Naum
A única coisa que sabemos sobre Naum é seu nome (que significa consolação ou consolador) e que ele era natural de Elcós.
Embora haja numa cidade perto da cidade assíria (iraquiana) de Mosul uma tumba com o nome de Naum que é reverenciada tanto por cristãos quanto por muçulmanos, de acordo com a
tradição judaica (apoiada por Cirilo, um dos pais da igreja que viveu no século IV), Elcós foi uma cidade da Galiléia.
Embora o livro contenha várias advertências e repreensões dirigidas a Nínive, a capital da Assíria, seu propósito era consolar Judá, assegurando-lhe que o juízo de Deus cairia sobre seu inimigo cruel e ímpio. A julgar pelo conteúdo deste livro, a data mais provável seria no período após o exílio das dez tribos e a derrota de Senaqueribe diante de Jerusalém (que aconteceu na última parte do reinado de Ezequias; vide Isa. 37, especialmente vv. 36-38). Esses eventos provavelmente forneceram o contexto desta profecia que foi cumprida pela captura de Nínive pelos babilônios e seus aliados no ano 612 a.C.
1:5—Introdução
(1) Quem é Jeová (vv. 2-3a)
a. Como Jeová se apresenta no v. 2?
b. Para quem foi dirigida esta introdução? (v. 2b)
c. No entanto, há outra faceta de Sua pessoa:
- O que é? (v. 3a; vide Êxodo 34:6-7)
- Você acha que esse caráter de Jeová é reservado exclusivamente para os israelitas? Por que ou por que não?
(2) O Deus que está sobre os céus e a terra (vv. 3b-5)
a. O vento, a tempestade e a nuvem (v. 3b): Que idéia o v. 3b procura transmitir? (vide os Salmos 104:3-4 e 78:26)
b. O mar e os rios (v. 4a):
- Como Deus tinha mostrado essa autoridade no passado? (Êxodo 14:21; Josué 3:14 e ss.)
- Deus só mostrou Sua autoridade sobre a natureza no Antigo Testamento? (vide Mateus 8:23 e ss.)
c. As regiões de Basã, Carmelo e Líbano (v. 4b)
- O que aconteceria com essas três regiões importantes, conhecidas por sua fecundidade e beleza?
- Na época de Naum, essas antigas regiões do reino do norte já tinham caído nas mãos dos assírios (vide, por exemplo, 2 Reis 15:29). Qual teria sido o propósito de Naum ao citá-los nesta mensagem?
d. As montanhas, as colinas, a terra e o mundo (v. 5)
- As montanhas tremem: De que evento isso teria lembrado os leitores de Naum? (Êxodo 19:16-18)
- À luz de tudo o que foi dito acima, qual é a mensagem desta introdução? (v.5b)
1:6-11—A aplicação do caráter de Deus
(3) O v. 3a menciona o grande poder de Deus e o fato de que ele castiga os culpados; dado Seu poder, expresso em Seu controle sobre a natureza, qual é a conclusão sobre aqueles que provocam Sua ira? (v. 6)
(4) Por outro lado, o que aqueles que decidirem confiar em Jeová encontrarão nEle? (v.7)
(5) Que aspecto do caráter de Deus você já experimentou?
(6) Nínive—o inimigo de Jeová (vv. 8-11)
a. Que imagens Jeová usa para descrever sua destruição? (v. 8)
b. Quem havia conspirado abertamente contra o povo de Deus? (v. 11; vide Isaías 36:1)
c. A que levariam suas conspirações? (v. 10)
d. Qual foi a mensagem de Deus para Judá, e como foi cumprida? (v. 9; vide Isaías 37:36-38)
1:12-15—As boas novas para Judá
(7) Judá tinha por que temer um inimigo tão formidável? (vv. 12-13) Por que ou por que não?
(8) Quão completa seria a destruição de Nínive? (v. 14)
(9) Por que Jeová fala especificamente contra seus ídolos e contra o templo de seus deuses?
(10) As boas novas da completa destruição dos inimigos:
a. Essas notícias foram dadas no contexto da celebração de suas festas e do cumprimento de seus votos a Deus. Por quê?
b. Quais são as boas novas que estão sendo proclamadas? (v. 15a)
c. Em última análise, o que essas boas novas de "shalom (paz)" indicam? (vide Isa.52:7; Rom.10:15)
(11) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Vejam sobre os montes os pés do que anuncia boas notícias e proclama a paz! Celebre as suas festas, ó Judá, e cumpra os seus votos. Nunca mais o perverso a invadirá; ele será completamente destruído.” (NIV-PT) (Na. 1:15)
Embora o alvo das advertências e repreensões proféticas de Naum seja a cidade de Nínive, a mensagem do livro é dirigida principalmente a Judá. Portanto, pode-se presumir que o reino do norte já não existia, e que a Assíria ainda era uma potência mundial dominante. Essa suposição concorda com o contexto da última parte do reinado de Ezequias, o rei de Judá mencionado em Isaías 36-37, durante o qual os assírios (sob o rei Senaqueribe) sitiaram Jerusalém mas foram derrotados por Jeová. Pouco tempo depois, Senaqueribe foi assassinado no templo de seu deus (Isaías 37:38) e houve lutas internas que levaram à sua derrota pelos babilônios e seus aliados em 612 a.C. Como resultado, após a invasão no tempo de Ezequias os assírios nunca mais ameaçaram Judá de forma significativa, cumprindo assim a profecia de Naum: “O Senhor acabará com tudo o que vocês planejarem contra ele; a tribulação não precisará vir uma segunda vez.” (NVI-PT) (1:9).
Efetivamente, a mensagem de libertação de Naum se encaixa perfeitamente com o significado do nome do profeta, o "consolador". No entanto, Jeová deixa claro que a "paz" que viria a Judá devido à Sua libertação se referia não só à ausência de guerras ou de inimigos, mas ao "shalom" que vem da celebração de suas festas e do cumprimento de seus votos diante de Jeová (1:15). Isso aponta para o significado máximo da paz, a saber, um relacionamento restaurado com seu Deus.
As pessoas hoje estão famintas por liberdade e paz mundial, mas a paz e a liberdade que buscam é uma que lhes permitiria viver do jeito que quiserem, perseguir todo tipo de gratificação e libertinagem e (pior ainda) adorar os deuses e ídolos que preferem, incluindo o ateísmo. É claro que esse tipo de paz não pode durar. Pior ainda, é uma simples ilusão que os leva às "trevas" enquanto seguem os passos dos assírios (1:8).
O segundo capítulo continua com uma descrição vívida do ataque do exército dos babilônios e seus aliados e a destruição de Nínive:
2:1—Os assírios são ridicularizados
(1) É óbvio que Jeová está zombando dos assírios:
a. Como eles tinham zombado de Ezequias e seu povo? (vide Isaías 36:4-10; 37:8-13)
b. Você não acha que é apropriado que Jeová tenha respondido com Sua própria zombaria? Por que ou por que não?
2:2—O consolo de Israel
(2) O que aconteceu com o reino do norte às mãos dos assírios? (2 Reis 17:5-6)
(3) Que promessa Jeová faz neste trecho?
2:3-4—O esplendor do exército invasor
(4) Na descrição dos babilônios invasores e seus aliados, que tipo de quadro o profeta descreve quando menciona as cores dos escudos, armaduras e carruagens?
(5) O que representa o movimento da carruagem?
2:5-10—Os assírios indefesos
(6) Que resistência ofereceriam os assírios? (v. 5)
(7) Eles seriam capazes de resistir aos exércitos invasores? (v. 6)
(8) Por que seu destino era inevitável? (v. 7)
(9) Que tipo de quadro de destruição é descrito pela imagem do açude? (v. 8)
(10) O que aconteceria com a enorme riqueza da Assíria? (v. 9)
(11) Como o v. 10 descreve o horror de sua destruição?
2:11-13—Deus zomba de Nínive
(12) A que Jeová compara Nínive?
(13) Quão apropriada é essa comparação, dada a longa história do domínio assírio? (vide a Nota abaixo)
(14) Por que Jeová mencionou especificamente seus mensageiros? (v. 13b; vide Isaías 36:11-12)
(15) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
Nota:
A Assíria foi uma das potências mundiais dominantes do Antigo Oriente entre os séculos 25 e 7 a.C. No seu auge, seu império abrangia todo o território hoje ocupado pelas nações modernas do Iraque, Síria, Egito, Líbano, Israel, Palestina, Jordânia, Kuwait, Bahrein, Palestina e Chipre, e grandes porções do Irã, Arábia Saudita, Turquia, Sudão, Líbia, Armênia, Geórgia e Azerbaijão.
"Estou contra você... Eliminarei da terra a sua caça, e a voz dos seus mensageiros jamais será ouvida." (NVI-PT) (Na. 2:13)
Ao estudar os livros de profecia no Antigo Testamento, com frequência nos deparamos com o desafio de discernir quais palavras proféticas se referem ao futuro próximo e quais apontam para o fim dos tempos. Não temos esse problema no livro de Naum. A mensagem trata principalmente da destruição da Assíria, um evento que ocorreria menos de um século depois da época de Naum (aproximadamente entre os anos 700 e 612 a.C.). Isso talvez nos faça pensar que o livro é menos relevante para nós, mas isso não é verdade.
Embora a mensagem deste livro tenha sido de muita consolação para o povo de Judá, que tinha sido muito humilhado pelos assírios durante o reinado de Ezequias (Isaías 36-37), e que também tinha testemunhado a destruição total do reino de norte às mãos dos assírios (2 Reis 17:5-6), o livro também tem uma mensagem oportuna para nós hoje.
A audiência imediata de Naum foi consolada ao reconhecer o seguinte sobre seu inimigo mais formidável, os assírios:
- Existem impérios ainda mais gloriosos neste mundo, cujos esplendores o profeta representa com as cores dos escudos, armaduras e carros (2:3).
- Existem potências ainda mais poderosas no mundo, cuja força se expressa em suas máquinas de guerra bem equipadas e mais eficientes (2:4).
- Por outro lado, embora Nínive tenha parecido tão invencível e corajosa quanto um leão em sua toca, seria saqueada e destruída a tal ponto que deixaria de ser uma ameaça para as outras nações (não haveria presa para eles na terra), e suas vozes arrogantes não seriam mais ouvidas (2:13).
Tal foi o destino de Nínive, uma cidade que escolheu tornar-se inimiga de Deus. O mesmo acontecerá com todos os ditadores e potências mundiais, todos os empresários e conglomerados empresariais bem-sucedidos e todos os principais times esportivos; precisam reconhecer que sempre haverá outros poderes, empresas ou equipes ainda mais glamorosos, poderosos e talentosos capazes de superá-los. Se escolherem confiar em si mesmos e se tornarem inimigos de Deus, em breve serão varridos da face da terra e suas vozes arrogantes não serão mais ouvidas.