Habacuque
O nome Habacuque significa "aquele que abraça" (Lutero). É evidente que Habacuque era conhecido como profeta pelos seus contemporâneos (1:1) e participava na liturgia do culto do templo como músico de uma família levítica (3:19). Parece que o oráculo de Jeová veio a Habacuque em resposta à sua queixa a Jeová contra Sua aparente inação diante da violência e injustiça que havia entre o povo de Judá. Depois, quando Deus responde com a profecia de um juízo brutal às mãos dos babilônios, ele se opõe à noção de que Deus pode usar o ímpio para castigar e "devora[r] aquele que é mais justo do que ele" (1:13). No final, o profeta se submete à vontade de Deus quando Deus promete que "o justo, pela sua fé, viverá" (2:4), frase que é citada no NT em Romanos 1:17, Gálatas 3:11 e Hebreus 10:38. Os eruditos conservadores geralmente consideram que este livro foi escrito em algum momento entre o fim do reinado de Manassés e a época de Jeoiaquim.
1:1-4—Uma queixa sobre a maldade que havia em Judá
(1) O que a sociedade de Judá tinha se tornado nos dias de Habacuque?
(2) Por que a justiça não podia prevalecer e ser restaurada?
(3) Por que o profeta parece culpar a Deus em vez de clamar a Jeová por ajuda?
(4) Foi certo ele ter feito isso? Por que ou por que não?
1:5-11— A resposta de Jeová
(5) O despertar dos babilônios (vv. 5-7)
a. Por que a possibilidade da ascensão dos babilônios era impensável à luz do poder aparentemente invencível do império assírio na época?
b. Quando isso aconteceria?
c. Que tipo de pessoas eram os babilônios? (v. 6, 7)
d. Quão poderosos eles seriam? (v. 6b)
e. Por que eles seriam tão temidos? (v. 7b)
(6) O poder imparável dos babilônios (vv. 8-11)
a. Para onde aponta a descrição de sua "máquina bélica"? (v. 8)
b. Qual seria o resultado de seu rápido avanço? (v. 9)
c. Qual o significado da tripla menção do riso no v. 10?
d. O v. 11 é uma descrição de autoconfiança, de orgulho ou de impiedade? Porque?
e. Portanto, quem eram eles aos olhos de Jeová? (v. 11b)
1:12-17—A queixa do profeta
(7) O que o profeta entende como sendo a resposta de Deus à sua queixa sobre os pecados de Judá? (v. 12b)
(8) A pessoa de Deus (vv. 12-13a)
a. Quem é Deus, de acordo com as palavras de Habacuque?
b. Quem era Deus para ele no plano pessoal?
(9) Qual era, então, sua queixa com relação à resposta que Deus tinha dado à sua primeira queixa? (v. 13b)
(10) Sua queixa era justificada? Por que ou por que não?
(11) Responda às seguintes perguntas com base nas palavras do próprio profeta (vv. 14-17):
a. Ao levantar os babilônios, em que Deus transformaria suas vítimas? (vv. 14-15)
b. De que pecados ele acusou os babilônios? (v. 16)
c. Desta vez, que pergunta ele fez a Jeová? (v. 17)
(12) Que resposta às subsequentes reclamações do profeta você espera de Deus?
(13) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Até quando, Senhor, clamarei por socorro, sem que tu ouças?" (NVI-PT) ( Hab. 1:2)
Habacuque foi um dos poucos escritores bíblicos que ousou questionar Deus sobre Seus caminhos. Ele começa o primeiro capítulo confrontando Deus sobre Sua aparente inação ou indiferença diante dos pecados de Judá, especialmente os pecados de violência e injustiça em sua nação supostamente teocrática.
Já deveríamos estar familiarizados com a maneira como Habacuque reclama a Deus, porque é a mesma que normalmente usamos para reclamar a Deus quando já passou muito tempo sem que as nossas orações fossem respondidas. Pense nisto:
- Habacuque perguntou: "Até quando?": Isso sugere que já tinha passado muito tempo. Com frequência nós também nos sentimos assim, sem importar se (ou como) Deus responderá à nossa oração. Acreditamos que sabemos o melhor momento para as coisas acontecerem. Mas a verdade é que não sabemos; só Deus sabe o melhor momento—Ele nunca age cedo demais, nem tarde demais.
- Habacuque perguntou: Por que você não escuta? Porque você não salva? Isso sugere que além de o profeta não perceber nenhuma ação por parte de Deus, ele também não vê sinal algum de que Deus estivesse prestes a agir. Quando isso acontece, chegamos à conclusão de que Ele não nos ouve e nunca responderá às nossas orações. No entanto, a realidade é que Deus está disposto a nos instruir, e já nos deu sinais por meio de Suas palavras— o problema é que não nos importamos o suficiente para lê-los. As muitas promessas e exemplos nas Escrituras existem para nos darem certeza disso.
- Habacuque perguntou: “Por que razão me fazes ver a …?”: Isso parece levantar a questão de por que Deus permite que tais coisas aconteçam em primeiro lugar. No caso de Habacuque, ele não podia realmente culpar a Deus pelos pecados de seu povo, pois Deus claramente tinha dado Sua Lei perfeita ao povo e enviado profetas, um após o outro, para exortá-los e adverti-los. No caso de Judá, o povo também recebeu uma clara advertência ao testemunhar a destruição do reino do norte. Mesmo assim, escolheram seguir os passos das dez tribos. Eu acho que Habacuque sabia muito bem disso, mas nesse momento de ansiedade ele decidiu fazer uma pergunta que normalmente só os descrentes fariam.
- Habacuque perguntou: "Por que toleras a injustiça?" (NTLH): É óbvio que Habacuque queria ver um castigo instantâneo; ele tinha esquecido que Jeová é "paciente, cheio de amor e de fidelidade, que mantém o seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado" (NVI-PT) (Êxodo 34:6-7). A pergunta sugere que, na opinião do profeta, essas pessoas mereciam um castigo imediato.
Glória ao Senhor! Essas queixas são simplesmente um reflexo das fraquezas espontâneas de Habacuque, as mesmas fraquezas que cada um de nós também tem. Depois de ouvir a resposta de Deus sobre o juízo certo e severo de seu povo, o profeta rapidamente volta a si e permite que seu amor pelo seu povo desperte; logo, ele transforma sua queixa numa súplica (1:13). Que grande homem de Deus! Quão grande amor pelo seu povo!
2:1—Uma ferrenha demanda por uma resposta
(1) Responda à luz do fato de que Habacuque não concordava com a noção de que Deus pudesse usar os ímpios para trazer Seu juízo sobre os mais justos (o povo de Judá):
a. O que ele estava determinado a fazer?
b. Você acha que é correto esse tipo de atitude para com Jeová?
c. Por que ou por que não?
2:1-5—A Segunda Resposta de Deus (I)
(2) O que Habacuque devia fazer (vv. 2-3)?
a. Deus o repreendeu por sua atitude?
b. Ele mandou que Habacuque escrevesse Sua revelação. Por quê?
c. Ele também queria que essa revelação se fosse difundida em lugares distantes. Por quê?
d. Nesta passagem (v. 3), como Jeová respondeu novamente à sua queixa inicial (1:2-3)?
(3) Deus sabe quem é aquele que escolhe para cumprir Suas ordens (vv. 4-5)
a. Ele sabia que os babilônios eram maus? (vv. 4a, 5)
b. Sua escolha dos babilônios prejudicaria os justos? (v. 4a)
c. Veja como o NT interpreta este versículo em Romanos 1:17, Gálatas 3:11 e Hebreus 10:38:
- O que você entende sobre a palavra "justo"?
- É possível que uma pessoa seja "mais justa" que outra? (Hab. 1:13; Rom. 3:10)
- Como você entende a "fé" que leva à "justiça"? (vide João 1:12)
2:6-19—A segunda resposta de Deus (II)—Deus também julgaria os babilônios ímpios (hoje refletiremos sobre o primeiro dos 5 “ais”)
(4) O primeiro ai (vv. 6-8)—O primeiro ai é enquadrado por duas perguntas retóricas:
a. Qual é a primeira pergunta retórica, e quais são as suas implicações? (v. 6)
b. Qual é a segunda pergunta retórica, e quais são as suas implicações? (v. 7)
c. Em outras palavras, o que é o “ai” que estava reservado para os babilônios?
d. Que razões são dadas para o seu castigo?
(5) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
"Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo, pela sua fé, viverá." (ARC) (Hab. 2:4)
Esta famosa verdade da salvação pela fé foi dada em resposta ao desafio ferrenho de Habacuque à noção de que Deus podia usar os babilônios para trazer Seu juízo sobre Judá (1:12). Da perspectiva de Habacuque, era óbvio que os ímpios eram os babilônios, uma perspectiva que foi confirmado por Jeová mais tarde em Sua resposta, na qual declarou os cinco ais (2:4-20):
- Os babilônios eram orgulhosos, arrogantes e gananciosos como a sepultura (v. 5).
- Eles obtinham sua riqueza roubando, extorquindo e saqueando, com ações que resultavam no derramamento de sangue e na destruição dos meios de subsistência (vv. 6-8, 12-13, 17).
- Eles faziam isso mesmo quando trazia vergonha sobre a própria casa. Isso quer dizer que eles não respeitavam nenhum tipo de honra (vv. 9-11);
- Tais atos vergonhosos podiam ser comparados à perversão desenfreada da satisfação dos desejos homossexuais (v. 15).
- Eles confiavam em ídolos feitos pelo homem e os adoravam (v. 19)
Diante de tais pecados, parece que Habacuque tinha razão em rotular os babilônios como os ímpios! No entanto, isso significa que Judá era mais justo? (1:13) Jeová lhe deu uma resposta muito clara: embora ele estivesse usando os ímpios para castigar Judá, “o justo, pela sua fé, viverá” (2:4).
Isso não quer dizer que Judá era justo aos olhos de Jeová; Ele já tinha deixado claro repetidas vezes que não há homem justo na terra (Sl 14:1-3; 53:1-3; Ecl. 7:20). O que Ele fez aqui foi reiterar o princípio da salvação, a saber, "o justo, pela sua fé, viverá". Além disso, o Novo Testamento esclarece ainda mais o que Ele quis dizer ao explicar que a justiça de Deus é uma justiça que vem da fé nEle por meio de Seu Filho Jesus Cristo (Rom. 1:17; Gálatas 3:11; Hebreus 10:38).
Entendemos com base na explicação do Novo Testamento que a resposta de Deus a Habacuque foi dupla:
(1) Se o povo permanecesse fiel a Jeová e se apartasse de seus pecados (conforme mencionado em 2:2-4), poderia ser salvo.
(2) No entanto, em última análise, sua "justiça" não dependia do que eles faziam, mas do relacionamento de aliança que tinham com Deus, que seria restaurado pela fé nEle. Assim, eles não só sobreviveriam no seu mundo passageiro; também teriam a vida eterna.
2:6-19—A segunda resposta de Deus (II)—Deus também julgaria os ímpios babilônios (hoje refletiremos sobre o resto dos 5 “ais”)
(1) O segundo ai (vv. 9-11)
a. Que pecado específico dos babilônios é mencionado neste ai? (v. 9a)
b. Como eles procuravam evitar sua própria ruína? (v. 9b)
c. Enquanto planejavam a ruína dos outros...
- O que faziam com sua própria casa? (v.10)
- Por quê? (v. 11 - este versículo é uma metáfora que descreve sua ruína inevitável)
d. Em outras palavras, eles eram capazes de evitar sua própria ruína?
(2) O terceiro ai (vv. 12-14)
a. O que os babilônios tinham feito para serem bem-sucedidos? (v. 12)
b. Que pergunta retórica Jeová fez em resposta ao seu crime? (v. 13)
c. O que isso implica:
- O que acontecerá no final com todo o esforço ímpio das nações? (v. 13)
- Qual é o plano final de Deus para o planeta Terra? (v. 14)
- Como Ele vai realizar esse plano? (vide Isaías 11:9-10)
(3) O quarto ai (vv. 15-17)
a. Inicialmente, esse ai foi dirigido contra o pecado dos babilônios e usa uma metáfora tirada da vida cotidiana (v. 15).
- Que tipo de perversão é usada como metáfora?
- Quão apropriado é que Deus o tenha usado para descrever os babilônios?
b. Qual seria o resultado? (v. 16a)
c. Por quê? (v. 16b: Observe que a expressão o cálice do Senhor geralmente se refere ao derramamento de Sua ira; vide também Jeremias 25:26.)
d. Que razões são dadas para esse juízo? (v. 17)
(4) O quinto ai (vv. 18-20)
a. Quais são as duas perguntas retóricas feitas por Jeová no v. 18?
b. Por que não há proveito algum em confiar nos ídolos? (vv. 18b-19)
c. O que implicava essa verdade para os babilônios?
d. Um contraste (v. 20)
- O que Judá possuía que as nações não possuíam?
- Portanto, por que é necessário que “diante dele fique em silêncio toda a terra”?
(5) Faça uma pausa e reserve um tempo para refletir sobre esses cinco ais que Deus pronunciou em resposta à queixa amarga de Habacuque (vv. 6-20).
a. Qual é a mensagem para você hoje?
b. Como você pode aplicá-lo em sua vida?
“Mas o Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra." (ARC) (Hab. 2:20)
Depois de ler sobre este desafio
bastante incomum de Habacuque e as respostas de Jeová por meio dos cinco ais,
gostaria de reproduzir as seguintes "ajudas práticas" de James Bruckner que encontrei:
“(1) A primeira ajuda prática exemplificada pelo profeta é buscar a Jeová (2:1). Lamentando-se, o profeta sobe os muros da cidade para aguardar a chegada de boas novas. Ele intencionalmente espera uma palavra de Javé para sustentar a si mesmo e o povo ...
"(2) A segunda ajuda prática é esperar em Javé. Habacuque aguarda Sua revelação, e ao recebê-la também recebe a instrução de esperar pela atuação de Javé (2:1, 3b). Esperar é um tema comum nos lamentos bíblicos que falam sobre grandes perdas. Em tempos de muita angústia, esperar em Javé é uma prática necessária para aqueles que querem ouvir e ver Sua palavra libertadora (Sl 33:16-22; 106:12-15). Salmo 62:1-8 faz eco dessa expectativa de Habacuque. O salmista espera (ou descansa) em silêncio por Javé, sua rocha, fortaleza e refúgio. Sua esperança repousa na poderosa rocha (62:5-7). Javé já estabeleceu uma hora para trazer libertação...
"(3) A terceira ajuda prática é tornar a mensagem clara a fim de que as pessoas possam entendê-la. Deus se revela mais claramente por meio da Palavra escrita. Começando com Moisés e o povo de Israel no monte Sinai, Javé ordenou que Suas palavras fossem escritas a fim de torná-las claras para todos... A mensagem de libertação de Javé é clara e verdadeira. Ele não promete uma solução rápida para as perdas pessoais ou nacionais, mas não deixa as pessoas sem esperança. A plena verdade é que Deus está com eles em seu sofrimento e morte, e Ele os livrará no tempo certo. A mensagem é confiável; nela, o justo viverá pela fé...
"(4) A quarta ajuda prática em Habacuque 2 é evidente nas aflições ou provocações que compõem a maior parte do capítulo (2:6-19). Javé dá ao profeta palavras de aflição para o povo dizer contra a fonte de seu sofrimento. Ele também os lembra de participar da adoração, mesmo em silêncio (2:20)."
(The NIV Application Commentary, 240-2)
Depois de receber esta resposta de Deus sobre a ascensão dos babilônios para realizar o juízo em Judá, e depois o castigo final desses babilônios perversos, Habacuque escreveu um cântico de orações para ser cantado à congregação:
3:2A—Um cântico de submissão
(1) O profeta tentou mudar a opinião de Deus em relação ao Seu juízo prometido? (v. 2b)
(2) Em vez disso, o que ele pediu a Deus que fizesse, mesmo em Sua ira?
(3) O que poderia explicar essa mudança de atitude? (v. 2a)
(4) Em sua oração a Deus para se lembrar da misericórdia, o que ele pediu a Jeová para renovar?
3:3-15—A fama de Deus e Seus feitos no passado
(5) O evento do Êxodo (vv. 3-7) —Temã (de Seir no leste) e Parã (no norte) eram territórios edomitas que os israelitas atravessaram em suas jornadas pelo deserto, cujo clímax foi o aparição de Deus no monte Sinai. Como suas experiências no caminho do Egito para o monte Sinai se encaixam no relato de Habacuque sobre o seguinte?
a. A glória, louvor e esplendor da aparição de Deus no monte Sinai (vide Deuteronômio 33:2)
b. A praga e as doenças (leia sobre as dez pragas de Êxodo 8-10)
c. O estremecimento das nações (usando como exemplos os nômades de Cuchã e Midiã) e o desmoronamento das montanhas (Êxodo 19:16-19; Josué 2:9-11)
d. Todas essas maravilhas existiam somente no passado? (v. 6b)
(6) Foram simplesmente fenômenos naturais? (vv. 8-15)
a. Torrentes de água (vv. 8-10)
- A que evento específico Habacuque se refere ao mencionar os rios, os riachos e o fluxo das torrentes? (vv. 9-10, vide Êxodo 14)
- Que perguntas retóricas ele faz? (v. 8)
- Qual é a resposta óbvia dessas perguntas?
b. O sol e a lua pararam (vv. 11-15)
- A que evento Habacuque se refere no v. 11? (leia Josué 10:12-14)
- Quais tinham sido os propósitos desse evento? (vv. 12-14)
3:16-19—A resposta de Habacuque diante da visão do juízo de Deus
(7) Como Habacuque descreve o que sentiu quando ouviu e viu em sua visão a destruição de seu povo pelos impiedosos e impetuosos babilônios que ele tinha mencionado em 1:5-11? (v. 16a)
(8) Apesar da realidade daquele juízo inevitável de Judá, em que Habacuque decidiu se concentrar? (v. 16b)
(9) Que tipo de resultado ele previu com relação ao juízo de Deus sobre seu povo? (v. 17)
(10) Desta vez, o que ele escolheu fazer em vez de desafiar a Deus com suas queixas? (v. 18)
(11) Como sua alegria em meio a uma devastação tão terrível reflete sua compreensão da resposta de Deus no capítulo 2, especialmente no v. 2:4a?
(12) Como esse entendimento permitiu lhe permitiu enfrentar o sofrimento de seu povo?
(13) O que você pode aprender com Habacuque sobre os períodos de sofrimento ou as orações não respondidas?
(14) Qual é a mensagem principal para você hoje e como você pode aplicá-la em sua vida?
“Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia." (ARC) (Hab. 3:2)
Alguns usam o exemplo de Habacuque para dizer que não há problema algum em apresentar nossas queixas diante de Deus e confrontá-lo sobre Seus caminhos. No entanto, precisamos entender que embora Jeová não tenha repreendido Habacuque, mas com muita paciência revelou-lhe Seus planos, o fato é que Habacuque é uma exceção entre os profetas, e não a norma.
Se quisermos seguir o exemplo de Habacuque, devemos segui-lo ao máximo, e não simplesmente imitar suas queixas contra os tempos e os caminhos do Senhor.
Primeiro, Habacuque tinha uma noção muito clara e firme do bem e do mal. O que o levou a questionar a aparente tolerância de Deus aos crimes que aconteciam ao seu redor foram os pecados desenfreados de injustiça e violência que persistiam em sua nação supostamente teocrática (1:2-4).
Segundo, esse sentimento de indignação foi temperado por um sentimento ainda mais forte de amor e preocupação pelo seu povo. Sua segunda queixa foi motivada pela revelação de Deus de Seu plano de julgar Seu povo usando os impiedosos babilônios. Isso não é tanto um sinal de que Habacuque era um bebê chorão, mas um sinal de que ele era um verdadeiro profeta de seu povo — uma pessoa cujo coração desejava o bem-estar de seu povo.
Terceiro, Habacuque tinha um espírito dócil e submisso. Quando Jeová lhe explicou que não fecharia os olhos para a maldade dos babilônios (2:6-20) e o lembrou de que ser justo é muito mais importante do que escapar do sofrimento temporário (2:4), Habacuque entendeu seu erro ao focar somente aquilo que era passageiro e em resposta escreveu uma das mais comoventes canções de submissão e fé:
“Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas, todavia, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação." (ARC) (3:17-18)
Em outras palavras, ele tinha aprendido a procurar fazer mudanças em si mesmo, e não tanto em suas circunstâncias.