também vale a pena notar que este novo relacionamento prometido vai além de Israel e que inclui a nós, os crentes gentios (1 Pedro 2:10).

No entanto, dada a natureza rebelde, não só de Israel, mas de nós mesmos, qualquer um perguntaria como isso é possível! Como podemos garantir que seremos fiéis, sem mencionar justos, amorosos e compassivos? Essas qualidades estão além do alcance da nossa natureza maligna. É precisamente por isso que a promessa de Jeová é feita no contexto de um noivado judaico, no qual Deus, o esposo, paga o preço do noivado; neste caso, incluído nesse preço é Sua retidão, Sua justiça, Seu amor e Sua compaixão. Em outras palavras, tudo é graça nem a restauração de Israel, nem a nossa inclusão neste relacionamento eterno tem algo a ver com a nossa bondade, mas com a misericórdia de Deus.

Isso me lembra o ditado "Se não fosse pela graça de Deus...", que tem sido atribuído a John Bradford.

John Bradford (1510-1555) foi um mártir e reformador inglês. Bradford foi preso na Torre de Londres por supostos crimes contra Mary Tudor devido à sua fé protestante; mais tarde ele foi queimado na fogueira no dia primeiro de julho de 1555. O Tratado sobre a Oração (1822) de Edward Bickersteth diz o seguinte sobre ele:

Bradford, o piedoso mártir, ao ver um pobre criminoso sendo levado à execução, exclamou: 'Se não fosse pela graça de Deus, esse homem seria John Bradford.' Ele sabia que os mesmos princípios malignos que levaram o criminoso ao seu vergonhoso fim também estavam operando em seu próprio coração."

Dia 5

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Oséias 3:1–5

(1) Pode-se supor que Gomer tinha deixado Oséias por outro homem; mas agora, Jeová ordenou que ele a tomasse novamente (vide a Nota I abaixo):

a. Quão difícil teria sido para Oséias fazer isso?

b. Você aceitaria de volta um cônjuge adúltero? Por que ou por que não?

c. Portanto, é fácil para o Senhor aceitar Israel (e nós) de volta?

(2) Como se já não fosse difícil aceitá-la de volta, Deus deu a seguinte ordem a Oséias: "Ame-a como o Senhor ama os israelitas" (NVI-PT) (3:1).

a. Você consegue descrever como Jeová ama os israelitas?

b. Você consegue descrever como Jeová ama você?

(3) Parece que Oséias, para comprar sua esposa de volta, só teve que pagar o equivalente à metade do preço de uma escrava (Êxodo 21:32) e um pouco de cevada barata:

a. O que isso nos mostra sobre o valor da vida dessa mulher depois que ela deixou Oséias?

b. O que isso nos mostra sobre o verdadeiro valor ou qualidade de vida do seguinte?

  1. pecadores como nós
  2. Israel, enquanto for povo que vive separado de Deus

(4) Desta vez, que mandamentos Oséias deu à sua esposa?

(5) O que isso significa para a nação de Israel? (vide a Nota II)

(6) Responda com base na suposição de que a tradução correta das últimas palavras do versículo 3 é "e eu não viverei com você":

a. Como isso se aplica à profecia da primeira parte do v. 4?

b. Em que sentido isso é uma descrição da história de Israel desde a destruição do templo no ano 70 d.C. até hoje?

c. Qual é o propósito de Deus nisso?

(7) Sabemos que a expressão "Davi, seu rei" se refere ao Messias, nosso Senhor Jesus Cristo:

a. Sob que condição Israel voltará a Jeová no fim dos dias? (vide 5:15)

(8) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Nota I:

É verdade que não sabemos com certeza se Jeová pediu a Oséias que recebesse de volta sua esposa ou tomasse como esposa outra mulher adúltera. Mas uma vez que suas ações representam claramente as de Deus ao tomar Israel de volta, para essa tipologia fazer sentido é lógico supor que a mulher era de fato sua ex-esposa.

Nota II:

Muitos traduzem as últimas palavras do v. 3 como "e não terei intimidade com você".

Reflexão meditativa
Uma vida longe de Deus

"Por isso eu a comprei por cento e oitenta gramas [15 siclos] de prata e um barril e meio de cevada." (NVI-PT) (Oséias 3:2)

Parece que Gomer tinha trocado Oséias por outro homem, uma ação que de maneira apropriada descreve o adultério cometido por Israel contra Jeová. No entanto, Deus, querendo expressar Seu amor inabalável por Israel, pediu a Oséias que recuperasse sua esposa. É fácil imaginar a luta interna que Oséias teria experimentado. No entanto, essa luta também nos ensina sobre o incrível amor de Jeová, pois mostra que Ele precisa lutar para reivindicar o traiçoeiro Israel como Seu.

O que é interessante notar é que Oséias pagou somente quinze siclos, mais uma pequena quantidade de cevada (um grão bastante barato) para comprar sua esposa de volta de seu amante. Até mesmo uma escrava custaria trinta siclos (Êxodo 21:32). Em outras palavras, devido à sua infidelidade, Gomer tinha mergulhado numa vida que era pior do que a de um escravo.

Gômer pensava que devido à sua beleza ela merecia um marido melhor que Oséias (2:2); ela não estava satisfeita com o estilo de vida que seu casamento lhe oferecia (2:5); por isso ela procurou outros homens, mas acabou sendo tratada pior que uma escrava. Esta é uma imagem de Israel; é o retrato de todos aqueles que vivem separados de Deus.

Achamos que Deus é muito cruel por nos despojar de toda a nossa liberdade; por isso nos afastamos dEle para correr atrás das coisas do mundo, para buscar a liberdade e para encontrar satisfação. Infelizmente, assim como o filho pródigo, logo descobrimos que nada daquilo que buscamos sem Deus nos trará satisfação, somente um vazio mais profundo. A única coisa que faz qualquer tipo de liberdade que buscamos longe de Deus é escravizar-nos e aumentar a nossa miséria; e a única coisa que faz tudo o que valorizamos fora de Deus é reduzir a nossa dignidade e valor como seres humanos. Como Gomer, nos tornamos menos que escravos.

Mas além de ser como o pai do filho pródigo, Jeová é também o marido fiel que nos compra, não com 15 siclos de prata e uma modesta cevada, mas com a Sua própria vida e o Seu próprio sangue! Quão maravilhoso é o Deus que temos em Jesus Cristo!

Dia 6

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Oséias 4:1–9

4:1-4Uma acusação formal feita contra Israel

Não temos ideia da época ou da ocasião desse oráculo.

(1) Que mensagem Jeová procura transmitir ao usar uma linguagem jurídica para fazer “uma acusação (NVI)?

(2) De acordo com a acusação de Jeová, que coisas lhes faltavam?

(3) O que significa ser uma sociedade ou um povo com as seguintes características?

a. sem fidelidade

b. sem amor

c. sem reconhecimento de Deus

(4) Por que a ausência dessas qualidades constitui um pecado grave que deve ser julgado?

(5) Como você descreveria uma sociedade cheia de ou marcada pelas seguintes práticas?

a. perjurar, mentir e matar

b. remover quaisquer limites

c. assassinato após assassinato (Todos os reis de Israel durante a época de Oséias foram assassinados.)

(6) O que a falta de fidelidade, amor e reconhecimento de Deus tem a ver com sua condição perversa?

(7) Você consegue identificar como essa nação que antes estava "sob o reino de Deus"  se tornou uma sociedade sem lei?

(8) Qual seria o resultado direto da pecaminosidade dessa sociedade? (4:3)

(9) Por que Jeová advertiu que somente Ele, e ninguém mais do próprio povo, podia apresentar acusações contra eles? (4:4)

4:5-9Tal sacerdote, tal povo

O v. 4 provavelmente significa que o povo não devia culpar os sacerdotes, porque, em essência, Jeová considerava toda a nação como um sacerdote.

(10) Uma vez que o povo, os sacerdotes e os profetas tinham caído juntos, em que tipo de condição espiritual a nação tinha degradado?

(11) Ao pronunciar Seu juízo de destruição, Jeová acusou o povo de “falta de conhecimento” (v. 6). A que conhecimento, rejeitado pelo povo, ele se refere? Por que isso os desqualificava como sacerdotes? (Êxodo 19:6)

(12) O que você entende como o papel do sacerdote, e o papel de Israel como um “reino de sacerdotes”?

(13) Faça uma lista dos pecados dos sacerdotes, destacados nos vv. 6-8.

(14) Você consegue imaginar o impacto dos pecados dos sacerdotes nas pessoas comuns?

(15) Como foi possível que os sacerdotes degenerassem tanto, terminando num estado tão lamentável?

(16) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Tal povo, tal sacerdote!

"Portanto, castigarei tanto o povo quanto os sacerdotes por causa dos seus caminhos, e lhes retribuirei seus atos." (NVI-PT) (Oséias 4:9)

Ao acusar o povo de Israel de falta de fidelidade, amor e reconhecimento de Deus (4:1), Jeová o advertiu a não acusar uns aos outros, o que significa que todos eram culpados. No entanto, isso quer dizer que eles também não podiam acusar nenhum de seus sacerdotes. A razão não era só porque deviam deixar que Deus fizesse as acusações sozinhos, mas também porque o problema residia no fato de que "como o povo, assim será o sacerdote" (ARC) (4:9).

Qualquer um pensaria que Jeová deveria ter dito: "como os sacerdotes, assim será o povo", e não vice-versa.

Uma vez que os sacerdotes tinham o dever de ensinar ao povo a lei de Deus, seria lógico que eles fossem os culpados pelo fato de o povo ter ignoradoa lei do seu Deus” (NVI-PT) (4:6). Além disso, um aumento no número de sacerdotes deveria ter resultado num povo que tinha mais conhecimento da lei de Deus. Infelizmente, isso não foi o que aconteceu. Jeová acusou os sacerdotes, dizendo:se alimentam dos pecados do meu povo e têm prazer em sua iniqüidade”. Em vez de conduzir o povo para fora do pecado, eles o aprovavam e imitavam. Em outras palavras, eles se tornaram pessoas que agradam ao homem e não a Deus.

O desafio que o povo de Deus enfrenta é a pressão para se conformar com o mundo; no entanto, a pressão para se conformar com o povo é uma prova que os servos de Deus enfrentam até hoje.

Dia 7

Leia a passagem pelo menos duas vezes, refletindo sobre ela com cuidado. Em seguida, considere as perguntas abaixo:

Reflexão sobre as Escrituras
Oséias 4:10–19

Depois de repreender o povo e seus sacerdotes, Jeová faz uma lista dos horríveis pecados cometidos pela nação e inclui suas consequências:

4:10-14—O pecado da prostituição

(1) O pecado da prostituição é mencionado várias vezes nestes versículos:

a. Você conseguiu perceber os dois tipos de prostituição reprovados por Jeová aqui?

b. Como um tipo está ligado com o outro? (vide especialmente o v. 13)

(2) Qual era a razão de seu pecado de prostituição? Quais foram as suas consequências a curto prazo? (4:10)

(3) O que as duas ações de se entregar à prostituição e de se entregar ao vinho (tanto o velho quanto o novo) têm em comum? (v. 11)

(4) O que significaprejudicando o discernimento” (NVI-PT)? Que tipo de advertência é esse versículo?

(5) Por que Jeová não castigou o pecado de prostituição das noras e filhas?

(6) Que tipo de sociedade é descrita aqui?

(7) Quais seriam as consequências a longo prazo (4:14)?

4:15-19—Uma advertência a Judá

Com o destino do Reino do Norte assegurado (v. 19), Jeová pede a Judá que não siga seus passos:

(8) Embora não conheçamos a história do uso de Gilgal como local de adoração, a referência a Bete-Aven, que é Betel (vide Amós 4:4, 5:5), é consistente com o estabelecimento de um bezerro de ouro (1 Reis 12:29). era pecaminoso o suficiente estabelecer o bezerro de ouro. Em que tipo de pecado se transformou quando foi combinado com juramentos feitos em nome do Deus Vivo?

(9) O próximo tipo de pecado que Judá devia evitar é mencionado no v. 16:

a. Que tipo de pecado é representado pela novilha?

b. O que Deus queria que o povo fosse? Por quê?

(10) O v. 17 aponta para Efraim, a mais forte das dez tribos:

a. O que o profeta enfatiza com as palavras "aliou-se"?

b. Qual foi o veredicto de Deus? Por quê?

(11) O v. 18 funciona como uma declaração final de seus pecados:

a. Como Jeová descreve a gravidade e o caráter definitivo de seus pecados?

b. Quais pessoas são mencionadas?

(12) Qual seria o destino final do Reino do Norte?

(13) Qual é a mensagem principal para você hoje, e como você pode aplicá-la em sua vida?

Reflexão meditativa
Prejudicar o discernimento

...porque abandonaram o Senhor para se entregarem à prostituição, ao vinho velho e ao novo, prejudicando o discernimento do meu povo." (NVI-PT) (Oséias 4:10-11)

Todos nós sabemos que a embriaguez com certeza pode tirar a capacidade de pensar e discernir corretamente. Com as seguintes palavras, o livro de Provérbios faz uma descrição muito gráfica disso:

Dos que se demoram bebendo vinho, dos que andam à procura de bebida misturada. Não se deixe atrair pelo vinho quando está vermelho, quando cintila no copo e escorre suavemente! No fim, ele morde como serpente e envenena como víbora. Seus olhos verão coisas estranhas, e sua mente imaginará coisas distorcidas. Você será como quem dorme no meio do mar, como quem se deita no alto das cordas do mastro. E dirá: 'Espancaram-me, mas eu nada senti! Bateram em mim, mas nem percebi! Quando acordarei para que possa beber mais uma vez?' ” (NVI-PT) (Prov. 23:30-35).

No entanto, Provérbios sempre cita os dois males juntos, já que a passagem imediatamente anterior é uma advertência contra a prostituição. Oséias reforça a mesma verdade quando adverte que entregar-se à prostituição (ou ao adultério) tem o mesmo efeito que entregar-se ao álcool: ambos tiram o discernimento, ou seja, a capacidade de pensar com clareza e julgar corretamente.

Minha própria experiência com aqueles que tristemente caíram no adultério (uma vez que se trata de um pecado de abandonar o Senhor) me tem ensinado que eles aos poucos perdem a capacidade de tomar boas decisões para suas famílias e carreiras. Muitas vezes, o resultado é o mesmo sobre o qual Oséias nos adverte: “um povo sem entendimento precipita-se à ruína” (NVI-PT) (Oséias 4:14). Eu realmente não sei se devo chamar isso de um juízo de Deus ou simplesmente uma consequência natural do adultério!