Nesta semana estudaremos o livro de Miquéias no Antigo Testamento.
O Livro de Miquéias
Pouco se sabe sobre o profeta Miquéias (cujo nome significa “Quem é como Jeová?”) além do que aparece no próprio livro e em Jeremias 26:18. Aprendemos em Miquéias 1:1 que ele era de Moresete, provavelmente Moresete-Gate no sul de Judá. Provavelmente serviu como profeta de Deus entre os anos 750 e 686 a.C., durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, o que significa que era contemporâneo de Isaías e Oséias. Uma vez que Miquéias profetizou a queda de Samaria, que ocorreu em 722-721 a.C., seus primeiros anos de ministério teriam sido durante os reinados de Jotão (750-732 a.C.) e Acaz (735-15 a.C.).
A mensagem de Miquéias destaca os males sociais, sendo um reflexo das condições sociais em Judá antes da reforma de Ezequias (715-686 a.C.). O versículo-chave, Miquéias 2:8, descreve as condições de sua época: “Mas, ultimamente, como inimigos vocês atacam o meu povo. Além da túnica, arrancam a capa daqueles que passam confiantes, como quem volta da guerra” (NVI-PT).
Tanto para Israel quanto para Judá, a mensagem de Miquéias alterna entre juízo e esperança, terminando com o anúncio de um futuro glorioso para Sião com a vinda do Messias.
Três eventos históricos ocorreram durante o ministério de Miquéias:
(1) A campanha militar de Tiglate-Pileser III, rey da Assíria, entre os anos 734 e 732 a.C., quando Judá e seus vizinhos tiveram que lhe pagar tributo e Israel (de acordo com 2 Reis 15:29) perdeu a maioria de seu território para a Assíria.
(2) Samaria caiu para os assírios em 722-721 a.C.; a derrota acabou com o reino do norte, assim como os profetas de Deus haviam profetizado.
(3) No ano 701 a.C., Judá juntou-se a uma revolta fracassada contra a Assíria, mas Jerusalém foi poupada da destruição.
Também é interessante notar que Miquéias às vezes usa o termo "Israel" num sentido espiritual para se referir à nação inteira, mas outras vezes ele o usa num sentido político para se referir somente ao reino do norte.
1:1-2—Mensagem de abertura
(1) Embora Miquéias não forneça nenhum detalhe sobre seu chamado, como ele confirma a autoridade de suas mensagens?
(2) Embora sua visão seja sobre “Samaria e Jerusalém” (1:1), pense sobre as seguintes perguntas:
a. Por que Miquéias convocou a “terra e todos os que nela habitam" para ouvir sua mensagem?
b. Que tipo de mensagem ele estava prestes a transmitir, conforme sugerido pelas frases “testemunhe contra vocês” e “do seu santo templo”? (1:2)
1:3-7—Juízo contra Samaria—Embora os pecados de toda a nação da aliança sejam repreendidos (v. 5), por enquanto o juízo específico mencionado aqui se aplica principalmente a Samaria (vv. 6-7).
(3) O que Miquéias procurou transmitir com sua descrição da época em que Deus escolhe visitar a Terra para responsabilizar os homens por seus pecados? (vv. 3-4)
(4) De quem são os pecados com os quais Deus lidará quando Ele visitar a terra? (v. 5)
(5) Em sua visão, Miquéias ouve pela primeira vez sobre o juízo de Deus contra Samaria (vv. 6-7).
a. Quão severo seria o juízo? (v. 6)
b. Que tipo de pecado seria tratado em Samaria? (vide 1 Reis 12:28-30 e a Nota 1 abaixo)
1:8-16—A praga de Samaria se espalharia para Judá
(6) Qual foi a reação do profeta àquilo que viu ou ouviu em sua visão? (v. 8)
(7) Por quê? (v. 9; lembre-se de que Miquéias era de Judá, não do reino do norte)
(8) O que podemos aprender com as ações do profeta?
(9) Os vv. 10-15 contêm uma série de trocadilhos (em hebráico) que descrevem o destino de cada cidade da Judéia, nos quais cada destino corresponde ao significado do nome (vide a Nota 2 abaixo). Os trocadilhos usados para cada cidade (menos a primeira e a última, ou seja, Gate e Adulão) são explicados abaixo:
a. Bete-Ofra significa "Casa de Pó": seu destino era se revolver no pó (v. 10).
b. Safir significa "Aldeia de Beleza": seus cidadãos se tornariam cativos vergonhosos (v. 11a).
c. Zaanã significa "Cidade das Saídas": seus habitantes se esconderiam atrás de seus muros (v. 11b).
d. Bete-Ezel significa "Casa de Remoção": agora eles não podiam fazer nada (v. 11c).
e. Marote significa "amargo": como o próprio nome indica, a cidade sofreria (v. 12).
f. Em hebráico o som da palavra Láquis é parecido com a frase "aos animais ligeiros": seus habitantes correriam para salvar suas vidas (v. 13; no entanto, nenhuma outra parte das Escrituras menciona que a cidade tenha introduzido os pecados de Samaria em Judá; este é o único).
g. Moresete-Gate significa "possuir" ou talvez "noivo": o profeta diz que vocês (Judá) teriam que ceder esta cidade da Judéia aos inimigos (v. 14a).
h. Aczibe significa "engano" (v. 14b), uma referência a um riacho que seca, enganando os viajantes (vide K&D, 296).
i. Maressa significa "conquistador": o conquistador agora se tornaria o conquistado (v. 15a).
No seu conjunto, que situação descrevem os trocadilhos explicados acima?
(10) A frase “Não o anuncieis em Gate” (v. 10) vem de 2 Samuel 1:20, e a referência à fuga para Adulão (v. 15) faz eco de quando Davi escapou de Saul a Adulão como fugitivo (1 Sam. 22:1; 2 Samuel 23:13).
a. Por que Miquéias começa seu lamento sobre os problemas iminentes das cidades da Judéia com um lamento que Davi tinha feito por Saul?
b. Por que esse lamento termina dizendo aos nobres de Israel que devem fugir para Adulam como Davi? (v. 16)
(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota 1:
É possível que o v. 7b seja uma referência à prostituição espiritual, uma vez que o pecado da idolatria com frequência é descrito em termos de prostituição espiritual. De qualquer forma, o que isso significa é que aqueles que seriam usados por Deus para destruir Samaria e seus ídolos (isto é, os assírios) investiriam seus lucros em outras formas de idolatria.
Nota 2:
Waltke observa que hoje não sabemos onde estavam localizadas muitas dessas cidades. No entanto, com base no que sabemos, elas “formam um círculo com um raio de quatorze quilômetros ao redor da cidade natal de Miquéias, Moresete-Gate” (TOTC, Micah, 153). O significado do nome hebraico de cada cidade é citado da mesma fonte.
"Vejam! O Senhor já está saindo da sua habitação; ele desce e pisa os lugares altos da terra. Debaixo dele os montes se derretem como cera diante do fogo, e os vales racham ao meio, como que rasgados pelas águas que descem velozes encosta abaixo." (NVI-PT) (Miquéias 1:3-4)
Após o mais recente ataque terrorista em solo americano, o assassinato de 14 pessoas por um casal islâmico extremista numa agência social na Califórnia, um dos principais jornais publicou uma manchete que dizia o seguinte: "Nem Deus pode consertar isso". Sua intenção era zombar de certos líderes conservadores do país que tinham orarado pelas famílias das vítimas, e suas palavras são um exemplo das provocações que com frequência são dirigidas contra a fé em Deus nesse país.
Mas a verdade é que "Nada é difícil demais para ti" (Jr. 32:17). É somente uma questão de quando Deus decidirá agir para lidar com os ímpios e os pecados do mundo.
Enquanto a nação de Israel continuava a zombar de Jeová com sua apostasia, como se Deus não se importasse ou fosse incapaz de se importar com isso, Miquéias lhes deu um aviso muito poderoso para eles lembrarem da majestosa santidade de Deus: Ele virá a julgar "e os montes debaixo dele se derreterão, e os vales se fenderão, como a cera diante do fogo, como as águas que se precipitam em um abismo” (1:4).
Mais tarde, as palavras do próprio Miquéias e de outros profetas foram cumpridas, e a nação de Israel derreteu como as montanhas e se abriu como um vale. É um fato histórico.
Porém, o castigo de Israel foi somente uma prévia do juízo final que cairá sobre toda a terra, porque Deus, sem importar o que diga a manchete de um jornal, já resolveu na Cruz o principal problema do mundo: o pecado, a rebelião contra Deus. Ele enviou Seu Filho, não só para nascer como um bebê numa manjedoura, mas para morrer por nós na cruz, pagar nossa penalidade pelo pecado e, por meio de Sua morte e ressurreição, vencer a morte para que todos os que crêem nEle sejam herdeiros da vida eterna. Mas aqueles que se recusarem a se humilhar e se converter a Ele enfrentarão o castigo eterno (João 3:16).
O que o mundo ainda não conseguiu entender é que o verdadeiro problema do mundo que precisa ser consertado é o pecado.
2:1-5—Os males sociais são repreendidos
(1) Para entender o tipo específico de pecado que é repreendido aqui, examine os vv. 1-2:
a. O que o povo cobiçava? (v. 2)
b. Ao defraudar e roubar o povo e suas terras e casas, por que esse povo tinha que "planejar" e "tramar"? Quando eles cometiam seus crimes? (v. 1)
c. Quem eram essas pessoas de quem estava "no poder da sua mão" fazer isso?
d. Quem eram as vítimas — os pobres ou a classe média? (observe a palavra "herança" no v. 2)
e. Como você rotularia esse tipo de pecado?
f. Qual seria um pecado equivalente no mundo de hoje?
(2) Que tipo de destino ou juízo os esperava? (vv. 3-4)
(3) Se o v. 5 deve ser interpretado espiritualmente como uma alusão à nossa herança no reino de Deus, que tipo de castigo foi para esses "grileiros"?
2:6-11—Falsos profetas
(4) A injustiça é atribuída, em parte, aos profetas (vv. 6-7).
a. Que garantia esses falsos profetas davam aos grileiros? (v. 6)
b. Como eles refutavam as advertências de Miquéias? (v.7)
(5) O v. 8 parece sugerir que se tratava de um fenômeno bastante recente:
a. Quem eram as vítimas de tamanha injustiça? (vv. 8-9)
b. Qual foi o juízo contra esses grileiros?
(6) Como Miqueias ridicularizou esses falsos profetas? (v. 11)
(7) Na sua opinião, de todos os males do povo, por que Miquéias destacou esse tipo de injustiça?
2:12-13—Uma promessa de libertação futura
(8) Imediatamente após a profecia sobre o exílio (v. 10), Miquéias profetiza a libertação do remanescente de Israel por parte de Deus:
a. Que tipo de metáfora ele usou? (v. 12)
b. Como essa metáfora descreve suas implicações? (v. 12)
(9) A libertação era possível graças ao seu Rei, que abriria o caminho e subiria diante deles:
a. Quem é esse rei? (v. 13)
b. Que caminho este Rei abriria para eles? (Mateus 16:18)
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Cobiçam terrenos e se apoderam deles; cobiçam casas e as tomam. Fazem violência ao homem e à sua família; a ele e aos seus herdeiros." (NVI-PT) (Miquéias 2:2)
Em Israel, a Lei de Moisés proibia o povo de vender sua terra de forma permanente, pois cada família herdava a terra de seus antepassados, os quais a receberam quando Deus distribuiu a Terra Prometida por sorteio. Portanto, quando alguém precisava vender sua terra devido à pobreza, a Lei exigia que ela fosse devolvida aos proprietários originais, junto com todas as outras terras, no ano do Jubileu (Lv 25). O propósito desta lei, além de garantir que nenhum membro do povo de Deus caísse numa pobreza perpétua, era impedir o acúmulo inescrupuloso e excessivo de riqueza.
Esta foi a razão pela qual o rei Acabe recebeu um castigo tão severo por parte do Senhor quando o profeta Elias o repreendeu por vender sua alma e profetizou que todos os membros de sua família seriam exterminados (1 Reis 21:21), tudo porque ele tinha usado seu poder para tramar um plano para roubar a herança de Nabote.
Agora, na época de Miquéias, os ricos e poderosos estavam cometendo a mesma impiedade de Acabe (6:16), tramando e conspirando para tomar os campos e as casas — as propriedades que seus vizinhos tinham recebido de Deus (Miq. 2:1-2) — para satisfazer sua ganância.
É importante notar os termos que Miquéias usa para descrever o pecado dessas pessoas, pois é evidente que eles não o faziam com o uso da força, mas por meio de esquemas fraudulentos que usavam para forçar as pessoas a venderem e abandonarem suas casas (2:9). Mas o resultado era o mesmo: embora eles não tenham violado as leis comerciais da terra, violavam a Lei de Deus e (de acordo com as palavras do profeta) roubavam a herança do próximo.
Neste mundo capitalista (e deixe-me dizer que o capitalismo em si não é um pecado), temos visto cada vez mais expropriação de terras pelos ricos (e conglomerados nacionais) por meios legais, forçando os menos afortunados a abandonarem casas que tinham pertencido às suas famílias durante gerações. No entanto, embora em nome da economia de livre mercado simplesmente aceitemos isso como uma realidade da vida, continua sendo mau aos olhos de Deus.
Motivos para reflexão.
No versículo 3:12 aprendemos que esta mensagem de repreensão contra os líderes e (falsos) profetas foi proferida no início do reinado de Ezequias:
3:1-4—As acusações contra líderes e governantes
(1) Que figuras Miquéias usa para descrever a injustiça dos líderes e governantes? (vv. 2-3)
(2) O que essa descrição revela sobre a iniqüidade desses líderes e governantes?
(3) Quem eram esses líderes e governantes?
(4) O que essa iniqüidade significava para aqueles que ainda queriam guardar seu relacionamento com o Senhor, especialmente em tempos de dificuldade? (v. 4)
3:5-8—As acusações contra (falsos) profetas
(5) Quais deveriam ser as responsabilidades dos profetas entre o povo de Deus?
(6) Com que atitude deveriam servir?
(7) Com que atitude esses (falsos) profetas serviam? (v. 5)
(8) Que juízo Deus pronunciou contra eles? (vv. 6-7) O que isso representava para eles em termos concretos?
(9) Em que aspectos Miquéias era diferente desses (falsos) profetas? (v. 8)
(10) À luz disso, qual seria a marca de um verdadeiro servo do Senhor hoje?
3:9-12—As acusações contra todos os líderes
(11) Que tipos de líderes estão incluídos nesta repreensão?
(12) Pense na lista de acusações contra esses líderes (vv. 9-11): que palavras você usaria para descrever uma sociedade que se comporta como eles e mesmo assim leva o nome de Jeová?
(13) Que sentença Miquéias pronunciou sobre eles? (v. 12)
(14) Você acha que eles o ouviram? Por que ou por que não? (vide Jeremias 26:17-19)
(15) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Por isso, por causa de vocês, Sião será arada como um campo, Jerusalém se tornará um monte de entulho, e a colina do templo, um matagal." (NVI-PT) (Miq. 3:12)
Ao ler as acusações feitas contra os líderes da época de Miqueias, é impossível não ficar alarmado com a perversidade do povo de Deus, especialmente quando se considera que tudo isso estava acontecido durante o reinado de Ezequias, um rei relativamente piedoso.
A lista contém as seguintes acusações:
- Miquéias acusou o rei e os príncipes que julgavam o povo de desprezar a justiça e perverter tudo o que era justo (3:9). Em outras palavras, eles não obedeciam à lei e emitiam pareceres que provavelmente se baseavam em favoritismo e suborno. Pior ainda, eles mesmos consolidavam seu poder com o uso da violência. A quem recorrer para buscar justiça? Quem gostaria de viver nesse tipo de sociedade?
- Os sacerdotes deveriam ter se dedicado ao ensino da lei de Jeová ou, dadas tais atrocidades, pelo menos deveriam ter sido a consciência da nação. Mas tudo o que importava para eles era ganhar dinheiro para si mesmos.
- Os profetas deveriam ter pregado as palavras de Deus sem medo, como Elias e Eliseu. Mas também não se podia contar com eles: assim como os sacerdotes, os profetas tinham se aliado aos ímpios e profetizavam mentiras para ganhar dinheiro.
- Todos achavam que não tinha nada errado com o que faziam aos olhos de Deus. Em essência, eles diziam: “Não estamos vivendo em tempos relativamente pacíficos e prósperos? Deus ainda está conosco!".
Você teria esperança se vivesse nesse tipo de sociedade? Na verdade, a sociedade em que vivemos não é melhor do que a de Miquéias. No entanto, o profeta não perdeu a esperança, mas servia ao Senhor com fidelidade, ensinando somente o que Deus lhe dizia, cheio do poder do Espírito Santo (3:8). Esta é a marca de um verdadeiro servo do Senhor.
E seu serviço fiel rendeu frutos, ainda em sua época, frutos mencionados pelos anciãos no tempo de Jeremias (mais de cem anos depois): “Miquéias de Moresete profetizou nos dias de Ezequias, rei de Judá, dizendo a todo o povo de Judá [aqui os anciãos citam Miquéias 3:12]… Acaso Ezequias, rei de Judá, ou alguém do povo de Judá o matou? Ezequias não temeu o Senhor e não buscou o seu favor?" (Jeremias 26:18-19).
Irmãos e irmãs em Cristo, por mais difícil que pareça nossa situação atual, devemos aprender com Miquéias e ser fiéis à nossa missão. Quem sabe se Deus decidirá fazer a mesma coisa que fez com Ezequias, trazendo arrependimento aos nossos líderes, governantes e clérigos?
4:1-5—A restauração da adoração de Javé além das fronteiras de Israel
(1) Quando essas coisas acontecerão? (v. 1)
(2) A promessa de um novo templo (v. 1):
a. Como a promessa em 4:1 contrasta com a maldição em 3:12?
b. Como isso acontecerá? (vide João 2:21)
(3) As nações (v. 2)
a. O que significa a promessa no v. 2?
b. Como isso acontecerá? (vide Romanos 1:16; Efésios 3:8; Gálatas 3:14)
(4) A paz mundial (vv. 3-4)
a. Qual é a solução definitiva para conseguir a paz mundial?
b. Por quê? (Efésios 2:14-18)
c. Como podemos ter certeza de que todas essas promessas serão cumpridas? (v. 4b)
(5) O compromisso (v. 5)
a. Quão diferente será Israel nos últimos dias? (v. 5)
b. Isso se aplicará somente a Israel?
4:6-13—A Restauração de Israel—Esses versículos são como uma espada de dois gumes, que corta para os dois lados:
(6) O que as nações fariam com Sião? (v. 11)
(7) O que o Senhor usou para descrever o sofrimento do povo nas mãos dos babilônios? (vv. 9-10)
(8) Qual era o plano de Deus que as nações não conheciam? O que aconteceria com elas? (vv. 12-13; vide também a reflexão meditativa de hoje)
(9) "Naquele dia" — Este trecho se refere ao castigo das nações (vv. 6-8)
a. O Senhor promete reunir seus exilados: Por que Ele se refere ao povo como "a que coxeava"? (Esta palavra rara aparece somente duas outras vezes no AT: Gênesis 32:31 e Sofonias 3:19.)
b. Ao longo da história, muitas nações têm desaparecido sem deixar vestígios. O que a preservação de um remanescente de Israel nos mostra?
c. Em que aspectos esta prometida nação restaurada será diferente do antigo Israel; mais precisamente, quem será o seu rei, e por quanto tempo ele reinará? (v. 7)
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Mas elas não conhecem os pensamentos do Senhor; não compreendem o plano daquele que as ajunta como feixes para a eira.” (NVI-PT) (Miquéias 4:12)
Em sua profecia sobre a congregação de "muitas nações contra ti [Israel]", Miquéias salienta que elas não têm ideia de que são simples ferramentas que Deus usará para realizar Seu plano. Waltke chama isso "a estratégia secreta de Deus". Gostaria de citar seu comentário sobre este plano secreto do Senhor:
“Sua arrogância faz parte do plano de Deus (cf. Isaías 10:5-11). Eles são as ferramentas involuntárias de sua própria destruição, pois o Senhor usa sua animosidade e orgulho para trazer sua própria derrota, do mesmo jeito que Ele enganou Satanás na cruz de Jesus Cristo (cf. 1 Coríntios 2:7-8). Eles se reúnem contra Jerusalém, mas na realidade é o Senhor quem os reúne; eles planejam arrasar os recintos do Templo, mas o Senhor os destruirá; eles chegam para despojar Jerusalém, mas em vez disso serão despojados, e as riquezas que deixarem para trás serão oferecidas ao Senhor. A figura das "gavelas em uma eira" (v. 12) descreve as vítimas levadas ao lugar do juízo (vide Isaías 21:10; Jeremias 51:33; Oséias 13:3), e a debulha (v. 13) representa o ato punitivo em si mesmo (Amós 1:3). Eles exortaram uns aos outros em sua obstinação para livrar a terra da presença do Senhor, mas agora o Senhor ordena a Sião que os varra da superfície da terra. O boi que puxa a eira representa o povo de Deus. Ela é sobrenaturalmente dotada de chifres de ferro, símbolo de sua invencibilidade, e de cascos de bronze, com os quais ela pisoteia o orgulho e as pretensões do inimigo extraordinariamente fino. A profecia começou a se cumprir quando Deus massacrou a horda imperial assíria nas portas de Jerusalém. É possível que Jeremias tenha pensado nisso quando comparou Babilônia a uma eira (Jr 51:33). A promessa, ainda não cumprida plenamente, passou para a herança da igreja, onde continua a ser cumprida de forma espiritual (Mt 16:18). Muito apropriadamente, Deus é chamado de Soberano de toda a terra, porque Sua estratégia secreta inclui a vitória sobre todas as nações.”
(DOTC, Miquéias, 180)
5:1-5a—O prometido rei de Israel, natural de Belém
(1) Esta promessa é dada dentro do contexto de Miquéias (o oráculo começa com a palavra "Agora" (ARC), algo que passa desapercebido na NVI-PT), ou seja, o ataque dos assírios que feririam a face de Ezequias com uma vara, um sinal de humilhação:
a. De onde viria esse governante? (v. 2; 1 Sam. 17:12)
b. Uma vez que se trata da cidade natal de Davi, por que Miquéias enfatiza que, na realidade, era "pequena entre os clãs de Judá"?
c. Como Sua origem seria diferente da dos reis anteriores de Israel?
(2) Sua aparição (v. 3)
a. Por que Israel seria abandonado? (vide vv. 10-15)
b. Quem é a mulher que daria à luz aquele Filho? (Isaías 7:14; 9:6-7)
c. Como Jesus Cristo cumpriu essa profecia? (Mateus 1:18 e ss.; Lucas 2:1-7)
d. Quem são "o resto de seus irmãos [que] voltará com os filhos de Israel” (de acordo com Waltke, uma nuance de conversão)? (vide Hebreus 2:11)
(3) Como esta profecia,
que combina o poder para governar (v. 2) com a mansidão para pastorear
(v. 4), faz eco das profecias de Isaías 40:10-11 e as palavras do Senhor
Jesus em João 10:11?
(4) Por que Miquéias diz "esta será a nossa paz"? (Efésios 2:14; Isaías 9:6)
5:5b-9—Libertação e triunfo
(5) Uma vez que o profeta prediz a destruição de Israel às mãos dos assírios (1:6), esta libertação não se refere ao ataque dos assírios de sua época, mas a conflitos futuros com nações das quais os assírios são um símbolo:
a. Quem será o seu libertador? (vv. 6, 9)
b. Por que Miquéias chama esses comandantes de “pastores”? (v. 5; a expressão "sete...até oito" se refere a um número suficiente — Eclesiastes 11:2)
c. Que analogia Miquéias usa no v. 8 para descrever seu triunfo?
d. Por que ele também os compara ao orvalho e chuvisco entre as nações? (v. 7; vide Salmos 133:3; Deuteronômio 32:2; Ezequiel 34:26)
e. Que tipo de triunfo você acha que é profetizado neste texto?
5:10-15—Julgamento e purificação
(6) Por que uma promessa tão gloriosa de triunfo precisa ser precedida pela vingança de Deus?
(7) Uma lista do que será destruído (vv. 10-13):
a. O que representa a destruição de cavalos, carros, cidades e fortalezas? (vv. 10-11)
b. Qual é o objetivo da destruição de bruxaria e ídolos, etc.? (vv. 12-14)
(8) O que esses castigos do povo de Deus representam para as nações?
(9) O que acontecerá com eles, caso também decidam imitar o exemplo de Israel? (v. 15)
(10) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Mas tu,
Belém-Efrata, embora pequena entre os clãs de Judá, de ti virá para mim
aquele que será o governante sobre Israel. Suas origens estão no
passado distante, em tempos antigos." (NVI-PT) (Miquéias 5:2)
É incrível que Miquéias, conforme a inspiração pelo Espírito Santo, tenha predito o nascimento de Jesus Cristo mais de 700 anos antes do fato. Claro, os céticos gostam de argumentar que esta profecia pode não ser uma referência ao nascimento de Jesus como o Messias. No entanto, ela é única em vários aspectos:
(1) Menciona que a origem deste governante de Israel remonta aos tempos antigos, no passado distante (Mq 5:2). O significado mais apropriado da expressão "em tempos antigos" (NVI-PT) é traduzido em outras versões (ARC) como "os dias da eternidade". Isso obviamente exclui qualquer rei humano e aponta para um Rei Divino, como Isaías 9:6 deixa claro:
“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o principado está sobre os seus ombros; e o seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (ARC).
(2) Tal como Isaías afirmou, este Rei Divino nasceria como uma criança. Miquéias confirma isso neste texto quando diz que será gerado por uma mulher em trabalho de parto (Miquéias 5:3).
(3) Como Isaías também salienta, este Rei Messias será a nossa paz (Mq 5:5). O apóstolo Paulo afirmou isso quando disse sobre Jesus Cristo: “Ele é a nossa paz" (Efésios 2:14).
Claro, esta profecia foi cumprida de forma maravilhosa no nascimento de Jesus Cristo, que nasceu de Maria (Mateus 1:18-25). Além disso, de todos os lugares possíveis, ele nasceu na pequena cidade de Belém (Lucas 2:1-7) em circunstâncias que somente Deus poderia ter preparado.
Após a apresentação do Rei Messias, os dois últimos capítulos podem ser chamados capítulos de "Esperança no meio das Trevas". O trecho começa com as "trevas", na forma de uma acusação legal formal que o Senhor apresenta contra Israel:
6:1-2—Uma convocação para fazer a acusação
(1) A quem o Senhor pede que Miquéias convoque como Sua testemunha contra Israel?
(2) Por que ele chama esses "alicerces eternos da terra" (NVI-PT) para serem suas testemunhas? (A tradução da NVI-PT, "eternos", é melhor que a da ARC, "fortes" — vide Waltke, 193.)
6:3-5—A declaração inicial do promotor —A declaração é apresentada na forma de duas perguntas retóricas, respondidas pelo próprio Senhor:
(3) Qual é a resposta de Deus para a primeira pergunta: "Que?" (v. 4a)
(4) Por que ele destaca os eventos do Êxodo? O que isso representa para a nação de Israel e seu relacionamento com Deus? (Êxodo 19:4-6)
(5) Qual é a resposta de Deus para a segunda pergunta: "Como?" (vv. 4b-5)
a. O incidente com Balaque /Balaão ocorreu em Sitim (Números 22-24), onde Deus transformou as maldições em bênçãos. Por que ele é mencionado aqui como resposta?
b. Depois de atravessar o rio Jordão e pisar na Terra Prometida, o povo se estabeleceu em Gilgal (Josué 4:19); que “atos justos” Deus realizou para o povo ao longo desse processo?
(6) Qual é a implicação dessas duas perguntas retóricas e suas respostas?
6:6-8—O que Deus exige de nós—O profeta, em nome do Senhor, expõe a única resposta apropriada do povo à luz do que Deus tinha feito por ele (livrando-os da escravidão no Egito e fazendo deles a nação da aliança, com Jeová como seu Deus) e da forma em que Deus realizou Seus atos justos (marcada pelo amor, a misericórdia e a bênção):
(7) Qual devia ser sua resposta básica? (v. 6a)
(8) Como eles não deviam expressar isso? (v. 7) Por que não?
(9) O que Jeová exigia deles em vez disso? (v. 8)
a. O que significa "praticar a justiça" ?
b. O que significa "amar a fidelidade"?
c. O que significa o seguinte?
- "andar com Deus"
- "humildemente"
- como "seu Deus"
7:9-16—Os pecados e o castigo de Israel (Nota: O significado do v. 9 não é muito claro e tem sido traduzido de diversas maneiras.)
(10) Faça uma lista de todos os pecados da cidade (o mercado) descritos nos vv. 10-12.
a. Como a cidade é descrita?
b. Como ela se compara à cidade onde você mora hoje?
(11) Faça uma lista das futuras destruições mencionadas nos vv. 13-15.
a. Qual é a soma de todos essas castigos?
b. Qual seria o seu destino como nação? (v. 16b)
(12) Ao pronunciar seu castigo, o profeta menciona as ações de dois reis (pai e filho):
a. O que são os decretos de Onri? (1 Reis. 16:25-27)
b. O que são as práticas da família de Acabe? (1 Reis. 16:29-33)
(13) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Meu povo, o que fiz contra você? Fui muito exigente? Responda-me." (NVI-PT) (Miq. 6:3)
Ontem refletimos sobre a maravilhosa profecia sobre o nascimento de Cristo que, de todos os lugares, nasceu na pequena cidade de Belém. Hoje lemos sobre a apostasia e os males sociais que estavam sendo praticados pelo povo de Deus. Por um lado, precisamos reconhecer que, na verdade, não somos melhores do que os israelitas — os pecados deles são nossos também. Por outro lado, é impossível não perguntar "por quê?". Por que esse santo e majestoso Deus Criador enviaria Seu Filho para pessoas rebeldes e ingratas como nós?
O Natal está chegando novamente, e gostaria de compartilhar com vocês a letra da seguinte
canção escrita por William Young Fullerton (1857-1932), pois ele também
fez a mesma pergunta:
Eu não sei porque o Senhor
(Consulte a versão bilíngue desta lição.)
Este último oráculo de Miquéias é a continuação da mensagem de "Esperança no meio das Trevas":
7:1—O lamento do profeta
(1) Qual é o tema de sua lamentação?
(2) Por que ele o considera um assunto tão pessoal?
7:2-4a—A reiteração dos males sociais— Uma vez mais, Miquéias menciona os males sociais dos quais ele já tinha acusado Israel, entre os quais a violência, derramamento de sangue e injustiça por parte dos poderosos:
(3) O que ele enfatiza nesta reiteração? (v. 3b)
(4) O que ele procura descrever com a metáfora do espinheiro e da cerca de espinhos? (v. 4a)
7:4b-6—O Dia da Visitação de Deus
(5) Miquéias diz que devido aos pecados do povo é "um tempo de confusão" (NVT) (v. 4b)
a. Com base na descrição nos vv. 5-6, você acha que isso descreve os seus pecados ou seu juízo? Por quê?
b. O que essa imagem lhe lembra?
7:7-13—A esperança no meio das trevas
(6) O profeta expressa esperança em nome de seu povo (vv. 7-10):
a. Ele percebia que o povo tinha pecado e que suas calamidades provinham de Deus? (v. 9a)
b. Qual era, então, o fundamento de sua esperança? (vv. 7, 9b)
c. Ver a "sua justiça" não significa ver mais juízo? Por que isso seria um motivo de esperança? (1 Pedro 3:18)
d. O que aconteceria com o seu inimigo? (v. 10)
(7) Miquéias profetiza sobre o dia da restauração de Israel (vv. 11-13)
a. Você acha que a promessa de reconstruir os muros e ampliar as fronteiras se refere a uma realidade física ou espiritual?
b. Por que os povos virão a eles de mar a mar? (4:1-2)
7:14-20—Oração final e louvor
(8) Na esperança de restauração, o que o profeta pede em sua oração pelo seu povo? (v. 14)
(9) Por que ele diz que seu povo "mora só" (vide Números 23:9; Deuteronômio 33:28)?
(10) Qual é a resposta de Deus ao profeta? (v. 15)
(11) De que maravilhas ele poderia estar falando? (vv. 16-17)
(12) Diante dessa resposta de Deus, o profeta irrompe em adoração (vv. 18-20).
a. O nome Miquéias significa: "Quem é como Ja(vé)". O levou o profeta a gritar seu próprio nome? (vv. 18-19; vide Êxodo 34:6; Salmo 103:8-12)
b. O que ele reconheceu como o fundamento dessa restauração? (v. 20)
(13) Ao chegar ao final do
livro de Miquéias, reserve um tempo para refletir sobre suas anotações
ou leia o livro rapidamente mais uma vez, identificando quais são as
principais mensagens para você e como você pode aplicá-las em sua vida.
“Quem é comparável a ti, ó Deus, que perdoas o pecado e esqueces a transgressão do remanescente da sua herança? Tu, que não permaneces irado para sempre, mas tens prazer em mostrar amor." (NVI-PT) (Miquéias 7:18)
Para concluir nosso estudo do Livro de Miquéias, gostaria de compartilhar as seguintes lições de um livro de Chuck Swindoll:
“Primeiro, embora um mensageiro venha de um lugar desconhecido, o poder de Deus lhe dá toda a influência de que ele precisa . Quero dizer uma palavra de encorajamento àqueles de vocês que servem em lugares que alguns chamariam de "pequenos". Embora você esteja trabalhando num lugar que não tem nenhum encanto ou brilho, embora sinta que não tem importância alguma, a presença e o poder de Deus lhe darão toda a influência de que você precisa. Sinta-se encorajado pelo modelo e mensagem de Miquéias. Precisamos de cada um daqueles que ministram nos lugares desconhecidos da nossa nação e do nosso mundo. Você só precisa continuar servindo a Deus fielmente, onde quer que Ele o coloque, pelo tempo que ele o mantiver nesse lugar.
“Segundo, em tempos de necessidade, Deus dá uma palavra a seus mensageiros fiéis no devido tempo. Sintam-se encorajados, aqueles de vocês que falam em nome de Deus numa época tão decadente como a nossa. É o próprio horror do nosso tempo o que nos dá uma base para nossa poderosa mensagem. Se não fosse pelas necessidades do nosso mundo, realmente não teríamos uma mensagem que expressasse de forma eficaz a verdade de Deus. É nos momentos de maior necessidade que uma nação recebe as mensagens mais poderosas de Deus.
“Terceiro, é possível expressar de forma muito simples a chave para viver uma vida piedosa . Não é complicado. Não se trata de muitas fórmulas sofisticadas, ou de um monte de programas com várias etapas. Não requer anos de educação, nem um intelecto brilhante. "O que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus?" (6:8) — esse é o cerne da questão: comprometer-se a garantir que seja feito o que é certo e justo, responder com um coração misericordioso àqueles que estão ao nosso redor, ser humilde em todas as coisas."
(The Living Insight Study Bible, 946)